Filler | Título com Link |
1 | Sayonara Konoha |
2 | A Ilha Erótica |
3 | Femmes Fatales (Parte I) |
4 | Femmes Fatales (Parte II) |
5 | Femmes Fatales (Última Parte) |
6 | Hanami High School (parte I) |
7 | Hanami High School (parte II) |
8 | Hanami High School (parte III) |
A Flor e o Tigre de Konoha
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Saga Conjunta - Yamanaka Hana e Nara Tora
Filler 6 - Hanami High School (parte I)
- Citação :
- - Ei, Hana-chan, para onde estamos indo? – perguntava a kunoichi de cabelos azulados, ainda sonolenta.
- Deixa de ser preguiçosa, Tora-san. Se quisermos avançar rápido, temos que andar. – respondia a loira, cheia de determinação.
- Porra, eu não tenho tua disposição, Hana! Além do mais, fico com dor de cabeça quando estou com sono... – reclamava a Nara.
- E mau-humor também. Deixa de ser frouxa, gata. – a Yamanaka rebatia.
Dias haviam passado desde que elas haviam deixado a ilha de Nadeshiko, sem saber o trágico desfecho de Hyuume e Tsurume. Já haviam alcançado o continente, avançando cuidadosamente por sobre os limites do país do Fogo. Por vezes, a Nara tentava descobrir como abrir a caixa, sem o menor sucesso. Caminhando por algum tempo – que poderia ser encurtado com uma melhor disposição da pequena chuunin – as amigas encontravam-se numa floresta desconhecida.
Hana observava o mapa, a próxima parada delas não era longe dali, porém a cada passo dado sob aquele denso nevoeiro, parecia que a disposição delas era sugada. Adentraram ainda mais por debaixo de todo aquele céu verde – que parecia infinito – até que encontraram um pequeno rio e um abrigo natural incrível perto dele, que parecia convidá-las para um pernoite. Tora logo sugeriu que ficassem, não sabiam quanto tempo ainda teriam de andar, e precisavam mesmo repor as energias. A Yamanaka concordou, um pouco receosa, não tinha um bom pressentimento daquele lugar. A cada segundo que passava, mais o sono consumia a Nara, que nem esperou a refeição ficar pronta. Hana tentou acordá-la, mas acabou por adormecer em cima da amiga...
Colégio Hanami, oito e meia da manhã. A segunda aula arrasta-se lentamente, para desespero de muitos alunos da classe do 2º ano* B. O professor de biologia terminava o assunto sobre sistema respiratório, que era a penúltima lição. Angelus-sensei era um homem alto, tinha cabelos compridos e loiros, amarrados num rabo de cavalo; usava óculos de grau, um dos itens responsáveis por acentuar seu porte sério, mas nem isso impediu-o de ficar subitamente nervoso ao virar a página para ensinar o último capítulo sobre sistemas do corpo humano.
Os alunos tinham um semblante cansado, talvez mesmo aborrecido, e olhavam com curiosidade o novo comportamento do sensei – que transpirava muito e estava visivelmente incomodado. Yamanaka Hana, uma das alunas presentes virava também a folha para ver do que se tratava, dando um sorrisinho ao descobrir o motivo por trás daquele súbito nervosismo:
- E então Angelus-sensei... O senhor não vai iniciar a lição? – provocava a adolescente, jogando seus longos cabelos loiros para o lado.
- É que... Bem, eu... Hã... – Angelus não conseguia falar.
- Bem, então posso ajudar-te, sensei! – Hana oferecia-se.
- Que vais fazer, Hana-chan? – a ruiva que sentava-se perto da loira perguntava.
- Apenas observa, Arice. – sussurrava, levantando-se de sua carteira.
Caminhava provocante e lentamente em direção a Angelus, que tentava disfarçar seu nervosismo. Começou explicando brevemente sobre o sistema reprodutor femininino, indicando em si mesma onde se localizavam os ovários e útero, finalizando então na vagina. Depois virou-se para o professor, e pediu que ele demonstrasse em si mesmo onde estava situado o aparelho reprodutor masculino. Como Angelus negava-se, Hana aproximou-se dele, pegando em sua mão de forma a indicar que guiá-la-ia até onde situava-se o pênis e os testículos. Assim que sentiu a mão da aluna sobre a sua, o pobre sensei não resistia: lançava gritos terríveis, ecoados em todos os corredores do Colégio Hanami.
