- Então o Kuwabara-san ainda não chegou? – Perguntou Touya ao chegar ao local de treinos designado, ao encontrar a sensei com ar de poucos amigos (não que fosse algum choque) e Mo, que por graça e obra do Espírito Santo chegara ao treino a tempo e horas.
- Está no meu bolso, queres ver? – Perguntou Sasame de braços cruzados encostada a uma árvore.
- Eu quero ver! – Pediu Mo inocentemente aproximando-se da sensei com um sorriso de orelha a orelha.
- IDIOTA! – Gritou a sensei antes de dar um soco mesmo no nariz da criatura que voou um par de metros.
- Sasame-sensei… - Balbuceou Touya com uma gota na testa. – Não é preciso tanta violência.
- Não me chateies que também sobra para ti jeitosa. – Retorquiu a rapariga com uma aura negra à sua volta, dirigindo-se à saída do campo de treinos. – Como o raio do Gordo resolveu não aparecer e a aberração não está em condições, hoje não há treino.
- H-hai. – Assentiu Touya meio a medo. – E o que faço em relação a Mo?
- Sei lá, leva isso ao hospital ou joga-o na lixeira mais próxima. É-me indiferente. – Respondeu antes de ir embora, Touya suspirou e olhou para Mo que ainda estava no chão. Aproximou-se apenas para ver se respirava e constatou que ele se estava a rir baixinho, a sangrar do nariz provavelmente partido.
- Anda lá Mo. – Pediu a rapariga, ajudando a pequena criatura a levantar-se e encaminharam-se para o hospital de Kumo. – Realmente, não percebo tanta violência por parte da sensei.
- Falta de sexo. – Respondeu Mo naturalmente, Touya deixou escapar um sorriso agradável.
[…]
- Sora-chan? – Chamou Sasame ao entrar e sua casa, não tardou muito que a pequena aparecesse a correr com a boneca de trapos semelhante a Rima e se jogasse nos braços da kunoichi de cabelos lilases que a abraçou.
- Já não precisa de mim, Sasame-sama? – Perguntou a ama/empregada doméstica.
- Não, podes tirar o dia Suki. – Respondeu entretida a fazer cócegas na rapariguinha que ria às gargalhadas.
- Arigatou. – Agradeceu Suki, e ao sair deparou-se com um Hyuuga de cabelos castanhos presos atrás e olhos lilases. – Em que posso ser-lhe útil?
- A Sasame está? – Perguntou o rapaz.
- Na sala. – Respondeu Suki, antes de sair.
O rapaz entrou em casa, fechando a porta e dirigindo-se à sala, encontrando Sasame a brincar com a pequena Sora. Não conseguiu evitar sorrir ao ver a kunoichi a ser tão… maternal.
- Queres alguma coisa, tu? – Perguntou Sasame num tom áspero, sem o olhar.
- Porra, que agressividade. – Reclamou o rapaz sentando-se no sofá. – Pensei que quisesses saber da Rima.
- Ela que se foda. – Respondeu irritada.
- Bem, é que ela fugiu. Tem um Caçador de cabeças atrás dela.
- Nada que não mereça.
- Não percebo o que ela possa ter feito de tão grave para lhe desejares esse mal todo.
- Matou a minha mãe. – Respondeu. – Sora, querida, vai brincar para o quarto, sim?
A pequenina assentiu e correu para o quarto, deixando os dois amigos sozinhos na sala. Sasame levantou-se do chão e sentou-se no sofá ao lado do rapaz.
- A sério Taro. O que vieste aqui fazer? – Perguntou a rapariga com ar sério, o rapaz encostou-se no sofá e cruzou os braços atrás da cabeça.
- Vai ser assim? – Perguntou o rapaz, Sasame arqueou uma sobrancelha. – Vamos deixá-la partir de vez?
- Foda-se Taro. E-ela matou a minha mãe! – Respondeu Sasame.
- Eu não estava a falar disso.
- Hum?
