01 - First Day Off
Olhando para a janela do meu quarto, percebi que acordei tarde demais, de novo. Tinha acabado de me tornar um Gennin, mas ainda tinha os mesmos hábitos de quando era um pequeno estudante.
Ainda faltava um dia para que eu fosse apresentado ao meu sensei e aos meus colegas, portanto tinha que terminar os preparativos de minha iniciação.
Pulei da janela do meu quarto e comecei a pular de telhado em telhado, em direção à casa dos meus avós. Não era muito longe, quase que três quarteirões. Lá, meu pai e meu avô me esperavam para a iniciação. Me receberam e me levaram a um aposento, no fundo do lote.
Como todos os meus parentes, fazemos o Pacto das Mantas assim que concluímos o exame Gennin. O local era um grande salão cúbico, decorado com vários Origami, que eu fazia no meu tempo livre. Deveria ter uns 10m de largura/altura/comprimento, e no meio tinha um grande pano branco, com o símbolo do nosso clã.
- Atrasado novamente, não é? - retrucou meu pai.
- Olha quem fala, você chegou dois dias atrasado na sua iniciação! - me defendeu meu avô.
- Era uma viagem de negócios...
- Para a praia? Duvido.
Dei uma leve risada, mas continuei com a cara séria. Ajoelhei diante da manta, e concentrei meu chakra nas minhas mãos. Levemente, encostei no pano, que começou a ganhar uma cor. Suas fibras são feitas da mesma árvore das folhas de chakra, desenvolvendo assim uma ressonância diferente por pessoa.
O pano, que se revelou sendo uma manta (vestimenta), ganhou uma coloração verde-avermelhada. Abri um pequeno corte no meu dedo com uma shuriken, e fiz o pacto de sangue na manta. Um
ヤンキーモーグル feito com sangue foi absorvido pela manta.
- Bem, isso conclúi o pacto. - disse meu avô.
- Só isso? - perguntei, enquanto enfaixava meu dedo.
- Sua manta servirá como receptora para um Fuuinjutsu de invocação.
- Hã?
- Sua manta irá virar um animal ao ser chamada.
- Hum... e como eu...
Não pude terminar minha pergunta, pois vi uma senbon passar voando pelo meu ombro, e acertando meu avó. Ele caiu no chão, enquanto um líquido arroxeado entrava pelo corte em sua perna. Tentei me virar para ver quem havia atirado, quando vi meu pai também cair no chão, inerte.
- Olha só, se não é o pequeno Mogul... - disse uma voz assustadora, atrás de mim - A recompensa de sua cabeça vale bastante no mercado negro...
- É o alvo certo? - disse uma segunda voz, desta vez se revelando ser feminina.
- Olhe ao seu redor, e me diga o que vê.
- Origami?
- Exato. Assim como a mãe. Isso é mais que uma simples prova.
O homem começou a andar em minha direção, revelando sua face e um lançador de senbons em seu braço. Ele calmamente pegou um origami, e o amassou com sua mão esquerda.
- Não acredito que esse garotinho tenha uma recompensa tão grande. - disse a mulher, ainda sem revelar seu rosto.
- E então, tampinha, algo a falar antes que eu faça com você o que fiz com esse origami? - disse o homem, enquanto terminava de amassar o origami e o jogava na boca para triturar.
- Na verdade, sim. - disse.
Fiz o selo do cavalo com as minhas mãos, fazendo os origamis se revelarem. O papel não era normal; eram feitos com Kibaku Fuudas (papel bomba). Todos eram conectados ao meu dedo com linhas de chakra, esperando apenas o sinal para explodirem.
- Oh shit... - disse enquanto se virava para a porta de saída.
Dei um leve movimento de dedo, que fez o origami "mastigado" explodir seu crânio. Meu avô havia se recuperado rapidamente, e estava barrando a saída, para o caso da mulher tentar fugir.
Ela rapidamente jogou outra senbon em meu avô, mas esta foi defendida por um vulto.
Uma grande arraia avermelhada havia aparecido no meio do caminho. Suas escamas eram rígidas e pontiagudas, e as quatro senbon envenenadas agarraram entre os espinhos.
Com mais um movimento de dedo, explodi boa parte dos origami, que acertaram a mulher, fazendo-a recuar para dentro da terra com um jutsu bem estranho.
- Hum, dois Chunnin que tentam sequestrar meu neto... - disse meu avô - e ainda levaram uma surra... acho que a iniciação está pronta!
- Mas e meu pai? - perguntei, enquanto me virava para ver o corpo inerte dele próximo a mim.
- Ótima ocasião para você usar o Hiraishin Fuuin Kuchiyose.
- O quê?
- Sua invocação, oras!
Meu avô me mostrou a sequência dos 3 selos de mão, que eu repeti pacientemente. Logo no fim, ele simplesmente tocou sua manta avermelhada, que se transformou na grande arraia vermelha.
Fiz o mesmo na minha vestimenta esverdeada, que se transformou em uma arraia pequena, com uma envergadura de quase 2m. Ela tinha apenas um olho, e babava por um dos cantos da enorme boca.
"A tradição do Clã Mogul: Acesso à suas fieis parceiras, e quase deusas, arraias". O
jingle do clã passou por minha cabeça, enquanto olhava para a pequena arraia em minha frente. Ela engoliu meu pai, que começou a se recuperar em seu estômago devido ao muco curativo.
E assim nasceu minha parceira, a qual batizei de Minazuki.