- Missão Privada - Proteger os Animais escreveu:
- Suiyan trazia um saco grande às costas, Nagatsu trazia o rapaz ao ombro e Miya trazia algo escondido no casaco. A única pessoa que notou isso foi Ayame a sua irmã, mas não ligou, pensou que fosse apenas uma armadilha ou algum objecto dos caçadores.
(...)
Quando chegaram, estavam lá os caçadores e os shinobis. Nagatsu pousou o outro numa cadeira ali perto e Suiyan pousou o material de caça a um canto. Ayame ficou a olhar para a irmã, mas esta colocou o dedo indicador em frente dos lábios com um sorriso.
- És alguém como eu. Perdido e sem rumo, não sabes o que deves fazer da tua simples e antigamente pacata vida. Perdeste tudo o que tinhas, tudo o que foste no resto da tua vida desvaneceu-se em poucos segundos, um piscar de olhos. Num acto no qual não conseguias nem poderias interferir. Assististe aos teus serem mortos, impotente, débil e deixaste-te ficar ali imóvel... És mesmo como eu... Tão fraco como eu e ao mesmo tempo mais forte do que alguma vez serei...
Ayame - Queres finalmente dizer-me o que trazes aí maninha?
Ayame continuava curiosa. Apesar daquela conversa com Nagatsu não lhe ter agradado muito, mantinha um bom humor, ou tentava. As duas irmãs estavam agora a ir para casa, sempre com Miya a carregar algo embrulhado no seu casaco.
Ayame - Mana... - Insistiu. Foi-se chegando a pouco e pouco a Miya para tentar espreitar o que ela ali tinha.
Miya - Ayame-chan! - Afastou o embrulho da mão curiosa de Ayame, mas o movimento brusco acabara por mostrar o que parecia ser um nariz negro como o carvão.
Ayame - Que nariz é esse Miya? O que é que tu trouxeste da floresta?
Miya - Onee-chan... Eu tive pena dele... - Retirou parte do casaco, mostrando o resto do pequeno focinho que escondia no seu colo. Mostrava um pequeno lince, de olhos fechados e pequenos bigodes. - Tem estado assim desde que o encontrei e depois de ver o que aconteceu ao resto da sua família... Simplesmente não o consegui deixar ali sozinho à espera que... - Pequenas lágrimas começaram a fazer-se notar nos olhos azuis da rapariga.
Ayame - Ai Miya, no que te meteste... Podias ter-me dito isso antes. Anda, vamos primeiro ver como ele está, iremos a um veterinário.
Miya - Arigato onee-chan!
Calmamente atravessaram as ruas de Kumogakure, todas pareciam ter a sua quota-parte de movimento. Depressa chegaram a um pequeno edifício branco e com uma pequena escadaria, que Ayame reconhecera como uma das clínicas veterinárias da vila. Entraram, arrastando a porta de vidro para dentro da pequena sala de espera e Miya sentou-se ao lado de uma velhinha e seu pequeno cão enquanto a irmã mais velha tratou de arranjar uma consulta. Tiveram que esperar uma hora naquele pequeno cubo a que chamavam sala de espera. Estava cheia de cadeiras, revistas espalhadas pelas mesmas e ao fundo um pequeno balcão com uma mulher de traços carrancudos, que vigiava toda a sala como um falcão velho. O pequeno relógio azul preso na parede, talvez mesmo o único ornamento daquela sala sem contar com a recepcionista, apesar de ser o mais pequeno fazia um alarido enorme naquela sala vazia. As duas irmãs ouviam o passar do tempo com o "tic tac" mecânico do relógio, a ouvir pequenas histórias de vida da velhota que estava ao lado delas e sobre a eterna vigilância do falcão. Finalmente o veterinário apareceu por detrás de uma porta branca para as chamar.
Miya - Então mas esta senhora estava já cá!
Veterinário - Não se preocupe com ela... Ela passa cá os dias, tem uns parafusos a menos está a ver? - Fez um pequeno gesto de desenroscar algo na cabeça com a mão esquerda.
