Numa manhã de um dia muito chuvoso, mesmo para aquela vila, um jovem Gennin acordou entre os cobertores da cama. Ainda com os olhos semi-abertos inspeccionou o quarto, deparando-se com a habitual disposição. Olhou para a janela e através dela, para o estado do tempo lá fora, chuvoso e ventoso, como sempre. Sentando-se na cama e sentiu os músculos doridos, das suas sessões de treino com seu mestre. Levantando-se andou pelo quarto, sem saber ainda o que fazer e perdeu-se a contemplar o Cubo-Mágico que já tinha há vários anos, mas nunca o acabara. Retomando os pensamentos dirigiu-se à única porta da pobre divisão.
Depois de tomado um duche e ter vestido umas vestes banais, desceu para se ir juntar à sua família lá em baixo a fim de comer o pequeno-almoço. Saltou para o hall de entrada e abriu a porta de madeira à sua frente.

- PARABÉNS!!! – Ouviu gritar, depois foi seguido por um estranho som, e viu a cozinha cheia de confetes por todo o lado a caírem. De seguida sentiu alguém a abraça-lo amavelmente. Depois de toda agitação amainar, abriu os olhos deparou-se com sua mãe.
- Muitos parabéns meu filho. – Disse muito amavelmente e com uma ponta de orgulho. De seguida largou-o, deixando-o contemplar o cenário. A cozinha continuava intocável, sem contar o facto de estar toda coberta por enfeites e confetes. Ao centro havia a habitual mesa onde comiam as refeições. Á sua direita estavam os fogões, fornos e outros utensílios, bem como vários armários para guardar as loiças e não só. À sua esquerda estava uma parede e uma porta.
Avançou até à figura no centro da mesa, o seu pai, e cumprimentou-o com um aperto de mão até que ele disse.
- Então filho, toca a acordar. Hoje é o teu dia de anos, devias estar mais feliz! Não é todos os dias que se fazem 13 anos! – Disse seu pai muito alegre, enquanto apertava seu filho e o levantava uns centímetros do chão. Depois de o pousar no chão o rapaz finalmente compreendeu tudo aquilo.
- É verdade, faço anos hoje. – Anunciou passando a mão pela testa e indo sentar-se na mesa ao centro da cozinha, seguido de seu pai. Sua mãe foi buscar a comida e serviu-a a cada um, indo depois sentar-se no respectivo lugar.

O jovem foi tomando a sua refeição calmamente, pensando no dia de hoje. Não estava feliz, nem triste, apenas normal. Lembrava-se agora dos seus aniversários anteriores, sempre que isso acontecia ele recebi um ou outro brinquedo, mas no ano passado receberá uma arma ninja feita por seu pai, e que a levava para todo o lado. Se bem que se lembrava, tinha sido a sua melhor prenda, mas hoje não havia indícios de algum objecto. Normalmente nos seus aniversários os seus pais ficavam contentes e alegres, mas havia algo que lhes faltava hoje. Como um bom ninja Kiutchy reparou que seu pai, Hotaru estava a tremer e sempre que podia preferia olhar para a janela, não enfrentando o olhar de seu filho. A mãe estava sempre de cabeça virada para o tecto muito pensativa, nem tocara na refeição ao contrário de seu marido que já entornara metade dela.

- FILHO, TEMOS UMA COISA IMPORTANTE A CONTAR-TE. – Gritaram ambos de repente, em uníssono. Agora que olhava, cada um estava a ficar mais nervoso. Dava até para ouvir os dentes de Hotaru a baterem ritmadamente.
- Diz-lhe tu. – Ordenou a mãe, virando-se para o marido. – És homem e vocês devem estar mais socializados… e … e assim.
- Não, tu és a mãe. Falas com os filhos, és mais amável e… carinhosa. – Disse Hotaru abanando a cabeça.
Então os dois começaram uma discussão, que Kuchina acabou por perder e encarou mal-humorada o marido, mas este parecia divertido.
- Kiutchy… hã sabes eu e o teu pai gostamos muito de ti e temos muito orgulho em ti. – Com estas palavras Hotaru começou a ficar zangado. – E quando te tornaste num ninja, foi o dia mais feliz das nossas vidas. Tinha-mos mesmo muito orgulho em ti… - Agora Hotaru explodira.
Levantou-se da mesa e dirigiu-se a Kiutchy, levantou-o da cadeira com a sua força bruta nos braços, encarou-o e disse:
- Filho, tu… quer dizer… nós não somos os teu pais verdadeiros. Apenas te adoptamos quando ainda tinhas dias de existência. – Disse Hotaru deixando escapar um suspiro e com ele todos os nervos passaram. – Num dia normal como todos os outros, um homem encapuzado ia batendo de porta em porta, com ele trazia algo coberto por cobertores. – Disse como se conta uma história. - Então bateu à nossa porta, nós deixamo-lo entrar e sentar-se ali naquele sofá. – Disse apontando para o sofá da sala. - Falou connosco algum tempo e depois, propôs-nos algo. “ Serão capazes de tomaram conta do meu filho?” Aí, abriu o embrulho e mostrou-nos um bebé, muito limpo e a dormir entre aqueles cobertores. “ Não poderei tomar conta dele, por favor sejam uns bons pais para ele.” Dito isto entregou-nos a criança e desapareceu sem deixar rasto. Depois olhei para o chão e vi uma carta. – Depois de acabar de falar Hotaru retirou uma carta muito velha e já degradada do bolso. – Lê-la.

