Ken dormia a sono solto, quando aquilo aconteceu. Acordou sobressaltado, devido a um ranger do lado de fora do quarto. Abriu os olhos e viu Kiho, de pé, com o dedo indicador à frente dos lábios. Levantou-se sorrateiramente e pegou numa kunai, que se encontrava em cima da cómoda. A maçaneta rodou ligeiramente. Kiho estava deveras apreensivo. A porta entreabriu-se. Kiho e Ken estavam prontos para o ataque. Entraram de rompante. Era Megumi.
- Oh, amor! – disse, dirigindo-se a Kiho – Ouviste aquele ranger?
Chegou-se perto de Kiho, com os braços semi-esticados, à espera de um abraço. Enquanto se abraçavam, Kiho espetou a kunai nas costas de Megumi! Ken soltou um pequeno grito de surpresa. Megumi caiu ao chão, desfazendo-se em fumo. No seu lugar apareceu o taberneiro, a respirar pesadamente.
- Henge. – concluiu Kiho
Ken refez-se rapidamente da surpresa e inquiriu:
- Mas como sabias que não era a Megumi?
Como que respondendo à pergunta, Kiho envolveu-se numa nuvem de fumo, e em seu lugar apareceu Megumi, toda sorridente. Ken estava estupefacto com a ideia deles. Megumi atravessou o quarto, e deu um murro com toda a força na parede, de um enjoativo tom de pêssego. Ouviu-se um estrondo e logo depois, surgiram Kiho e Aika.
- Que se passou ? – perguntou Aika, assustada.
Depois de Ken lhe ter explicado tudo, o grupo dirigiu-se ao taberneiro, que se encontrava quase a morrer.
- Tu aí, - começou Kiho – trabalhas para Tomoyo?
- Tu és o neto dela. – não era uma pergunta. Era uma afirmação
- Eu sei – respondeu Kiho, provocantemente – Não respondes à minha pergunta?
O taberneiro calou-se. Kiho debruçou-se sobre ele, e rasgou-lhe a manga com a kunai. Torceu-lhe o braço, até uma pequena tatuagem com um T envolvido em chamas se ver no seu antebraço.
- Isto responde à minha pergunta… - afirmou, pensativamente – Agora… onde está ela?
- Onde tu lhes disseste que ‘tava. – respondeu o taberneiro, cada vez respirando com mais dificuldade
- Como é que sabes o que eu lhes disse ? A não ser que… os gémeos estiveram aqui?
- Vejo que já conheceste os gémeos. Um aviso… Não os subestimes. São nukenins muito procurados… - e depois de dizer isto, cortou a garganta com a sua própria kunai.
Ken estava estupefacto.
- Bem, - disse Megumi, depois de um longo silêncio – é melhor partirmos, antes que o descubram assim.
Depois disto, arrumaram rapidamente as coisas e partiram rápido e sorrateiramente. Sem se aperceberem que estavam novamente a ser seguidos, saíram da aldeia, rumo ao país do chá. Depois de algumas horas de longas caminhadas, o dia começou a clarear. Chegaram ao País do Chá, por volta do meio-dia. Entraram e foram respeitosamente saudados, com vénias.
Continuaram a caminhar, desta vez mais vagorasamente. Ken pensava na sua avó, se teria coragem de enfrentar a pessoa que o tinha criado desde pequeno. Enquanto se entregava a estes pensamentos, de cabeça baixa, embateu em Kiho, que tinha subitamente parado. Tanto Kiho como Megumi ergueram os olhos, para a placa de madeira, que se encontrava por cima de uma taberna. Dizia “Tomoyo’s”. Kiho semicerrou os olhos, como que a pensar. De seguida, deve ter tido uma ideia, porque levou o grupo para um beco e fez o Henge, transformando-se num dos gémeos que os tinham seguido. Como que percebendo a ideia, Megumi fez o mesmo.
- Ken, transforma-te em Megumi.
Ken ficou surpreendido, mas fez o que lhe mandaram.
Saíram do beco e dirigiram-se à taberna. Entraram nervosamente. Uma campainha fez-se ouvir algures. O taberneiro olhou para a porta. A sua boca abriu-se num largo sorriso.
- Shujin! Togiro! Entrem, entrem… e quem são estas jovens encantadoras? – o taberneiro mostrava-se nervoso, como se tivesse medo dos gémeos.
- Ninguém que te interesse, receio bem.
- Oh claro, meu caro Togiro. E o que vai ser?
- Hmmm… o costume para todos – afirmou Kiho
- Sim, claro. É para já. – e dizendo isto, virou-se e saiu por uma porta dos fundos
Sentaram-se e olharam à volta apreensivos. O sitio era estranho e tinha também um cheiro estranho. A campainha fez-se ouvir algures. Alguém tinha acabado de entrar. Aika ficou subitamente apreensiva. Queria falar, mas não lhe saía som nenhum.
- Que se passa, Aika ? – notou Megumi.
Aika limitou-se a acenar em direcção ao balcão. Dirigiram todos os olhar e coração caiu-lhes aos pés. Ao balcão encontravam-se as últimas pessoas que eles queriam ver…
--CONTINUA--