O som das 12 badaladas soou enquanto o sono levava a consciência de Zehel. Na sua mente o escuro dava lufar ai branco etéreo do seu sonho, a dentro Zehel abriu os seus olhos cinzento claros enxergando toda a infinidade do lugar. Ao longe Zehel conseguia avistar um corpo que possuía uma extensão de penas em cada uma das suas omoplatas, aparentava ser um anjo!
- Eu não te mordo boy, aproxima-te mais. - disse o homem/anjo cujo som da voz reverberava no infinito branco.
Zehel começou a aproximar-se da figura calma e cuidadosamente, ao observar com mais atenção reparou que a figura não era bem um anjo, podia-se considerar como um híbrido, a sua asa esquerda era branca, clara como a luz, enquanto a asa direita era negra como a noite. A criatura não apresentava qualquer aura visto que a sua parte maligna anulava totalmente a sua parte benigna e vice-versa. Era um ser neutro e por isso era imparcial, não tinha preferências pois era equilibrado nas suas escolhas.
- estás mudo boy?- a figura agarrou-lhe no maxilar e disse - o gato comeu te a língua?
- N... Não... Onde estou eu? - perguntou Zehel a gaguejar
- Isto? Isto é a tua mente rapaz e eu sou o teu anjo protector. -disse o homem fazendo uma vénia.
- anjo protector? Da que me vais proteger? dos meus inimigos? Tu estás dentro da minha mente como é possivel protegeres-me.- Zehel estava confuso e começara a perguntar as coisas insistentemente.
- Unf, que ingénuo que és rapaz, os maiores males dos quais te tenho de proteger não são físicos mas sim a nível psicológico. O meu dever é proteger-te do mau fado, do destino errado, eu sou o teu "Angelis Iconscientum" e o meu dever é proteger-te das más escolhas, Eu sou o bom-censo, o teu sub-consciente, eu sou a linha que tu deves seguir se quiseres alcançar a grandiosidade. - o homem curvou-se novamente numa vénia e disse. - podes-me chamar Anjo de la Noche. Caminha comigo.
O anjo começou a caminhar em direcção ao horizonte infinito e Zehel acompanhou-o. Subsistia um clima de calma naquele lugar, a monotonia induzia à paz, não havia imperfeição nem mácula naquele mar imenso de branco.
-Nós os dois somos algo parecidos, ambos estamos divididos em duas partes, dois mestres, duas famílias.
Zehel parou subitamente aparecendo na sua face a confusão e espanto.
- Como assim duas famílias?
- Hoo, então tu ainda não sabes, já tens idade suficiente portanto vou te contar a tua história. As pessoas que são a tua suposta família não possuem o mesmo sangue que tu. A tua mãe biológica era de um poderoso clã chamado clã Zetsubõ. O teu pai, um homem arrogante da nobreza, casou com a tua mãe tendo em mente o único objectivo de ser progenitor de um filho com o poderoso doujutsu da tua família, o Zetsugan, a relação deles não era amorosa, apenas era interesseira, o que tornou o casamento bastante tenso. A seguir as coisas começam a complicar um pouco...
O anjo nocturno sentou-se e continuou a sua história:
- O teu pai conseguira o que queria, um primogénito com o sangue de Zetsubõ, o pai ficara radiante com a sua cria e dedicou todo o seu tempo e devoção à pequena criança, levava-a consigo a reuniões da nobreza enquanto a tua mãe ficava em casa sozinha, a tua mão foi-se sentindo cada vez mais isolada e apercebeu-se que tinha sido usada por causa da sua nobre linhagem. decidiu então vingar-se do teu pai, começou a sair com outro homem e rapidamente se apaixonaram um pelo outro, a tua mãe era uma mulher bastante bela e interessante, e foi assim que a tua mãe engravidou de ti. após nove meses tu nasceste e desta vez foi a vez da mãe ficar radiante. não ligava nem ao pai nem ao primogénito, apenas tinha olhos para ti. um dia o teu pai pediu-lhe que ensinasse a criança primogénita como activar o doujutsu do seu clã, no entanto esta recusou-se e disse que essa habilidade apenas seria ensinada ao seu filho, aquele que a iria usar com carinho, pois o primogénito não fora fecundado no carinho mas sim nos interesses, dificilmente seria bem intencionado a usar o doujutsu. O pai, que viu que os seus planos tinham sido atirados ao fogo revoltou-se e a partir desse dia começou a bater na tua mãe, por qualquer coisa a tua mãe apanhava com o cinto ou com a mão do teu pai. Numa noite escura o teu pai chegara de uma festa bêbado e começou a espancar a tua mãe, com aquele álcool todo no sangue a sua raiva era imensa, até que sacou de uma kunai e cravou-a no peito da tua mãe.