Pegando na carta e retirando-a facilmente do embrulho que já tinha sido aberto, o jovem leu.
“ Caro senhores.
Entrego-vos aqui o meu único filho. Espero que o tratem bem e lhe dêem amor como pais dele. Por favor nunca falem de mim ao rapaz, apenas quando ele tiver 13 anos. Nesse dia contêm-lhe tudo o que se passou entre nós e como eu não pude ficar com ele, por causa da minha vida. Talvez um dia o possa visitar, e terei muito gosto em faze-lo, se não puder havemos de nos encontrar noutro dia. O rapaz chama-se Kiutchy …– Aqui a carta estava rasgada, mas o jovem sabia que faltava ali uma palavra. – Agora meu filho, estas palavras são para ti. Eu não revelarei a minha identidade nesta carta, pois se caíssem em mãos erradas poderia ser muito mau para mim como para ti. Agora que sabes a verdade, não penses que não quis ficar contigo, pois teria muito gosto em faze-lo, apenas as circunstâncias não favoreceram tal acontecimento. Sei que um dia irei te encontrar e talvez iremos viver juntos, como um verdadeiro pai e filho. Espero que quando leres esta carta já te tenha encontrado, senão significa que ainda não foi destinado a acontecer. Filho não deixes de acreditar, que não me vais encontrar pois eu já sei onde tu estás. “
O Jovem não queria acreditar, como era possível. As duas pessoas à sua frente sempre foram os seus pais, apesar de não serem muito do género paternal, ele sempre as encarou como tal. Sempre que tinha alguma dúvida ia perguntar-lhes, mesmo que tenha sido poucas vezes. Talvez eles pudessem não ser os seus pais verdadeiros, mas mesmo assim foram melhores pais do que, os verdadeiros. Mas que pai iria entregar o seu filho a uns desconhecidos, e que circunstâncias eram aquelas, que forçariam tal acto a acontecer. Não, seu pai deveria ter fortes razões para lhe entregar a Hotaru e Kuchina. Pensando neles encarou-os.

- O que aconteceu à parte da carta que está rasgada? – Perguntou Kiutchy começando a sentir uma lágrima na pálpebra.
- Já estava rasgada quando a recebemos. – Respondeu Hotaru. – Filho eu sei que não somos os teus pais verdadeiros…
- Ele alguma vez me veio visitar? – Perguntou Kiutchy, cortando a palavra ao homem na sua frente.
- Lamento filho, mas não. – Respondeu amavelmente a mulher. – Ouve o que o teu…
- Hotaru e Kuchina foram uns bons pais durante estes 13 anos que passamos mas tenho pena, é aqui que nos separamos. Adeus. – E dito isto virou as cotas e saiu da cozinha em direcção ao Hall de Entrada. Pegou na sua capa, num chapéu amarelo, que mais parecia um guarda-chuva, e abriu a porta da casa. No alpendre olhou para trás e disse:
- Eu voltarei, para vir buscar os meus pertences, noutro dia. – Disse deixando-os à porta da casa a olharam para ele atónitos.

E com isto desceu as escadas de madeiras, passou o portão de ferro da casa e dirigiu-se para algum local que nem ele sabia. Já no final da rua ainda ouvia a voz da mulher que pensara durante muito tempo ser sua mãe, a chorar. Já longe daquela casa e a chorar terrivelmente, encostado a uma parede o jovem pensou, “ Este foi o pior aniversário de sempre.”

Cá para mim o Kiutchy ainda se revela um Uchiha , mas não faças isso Uchihas suckam. A ver se o Kiba não aparece por aqui haha.

E agora, o que vai ele fazer depois de ter saído de casa?