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Selim olhava os sete ninjas à sua frente, os primeiros soldados às suas ordens. Os primeiros homens que realmente dominara. O primeiro passo da missão estava concluído, melhorado até, pois não se limitara a infiltrar-se, mas sim a controlar um esquadrão. Dois Jounins e cinco Chuunin. Poderia lançá-los abertamente contra os inimigos, mas isso seria um desperdício. Não, poderia usá-los de outra forma, certamente.
- Quem é o líder deste acampamento?
Um dos Jounins prontificou-se enquanto caía sobre um joelho em sinal de reverência. Pois o líder não era senão um jovem Chuunin, imagine-se! A comandar Jounin e grandes ninjas! O Mizukage tinha-o escolhido, aparentemente por ser da sua confiança, mais do que pelas suas habilidades e, subitamente, parou assustado, pedindo desculpa por ter procedido mal, perante um suspiro entediado do jovem à sua frente, que logo lhe mostrou um sorriso aberto.

Levantou-se e aproximou-se do homem ajoelhado, agarrando na sua cara com ambas as mãos. Baixou a cabeça até ficar ao nível do Jounin, aproximando a sua cara, até que as suas testas se tocassem e o campo de visão do shinobi se restringisse aos seus olhos.
- Não tens nada a temer de mim, nunca – murmurou ternamente, como um pai que gentilmente acalma os filhos – aquilo que eu desejo, é a vossa felicidade, acima da minha, a felicidade de todos. – assegurou-o, enquanto deixava a ilusão de paz fluir dos seus olhos, deixando o ninja embasbacado, imerso em alegria – Contudo, não posso senão censurar a insensatez do Mizukage. – explicou calmamente – Escolher alguém em quem ele próprio confia revela várias coisas. Primeiro, ainda não confia o suficiente na Kyodo e nos ninjas das outras vilas e talvez fosse bom escolher alguém em quem confiasse. Contudo, os ninjas da Kyodo estão também desconfiados e mostrar-lhes desprezo pode vir a ser um erro que pague caro.
Pediu um mapa do acampamento e em poucos minutos, quando os rumores de vozes voltaram a surgir nas redondezas, desapareceu de vista.

Alguns quilómetros adiante

Duas silhuetas repousavam sentadas na floresta, uma envergando trajes negros e capuz descido, outra, mais pequena, vestida totalmente de branco, segurava uma pequena bola transparente na mão, que emanava uma aura de partículas negras.
- Então ele vai tomar todo o acampamento?
- Achas? – inquiriu o de branco divertido.
- É o que parece…
A silhueta pálida riu-se. Ele não compreendia Selim de todo, se realmente pensava assim. Não, Selim não tomaria o acampamento. Ele dependia do contacto visual das pessoas. Se algum idiota percebesse e fugisse toda a Kyodo lhe cairia em cima. Não, o que ele procurava era um caminho de saída, certamente. O homem de negro lançou-lhe um olhar céptico. Como raio é que ele iria sair agora que o acampamento estava cheio, de novo?!



Três Jounins guardavam a entrada do palacete. Pois claro está que o arrogante líder do acampamento não ficaria numa casa comum como os demais soldados. Não! Pois não era ele o preferido do Mizukage? Porque seria igual aos outros?
Selim meditava nesta arrogância desmesurada, enquanto o conduziam de cabeça baixa e amordaçado até ao casarão. Dois guardas esperavam, de ambos os lados do portão, prontos para agir em qualquer situação.
- Alto! Estão proibidos de entrarem na casa do comandante! – anunciou – que vos traz aqui?
- Aqui está o ninja de Suna capturado na incursão. – explicou um dos Jounins que transportava Selim – temos instruções para o entregarmos pessoalmente ao comandante e a mais ninguém.