Deixaram a mulher a fazer festas ao seu cão e entraram no pequeno consultório. E ele era mesmo pequeno! Além da pequena mesa de metal, estava todo ocupado por estantes e armários, os três pouco espaço tinham para lá estar. Após Miya deixar o animal embrulhado na mesa sentou-se em cima de um dos armários, com Ayame de pé ao seu lado. O veterinário retirou com cuidado o casaco rasgado de Miya e foi vendo o animal. Após alguns minutos de levantar patas, abrir dentes e rodar o corpo dele, pegou numa pequena fita métrica e começou a tomar anotações. Entretanto o lince tinha já acordado e Mako-sensei, o médico, deu um pequeno biberão a Miya para amamentar o felino.
Mako - Vamos a ver... Pelo que vi, ele não tem feridas sérias aparentes, alguns arranhões ali e acolá. - Apontava para as patas do animal. - Mas o que mais me preocupa é mesmo a idade dele. Tem cerca de cinco meses, está agora numa fase onde muda os seus hábitos alimentares. Deveria estar a começar a mudar a sua dieta de leite materno para algo mais rico em proteínas...
Ayame - Então o que se pode fazer?
Mako - O melhor mesmo é continuarem a dar-lhe leite nas próximas semanas. Mas devem seguir esta receita - Escrevia algo num papel - e devem tentar misturar este leite com alguma carne. Assim ele deve conseguir habituar-se facilmente à nova dieta e continuar saudável.
Miya - Ore... Mako-sensei, que comida é que os linces comem?
Mako - Tentem arranjar alguma carne de pássaros da floresta onde o apanharam. Deve ser um dos grandes constituintes da sua dieta alimentar quando em adulto. Depois procurem por mais informações na biblioteca de Kumo, deve lá ter o que procuram.
Ayame - Arigato Gozaimasu, Mako-sensei. - Ambas se despediram e saíram do consultório.
Foram para casa, o sol já se estava a pôr e pararam mesmo à porta da habitação. Entraram sorrateiramente, Ayame foi logo ter com a sua mãe, distraindo-a, enquanto Miya, em bicos de pés, ia para o seu quarto para esconder o jovem lince. Pegou num pequeno cobertor, amassou-o e escondeu-o debaixo da sua cama. Pousou de seguida o animal e cobriu-o com uma manta que tinha no armário. O lince dormia calmamente, enroscado naquele lar improvisado. Voltou-se para sair do quarto, quando encontrou a sua mãe à porta!
Koria - O que escondeste aí Miya? - Perguntou com uma cara séria. Ayame via-se calada e apertada como por algum jutsu. - Então?
Miya - Nada, mãe... É só o meu casaco, estragou-se durante a missão e estava a tentar arranjá-lo.
Koria - Eu já sabia do casaco, a tua irmã disse-me. Quero é saber o que está embrulhado nesses cobertores. Não me digas que trouxeste algum bicho da floresta! - Aproximou-se numa maneira ameaçadora, todo o corpo de Miya tremia. A sua mãe baixou-se e arrastou até si os cobertores e retirou parte deles para ver o que estava escondido... - Ai que coisa mais fofa!!
Miya - Eh??? - As duas filhas ficaram espantadas com a reacção.
Koria - É a coisa mais fofa que já vi! Oh e aquelas manchinhas pretas no meio de todo aquele castanhinho, e os bigodes tão pequeninos! Já lhe deram um nome?
Miya - Não... Mas a mãe não se importa?
Koria - Claro que não filha. O problema sempre foi o teu pai. Agora que me lembrei... Como vão tratar disto com ele?
Ayame - O que tem o pai?
Koria - Vocês não sabiam? Ele é alérgico a gatos! - A porta de casa ouvia-se fechar e uma voz grossa ecoou pela casa.
Yukiteru - Cheguei!
Assunto: F2 - Cuidados a ter 
Dom 24 Jan 2010 - 21:28
um quanto comico ate 
