Descendo o corredor, ele pensava em como comunicaria à equipe o resultado de sua breve reunião. - E então... Como foi? - Perguntou um de seus assistentes que o aguardava na entrada do complexo. Sem responder, ele comandou que seu assistente chamasse o restante da equipe e o encontrasse na sala de reuniões. Não demorou muito até que a equipe estivesse aglomerada na antessala, receosos pela resposta. Eles já sabiam que seu líder havia saído para comunicar a grande novidade ao Daymio, porém, nenhum deles tinha certeza de como Chefe Maior reagiria. Cancelaria o projeto? Venderia para a Vila da Areia? O suspense era aterrador e quando um mais corajoso se atreveu a entrar na sala, o restante também aproveitou para entrar. Um a um foram preenchendo as poltronas enquanto Nero os fitava com um ar severo, tentando demostrar pouca alegria. E assim, quando todos estavam acomodados e o silêncio se tornou desconfortável ele comentou: - O Daymio concordou e nos deu sinal verde para continuar. - Respondeu sem conseguir controlar a sua alegria. Levantando-se das poltronas após ouvir a revelação, eles desabafaram a tensão com festa. Abraçando-se com vigor, todos se sentiam satisfeito com o próximo passo que seria dado. Haviam trabalhado duro por exatos três anos e agora que a fórmula e o selo estavam sob controle, só restava receber o reconhecimento merecido e os louros da vitória. O coronel sabia disso. Carismático como sempre, ele deixou o púlpito e subiu os degraus iniciais para alcançar todas as mãos de cada uma para cumprimentá-lo com vigor e demonstrar o orgulho e a satisfação que sentia pelo trabalho bem feito.

- Preparem o laboratório. Vamos começar a operação. Começando por mim. - Comemorou o oficial.
- Mas... Senhor... É muito perigoso... Principalmente na sua idade. - Sussurrou seu assistente.
- Se não confiasse minha vida neste projeto, não teria sequer começado. - Retrucou com seriedade.
- Muito bem! Vocês escutaram o coronel! Mãos à obra! - Gritou o assistente, com certo nervosismo.



O laboratório estava pronto para recebê-lo. Não era um cômodo gigante. Com paredes acinzentadas de concreto armado, o local possuía uma plataforma metálica presa ao chão, com oito tiras de couro cada extremidade além de alguns aparelhos eletrônicos que mediam as condições do paciente em tempo real. Na lateral esquerda, um armário branco com várias gavetas transparentes onde velhos adesivos informavam o que cada uma guardava. Já na lateral direita, apenas um quadro com vários diagramas e escritas irreconhecíveis para os leigos. Em suma, o local do procedimento parecia um bunker adaptado. Abrindo a pesada porta, Nero se aproximou da equipe médica vestindo apenas um roupão de tecido. Perfilados, os quatro médicos aguardaram seu comandante se deitar para então amarrá-lo com as tiras de couro reforçadas.

Suspirando, o coronel olhou para as duas ampolas que continham dois tipos de líquido: Um arroxeado e o outro totalmente negro, pegajoso. Voltando sua atenção aos companheiros, ele acenou positivamente como se desse a permissão para iniciar a transformação. - Estamos prontos para começar. - Concluiu o coronel. A equipe então se espalhou pela sala, posicionando-se cada um em seu setor de ação. A enfermeira logo começou a conectar os plugs no peito do paciente e a máquina ganhou vida, mostrando os batimentos cardíacos e a pressão em bips eletrônicos. A outra, por sua vez, trazia uma seringa com um líquido límpido e a entregou para o anestesista que se aproximou da artéria do braço esquerdo. - Não. Não vou precisar disso. Preciso sentir a dor. Minha penitência. - Interrompeu o especialista.