Zehel estava em choque com a onda de eventos que o invadia, seria verdade? Tudo o que Zehel tomava como certo estava a ser esmagado. Ainda um pouco abalado Zehel disse:
- Agradeço e aprecio imenso a tua sinceridade, por favor acaba a minha história...
O anjo da noite acenou com a cabeça e continuou:
- Se estás certo disto continuaremos, após o trágico assassínio da tua mãe, tu eras o próximo alvo, as mãos ensanguentadas daquele monstro dirigia-se para o teu berço. Tu sempre tiveste um sono extremamente pesado enquanto bebé e não despertaste nem com os gritos de choro do teu irmão, estavas a apenas um momento da morte quando o teu pequeno irmão conseguiu despertar o seu poder interior, com o Zetsugan o teu pai fora puxado para um genjutsu e o seu chakra ficara perturbado, devido a esse desequilibro o homem teve uma overdose acabando por morrer. É graças ao teu irmão que tu estás aqui hoje, neste momento a falar comigo. o resto da história é fácil, foste adoptado pela família que tens hoje.
- E o meu irmão?- perguntou Zehel intrigado.
- Tenho cara de sub-consciente do teu irmão?? Então não faço um corno da ideia de onde está o teu irmão! - disse o Anjo.
Seguiram caminho em silencio, aquilo era imensa informação para assimilar.
- É aqui que paramos. -disse o Anjo imobilizando-se.
Zehel olhou para a frente e avistou que a paisagem mudava,o território que se avistava à sua fronte era totalmente diferente, o céu era negro como breu e relampejava, e a paisagem tinha árvores mortas e incineradas e pedras no seu caminho.
- Não deves passar desta linha Zehel, aquele é território maligno, uma vez que lá entres não conseguirás sair, eu próprio acabarei com a tua vida no dia em que fores tomado pela escuridão, eu sou o anjo de la Noche e a escuridão jamais me tomará, escuta as minhas palavras, o teu mundo estará perdido quando te renderes à escuridão.- do Anjo nocturno emanava agora uma aura fria, Zehel sentira com toda a certeza que ele não teria problemas em matá-lo.
Zehel não se deixaria apanhar pela escuridão, "Nunca!!" gritava ele na sua mente.
- Acompanhar-me-ás sempre? Poderei falar sempre que quiser contigo mesmo estando acordado? - perguntara-lhe Zehel.
- Claro que podes konoyaro, bakaero, eu sou o teu sub-consciente, onde tu estarás eu também estarei, enquanto eu caminhar a solidão não te alcançará!!
No momento seguinte Zehel abriu os seus olhos e estava de volta ao seu quarto...
- Zeh-kun acorda e vem lá abaixo. - A sua mãe chamava-o à sua porta, olhou o seu relógio, eram 10 da manhã.
"Aquele gajo meteu-me a dormir mais umas horas." pensou Zehel revoltado. Do interior da sua mente ouviu uma voz a gritar " Cala-te seu idiota tu é que ficas-te na conversa comigo bakaero.". O Anjo da Noite conseguia ouvi-lo aquilo era bastante bacano, tinha sempre alguém com quem falar, " Duh, eu te disse que a solidão não se iria abater sobre ti.", Bem na verdade Zehel também deixaria de ter privacidade, mas isso pouco importava, vestiu-se rapidamente e desceu o lance de escadas, lá em baixo Zehel tinha algumas prendas em cima da mesa.
- Pelo sucesso da tua primeira missão Zehel! - disse o pai emborcando no copo de whisky. - festejaremos!!!
Em cima da mesa da cozinha estava um gatinho preto bebé, tinha os olhos amarelos, estava a miar baixinho, estava aterrorizado o bichinho. Zehel pegou cuidadosamente na sua nova mascote e afagou-lhe o pelo, rapidamente o gatinho e ele se habituaram à presença um do outro, sempre quisera um gato para lhe fazer companhia e finalmente tinha um!
Em cima da sua mesa havia outra prenda era uma kusarigama, e Zehel ficara logo empolgado em experimenta-la
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