Apesar de Kristea se encontrar totalmente recuperada, Ryu levou-a a casa, proibindo-a de treinar.
- Amanhã, se vir que estás bem, treinamos. Senão ficas em casa, a descansar – disse ele. – Nem vais à missão!
- Mas eu estou bem! Tu sabes que eu estou bem! Porque é que não podemos treinar?
- Como já te expliquei 1200 vezes, acabaste de sair de uma situação que se pode considerar traumática. Vai para o teu quarto. Passo por aqui mais tarde para ver como estás. Está bem?
Embora contrariada, ela concordou.
Ryu despediu-se dela com um beijo no cabelo:
- Vá, quero ver-te animada, como sempre. Até logo!
Então saiu.
Kristea subiu as escadas e entrou no seu quarto. A sua mãe não se encontrava em casa, provavelmente teria ido às compras. Resolveu então ajudá-la. Sentia-se feliz a ajudar os outros, mesmo que fosse só a sua mãe.
Dirigiu-se ao centro da vila de Konoha, onde se encontravam a maioria das lojas, á procura da mãe.
Enquanto olhava em volta, parada em frente de umas lojas, alguém a agarrou por trás. Kristea olhou, para ver de quem se tratava. Era um menino. Não teria mais que três anos. Ela baixou-se:
- Olá pequenino!
- Nee-chan…
- Que se passa? Estás perdido?
O menino mostrou sinais de querer chorar.
- Pronto, não chores… Eu ajudo-te a procurar a tua mãe. Está bem? – tentou-o acalmar Kristea, sorrindo.
O seu sorriso encorajou o pequenito, que anuiu prontamente.
- Vá, como te chamas?
- Yukito. Yukito Takamachi.
Kristea pensou por uns momentos onde viveria a sua família, para que o pudesse levar de volta. Conhecia Konoha há já uns bons anos para o saber.
- Vem. Vou levar-te de volta à tua família – disse, virando as costas. – Sobe. Eu não te deixo cair, não te preocupes.
Yukito tinha um pouco de medo, mas subiu.
- Não te preocupes. Estarás em casa em pouco tempo.
- Prometes?
- Sim, prometo – respondeu ela, sorrindo.
O seu sorriso transmitiu a alegria que faltava àquele pequeno rapaz. Era como se tivesse reacendido uma chama já esmorecida dentro do seu coração.
Kristea subiu rapidamente para os telhados. Seria difícil correr com a neve que cobria tudo, mas ela não desistiria e cumpriria aquela tarefa.
Em poucos segundos, chegaram ao seu destino. Kristea desceu dos telhados e pousou o pequeno Yukito suavemente no chão. Ele deu-lhe a mão de imediato. Pelos vistos, queria que ela o levasse a casa.
Deixou que ele a guiasse por entre as casas, até que pararam em frente de uma.
- Moras aqui?
Yukito acenou afirmativamente.
- Yukito!
Os dois olharam para trás, ao ouvir o chamamento.
- Mamã! – exclamou ele, correndo em direcção à mãe.
- Yukito, por onde andaste? Andava à tua procura…
- A onee-chan trouxe-me para casa! – disse o pequenito, puxando a mãe para junto de Kristea, que sorriu.
- Muito obrigada por ter trazido o meu filho!
- Não tem que agradecer. Fiz apenas o que achei que era o meu dever.
- Como se chama? – perguntou a senhora.
- Kristea…
- Kristea nee-chan, podes ficar e brincar m bocadinho comigo? – inquiriu Yukito.
O sorriso de Kristea esmoreceu um pouco. Gostava de lhe poder dizer que sim, mas tinha que voltar:
- Não posso. Tenho que ir. Talvez noutro dia, está bem?
- Prometes?
- Sim, prometo – disse ela, sorrindo. – Agora tenho de ir.
- Está bem…
- Vá, porta-te bem. Adeus! – despediu-se ela, desaparecendo num véu de folhas.
Surgiu em cima de um telhado no centro de Konoha, onde procurava a sua mãe. Desceu e dirigiu-se para a rua principal.
Ia a caminha distraída, quando chocou contra alguém.
- Desculpe… – disse ela, ainda distraída e perdida nos seus pensamentos.
- Kristea?
Ela olhou para quem a chamara. Era Broly.
- Broly! Desculpa lá o encontrão. Estava distraída… Então, o que fazes por aqui?