Os alunos do 2º B não se contiveram: a gargalhada era geral, com exceção apenas de Nara Tora, a presidente do clube de xadrez e uma aluna que conhecia um pouco da maldade e malícia nativas da Yamanaka. Ela mesma era uma vítima, por conta de sua aparência de extremo feminismo, e era a única que não divertia-se às custas do pobre sensei. Sua real vontade era dar um tapa naquele rostinho de porcelana, mas não queria ser suspensa de suas aulas por conta daquela garota. Angelus sentia-se cada vez mais envergonhado, principalmente depois de praticamente todo o colégio aparecer para saber o que havia acontecido, mas conseguiu ter algum pulso para dispersar os curiosos e convocar a líder das “Felinas” a ter uma conversa na sala da diretoria:
- Angelus-sensei, não seja mau, não dê aulas de reprodução somente para Hana-chan! Eu quero assistir, nem que eu seja um voyeur! – dizia Azura Inugami, o ruivo que gostava de gozar com toda a gente, não importando se eram professores ou outros alunos.
- Oh, então há reprodução envolvendo também dois machos, Azura-kun? Hohoho – a loira rebatia.
- Inugami-kun, tenha um pouco de respeito pelo sensei! – dizia Tora, não agüentando mais todo aquele circo.
- Hai, Sargentona-san! – respondia o ruivo, dando continência carregada de sarcasmo.
Angelus saía acompanhado por Hana e sua secretária, deixando os alunos com o restante da aula como descanso. Tora ignorava as piadas de Azura, enquanto pedia uma lista à Arice Tsukihoshi, a ruiva que sentava-se perto de Hana e representante da classe. Ela não era das mais inteligentes da classe, porém tinha bastante perícia em comover as pessoas – e Tora não era exceção. Nem precisou explicar muito, e a Nara já a desculpava, indo – mais uma vez – cumprir sozinha as obrigações perante a turma.
(...)Os gritos vindos do 2ºB eram ouvidos por todo o colégio, que rapidamente interrompiam suas aulas para saber o que havia acontecido. Bem, com exceção de uma sala, o 3º A*. Não, não fora falta de vontade ou curiosidade, mas temor de um possível surto de Ayame Midori. Esta continuava calmamente a lecionar sobre números complexos, como se a escola não estivesse sofrendo um evento anormal. Milagrosamente naquele dia, não parecia a mais estressada e impaciente professora do colégio que xingava a Natureza por possuir pólen, o agente causador de suas crises alérgicas.
Os alunos continuavam quietos, loucos por saber o que havia acontecido. Ayame seguia com sua explicação, quando subitamente ouviu barulho de papel sendo desamassado. Numa velocidade incrível, a professora lançava o piloto que há pouco escrevia contas na direção de Jow Yagami, o ruivo capitão do time de futebol. Graças a seus reflexos de atleta, o rapaz conseguia escapar ileso – mas não despreocupado:
- Sen... Sensei! – gaguejava, sem saber o que mais poderia vir.
- Yagami-kun, papéis em minha aula são somente para auto-anotações. Nada de conversas! – gritava, já demonstrando seu habitual comportamento.
– E ai do próximo que tentar burlar minha atenção, meus sentidos são bastante aguçados! Tenho dó do próximo que desafiar-me... – completava, ajeitando seus óculos e voltando para o quadro.
A sala continuava a olhar as explicações da Midori – porém, apenas realmente olhar. Os pensamentos ainda estavam no burburinho que podia-se ouvir ao longe, e logo surgiram várias tentativas de fugir dali:
- Sensei, posso beber água? – perguntava Kyo Kusanagi, vice-presidente do clube de luta.
- Não, Kyo-kun, a única sede que eu aceito numa aula de matemática, é a do saber! – respondia, mal-humorada.
- Midori-sensei, posso ir ao banheiro? – perguntava Soratsuhi Mitsuko, uma bela morena de longos cabelos negros.
- Não Sora-chan – respondia a professora.
- Mas... – tentava argumentar.
- Nem mas nem meio mas. Não é não! – Ayame tornava a gritar.
- E se eu... bem... Fizer minhas necessidades na sala? – a garota perguntava, tentando convencê-la.
- Ora, pegas a vassoura do Broly-san e limpa o que sujares... Não acho que não possas agüentar uns vinte minutos... Minutos esses responsáveis pela sua linda reputação. – finalizava, arrumando novamente os óculos.
- Sensei... – um aluno levantava a mão.
- NINGUÉM SAIRÁ DESTA SALA ATÉ O SINAL TOCAR! – finalmente Ayame fazia jus aos títulos informais que possuía.
- Eu tenho uma dúvida sobre números complexos, sensei... – dizia Imagawa Katsu, presidente do Conselho Estudantil, ao perceber que ninguém sairia mesmo dali até a aula acabar. Enquanto fingia-se interessado na matéria, seus ágeis dedos dentro do bolso digitavam uma SMS...
