Tinha sido uma missão esgotante. Caminhava Giikondry devagar a caminho de casa. Pensava agora nos membros da equipa. A missão tinha sido de certeza um sucesso. A ameaça para os animais da quinta fora eliminada. Kimon e Tantalow mostravam um trabalho de equipa notável. Dava para ver que já estavam a treinar juntos à muito tempo. Giikondry tinha que se integrar na equipa. Os estilos de luta tão diferentes tinham que se fundir num só, para uma equipa poderosa. Só treinos em conjunto e missões poderiam ter esse efeito.
A chuva tinha parado. O chão estava encharcado. Giikondry, devido ao cansaço, não ia com muita atenção, e numa curva escorregou e caiu de rabo. Levantou-se com uma dor aguda, mas que decidiu ignorar. Aproximava-se agora da sua casa. Abriu o portão e subiu as escadas escorregadias, mas nas quais não caiu, pois aprendeu a lição. Como estava exausto, nem procurou as chaves, e simplesmente bateu à porta. Ouviu-se um barulho de passos a descer as escadas, e depois o som da fechadura a ser destrancada. Apareceu a mãe de Giikondry, seguido do pequeno lobito. Não houve troca de palavras. A sua mãe voltou a subir as escadas, para ir para o quarto. Giikondry pegou no lobo, e levou-o para a sala. Ficaram um tempo a olhar olhos nos olhos. Depois o lobo lambeu-o na cara, e a afeção pelo mesmo foi imediato. Giikondry pousou o lobo no chão. Dirigiu-se para as escadas e começou a subi-las. O lobo segui-o de perto. Tinha o pelo brilhante, e não se queixava de fome. A mãe de Giikondry de certeza que o tinha limpo e alimentado.
Giikondry chegou ao quarto, caiu como um tronco para cima da cama. O lobo começou a latir, e Giikondry pegou nele para junto dele. Aninharam-se os dois debaixo dos lençóis.
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Giikondry tinha-se esquecido de fechar os estores. O sol entrava pelas janelas, e batia na sua cara. Acordou. Ergueu-se na cama e ficou a olhar em volta. Não havia sinais do pequeno lobo. Levantou-se e desceu para a cozinha. Encontrou-o lá. Estava junto do pai e mãe de Giikondry, a comer de uma taça.
-Bom dia filho! – disseram os seus pais com um sorriso na cara.
-Bom dia… Porque estão com essa cara? – perguntou Giikondry .
-Estávamos aqui com o teu pequeno animal. Já nos afeiçoamos a ele. Tem um ar tão inocente. – disse a sua mãe.
-Não dirias isso se tivesses estado ontem naquela quinta. Os três lobos contra quem tivemos que lutar não eram assim tão inocentes.
-Tu e as tuas coisas ninjas. Já não me bastava o teu pai com as suas histórias de juventude e de lutas. – desabafou a mãe.
-Não vou comentar isso. Vou pegar no lobo, ao qual ainda tenho que dar um nome, e vou com ele para o quintal brincar.
-Está bem. Mas eu e o teu pai temos que te avisar. Tens que ser tu a tratar das suas necessidades como a alimentação, banho, etc. Nós não vamos ter essa responsabilidade. Estamos entendidos?
-Não se preocupem. Eu trato dele. Vai ser o meu melhor amigo.
Dito isto saiu pela porta das traseiras com o lobito. Foi-se encostar a uma árvore que havia, uma árvore já com muita idade. O chão ainda estava molhado da noite anterior, mas Giikondry não se importou. O lobo rapidamente começou a tentar saltar para cima dele, querendo brincar.
-Temos que te arranjar um nome. – disse Giikondry para o lobo – Acho que te vou chamar Kuro Okami devido ao teu pelo escuro. É isso mesmo, vai ser esse o teu nome.
Kuro Okami latiu, e abanou a cauda, como se tivesse entendido e tivesse aceitado. Giikondry passou horas a brincar com ele, e parecia que não se fartava. Mas Kuro Okami ficou cansado, e como ainda era pequeno foi dormir para uma alcofa criada pelo pai de Giikondry. Giikondry aproveitou para ajudar a mãe com o almoço.
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Depois de almoço, Giikondry pegou no Kuro Okami e dirigiu-se a casa de Tantalow e Kimon, para lhes ir mostrar o novo membro da equipa. Sim, porque Giikondry tinha em mente treinar com Kuro Okami, e torna-lo não só no seu melhor amigo, mas numa ajuda para si em batalha. Quando chegou à casa deles, Tantalow ainda se encontrava na cama, ainda a recuperar da ferida do outro lobo. Quando viu Kuro Okami, Tantalow fez uma cara de surpresa e algum medo à mistura. Não ficou muito contente com a ideia, mas não havia nada a fazer. Giikondry estava decidido. Lancharam ali, e Giikondry deu um pouco do seu lanche a Kuro Okami. Continuaram a falar sobre o futuro e a equipa até perto da hora do jantar. Giikondry saiu da casa deles perto das 19H30, hora a que mãe de Giikondry costuma estar a cozinhar. Então pôs-se a correr, vendo que Kuro Okami já o seguia fielmente, em apenas 1 dia.
Chegaram a casa, jantaram, e como Giikondry não tinha descansado o suficiente na noite anterior, decidiu dormir cedo. Kuro Okami estava também cansado, juntando-se Giikondry. Deitaram-se os dois na cama. Giikondry ainda ficou a pensar um pouco, enquanto Kuro Okami adormeceu logo.
“Tenho sorte. Tenho uma equipa espetacular, embora precise de me ambientar melhor com eles, e agora um novo amigo para a vida. É curioso como ele já me segue. E já parece que reconhece o seu nome”
E foi no decorrer deste pensamento que adormeceu.