Nevoeiro. Típico na região de Kirigakure. Um véu tapava a visão na rota dos comerciantes.
É uma estrada estreita, podia-se dizer que era mais um trilho. As árvores abundavam em redor, provocando pânico para aquele que não se sente bem em ambientes fechados. Tinha um efeito claustrofóbico nas pessoas que utilizavam esta rota para transportar materiais e bens entre as aldeias rurais e a cidade. Devido a isto era um alvo muito apetitoso para os bandidos.
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Porém... Havia algo que se destacava no chão. Várias marcas de pés humanos, em vez de qualquer animal quadrúpede e a sua carroça. O chão húmido acentuava ainda mais as pegadas. Eram mais profundas que o normal. Típico de alguém que está agitado, tenso. As pegadas pesadas afundavam a terra.
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Onde é que ele está?! Procurem-no! Quero voltar e ter dinheiro para o meu rámen! -- Disse uma voz rouca, que emanava experiência.
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Não o encontro em lado nenhum, chefe! Não consigo ver nada pela porra do nevoeiro! -- A voz agitada e com medo de um jovem inexperiente.
De facto, de roda dos quatro indivíduos que foram parar àquela mesma estrada, estava um nevoeiro ainda mais intenso do que o normal. Não se via literalmente nada. Mesclando com o ambiente claustrofóbico da rota comercial, cria-se aflição, medo, pânico entre os quatro ninjas.
Eles traziam roupas diferentes da que podemos ver em Kirigakure. Via-se que não eram da região. Estrangeiros. E as pessoas dos campos de Kirigakure geralmente não apreciam esta gente.
Não se via muito bem como eram os seus trajes, mas uma coisa era certa... Tinham uma cor laranja gritante, inconveniente para alguém que quisesse ser discreto. Era como se estivessem a gritar "Matem-me!".
Ao olharem incansavelmente para o mato, tentando procurar o seu alvo, quebra-se o silêncio. As aves começam a fugir, o que causa um sinal de alerta.
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Ele está a-hurgh...! -- Uma kunai que lhe atravessou o pescoço impediu-o de dizer onde estava o tão desejado alvo.
O ninja rouco, experiente, que estava encarregue do pequeno grupo, virou-se para a sua retaguarda, e deparou-se a ver o seu colega a agarrar intensivamente o seu pescoço, com ambas as mãos, enquanto que esvaziava-se de sangue.
Rapidamente caiu nos seus joelhos, e lá conseguiu tirar a kunai que perfurou a sua pele e posteriormente a sua artéria carótida. Para o seu azar, apenas o ajudou a cair mais depressa sobre o seu corpo, sem vida.
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Não! Hirochi! -- Os olhos do "capitão" encheram-se de medo e agonia, levando a sua experiência em combate em vão, ao ver o seu protegido morrer perante dele.
No fundo ouvia-se risos. Quase demónicos, animalescos. Era uma hiena a observar as suas presas indefesas.
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Deixa-o! Vamos voltar para a base! -- Disse o ninja mais jovem, com a sua voz a quebrar-se com o pânico.
Logo imediatamente começou a correr para sul, seguindo o caminho.
- Não! Eu ordeno-te que fiques! Ele tem que sair do seu esconderijo! -- Disse o chefe.
Ignorando as ordens do seu superior, continuou a correr o mais rápido que podia. Ao desaparecer no nevoeiro, cada vez menos se ouvia os seus passos, e de repente... Silêncio.
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Takeshi! Volta imediatamente!O chefe aguardou a resposta, mas ficou por ouvi-la. Porém quebrou-se o silêncio segundos depois. Eram gritos. Gritos de dor pura, agonia. Como se estivesse a ser torturado. À distância apenas se conseguia ouvir os tecidos corporais a serem rasgados, constantemente.
Depois... Cessava-se o barulho, e novamente o silêncio reinava aquele pequeno cantinho do inferno.
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Raios! Eu disse-lhe para ficar! Ken, o que devemos de fazer?Antes de sequer falar, um grande corpo de água aparecia por detrás. Rápidamente se reparava que era Shin.
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Atrás de ti! -- Exclamou o chefe, ao rapidamente retirar a sua espada que se encontrava escondida debaixo da grande capa laranja.
Mas ao mesmo tempo que dizia isto, Shin já tinha tirado uma kunai da sua bolsa (contendo 5, faltado 1 depois de ter sido utilizado), arremessando contra o frágil tendão de aquiles do jovem Ken.