A equipe se entreolhou sem saber o que fazer até que o médico-chefe acenou ao anestesista, tudo isso sob os olhos incisivos do coronel. Na verdade, o paciente queria se redimir de toda dor e sacrifício que seus voluntários sentiram, e fazer o procedimento sem o alívio da dor - no final - talvez lhe desse algum alívio emocional. - Iniciando a inserção do selo. - Comandou o médico. Virando-se rapidamente, a enfermeira buscou a ampola com líquido negro e a colocou numa pistola pneumática, entregando a pistola ao médico. A máquina piou, indicando que o coração do coronel acelerara com a aproximação da dor. Nero sentiu o frio do metal na pistola encostar no seu braço, que num estalo agudo injetou o líquido de uma vez.

A reação foi imediata. Debatendo-se de dor, Nero tentou não gritar, mas conseguiu. A dor realmente era insuportável. O líquido negro e pegajoso deslizava sobre sua pele, rasgando as fibras, procurando um local ideal em seu hospedeiro. Subiu pelo braço, passou pelo pescoço fazendo o paciente cuspir sangue, para então se estabilizar no lado esquerdo do peito, logo acima do coração, onde ganhou a forma circular do selo amaldiçoado. Agora, todo seu corpo doía. Ofegante, ele resistiu aos últimos momentos de agonia até começar a sentir a dor passar. O processo tinha sido um sucesso. Agora tinha a marca em seu peito. - O selo foi realizado com sucesso. - Comentou o médico, solicitando que a enfermeira levasse o paciente para a sala de repouso, pois o paciente não aguentaria o teste da segunda substância naquele estado.

"Foi melhor... Do que esperava." - Pensou Nero, feliz por ter sobrevivido ao momento mais difícil do procedimento. Aliviados, a equipe comemorou e logo a enfermeira atravessava a sala até o corredor onde o restante dos médicos aguardava com ansiedade. Confirmando que tudo ocorrera bem, a enfermeira percorreu o corredor e o deixou na sala de repouso onde o libertou das amarras. - Tente dormir. Daqui a pouco continuaremos. - Ela sussurrou com carinho. Obedecendo a moça, Nero tentou relaxar seu corpo dolorido na maca e terminou por cochilar um pouco. Novamente seu sono o levou à Kuon, naquele dia trágico. Por repetidas vezes ele ouvia os suspiros finais de Nami. Seus olhos vidrados no vazio, como se estivesse partindo, mas quando achou que o desfecho seria conhecido, a garotinha abriu os olhos e cuspiu sangue.

Tossindo ela gritou: ACORDE! Do susto Nero acordou e quase caiu da maca. Havia fumaça, fogo e gritos. - Mas o que está acontecendo aqui? - Perguntou-se ao cambalear até a porta, onde a abriu com cuidado e observou com terror o que acontecia. A luz vermelha de alerta estava acesa e vários de seus amigos estavam caídos no chão, completamente ensanguentados. "Estamos sendo atacados!" - Pensou já se esgueirando até o armário onde havia deixado seu uniforme. Silenciosamente, o brilho de seu sabre refletiu a pálida luz da sala de repouso quando alguém abriu a porta. A Lâmina girou e quase encontrou a garganta se seu assistente já ferido por uma kunai encravada em seu braço. - Fomos traídos. Os ninjas da areia estão aqui! - Sussurrou em desespero. Aquelas palavras fizeram o coronel perder qualquer resquício da anestesia.

Puxando o assistente para longe da porta, os dois estavam encurralados. - Precisamos destruir os arquivos. - Sussurrou o coronel, olhando para a entrada de ventilação. Acenando com a cabeça, ele e o assistente puxaram a proteção e subiram através do túnel metálico até a sala dos arquivos. Olhando pelo estreito espaço da grade, Nero verificou que não havia ninguém. Aprumando o corpo rapidamente ele chutou a proteção que foi ao chão ruidosamente. - Rápido. - Comandou seu subordinado. Os dois então desceram até as estantes e com o isqueiro começaram a pôr fogo nos projetos e rascunhos de sua pesquisa, enquanto o assistente destruía os dados do computador. Dirigindo-se até o armário, o oficial apagou o isqueiro e golpeou o vidro com o ombro para buscar as últimas ampolas que o laboratório fabricara.

