O Magnífico achava-se no seu escritório, no andar mais alto do banco dos shinobi. O sol brilhava, como todos os dias desde há séculos sobre as terras áridas do País do Vento. O edíficio envidraçado reluzia ao sol como um pilar dourado, abrindo um furo no céu, visto de qualquer ponto do deserto. O selo de cor escarlate sobre a sua porta parecia arder contra a parede branca. O sol que entrava pela janela iluminava a sala totalmente branca.
Sentiu uma perturbação. Não olhou para ver, mas subitamente o ar tomou um sabor diferente no seu palato. 

- Kyo-san? - inquiriu, sem levantar os olhos do papel que lia.
A imagem de cores distorcidas olhava-o do outro lado da sala, com o Sharingan a brilhar.
- Magnífico. - cumprimentou a imagem, curvando ligeiramente a cabeça - chegaremos dentro de um dia a Kirigakure.
O Magnífico levantou os olhos do papel para o fitar, desta vez.
- Presumo que o senhor feudal não tenha pago as dívidas de Kiri, desta vez - constatou, vendo que o Uchiha acenava positivamente com a cabeça. - Muito bem, Sangue será, então?
- É o preço justo, Magnífico - respondeu o Uchiha com certeza - três dos Genins serão levados para o Banco até que Kirigakure pague a sua dívida. 
O Magnífico levantou o braço para o silenciar, não precisava que lhe explicassem o procedimento, ele conhecia-o melhor do que ninguém. 
- Faz o que tens a fazer, cobra a dívida pelo preço justo, nem mais, nem menos.
- Ouro, trabalho e sangue. - disse o Uchiha, curvando a cabeça de novo.
- Ouro, trabalho e sangue. - respondeu o homem chamado de Magnífico, enquanto a imagem do seu subordinado desaparecia.

Bateram à sua porta num tom frenético. Achou estranho, era por demais invulgar alguém incomodá-lo àquela hora, muito menos naquele tom. A sua mão retesou-se e todo o seu corpo se revolveu, como uma serpente à espera de atacar.
- Entre. - ordenou em tom calmo. Um rapaz novo entrou de rompante. Não sabia o seu nome, apenas que era um dos que trabalhava no piso terreno. A sua face ruborizada mostrava preocupação.
- Magnífico! - bradou - Há shinobi, no portão, cinco!
- Shinobi? - inquiriu, franzindo as sobrancelhas.
- Cinco! - repetiu o rapaz - cremos que são os pais dos cinco Genins que foram trazidos a semana passada de Iwagakure - não sabemos se estão com a autorização do Tsuchikage ou não!
O Magnífico acenou em compreensão. Na verdade, todo o seu ser parecia vibrar em êxtase, afinal de contas embora não fosse um adepto do combate, os velhos hábitos tinham dificuldade em abandoná-lo. Caminhou até à enorme secretária no centro da sala e premiu um botão sob o tampo. A secretária abriu-se e uma katana brilhou, espalhando a sua radiância pela sala já bem iluminada. Sentiu-lhe o punho e correu os dedos pela lâmina, sentindo o seu peso, o seu brilho metálico, negra de gume branco. Quase o arrepiou o seu toque frio. Passou pelo rapaz enquanto se encaminhava para o andar do fundo. 
- Espera por mim na entrada - ordenou, enquanto descia.