O guarda fitou-os pensativamente, trocando olhares desconfiados com o seu colega. Concordou, mas teriam de deixar as armas com eles. Com alguns protestos, os Jounins resignaram-se e entregaram-lhes as kunais e shurikens que possuíam, bem como as ninjaken, pois o seu equipamento resumia-se a isso. Mal as receberam, os guardas fitaram-nos durante alguns segundos, principalmente o rapaz, vagamente, antes de lhes darem permissão para entrar.
Milley movia-se juntamente com os outros quatro Chuunin. Desde há algumas horas que a sua vida tinha sido alvo de uma reviravolta magnífica. Desde que aquele rapaz aparecera, tudo mudara, tudo, pois tudo nele parecia irreal, desde a sua pele clara apesar de estar constantemente exposto ao sol cruelmente brilhante do deserto, até aos seus olhos de um verde injectado, cujas pupilas eram quase invisíveis, cobertas por aquele estranho símbolo escarlate. Mas as suas palavras, a sua eloquência e sabedoria e, acima de tudo, a sua voz melódica, tão doce e sensata que transmitia sensações de arrepio a cada frase.
Em apenas alguns minutos concebera um plano para invadir a mansão onde estavam agora. Previra tudo. Previra que o caminho seria barrado devido ao perigo de espiões depois do ataque de Suna, tal como previra que nenhum homem armado teria acesso ao comandante que procuravam. Contando com todos estes dados, decidiu imbuir algumas kunais com ilusões, para que os guardas fossem tomados por escuridão por alguns segundos e enquanto isso, tinha-os submetido à sua vontade sem que se apercebessem sequer. Era brilhante e estranhamente macabro pensar que alguém tão jovem pudesse pensar de forma tão clara. Mas, na verdade, os seus objectivos eram o da paz entre os povos e aí residia o seu maior dom, a liderança. Sim, naquelas horas todos eles tinham começado a idolatrar aquele rapaz e segui-lo-iam até à morte, como lhes pedira.
Selim caminhou com os dois Chuunin ao seu lado. Os guardas da porta não deixariam entrar ninguém, de ora em diante. Colocou a venda calmamente, passando a sentir a presença dos indivíduos à sua volta. Havia nova pessoas naquela casa. Ele próprio e o seu grupo, presumivelmente. Milley tinha-se dirigido ao topo do edifício e erguido uma barreira. Assim poderia detectar qualquer pessoa que passasse pelos guardas. Deixara também os dois Jounin de reserva, no exterior, para impedir a entrada de qualquer invasor, caso o resto falhasse. Outras duas presenças faziam-se sentir mais à frente, juntamente com outra isolada, entre eles.
- Selim-sama, estamos junto à porta.
Então era isso! As outras duas presenças eram soldados seus, dispostos na outra porta para a sala onde estava prestes a entrar. A sua voz emitiu um cicio prolongado e Schneizel, a serpente atrás de si acenou, em sinal de compreensão, desaparecendo em fumo depois, o que queria dizer que transmitira a mensagem sem falhar.
- Um, dois… três! – exclamou.

Céleres como sombras tementes da aurora entraram na sala de repelão, dispondo-se os 4 soldados em cantos da sala, onde se ajoelharam. Uma barreira púrpura rodeou Selim e o líder do acampamento.
O jovem de cabelos azulados ergueu-se da cadeira no centro da sala. Subitamente rodeado e sentindo-se ameaçado retesou o seu corpo e aproximou a mão da sua bola, ameaçadoramente, parando a poucos centímetros, impressionado. Selim, vendado, ergueu a mão, como se desejara parlamentar.
- Podemos resolver isto facilmente, escolhido de Okashii – anunciou numa voz possante – eu tomei os teus homens e o teu acampamento e tudo o que jaz fora desta sala até aos seus limites me pertence, incluindo o coração dos seus homens – mentiu. – Tens duas hipóteses, junta-te a mim, ou permite-me que te mate, para que não restem dúvidas a qualquer soldado de que mereço comandar.
Uma kunai esvoaçou pela sala em direcção à sua testa.
- Selim-sama! – gritaram os tolos preocupados.
- A segunda hipótese, então – murmurou a voz fria atrás da cadeira.

Perdoem-me a OST porque a minha cabeça está demasiado cheia de música para se lembrar de uma decente, embora eu tenha noção vaga de que esta não fica lá muito bem >.<
Perdoem-me, mas se conseguir imaginar uma amanhã, coloco x)

Gostei sim senhor pronto, agora que o Selim já lidera o acampamento, caso mato o gajo no próximo filler, está na altura de avançares páh, quero ver acção.

Continua.

Gosto tanto da Schneizel *.*

Muito bom Natas, gostava de escrever como tu

O Selim vai andar ás fightaredas >.< Quero ver!