- Ela… Ela já não é a Rima que conhecemos. A Rima que nós conhecemos era totalmente doida e pervertida, mas também era carinhosa e preocupava-se connosco. Sempre esteve lá quando precisámos, nem que isso implicasse ser olhada de lado e julgada. – Fez uma breve pausa fitando o tecto. – Essa Rima desapareceu um pouco quando a irmã morreu. E quando foi o Zero… Acho que a perdemos, sabes? E agora que a tinha encontrado tinha esperanças que ainda conseguisse ver nem que fosse uma centelha do que fora. E vi, sabes? Juro que vi. Mas…
- Ela escapou-se-nos. Ela entregou-se à vingança e ao ódio. – Completou Sasame.
- É por isso que andas com essa raiva toda? – Perguntou o rapaz, Sasame não o olhou. – Não te percas tu também.
- Não te preocupes. Eu compro uma bússola. – Respondeu com uma réstia de sorriso.
- Sabes como é que nos conhecemos? – Perguntou Taro bem-disposto. – Nas termas de Kumo. Ela estava a espreitar para a ala masculina e eu apanhei-a com o byakugan. Acho que a perversão nos uniu de uma maneira estranha.
- A primeira vez que a vi foi em Suna. E apaixonei-me. – Declarou Sasame, Taro olhou-a com um sorriso terno. – Por isso estás a ver o choque que foi quando descobrimos que éramos primas direitas.
Riram-se os dois de forma bem-disposta e genuína, Sasame deixou escapar um suspiro e uma sombra de tristeza assomou-lhe no olhar.
- Desde a morte da Sora… Eu também senti a perda dela. E logo depois a minha mãe tentou impingir-me um casamento arranjado. Com um gay, vê lá tu. Foi ai que soube que tinha de me assumir. Nunca se sabe o que pode acontecer e não queria passar o resto da minha vida a viver numa mentira. E o resto é história, a minha mãe ia tendo um ataque e acabei expulsa do clã. Valeu-me a Rima, que me deixou viver em casa dela.
- Tenho saudades dessa Rima. – Declarou Taro.
- Eu também. Bem chega de deprimir, queres almoçar connosco?
[…]
Touya encontrava-se na Sala de espera do Hospital, aguardando que Mo acabasse de receber o tratamento ao nariz, que se encontrava realmente partido. Pela enésima vez. Um rapaz ruivo de olhos cinzentos que acabava de sair de uma das salas reparou nela e aproximou-se, Touya reparou e retribuiu o olhar.
- Olá. – Cumprimentou a rapariga com a típica boa disposição.
- Olá gatinha, tenho a sensação de que já nos conhecemos. – Disse o rapaz com um sorriso sedutor, atirando o anzol. Touya apercebeu-se que era apenas mais um galo de capoeira e sorriu maldosa.
- Oh sim, tenho a certeza que já vi a tua cara. – Respondeu, o rapaz sorriu satisfeito ao ver que a sua estratégia de sedução estava a surtir efeito.
- A sério fofa?
- Claro! Eu era rececionista naquela clínica de doenças sexualmente transmissíveis. – Respondeu bem-disposta, o rapaz ficou subitamente branco como cal e afastou-se da rapariga sem dizer mais uma palavra. Touya deixou-se encostar na cadeira cruzando as pernas, suspirando aborrecida. – Que deprimente.
- SAI DAQUI! – Ouviu-se uma voz feminina gritar da ala de enfermagem onde, por acaso (mas só por acaso), Mo se encontrava. Sasame levantou-se e foi averiguar o que se passava, ao chegar à origem do som, puxou as cortinas para encontrar uma enfermeira violentamente corada e Mo no chão a rir, já com o nariz arranjado.
- O que se passou? – Quis saber a rapariga.
- O raio da aberração levantou-me a saia!
- Ela é que levantou sozinha! – Defendeu-se Mo.
- Ele efeitiçou-me! – Acusou a enfermeira saindo com ar muito ofendido, Touya suspirou e agarrou Mo pelo braço, dirigindo-se para a saída do hospital.
- Tens de parar de fazer as pessoas mostrarem as cuecas com o teu genjutsu parvo. – Ralhou a rapariga.
- Mas é giro! – Argumentou Mo. – Excepto quando não usam. Aí é esquisito. As pessoas têm umas coisas estranhas entre as pernas.
..::Continua::..
Fillerzinho meio enche-chouriços. Enjoy.