Não passaram dez minutos desde que o rapaz chegara ao hall, quando as grandes portas envidraçadas se abriram e o Magnífico entrou. A sua katana de gume negro brilhava tanto como quando saíra do escritório e não parecia ter sido usada. O rapaz olhava para o chão, sentindo o banqueiro aproximar-se. 
- Como te chamas, rapaz?
- Yasuo... senhor.
O Magnífico sorriu.
- Yasuo, posso-te pedir um favor? Arranja mais dois funcionários da limpeza e livrem-se daquela confusão lá fora, sim? - pediu ele com um sorriso, antes de se encaminhar para cima.
- Mas Magnífico, o que aconteceu? 
- Eles não queriam ser razoáveis de início - respondeu o banqueiro - mas eu sou muito persuasivo. - Concluiu sorrindo.
O rapaz assentiu e antes que pedisse, um homem e uma mulher estavam ao seu lado, a caminho da porta. Mal a atravessou, o jovem Shinobi não conseguiu conter o vómito. Quatro dos ninjas estavam mortos, trespassados por armas, carbonizados, esmagados. O quinto homem esvaía-se em sangue ali perto. Yasuo observou os corpos a destilar sobre a areia fumegante, enquanto o seu sangue se infiltrava rapidamente pelo chão abaixo. O cenário era estranho. A quantidade de armas usadas, as posições em que se achavam, demasiado próximos uns dos outros, como se ainda segurassem as suas armas. A verdade tornou-se subitamente óbvia. 
"Ele não os matou, eles mataram-se uns aos outros, mas... porquê?"
Olhou para cima, vendo o sol do meio-dia brilhar sobre o edifício, como se a sua visão pudesse alcançar a janela do escritório onde tudo começara. 

"O que raio se passa neste Banco?"



Hikaru acordava cedo com um safanão da sua sensei. Riku e Kayrie pareciam também eles sonolentos e confusos, mas arrumavam todas as suas coisas silenciosamente. Inohana tapava-lhe a boca enquanto lhe mostrava um papel.
"Não fales, estamos a ser ouvidos e a janela está a ser vigiada".
Inohana olhou para eles como Hikaru nunca a tinha visto fazer. Não havia medo nos olhos dela, mas a convicção parecida arder como fogo atrás deles. Retirou um novo pergaminho do bolso e escreveu rapidamente, antes de o virar para eles.
"É possível que tenhamos guardas por baixo. Esta missão é agora rank A, temos de chegar a Kirigakure antes deles, custe o que custar".

Os três Genins entreolharam-se, silenciosos mas assustados. As pessoas morriam em missões de rank A, mas por detrás do temor havia algo mais. Entusiasmo, os três estavam radiantes por finalmente poder fazer a diferença nalguma coisa. Inohana já escrevinhava outro papel.
"Hikaru e Riku, criem clones e façam-nos ir até à casa de banho ao fundo do corredor à direita. Há apenas dois guardas do lado de fora da porta, um deles seguirá definitivamente os clones. Eu e Kayrie também sairemos para ir à casa de banho, mas sem dúvida que o guarda virá verificar o quarto antes de nos seguir. Disfarcem-se de objectos que não dêem demasiado nas vistas e esperem pela distracção. Quando ouvirem gritos lá fora corram para o telhado e encontramo-nos lá."

Hikaru cruzou as mãos num selo. Criou um clone de corvos enquanto Riku fazia um clone para si mesmo. Os clones saíram pela porta silenciosamente, cumprimentando os guardas de forma audível. Kayrie contou aquele que parecia ser o minuto mais longo da sua vida, antes de se encaminhar com Inohana para a casa de banho do lado oposto do corredor. Os dois rapazes transformaram-se em almofadas, após colocar as suas dentro de um armário próximo.
Como a sensei previra, o guarda entrou no quarto e observou. Espreitou para debaixo das camas de dossel do luxuoso palácio, mas não se podia dar ao luxo de perder mais tempo. Saiu da sala, fechando a porta atrás de si. 
Riku e Hikaru transformaram-se de volta e observaram a janela cuidadosamente. Uma flecha de fogo saltou da janela da casa de banho para uma árvore do jardim arenoso. Houve gritos e os guardas que guardavam a janela juntaram-se à multidão, dando aos Genins o tempo que precisavam.

Saltaram da janela para a parede e correram até ao telhado, onde Inohana e Kayrie os esperavam. A um acenar da sensei, os jovens genins correram entre a gritaria e saltaram para o mar da parede mais afastada. Emergiram segundos depois, colocando-se sob o mar calmo e desataram numa corrida controlada, em direcção a Kirigakure. 
- Sensei, isto não irá prejudicar as nossas relações com o Senhor Feudal? - inquiriu Hikaru preocupado.
- É possível, mas improvável - disse Inohana sorrindo - deixei uma carta para ser entregue ao Daymio em pessoa para explicar o que se passava e porque tivemos de sair à pressa. Além disso, Kirigakure tem o único exército que o País das Ondas possui e não é algo que se possa ofender de ânimo leve - explicou enquanto corriam.
O relógio estava a contar, tinham apenas algumas horas para se adiantarem.




