No silêncio da noite, um ninja solitário caminhava por entre as sombras e as árvores, em direção ao País do Trovão. Umas nuvens solitárias percorriam o céu, espalhando a chuva miudinha e as inúmeras estrelas da noite iluminavam o caminho. Este jovem, no auge da sua mocidade, entrava agora no País do Fogo, vindo do País do Vento, depois de ter estado os últimos oito anos a vaguear pelo mundo. O rapaz olhou em seu redor e notou que estava rodeado por um bando de quinze ladrões, todos armados com katanas e kunais, provavelmente um bando de ninjas rebeldes. O rapaz suspirou. Não queria que isto acontecesse, mas não podia ser evitado. Passou a mão pelos seus cabelos molhados da chuva, e uma estranha aura amarelada o rodeou. Rapidamente, os quinze assaltantes saltaram das árvores todos ao mesmo tempo. -Acabaram de cometer o vosso pior erro...-pensou o jovem, enquanto punha gentilmente a mão no cabo doirado da sua katana, que pendia do lado direito da sua cinteira. O rapaz suspirou tristemente, e olhou em direção ao céu.
O viajante retirou a sua arma rapidamente, e com um movimentar gentil da sua katana, uma enorme chama de chakra subiu aos céus, e engulfou os quinze ladrões num remoinho gigante, e cortando os assaltantes, espalhando o seu sangue nos céus, como que um sacrifício aos deuses. Os quinze ninjas caíram no chão, já mortos, do corte violento do rapaz, que agora erguia-se da poeira, agachado, com a espada atrás das costas, bem segura na mão esquerda.
-Em tempos de guerra existe tanta gente má, enfim... espero que Deus tenha mais piedade que eu.-disse o espadachim, retornando a caminhada. Ele, que pela primeira vez em oito anos, sabia exatamente para onde queria ir.
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Ryohei sentava-se numa pedra, na margem do rio Tenshi, divagando sobre o que tinha ouvido no esconderijo. Será que ele tinha imaginado aquilo?
-Com o Raikage morto, o que iria acontecer? Quem será eleito Raikage?
O jovem reparou nas estrelas da noite, e lembrou-se porque estava ali. Olhou para a sua mão esquerda, onde a sua espada assentava. Aproximou-se das águas que fluíam ligeiramente pelo rio, e cortou um peixe que subia o rio. Pegou nele e voltou para a tenda, retornando a pensar. Á sua volta, não se via ninguém, e apenas um rato caminhava por entre o chão. Ryohei entrou na sua tenda, e colocou o peixe que apanhara num tanque de quase um metro de altura, cheio de gelo. O Gennin teria um longo dia pela frente no dia seguinte, pois teria de encontrar-se com o seu Sensei, e os seus colegas para mais uma sessão de treino, onde Matsuda iria gozar com os Gennins por serem fracos. Ryohei, já cansado, deitou-se no seu colchão, e adormeceu rapidamente, deixando se adormecer.
O Sol já estava no seu ponto mais alto, quando Ryohei se levantou. Olhando para o Sol, o Gennin percebeu que já era meio-dia. O rapaz mudou de roupa, pondo uma camisa branca e calções azuis, pegou na sua katana e saiu rapidamente do esconderijo e correu até o edifício do Sandaime, onde, na Sala de Envio de Missões perguntou:
-A missão de Komatsu Ryohei, Shinjo e Takai já obteve permissão para começar?-perguntou ele.
O Chuunin presente vasculhou numa série de folhas, e respondeu:
Parece que sim. Saíram para Kumo há dez minutos.
-Obrigado!-gritou o Gennin, enquanto corria, tentando apanhar os dois colegas antes que estes chegassem a Kumo. O rapaz saiu a correr pelo Portão, e os seus pés mal tocavam no chão à velocidade que ia, dado o seu constante uso do Shunshin. O Gennin correu rapidamente, rezando para que os colegas esperassem por ele antes de partir em missão. No sol abrasador do meio-dia, as gotículas de suor caíam abundamente da face de Ryohei, que rapidamente apanhou os dois colegas, que iam a passo de caracol, conversando.
-Ryo-kun!-gritou Takai quando o reconheceu.-Pensava que não vinhas!
-Porque chegaste tão tarde?-perguntou Shinjo.
-Deixei-me adormecer.-justificou o Gennin.-Já sabem do que se trata a missão?
-É vigiar mercadoria desde Kumo até uma cidade costeira qualquer.-respondeu Takai.-Um, dois dias no máximo para lá chegar.
-Outra missão de vigia? Quando é que teremos oportunidade para ter uma missão a sério?-queixou-se Ryohei.
Os três Gennins conversaram avidamente, e quando se aproximaram do Portão Este de Kumo, reconheceram logo Sasagawa Matsuda, o seu Sensei, acompanhado um homem novo, de cabelo loiro e olhos castanhos, que era sem dúvida o cliente, e vários cavalos com embrulhos nas costas, provavelmente a mercadoria.
-Se estiverem prontos saímos agora!.gritou Matsuda, esboçando um enorme sorriso.
-Saímos agora sim! Quero levar a mercadoria para Detarame hoje!-resmungou o homem. Este levava um kimono todo preto, e sandálias da mesma cor, e parecia não levar mais nada.
-Podemos ir agora...-comentou Shinjo.
-Então vamos!-ordenou o cliente, fazendo sinais aos cavalos enquanto corria para Este.
Sasagawa explicou aos seus alunos:
-Este homem chama-se Tara e já foi um Jounin, e pediu reforos para o caso de ser atacado, já que a mercadoria é bastante valiosa. A nossa missão é assegurar-nos que ele chega em segurança ao seu destino.
-Simples...-comentou Ryohei, enquanto seguia o homem que corria à sua frente, enquanto entravam no Vale Sen'arashi, conhecido como o Vale das Mil Tempestades.
-Sensei, estaremos seguros ao entrar no vale. É conhecido por ser o covil de vários bandos de ladrões...-perguntou Shinjo.
-O cliente queria seguir a rota mais curta, que passa pelo vale, por isso escolheu pedir ajuda a Kumo.-respondeu o Jounin, enquanto cerca de vinte olhos observavam o grupo...
O Jounin tirou cinco kunais, e rapidamente atirou-as a cinco dos ladrões, com cada uma das kunais a acertarem no pescoço, resultando em morte imediata.
-Não irei ter misericórdia de ladrões como vocês. Saiam do nosso caminho.-ordenou Sasagawa com um ar sério, bastante diferente do habitual.
-Não precisamos da tua misericórdia! Vamos matar-vos a todos!-gritou aquele que parecia o chefe enquanto um dos seus lacaios avançou até Matsuda. Ryohei percebeu o movimento, e com um movimento rápido, cortou o ladrão com a sua katana, acertando nos pulmões e coração, matando-o.
-Não nos subestimem...-disse Ryohei já em posição de combate.
-Matem-nos a todos!-gritou o líder...
-Pfff... Como se fracos como vocês o conseguissem!-gozou Matsuda.