5 anos antes...

Soporífero; as palavras de minha mãe me acalmavam. O cheiro de orvalho preconizava mais uma manhã normal em Kirigakure. Bem, não para mim. Nunca fora bom em apresentações, tampouco tinha qualquer tipo de controle emocional para sequer pensar em ficar calmo. Na real, eu era muito guardado para si mesmo. Não envergonhado. Se isso não for a mesma coisa.
- Você irá se sair bem. Basta realizar os procedimentos que foram lhe passado. Você lembra, não é mesmo? - Ergui com custo os olhos para o teto. A pergunta já havia sido respondida uma dúzia de vezes.
- Sim, mãe. Eu lembro. - Disse entre os dentes, afinal, eu parecia estar sendo treinado para manter um comportamento vamos dizer assim, apresentável; eu acho que seria o termo correto. - Bem, vou indo! - Exclamei, fingindo estar com pressa. Mas era completamente ao contrário, quanto mais demorasse, melhor. Peguei uma fatia de bolo que minha mãe havia preparado para o café da manhã, beberiquei uma quantia pequena de leite e fui-me.

É difícil andar em Kirigakure se você for desacostumado com o clima daqui. Sorte minha morar desde pequeno, mas, não posso dizer o mesmo dos meus pais, quer dizer, agora eles já estão habituados, mas antes era uma chaga. Não sei porquê, sempre mostrei um interesse saliente por espadas. Eu tinha uma na verdade; estava aprendendo a usar com meu pai. Só que daqui pra cá ele vem tendo uma carreira ninja muito oscilada, não teve mais tempo para me ajudar a treinar. Uma pena.

Cantarolava enquanto percorria devagar a rua de paralelepípedo, uma das poucas por lá. De longe, avistei a acadêmia. Aos poucos fui me aproximando e percebendo que a porta estava encostada, sinal de que ainda não haviam preparado o inicio das apresentações. Entrei, virando o pescoço com a mão detrás da cabeça, analisando cada pessoa sentada num local designado. Atravessei a sala, e sentei-me numa extremidade, encostado à parede. Até agora, no anonimato devido a algazarra que acontecia lá dentro.
Adiante; um Chunin materializava-se em frente a turma de vinte e poucos alunos. Fez-se silêncio de imediato.

Sempre fui contra priorizar um membro, poderes, categorias e patentes. Hierarquia nunca fora o meu forte. O estado chama sua própria violência, lei; mas aquela do indivíduo, crime. Já diria sabe-se lá quem. Mas quem liga?

- YOSH! - Trovejou nos quatro cantos da sala. - Meu nome é Kaaten! Bem-vindos a acadêmia de Kirigakure no Sato... - ele prosseguiu falando/gritando. Neste momento comecei a pensar porquê o método de avaliação não era como antigamente?! Aquele esquema de largar todos dentro de uma sala fechada e o único sobrevivente se tornasse ninja. Acho que era assim. Bom, depois de um tempo eu cheguei sozinho à conclusão que aquilo era loucura. Enfim...

- ... vamos começar a nos apresentar. Comece o garoto de óculos prateados á frente. - Ordenou, apontando para um rapazolas que estava sentado na primeira carteira. Não demorou á chegar minha vez, eu estava numa extremidade como dito. O meu olhar encontrou o do homem, e falei meu nome rouco.
- Me chamo Kenpachi. - Murmurei, com as pernas cruzadas olhando diretamente para frente. Ignorando as pessoas ao meu redor. - Tenho 9 anos e venho de uma zona rural da vila. - O alívio se espalhou em meu rosto, toda a tensão se dissipou e as apresentação prosseguiram, todavia, pouco me importava.

Minha mãe falara que não seria bom dizer meu sobrenome logo de cara à todos. O que me deixara intrigado, entretanto, o que me deixara mais intrigado ainda, era o fato que, eu detinha uma aparência não-familiar com à de meus parentes e nunca percebera isto. Minha mãe falara que existia outro membro da família que não apresentava uma aparência semelhante, nem comum.
- Yusuke... - Pensei, mansamente. - deve ser outro babaca, como eu. -