Toda ação não demorou mais que dois minutos e logo a sala estava em chamas. Tocando no ombro de seu comandado, Nero acenou para que ele fugisse pelo exaustor que ia até o teto. - Mas e o senhor? E o restante da fórmula no cofre? - Indagou o rapaz. Aquela pergunta aparentemente inocente fez o sangue de Nero gelar. Foi por isso que ele mandara o subordinado fugir primeiro. O problema, é que ninguém mais além dele sabia deste cofre e da partícula chave da substância. Um ninja? Um traidor? Nero conseguiu fingir que se lembrara do cofre e entregou os frascos para seu assistente. Caminhando entre as estantes fumegantes, ele alcançou o cofre que ficava atrás do extintor de incêndio quando bebeu o líquido do frasco que havia retirado da sorrateiramente antes de entregá-los ao assistente. - Agora não importa quem você é. Sei que vou destrui-lo! - Gritou furioso quando a energia explodiu em seu corpo.

O selo em seu peito ativou no mesmo momento aumentando suas raízes triangulares numa pintura bizarra que marcou a metade esquerda de seu peito, pescoço e rosto. Atônito por ter sido descoberto, o ninja desfez o henge e se mostrou. Com o uniforme característico de Suna, o ninja sorriu para o que vira como se soubesse onde aquilo iria terminar. - Koran está morto e agora seu projeto será nosso. Por bem ou por mal. - Disse o ninja, referindo-se ao Daymio. Aquela notícia o pegou desprevenido. Será que Suna resolveu agir por conta própria? Será que aquilo era tudo mentira para provocá-lo? Não importava. Nero e sua fúria atravessou o espaço entre eles em milésimos de segundo. Tão rápido que o ninja não pôde sequer esboçar defesa. O soco o atingiu no peito e fez seu corpo atravessar a fraca parede de madeira para se chocar com força no concreto da parede externa.

Nesse momento, outros sunanins ressurgiram em rápidos shunshins. Suas armas manchadas de sangue, eles convergiram para o coronel transformado, mas logo foram rechaçados um a um de maneira brutal e violenta. Braços, pernas, cabeças... Arrancados e quebrados sob o ambiente em chamas. Logo, o silêncio indicou que a luta terminara. "Tenho que sair daqui para que não cheguem reforços." - Pensou ao tentar controlar a energia novamente. A tatuagem então começou a regredir vagarosamente até que se resumiu apenas ao selo em seu peito. Então, pegando o rapidamente o que restara da pesquisa nas mãos dos ninjas, ele abriu o cofre e buscou a chave da substância para então sumir no exaustor no teto até chegar à superfície onde se misturou a centenas de curiosos que assistiam o galpão em chamas.

- Voltarei um dia. E quando voltar, a capital arderá também. Mas primeiro farei uma visita à Suna e descobrirei quem me traiu. - Sussurrou ao atravessar os portões da cidade e ganhar o deserto na escuridão.  

Ai esta Suna, está em todo o lugar a maldita! Ótemo Filler! Continuas a mostrar o passado de Nero, explicando muitas coisas sobre a personalidade e vida atual do teu anti-vilão! Espero que o Daisuke continue a servi-lo por mais tempo e até cumpra os seus desejos. Sim, Suna deve realmente pagar pelas suas atrocidades!

Continua ^^

Os planos de Nero foram queimados novamente, sendo que ele ainda conseguiu sair com boa parte da pesquisa sem contar com ele inteiro. Como ele detém o selo e a formula dentro de si daria para continuar mesmo assim. Fiquei curioso para saber se realmente é Suna que o atacou e se o Kazekage tem algo haver com isso, pois de certa forma o Nero queria acabar com o mundo shinobi, tomando assim o exercito o lugar das forças shinobis na proteção do país. Vou ler o próximo filler para saber se o Daisuke vai voltar a dar as caras, ele está igual o Yamato que foi deixado de lado por um bom tempo
 

Força na Historia!!!