Ao ter de cair sobre o joelho da perna que foi atingida, Ken estava numa posição delicada.
Shin dirigia-se lentamente para ele, estando Ken de costas voltadas. À medida que andava retirava mais uma kunai.
- Não te mexas senão rebento-te com as tripas! -- Disse o velho chefe. A sua rouca voz ficava cada vez mais rouca. Tinha cabelos já grisalhos. Rapou o cabelo há pouco tempo. A sua capa laranja tapava grande parte do seu traje, e por isso o que se podia ver do que estava a vestir era umas calças e botas da cor do carvão, espessas para oferecer alguma espécie de defesa contra armas penetrantes.
Shin apenas soltava mais um daqueles risos fora do controlo. Os seus olhos azuis escuros, esbugalhados, transmitiam uma sensação de medo ao olhar para eles. Estava completamente fora de si. Agarrou com a sua mão direita, coberta por bandagens, o longo cabelo vermelho de Ken, e com a outra, com kunai em sua posse, encostou-a contra o pescoço. Uma rajada de sangue saltava para cima do velho, assim que a lâmina extra afiada da kunai cortava o pescoço de um lado para o outro.
À medida que o corpo inanimado caía para a sua direita, a espada ficava visível. Shin lentamente retirou-a com a mão direita e apontou-a para o velho.
O velho rapidamente reagiu, optando por fazer um corte vertical para atingir o ombro direito. Ao fechar os seus olhos, e a baixar a espada com toda a sua força, tudo o que ele atingiu foi água, e tudo o que depois ouviu foi a sua fraca armadura a ser perfurada. Ao olhar para baixo, viu uma lâmina ensaguentada que o atravessou sem piedade.
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Eu morrerei, mas alguém irá te abater como um cão no meu lugar. -- E assim foram as suas últimas palavras para Shin.
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Esperarei por esse dia, mas enquanto não vier, viverei para assistir a outro nascer do Sol.Sem qualquer remorso, Shin procurou os bolsos da sua grande capa laranja gritante, e retirou um papel dobrado. Ao desdobrar, começou a ler.
Depois do fracasso da outra vez, o nosso cliente quer novamente o Shin, mas há uma condição. Ele quer o Shin morto.
Escolhe três elementos à tua escolha. A última vez que o miúdo foi avistado foi no posto da guarda a cinco quilómetros de Kiri.
Incumprimento deste contracto terá como punição a morte.-YAo rasgar o papel, Shin decidiu virar-se para norte e seguir o caminho para Kiri. O tempo que Shin demorou a ler o papel foi o suficiente para o velho assassino morrer. Shin, sem qualquer reacção ao que sucedeu, saiu do campo de batalha.
E assim o nevoeiro começou a desaparecer.
Já perto de Kiri, o ambiente era diferente. Perto do meio-dia, já não havia nevoeiro, o céu não estava tão nublado, parecia um dia com bom tempo.
Shin começara a cair em si. As mortes daqueles indivíduos começaram a moer-lhe por dentro. Caira sobre si uma dor de cabeça intensa, como se uma armadilha de urso estivesse a apertar a cabeça com uma força estonteante. As suas passadas começavam a ser desiguais, e Shin começava a andar de um lado para outro. Não parava de pensar que alguém o queria ver morto. A luz da sanidade apagou-se abruptamente pouco depois de ter acendido. Os calores e as tonturas começavam a aparecer. Deu um passo em falso e... caiu sobre o seu braço esquerdo. Shin começou a fechar os olhos... lentamente... lentamente... E um buraco negro consumiu a sua mente.
Nevoeiro.
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Bem... Finalmente meti o meu primeiro filler... Pessoalmente não gostei lá muito, parece mais um treino, no sentido demónico claro
mas enfim... Fiz logo após um teste que fiz e foi a melhor introdução que fiz... Mas não se preocupem que não estou a pensar em fazer do Shin apenas numa personagem que mata... O próximo filler vai ser mesmo para adicionar mais personagens. Já criei aqui uma base com um grupo de
killers for hire e creio que já dá para construir qualquer coisita de jeito com isto. Não explorei minimamente os aspetos físico e psicológico no Shin, mas acho que faço um melhor trabalho no próximo.
Por fim, peço que sejam críticos e digam-me o que deveria e não deveria ter feito. Não fiquei muito contente com o que fiz aqui, mas aposto que irei fazer qualquer coisa de jeito após os exames nacionais, já que a minha cabeça só está focada nelas neste momento.