O Mizukage passeava incessantemente no seu escritório. O gavião que Hikaru mandara chegara apenas há algumas horas e no entanto, no seu âmago, sabia que algo não batia certo. A verdade é que não esperara que o Daymio pagasse a dívida de Kirigakure e já se preparara para o pior. Conhecia o senhor feudal desde jovem, sabia que era um líder justo e misericordioso, longe da arrogância opulenta de que às vezes acusavam os nobres. E era precisamente por o considerar justo que duvidava que pagasse a dívida. 
"A dívida está paga, voltamos mal seja possível." - a frase não o confortava de todo. Não era característico de Inohana, as suas comunicações usavam por norma o menor número de palavras possível. Se a dívida estava paga, era evidente que iam a caminho...

Bateram à porta do seu gabinete freneticamente. 
- Mizukage-sama! - um Chuunin entrou de repente, escolhera-o porque era dos poucos ninjas da vila que assinara o contrato com golfinhos e era dos mais fiéis a Kirigakure - pus os meus golfinhos a patrulhar como instruído, senhor. - informou sofregamente - há seis ninjas a caminho a menos de seis horas de distância! Estarão aqui de manhã!
Okashii parou de andar, engolindo em seco. Riku, Kayrie, Inohana e Hikaru eram apenas quatro e não seis.
- Reúne os Jounins e acorda os Conselheiros, temos um problema.

Desculpa, mas o final foi tão... ahah (KUCHYOSE DE GOLFINHOS ).

Falando mais a sério, como sempre sou, a tua trama fica mais interessante a cada Filler. O Magnífico Vilão, até agora age como um vilão, parece ser mesmo brutal. Daqueles "gentleman" que pedem delicadamente às outras pessoas para que se matem entre si. Quite awesome I must say, sir.

Gostei, ainda apoio a causa de fazeres Filler`s de 2000 palavras. Terei de arranjar mais pessoas para aderirem à minha causa?

Continua ^^

A divida está a se paga pelo sangue, pelo visto o Magnífico vai atrás de sua divida com alguns juros. Ele tem uma habilidade bem especial para conseguir fazer os homens um matar o outro, mais um personagem forte e marcante para sua historia. Pelo jeito o Mizukage terá que ceder um de seus shinobis para pagar a divida da vila, caso contrario pode acabar por fortalecer seus inimigos além de ganhar a inimizade do Banco. O que a Sensei está a pensar em fazer para salvar de alguma forma sua vila para não perder ninguém para o banco? Vou esperar pelo restante da historia para saber seu desfecho.
 

Força na Historia!!! 

Isto vai ficando cada vez mais interessante. O Magnífico cheira-me que tem alguma grande aptidão em genjutsu, até talvez um certo doujutsu, pela cena que acabei de ler. Continua!

P.S: Não pude evitar rir da Kuchyose de golfinhos, simplesmente, não dava para conter

Tio Tsu escreveu:

Desculpa, mas o final foi tão... ahah (KUCHYOSE DE GOLFINHOS ).

Falando mais a sério, como sempre sou, a tua trama fica mais interessante a cada Filler. O Magnífico Vilão, até agora age como um vilão, parece ser mesmo brutal. Daqueles "gentleman" que pedem delicadamente às outras pessoas para que se matem entre si. Quite awesome I must say, sir.

Gostei, ainda apoio a causa de fazeres Filler`s de 2000 palavras. Terei de arranjar mais pessoas para aderirem à minha causa?

Continua ^^

Fogo eu estou-me a esforçar, este já tinha 1600  é a ideia para ele, lixar os outros com toda a classe e mais alguma, nível acima de tudo ^^

Quanto aos golfinhos que toda a gente adorou, 

Obrigado por leres Tsu

Bruno Moraes escreveu:

A divida está a se paga pelo sangue, pelo visto o Magnífico vai atrás de sua divida com alguns juros. Ele tem uma habilidade bem especial para conseguir fazer os homens um matar o outro, mais um personagem forte e marcante para sua historia. Pelo jeito o Mizukage terá que ceder um de seus shinobis para pagar a divida da vila, caso contrario pode acabar por fortalecer seus inimigos além de ganhar a inimizade do Banco. O que a Sensei está a pensar em fazer para salvar de alguma forma sua vila para não perder ninguém para o banco? Vou esperar pelo restante da historia para saber seu desfecho.
 

