5. Brotherhood

Shimpei estático, os restantes tentando perceber o que ele queria e iria fazer e nesse momento eis que Airi aproveitou. Lançando-se no meio agarrou forte o braço do seu irmão. Os olhares trocaram-se, Isamu tentou um golpe rápido de Kunai, mas Airi afastou-se. Contudo, rapidamente, aproximou-se e agarrou novamente o braço olhando fundo nos olhos do seu irmão. Nesse preciso momento Shimpei afasta-se para longe, Isamu olhou uma vez mais para a sua irmã e deu um forte pontapé na barriga projetando Airi para o fundo, fugindo juntamente com a sua equipa. Okashii e a restante autoridade nada fez, vendo apenas eles fugindo pelo horizonte. Airi não se quis levantar no primeiro segundo, respirou fundo, mas depois percebeu que o seu avô poderia estar ferido. Num salto colocou-se perto dele observando o seu corpo. Nakajima Taiki num gesto querido fez mostrar que estava tudo bem, que eram apenas uns arranhões. Okashii, mesmo assim, ordenou que transportassem o idoso para um hospital para ser observado. Após isso virou as costas, mas não prosseguiu caminho porque Airi colocou um braço a impedir o caminho do Mizukage. Oda Sadako admirou-se com o gesto e fitou Okashii, esse? Limitava-se a parar e a devolver toda a atenção à jovem Nakajima.

- O meu irmão não queria fazer isto. Eu sinto. - Informou Airi, olhando uma e outra vez para o horizonte. Desejando ele, mesmo sem saber, que Isamu voltasse e pedisse desculpa e todos fossem para casa comer aqueles cupcakes que a mãe deles sabe tão bem fazer. Okashii sorriu, virou o seu corpo para a Genin, e colocou uma mão no seu ombro.

- Eu sei. - Okashii parecia também sentir que Isamu estava a ser persuadido a fazer aquilo, que não era o espírito dele fazer aquele. A razão? Acho que nem o Nanadaime Mizukage sabia, o certo é que os seus pensamentos estavam agora em Shimpei, infelizmente para Airi que iria ter de esmiuçar todo este problema sozinha, tentando perceber o que ia na cabeça do jovem Nakajima. Okashii começou o seu percurso, acompanhado por Oda Sadako que permanecia calada. Airi foi acompanhada por alguns ANBUs até a sua residência.

A residência dos Nakajima estava agora mais deserta. A festa já tinha acontecido. Festa? ou espécie disso. Era a primeira vez que Airi entrava naquela festa como portadora oficial da Kusanagi, espada que ainda estava no altar dedicadamente enfeitado. Airi caminhou lentamente sobre o jardim de relva molhada, com olhos postos na espada. Não conseguia perceber a razão pela a qual um objecto fazia tanta confusão, criava tantas desavenças e cortes de ligação. Quem estava de pé, bem perto da porta, era a sua mãe. Com vestes longas e pretas, com a cara de choro, Tomo tentava disfarçar com todo o esforço a dor de ter perdido o seu filho, pois agora ele tinha-se tornado um criminoso procurado e Tomo sabia perfeitamente o que acontecia a pessoas como ele. - Airi.. - Disse a mãe numa voz sofrida. Com um gesto de mão Airi cessou o discurso que mal tinha começado da mãe. Olhou para ela com ar autoritário

- Ele foi persuadido a fazer tal coisa. Ele não é um criminoso! Nós sentimos isso. - Disse Airi tentando acalmar a mãe. Mãe essa que realmente acalmou e voltou o seu olhar para as estrelas. Airi abriu a porta e fixou as escadas. A casa estava escura e estava na altura de subir as escadinhas e tentar dormir para esquecer aquele dia em que ela se tinha tornado talvez na Nakajima mais importante do mundo. Deu um passo e outro e quando estava prestes a chegar ao seu quarto sentiu um movimento no fundo do seu corredor. Olhou rapidamente e não se apercebeu de nada, virou as costas e tentou abrir o seu quarto mas sentiu uma vez mais movimento, desta vez vindo do quarto do seu irmão Isamu, que tinha acabado de fugir. Ganhou ainda mais curiosidade e foi rapidamente abrindo a porta e para sua surpresa aquele quarto não estava vazio. Estava no centro dele com uma cara de sofrimento: Isamu. O irmão de Airi tinha voltado a casa, mas estava a fazer sinal para ela não falar muito alto e fechar a porta. Sentiu naquele momento que era o seu irmãozinha de novo e ela fez isso mesmo, sem esquecer um abraço forte entre os dois que terminou quando Airi sentiu as lágrimas no seu ombro. Preocupada, nem tempo teve de perguntar pois Isamu respondeu.

- Não te preocupes. Eu não irei matar nada, eu não irei fazer nada. - Explicou Isamu massajando a cara da sua irmã - Cada história precisa de um vilão e de um herói. Eu serei o vilão e tu serás a heroína, certo? - Airi não consegui perceber o que ele estava a tentar dizer - Eu e o avô Taiki percebemos que os Nakajima guarda mais do que um segredo. Ao longo dos anos a Kusanagi transporta, segundo os anciões, uma mensagem que fará com que Uzushiogakure volte aos dias de glória. Juntamente com todas as habilidades e conhecimentos que aquela terra tem para conhecer. - Explicava Isamu para uma Airi atenta - Existe uma sociedade que pretende agarrar a Kusanagi e com isso pegar a mensagem e transformar a volta de Uzushiogakure em algo rentável, fazer muito dinheiro e voltar a guerra. Guerra que nós já não sentimos há imensos anos! - Explicava Isamu, mostrando os seus verdadeiros motivos - Eu estarei do lado dessa organização e mostrarei que também quero dar vida a Uzushiogakure, com isso irei protejer o nosso clã e o mundo desde dentro. Por isso eu tenho de ser o vilão da história e tu a heroína. Ok? - Isamu estava pronto para abandonar, depois da explicação, deu um rápido beijo na bochecha da sua irmã e sorriu. Saltando e voltando a desaparecer.

O coração de Airi deveria estar mais calmo, mas depois de saber que o seu pequeno irmão estava no seio de criminosos, fazia ainda bater mais.