Estava tudo escuro, apenas uns olhos bem brilhantes se encontravam ao fundo da sala. Tudo permanecia quieto e o silêncio incomodava. O silêncio não era interrompido nem por nada, nem se ouvia aquela pessoa de olhos brilhantes a respirar. As paredes estava húmidas, e ao mesmo tempo que estavam húmidas estavam quentes, tingidas de sangue. A única luz que ali entrava era a luz da lua, que por vezes dava sinal da sua graça. Nessa oportunidade conseguia-se ver pouco traços daquele homem. Um rosto fino, uma expressão fechada com a mão sempre pousada no queixo.

Passado alguns segundos o silencioso foi interrompido, aquele silencioso assustador deu lugar a um som pequeno de passos. Um pé após outro, o som começava a ficar mais forte. Aquele que ali estava sentado, na poltrona, de rosto fino continuava com a mesma expressão - Uma expressão fechada e pouco se importava de saber que alguém se aproximava. Os passos começavam a ficar mais fortes, cada vez mais fortes, mas não interessava para aquele que ali estava sentado. Não trocava a sua postura desleixada por nada e continuava ali com uma perna sobre o braço da poltrona e o tronco caído para trás. Com a mão ligeiramente a segurar o queixo fino. Mais um raio da luz lunar, mais informação sobre aquele que ali sentava. Os seus olhos eram completamente negros, e a sua pele o contrário dos olhos - Uma pele branca como a cal.

- Até que em fim. - Comentou aquele que estava sentado ao sentir que o que se aproximava tinha chegado finalmente ao seu encontro. Do nada todas as luzes ligaram como por magia, as tochas que estavam nas paredes rapidamente ganharam energia inexplicável e começaram arder. As paredes, que outrora tinham sido negras estavam vermelhas, o sangue escorria pelas paredes. A sala era todo constituida por apenas uma janela e uma poltrona com acabamentos em vermelho e detalhes em ouro. Apenas isso que constituía aquela sala enorme. - Seja bem vindo, Yamanaka. - O que confrontava aquele que já lá estava tinha o cabelo acastanhado, um cabelo longo até aos seus membros inferiores. Uns olhos cerrados e sérios. Era Santa Yamanaka. Santa estalou todos os dedos da mão, estalou o pescoço e olhou fixo para o seu adversário.

- Obrigado. Hideaki. - Quem é que era Hideaki? Sim era aquele que ali estava sentado na poltrona. Com um cabelo curto negro, negro como aquela sala era anteriormente. O seu rosto tinha varias cicatrizes. O seu rosto castigado era fino, fino como todo o seu corpo. Os olhos continuavam no negro, mas eram os olhos com uma magia que se conseguia ver pouco nos dias de hoje. Na sua testa estava a bandana de Otogakure, porém esta estava com um risco bem de um lado a outro. Era nunkenin.

A história de Hideaki tinha sido complicada, complicada desde o início. O seu começo na jornada shinobi começou pelas mãos de um antigo "dono" de Otogakure - Orochimaru. Sim Orochimaru pegou em Hideaki, um antigo orfão, que estava abandonado em Konoha e lançou-o para Otogakure, onde lhe ensinou de tudo na troca de alguns favores. Hideaki foi mais uma experiência de Orochimaru tudo por um simples motivo, aquele que ali estava sentado perante Santa Yamanaka tinha algo que era raro nos dias de hoje: Akagan. A fragilidade anormal de Hideaki tinha despertado o interesse em Orochimaru, e comprovou-se. Desde esses dias aquele que ali estava era fiel ao seu amo, aquele que lhe proporcionou possibilidade de evoluir em troca de "quase" a sua alma, ou seja, o seu poder. Quando Otogakure fugiu das mãos de Orochimaru muitas experiências conseguiram a sua liberdade, Hideaki continuou fiel.

- Nem penses. - Afirmou Hideaki ainda sentado naquela cadeira numa postura que apesar de ser desconfortável ele não se mexia nem um bocado. - Tu e eu, todos que conhecem o pequeno, sabemos o que ele é. Não podemos fugir as origens dele. - Continuou a discursar Hideaki com um sorriso malicioso na cara. Santa Yamanaka dobrou os seus joelhos e esticou as suas mãos.

A batalha estava para começar.