Força na Historia!!! 

É bom saber que estás a gostar, já andava com vontade de escrever um jogo político deste género há algum tempo, fico feliz por estares a gostar e vou tentar postar o próximo em breve ^^

BigBoss escreveu:

Isto vai ficando cada vez mais interessante. O Magnífico cheira-me que tem alguma grande aptidão em genjutsu, até talvez um certo doujutsu, pela cena que acabei de ler. Continua!

P.S: Não pude evitar rir da Kuchyose de golfinhos, simplesmente, não dava para conter

Pensei que alguém fosse dizer isso, mas a história que planeei tem uma base algo diferente, não foi nem Geass nem Mangekyous maradas, mas se queres mesmo saber... keep reading :b

Obrigado pelos comentários malta, assim vale a pena (:

Acabei de ler todos os teus fillers e eles têm sido muito interessantes, gostei muito deles. Isto dos jogos políticos é lixado  parece que mais vilas tiveram de pagar as suas dividas recentemente. O Magnífico parece deveras uma pessoa muito poderosa, capaz de enganar os inimigos a matarem-se uns aos outros... Isso deixa muita curiosidade sobre as habilidade que terá (ou será que ele é muito bom na arte da fala? ). Fico a espera do próximo filler, continua

Ah, gosto disso de mandar os outros matarem-se. Muita classe, de facto.
E não foi o Geass? Que desilusão. Estava à espera que o Selim entrasse por ali dentro e houvesse uma batalha de Geass contra Geass. Batalha épica

Engraçado que me deu um feeling daquela missão do Naruto que era suposto ser simples e acabaram por encontrar o Zabuza. Não que seja igual, mas pela coisa de ser simples e virar um rank bem superior ao que era suposto

Também me ri com a kuchiyose de golfinhos. Imaginar aquilo numa batalha... Ahahahah

Vá, continua que quero saber o que se segue o/

XtremeJN escreveu:

Acabei de ler todos os teus fillers e eles têm sido muito interessantes, gostei muito deles. Isto dos jogos políticos é lixado  parece que mais vilas tiveram de pagar as suas dividas recentemente. O Magnífico parece deveras uma pessoa muito poderosa, capaz de enganar os inimigos a matarem-se uns aos outros... Isso deixa muita curiosidade sobre as habilidade que terá (ou será que ele é muito bom na arte da fala? ). Fico a espera do próximo filler, continua

Fico feliz por teres gostado, foste até agora o que esteve mais próximo, não é bem arte da fala mas algo parecido, digamos que como todos os banqueiros ele é bom a negociar 

Obrigado por leres ^^ 

Shibiusa escreveu:

Ah, gosto disso de mandar os outros matarem-se. Muita classe, de facto.
E não foi o Geass? Que desilusão. Estava à espera que o Selim entrasse por ali dentro e houvesse uma batalha de Geass contra Geass. Batalha épica

Engraçado que me deu um feeling daquela missão do Naruto que era suposto ser simples e acabaram por encontrar o Zabuza. Não que seja igual, mas pela coisa de ser simples e virar um rank bem superior ao que era suposto

Também me ri com a kuchiyose de golfinhos. Imaginar aquilo numa batalha... Ahahahah

Vá, continua que quero saber o que se segue o/

Não percebi porque é que toda a gente assumiu que era Genjutsu  Tenho medo de ter dado demasiado ênfase à parte da missão, só queria que a "fuga" fosse de alguma forma interessante, daí a parte do subir de rank porque não tenciono meter grandes aventuras até ao fim da missão, o que vem a seguir é que vai ser mel :b

Obrigado por leres

Está muito bem escrito, está intrigante isso do Maginifico e já se percebeu que vem por aí capitulos sádicos. Gostava de saber como ele fez para meter os gajos a matarem-se uns aos outros.

Vou continuar a seguir