- Nada. Ando só por aqui… - respondeu ele. – E tu? Realmente, ias bem distraída a olhar para o lado… Procuras alguém ou alguma coisa?
- Sim Andava à procura da minha mãe, visto que, quando cheguei a casa do hospital, ela não estava. Deve ter vindo ao mercado, mas não a encontro… Provavelmente já foi para casa. É melhor voltar para lá.
- Espera aí… Tu chegaste a casa do hospital? – surpreendeu-se ele.
- Sim…
- Não devias estar em casa?
- Ai, também tu… Sim, eu sei, mas eu estou bem.
- Se foste para o hospital, é porque não… Mas o que é que se passou?
- Fui eu… Feita parva… E fui atacada… Mas bem, eu agora tenho que ir andando. A não ser que me acompanhes até casa e eu conto-te a história pelo caminho – sugeriu, sorrindo. – Foi só um encontrozito com uns assaltantes e assim…
Broly, ao ouvir a palavra “assaltantes”, mostrou-se interessado:
- Então anda lá, que acompanho-te a casa, não vás sentir-te mal a meio do caminho por andares cá fora quando devias estar em casa.
Kristea esboçou um sorriso.
Então começaram a andar.
- Conta lá, quem eram os bandidos? – perguntou Broly.
Ela riu-se. Via-se perfeitamente que ele gostava dessas coisas.
- Bem, eram um grupo de 5 ex-ninjas. Eu estava completamente desarmada e fui enfiar-me na floresta, onde eles estavam. Ouvi um bocadito da conversa e fui apanhada por um deles, assim que tentei sair de lá… - explicou.
- Eles fizeram-te alguma coisa?- questionou ele.
- Bem sim... – respondeu Kristea, levantando os pulsos. Ele não acreditaria que ela estivera seriamente magoada ali, onde não se via um único arranhão. – Aliás, eu fiquei um bocado mal… Embora agora esteja bem. E eles assustaram-me a valer. Queriam selar-me as memórias, para que eu não me lembrasse de nada.
- Bandidos idiotas… Atacar uma rapariga indefesa… - barafustava Broly.
Kristea riu-se. Apesar de a sua personalidade ser um pouco estranha, ele tinha um claro sentido de justiça, isso tinha que o admitir.
- Que foi? – perguntava ele, sem obter resposta. Então formulou outra pergunta: - E onde param esses tipos?
Ela ficou um bocado perturbada.
- Não sei. Alguém apareceu no momento certo e, pelos vistos, matou-os. Pediu-me desculpa e depois não me lembro de mais nada. Quando voltei a mim, estava no hospital.
Broly olhou para Kristea. Ela apertava uma cruz que trazia ao peito, como se tivesse sido a culpada de tudo.
- Eu sei que a culpa foi minha, por isso eu não culpo ninguém. Apenas eu… - continuou ela.
Ele não lhe perguntou mais nada, reparando que o rumo que a conversa estava a levar estava a perturbar a jovem ninja. Apesar de a história lhe estar a interessar, não pretendia vê-la irritada.
- Bem, chegamos – disse ela, parando em frente de una casa. – Obrigada por me acompanhares até casa.
- Se já estás entregue, então eu vou indo.
Assim que acabou de falar, desapareceu.
Kristea sorriu e entrou em casa. Já lá estava a mãe, a preparar o jantar. Ajudou-a a prepará-lo e, após o jantar e terem arrumado tudo, Kristea subiu para o seu quarto. Ia aproveitar para ler um bocado.
Como tinha dito horas antes, Ryu passou por sua casa para ver como ela estava e encontrou-a a dormir, sentada em frente da secretária, com um livro nas mãos.
Ryu esboçou um pequeno sorriso. Afinal, o que ela precisava era de dormir. Pousou o livro, pegou nela facilmente e deitou-a sobre a cama. Cobriu-a com os cobertores, para que ela não apanhasse frio e pudesse ir à missão no dia seguinte.
Quando ia a sair, ficou a observá-la durante uns segundos. Dormia que nem um anjo. E então saiu e fechou a porta suavemente.

Muito bom! Vou ler esta história toda... É muito interessante!

Muito obrigada! ::

De nada titi!