- Amanhã vais te formar. – Afirmava o pai com um sorriso um tanto ou pouco orgulhoso. Para um pai Jounin, do maior nível que Iwagakure podia ter, era sem sombra de dúvida um orgulho ter um filho que estava prestes a formar-se. Claro que isso não validava o término dos treinos. Kazue sabia perfeitamente que para o seu pai os treinos só iriam acabar quando ele desse o último suspiro, portanto aquela manhã quente e com bastante sol era mais um dia de treino. O local era o costume, um dos campos de treino de Iwagakure. Bastante rochoso e quente devido à exposição directa ao sol. Mas nada que uma garrafa de água tratasse.
- O treino hoje será um tanto ou pouco diferente. – Avisou o pai
– Contudo o primeiro exercício do dia é igual a todos os outros. Já sabes o que é. Portanto. Bastou apenas o pai proferir as últimas palavras para Kazue começar o seu trabalho diário. O primeiro do dia era o aquecimento. Um aquecimento para Kazue contudo chegava a ser treino para outros miúdos da idade dele. Tudo começava com uma corrida a volta do campo, em que deveria realizar 20 voltas. Dessas 20 voltas, teria de superar sempre o seu tempo, sempre. Se não o fizesse teria de correr mais uma volta como castigo, se não supera-se, podem adivinhar: Mais uma volta. O sol quente sobre a cabeça de Kazue e ele já corria, enquanto era observado pelo seu pai.
O segundo exercício, realizado depois do Iwanin limpar as gotas de suor, era com um peso nas costas voltar a correr mais vinte voltas. Segundo o seu pai aquele aquecimento ajudaria a prevenir mazelas ao nível do tronco e das pernas, onde segundo o Sensei daquele treino Kazue era drasticamente fraco. Endurecer o tronco era o objectivo para uma maior duração em duelo. Depois das 20 voltas com o peso nas costas, estava na altura de começar verdadeiramente o treino.
- Qual é a tua fragilidade? – Perguntou o pai olhando fixamente para o filho que realizava alongamentos
- Combate corpo a corpo. – Respondeu rapidamente Kazue. Percebendo do que se iria tratar. O seu pai sempre fora um treinador que gostava de treinar o ponto fraco do aluno. Adorava treinar aqueles aspectos onde o aluno não se sentia tão a vontade e lutava para que no fim ele sentisse que o antigo ponto fraco tinha-se tornado na sua mais-valia.
- Em combate existe pouco tempo para pensar. Mas especialistas, homens que já estão no terreno há imenso tempo vão se aperceber quando te enfrentarem. Se tu estiveres sempre afastar-te eles vão sentir que tu queres lutar longe a longe – Comentou o pai. Demonstrando a sua experiência.
– O segredo dos grandes lutadores é a surpresa. Automaticamente ele irá se aperceber que tu queres um combate à distância e tu terás de te aperceber desse momento e automaticamente partir para a ofensiva. – Explicou o pai
– Agora usando todo o teu raciocínio explica-me o que farias para criar essa surpresa. - Ao entrar em disputa. – Começou a discursar Kazue. Sentindo que era um treino diferente. Um treino de inteligência em combate e não de carga física.
– Procurava movimentos em que desse a entender que estava mais seguro à distância. Saltando com frequência para trás, Procurando movimentos ao início defensivos e consequentemente quando ele avançasse quase já sem pensar. Respondia de imediato. – Terminou Kazue, esperando aprovação do seu pai.
- E se ele fosse bom no combate à distância? – Perguntou o sensei.
- Iria combater o ponto fraco dele. Procurava perceber qual era a ideia de combate dele e responderia com um ataque a curta distância. – Respondeu de imediato Kazue.
- Mas se ele na verdade usasse essa técnica que eu agora te expliquei? – Perguntou o sensei, contrapondo e procurando rápida resposta por parte do seu filho.
- Simples. – Confiante.
– Combate à distância é o meu ponto forte, sendo o ponto fraco dele, eu apenas teria de aguentar uma defesa enquanto ganhasse espaço.
O pai de Kazue estava contente. Apesar de nunca ter tido experiência de combate, Kazue mostrava-se atento aos ensinamentos. Mas para não estranhar. Aquele treino iria ter carga física. Para além do aquecimento, agora começava a verdadeira dor de cabeça. O treino.
- Treino corpo a corpo. – Avisou o Sensei
– Irei posicionar alguns alvos pelo o terreno e tens de os eliminar com técnicas rápidas e próximas do teu corpo. Podes usar uma e outra vez uma arma. Contudo quero concentração de chakra e ataques rápidos bem perto do alvo. Kazue percebeu. Iria ter de desenvolver a sua técnica de corpo a corpo. Enquanto os alvos eram colocados, o Iwanin percebeu no que poderia fazer. Eles estavam com uma distância de 4/5 passos, ou seja, relativamente perto um dos outros. Quando o seu pai fez sinal, do outro lado do terreno, ele começou.
Rapidamente aproximou-se do primeiro alvo num salto e atingiu com uma perna, com a outra perna rapidamente impulsionou-se para o lado esquerdo dando uma cotovelada no alvo seguinte projectando o corpo para a frente e atingindo um terceiro. Três alvos já estavam faltavam muitos mais. O quarto optou por uma evasiva rápida e concisa terminando o ataque com um golpe ruidoso com a cabeça. O quinto alvo foi um rodopio de corpo que acertou contudo os próximos alvos estavam muito próximos. Pedia claramente um combo. Foi então que num movimento rápido pegou na Shuriken e lançou, contudo antes de lançar a Shuriken conseguiu anexar um fio na Arma onde conseguiu guiar a trajectória e acertar nos próximos três alvos rapidamente. Os últimos alvos ele tinha ainda uma missão para concluir: Concentração de Chakra. Concentrou o chakra na mão e com toda a sua rapidez tentou acertar uma e outra vez, destruindo até alguns alvos. Por fim, chegou a beira do pai. Sem antes ter terminado o último alvo com um enorme pontapé na parte central.
- Mais rapidez no uso da Shuriken, maior consciência nos ataques de corpo a corpo. Eles não serão alvos. – Comentou
– Contudo: Boa. –Kazue sabia que aquela seria uma nota positiva no treino porque um boa do seu pai era quase tudo no mundo para um ser humano normal.
- E agora? – Perguntou Kazue ofegante.
- Mais treino. – Respondeu friamente.