Abri lentamente as pálpebras dos meus olhos, estranhei o facto de não estar entre os lençóis, mas lembrei-me rapidamente que tinha chegado esgotado do treino, e caí em cima do colchão completamente estafado. Fiquei feliz, com o sucedido não seria obrigado a fazer a cama. Quando ia a sair do quarto, deparei-me com um pergaminho e ao lado desse pergaminho tinha lá uma carta.
“Querido Rampou, esperemos que gostas da surpresa, dirigi-te ao campo de treinos, lá libera o pergaminho e terás a tua surpresa. Beijos , dos teus pais que te adoram”.
Fiquei bastante curioso, fui rapidamente preparar o pequeno-almoço, mas para meu espanto já estava preparado. Torradas barradas com manteiga e um copo de leite com café como eu gosto. Tomei o pequeno-almoço , não me lembro de ter demorado tão pouco tempo a comer. Levantei-me e saí por a porta, levava o pergaminho no bolso de trás das calças.
Concentrei chakra na palma dos pés, uma quantidade considerável, subi a árvore até ao seu topo, passei a mão direita pela cara para limpar o suor causado pelo esforço. Olhei em frente e visualizei que até ao campo de treinos havia vários ramos, então fui saltando um a um até chegar ao campo. Finalmente cheguei, saltei do último ramo para a macia relva que me esperava, mas devido a não ter fletido os joelhos para aterrar, tive uma cãibra, para além de que os músculos estavam bastante desgastados.
Fiquei uns cinco minutos a descansar no chão, quase me esquecendo da minha grande motivação. Quando me ia a virar para o lado esquerdo, bati com o traseiro numa rocha, e a dor salientou-se, pois era no bolso encostado ao traseiro que estava o pergaminho, e assim me lembrei da surpresa.
Com a mão direita peguei no tão desejoso pergaminho, estendi-o no chão, e avistei um símbolo. Foi-me ensinado na academia ninja que um pergaminho pode conter armas ou outra coisa qualquer seladas, e que para as retirar era preciso fazer um selo o Kai (liberar).
Cerrei a mão, deixando só estendido dois dedos, o indicador e o do meio, conduzi um fluxo de chakra até à mão e gritei.
-Kai!
Uma nuvem de fumo surgiu, consegui avistar uma cor encarnada, mas nada em concreto. Três segundos passaram e o fumo se foi. Olhei radiado de alegria, nem acreditava no que tinha acabado de ver, veio-me uma lágrima ao olho, foram um monte de sensações boas. Meus pais finalmente me ofereceram o que eu tanto queria!
Um ceifador triplo, fui em direção a ele, estendi o meu braço direito, cerrei o punho amarrando assim no ceifador, o ceifador possuía três lâminas, e uma pega ligada com ligas brancas. Depois dessa pega estendia-se uma corda preta bastante resistente que me permitia manobrar melhor a arma. Peguei com o braço esquerdo, no meio do estender dessa corda preta.
Devido à minha fraca estatura, não aguentei com o ceifador, pois era demasiado pesado para mim. Este caiu e fez um pequeno golpe na minha perna. Escorreu sangue da perna direita, mas rasguei um pouco da minha camisola e atei à volta do ferimento estancando assim o sangue.
Fui selar novamente a arma no pergaminho e reparei que juntamente com o ceifador, tinham vindo uns pesos, para melhor o meu desempenho físico. Selei o ceifador e fiquei com os pesos. Eram uma espécie de liga bastante pesada que servia para por à volta das pernas e dos braços, para que fiquemos mais rápidos após o uso dos pesos.
Coloquei os pesos, ao colocar o último na perna direita esqueci-me do meu ferimento e aleijei-me um pouco mais, nada de importante.
Levantei-me do chão lentamente, primeiro a perna direita e por seguida a esquerda, estiquei ambas as pernas. Levantei os braços com muita dificuldade, ao fim de os levantar três vezes ficaram dormentes.
Juntei as mãos e concentrei todo o chakra na palma dos pés, dirigi-me a uma árvore e tentei trepa-la juntamente com os pesos. Levantei a perna direita semidobrada e empenhei uma grande força para pousar o pé na árvore, de seguida fiz o mesmo com a esquerda. Aumentei o fluxo de chakra nos pés executando uns selos, após isso, levantei de novo a perna direita, muito lentamente, fleti-a para ser mais fácil mas começou a ficar dormente, pousei rapidamente a perna. Ficando assim com uma perna à frente da outra. Fiz o mesmo com a esquerda, no momento que a pousei, fiquei com ambas as pernas dormentes.
A liga que tinha à volta do ferimento da perna direita rompeu-se, mas nem por isso senti o sangue a escorrer, é horrível a sensação de ver o sangue, e não o sentir devido à exaustão. Senti que ia cair, mas agilmente com muito esforço amarrei um ramo com o braço direito, arranquei um pequeno pau e deixei-me cair levemente.
Após ter descansado cinco minutos dirigi-me ao pequeno rio que havia no campo de treino, empunhei o pau no rio e apanhei um peixe. Juntei as mãos, concentrei chakra e expeli uma pequena bola de fogo para o peixe, mas este ficou esturricado. Então novamente, peguei noutro pau e noutro peixe. Desta vez moderei a quantidade de chakra, pois quanto mais chakra maior a bola de fogo e quanto menos chakra menor. Concentrei chakra durante uns breves instantes, e tentei medir a quantidade, até chegar ao ponto, coloquei o chakra nos mínimos, inspirei ar e expeli-o vagarosamente. Saindo assim uma pequeníssima bola de fogo que assou o peixe.
Sentei-me a comer o peixe e adormeci deitado na relva.