F25 - Vómitos e Raposas

A vista da Aldeia da Fumaça até que podia ser interessante e bonita de se apreciar, não fossem os inúmeros destroços e incontáveis ruínas que preenchiam aquele local com uma aura de morte e desespero. No entanto, tal cenário não parecia incomodar a Senju, mostrando-se calma e confiante na sua tarefa de transportar Takeshi. Voaram mais alguns metros, parando sobre um círculo de pedras suficientemente grande para um bijuu estar dentro e acomodado. A Niji no washi iniciou então uma descida lenta, aterrando meticulosamente no centro do círculo. Com um último bater de asas, uma fina camada de poeira que se elevou e dissipou no ar rápido o suficiente para não incomodar nenhum dos dois viajantes. Takeshi deixou-se cair do dorso da águia de jóias, debruçando-se para vomitar grande parte do seu almoço:
- Diz-me que não vamos voltar a andar naquela cena brilhante. - balbuciou enquanto longos fios de babas caíam dos seus lábios para a terra, criando focos reduzidos de uma pasta acastanhada.
Ao ver o seu passageiro em tal estado, Mitsuki correu em seu auxílio, ajoelhando-se ao seu lado:
- Toma uma pílula destas. Vais sentir-te melhor rapidamente. - disse estendendo-lhe a mão com um pequeno comprimido verde, porém pouco opaco. O Uchiha lançou-lhe um olhar desconfiado, não sabendo se podia confiar em tal droga. Mitsuki suspirou, mantendo a mão estendida - Não, isto não te vai matar ou intoxicar ou adormecer-te. É apenas uma mistura de folhas de menta e alguns anti-ácidos. Toma isto e vais-te sentir muito melhor rapidamente. Sou médica, logo sei do que falo.
Takeshi manteve a sua postura de desconfiado, embora a baba continuasse a escorrer pela sua boca e a cada puxadela para cima, esta trazia um gosto amargo para as suas papilas gustativas. Por fim e a custo, o Uchiha aceitou o pequeno comprimido, engolindo-o. Mastigou o sabor algum tempo, antes de se levantar com um sorriso frágil nos lábios:
- Sabe a menta. Erm...Obrigado Mitsuki. - disse-lhe pegando-lhe na mão.
As bochechas da Senju pigmentaram-se de uma ligeira tonalidade avermelhada. Quando deu por si, sentia toda a cara a arder e o seu olhar fixava-se nas duas mãos. Atabalhoadamente levantou-se, limpando o pó das suas calças:
- Hum, sim, pois, claro...Eu, sim, oh sem problema! Bom, erm...Bom, temos que ir - engasgou-se entre as palavras. De repente, fez um movimento com a cabeça, como que se uma dor de cabeça lhe tivesse acabado de dar uma pontada - Temos que ir, Kurotsai-sama odeia atrasos. - e a sua face voltou à expressão calma. Virou-se e caminhou para junto da ave, enquanto Takeshi se recompunha e a seguia:
- Bem, e agora? - perguntou olhando à sua volta.
A jovem não lhe deu resposta. Em vez disso estendeu os braços e murmurou:
- Ōpun.
As pedras que formavam o círculo começaram a tremer, elevando-se cerca de 50 cm do chão e começando a girar furiosamente. Só alguém burro tentaria passar para fora daquele círculo, sendo despedaçado com tamanha força e velocidade. O som de engrenagens fez-se ecoar pela zona, chamando a atenção de Takeshi, porém este não se atreveu a perguntar e sim a aguardar para que algo acontecesse. Não demorou até o seu desejo se cumprir. A parte interior do círculo (onde se encontravam) começou a descer. O jovem Konohanin estudava tudo o que se passava à sua volta, enquanto paredes de pura rocha erguiam-se em volta do círculo. Aos poucos e poucos, a saída não passava de um buraco com não mais que um metro de diâmetro enquanto que, abaixo deles, luzes começavam a surgir em rebordo das falhas que eram formadas entre o espaço que separava o elevador natural das paredes rochosas. Isso indicava que estavam perto da paragem. Breves momentos depois a descida abrandou, revelando um túnel luminoso que se estendia alguns metros até se abrir num novo espaço que, infelizmente, Takeshi não conseguia distinguir àquela distância. Mitsuki deu alguns passos em frente, entrando no túnel:
- Estás dispensada, Rubi. - proferiu à ave. A águia baixou a cabeça em sinal de respeito enquanto o seu corpo separava-se em milhares de jóias, subindo rapidamente para fora do buraco - Vamos, segue-me. Não fales com ninguém nem toques em nada.
O Uchiha sentia-se como uma criança ao ser tratado como tal:
- Eu sei-me comportar. - resmungou, seguindo a Senju um tanto que amuado. Por curiosidade olhou para trás, surpreendendo-se ao encontrar nada mais que uma parede - Não devia estar ali a saída?
Mitsuki não se deu ao trabalho de olhar para o que o rapaz falava, sabendo perfeitamente ao que ele se referia:
- O sutōnsākuru é apenas para entradas oficiais. Há outras mais entradas, porém só há uma saída comum. As restantes são secretas, até para mim. Agora continuemos. - as palavras saíam-lhe da boca de uma forma seca e ríspida algo que, aos olhos de Takeshi, não parecia estar de acordo com a sua aparência e personalidade afável.
Quando Takeshi finalmente se virou para a frente a sua boca abriu-se com um engasgo. Há sua frente estendia-se um enorme jardim botânico que fazia o melhor dos melhores jardins à superfície parecer um canteirozeco num quintal. A erva era de certeza a mais verde que o Uchiha alguma vez vira e o cheiro a flores e a relva fresca preenchia grande parte daquele espaço. Cerca de uma dúzia de pavões albinos recostavam-se á sombra de um Salgueiro-Chorão que, por sua vez, debruçava os seus longos ramos por cima de uma lago de água limpa e reluzente. Todo o teto que cobria tal área verdejante estava aberto vários metros para cima, terminando numa claraboia gigante, dando luz natural (e alguma artificial) ao jardim:
- Como é possível terem algo desta dimensão e grandiosidade com uma claraboia que acaba ao nível do solo sem ninguém alguma vez ter reparado?! - perguntou, curioso.
Finalmente um sorriso brotou dos lábios da jovem de cabelos escarlate. Provavelmente falar de Natureza invocava o seu lado bondoso:
- Temos olhos e ouvidos em toda a área envolvente à base logo, não é preciso escondermos a cúpula. Nós sabemos quem entra e quem sai.
O Uchiha ergueu uma sobrancelha:
- Pois e o que é que isso quer dizer mesmo o quê? É uma cúpula de vidro com uns bons metros a nascer do solo?
Mitsuki levou a mão à cara e abanou a cabeça em reprovação:
- Resumidamente: um pássaro não caga sem nós não sabermos onde, o quê e quando. Agora, fica calado e vamos embora! - era fácil de ver a irritação na expressão facial dela. Virou-se novamente e caminhou a passos pesados, mas rápidos, para a direita. O Uchiha teve que dar uma pequena corrida para a alcançar:
- Hei! Tem calma... - porém não obteve alguma resposta por parte da moça.
O resto do trajeto fora em silêncio, mas Takeshi maravilhava-se com a qualidade do complexo. Grande parte das paredes estavam decoradas com retratos de shinobis importantes ou quadros de cenas que escreveram a história ao longo dos anos. Chegaram mesmo a passar por um corredor de uma luz ténue laranja misturadas com outras avermelhadas, criando a impressão que tinham entrado dentro de uma chama ou algo do género. Nas paredes estavam pendurados quadros e recortes de livros sobre:
- Kyūbi? - murmurou Takeshi.
Um dos quadros retratava o ataque da Raposa no dia em que Naruto nasceu. Outro mostrava uma Konoha antiga, onde no Monumento dos Kages apenas relaxave o rosto do primeiro Hokage.  Kyūbi estava ao lado, porém na sua frente estava Mito Uzumaki, a primeira jinchūriki. Mais à frente Naruto era novamente retratato, mas desta vez como um adulto no modo Bijuu.
- Erm...Porque é que vocês têm quadros de Naruto-sama e da Kyūbi?
Mitsuki limitou-se a apontar para vários pontos nas paredes:
- Este é o corredor Kyūbi, honrado à Raposa das Nove Caudas e aos seus jinchūrikis. Agora vamos, o escritório de Kurotsai-sama é já aqui.
Takehi inspirou fundo, mentalizando-se que, em breve, grande parte das suas perguntas teriam respostas. Mitsuki colocou as mãos nas maçanetas, olhando para o Uchiha para confirmar se este estava pronto. Com uma exalação profunda, a Senju abriu as portas e voltou-se para a frente. A hora chegara.

Gee que título e inicio de filler nojento, felizmente existem comprimidos ninja contra enjoo e travel sickness
A Mitsuki e o Takeshi parecem ser uma bomba relógio que vão acabar por ter uma discussão tola. A história não avançou muito mas foi uma boa descrição do que parece ser a base da fundação bem como esses detalhes do quadro etc etc...

Vamos lá ver is going on e prende-te a esta história, já divagaste o suficiente

Este filler é muito inspirador e a gruta da kyuubi interessante e intrigante.
Além disso também gostei do lado mais fantástico, com as pedras a girar, etc...
Muito bom!