(...) - Citação :
- “O que diabos está acontecendo na escola? Não posso sair da sala, Midori-sensei é mesmo assustadora! Responde logo, se faz favor... Katsu”
- Tsc, o que a curiosidade humana não faz com uma pobre alma... – dizia alguém de cabelos brancos e olhos vermelhos, ainda sentado em sua carteira enquanto praticamente toda a sua havia ficado vazia.
Este (ou esta) é Mo, “alguém” da classe do 1º C*. Um dos prodígios de sua turma, estava no ensino médio com apenas treze anos, sendo também vice-presidente do Conselho Estudantil. Ninguém jamais o (a) viu entrando em algum banheiro, mesmo o Colégio Hanami sendo em período integral, o que só atiçava a curiosidade dos alunos, de todos os anos.
A “criatura” jogou seu telemóvel na mochila, ignorando por completo a mensagem que acabara de receber. Não apetecia-lhe saber o que estava acontecendo, estava contente em não ser incomodado. Além dele, havia apenas Tanya na classe, a presidente do clube de artesanato. Não era grande companhia, afinal, havia rumores de que ela vivia num mundinho alternativo, graças à ação de ervas (digamos, "proibidas"). Mo deixava-se descansar em cima da banca, na esperança de ter alguns minutos de paz. Minutos esses que logo foram interrompidos:
- Mo-kun! Não foste ver o que houve? Angelus-sensei novamente! Aquela Hana-chan sabe deixá-lo desconcertado hahahahahah – ria-se Aslan, o presidente do clube de culinária.
- Aslan-san, estou com dor de cabeça, não interessa-me o que houve. Tenho muitas coisas a resolver no conselho... – respondia Mo, com um sutil ar de zanga.
- Ah, o conselho! Precisamos mesmo de verba para o nosso clube, estamos quase fechando as portas! Podias ajudar-me a convencer o Katsu-senpai a liberar mais investimentos, hein?- Isto é lá com ele, não tenho nada a ver com...- Então o Mo-kun está aqui! – dizia Kimura, um garoto pálido e franzino, a despentear os cabelos grisalhos do vice-presidente do conselho estudantil. –
Uhm, estavas cá apenas com a Tanya antes do gordo chegar? – perguntava, em tom sarcástico, lançando um olhar para a garota que desenhava algo no caderno e parecia alheia a tudo.
- Não sou curioso como vocês... Tsc, e pensar que até o Hitsuyaga-sensei deixou-se levar pela curiosidade... – respondia, abaixando novamente a cabeça.
- Diga lá, Mo-kun, que fizeste com a Tanya? Ela até tem um corpo bom... – continuava Kimura.
O professor Kazuki Hitsuyaga voltava para a sala acompanhado pelos demais alunos, que eram trazidos à aula graças a Kou, o adorável representante de turma. Kazuki fisicamente dava medo, afinal era bem constituído, tinha um cabelo anormalmente avermelhado e que contrastava com uns olhos que faziam qualquer pessoa temê-lo; porém era extremamente calmo e gentil, por vezes sem autoridade alguma em classe. O sensei tentava – inutilmente – colocar alguma ordem na sala, esta facilmente conseguida pelo pequeno representante:
- Arigatou gozaimasu, Mitsukubane-kun! – agradecia o professor, enquanto pensava numa forma de voltar à aula sobre Idade Média.
(...)O sinal tocava, para alívio dos estudantes – principalmente do 3º A, que corriam para saber dos colegas dos outros anos o que havia acontecido. Katsu encontrava Mo no pátio, perguntando-lhe o porquê de não ter respondido sua sms. Este limitava-se a encarar o Imagawa com ar cansado, entregando-lhe uma folha que continha um discurso que deveria ser anunciado dali a uns minutos. O mais velho continuava a cobrar a resposta da mensagem, enquanto o pequeno Mo começava a dirigir-se para a sala do Conselho Estudantil e orientava o outro a fazer logo o anúncio.
O garoto do 3º ano lia rapidamente o que estava no papel, amassando-o e jogando-o numa cesta de lixo ali próxima. Passava a mão no cabelo e retirava um espelho do bolso, terminando rapidamente seu ritual antes de seu pronunciamento público. Subiu ao pequeno palco ali no pátio principal e iniciava seu próprio discurso:
- Amores e senhores do Colégio Hanami... – iniciava, soltando uma piscadela para a garota que encontrava-se mais próxima. –
O Conselho Estudantil tem a honra de anunciar que teremos uma surpresa no próximo festival da primavera. Sabemos que alguns clubes estão precisando de verba extra, mas como o Conselho não pode bancar as finanças, resolvemos fazer uma pequena disputa. As barracas do festival deverão arrecadar o máximo de dinheiro possível, e a grande vencedora irá receber uma boa porcentagem como forma de recompensa. Este ano resolvemos inovar, e as barracas serão em duplas compostas por alunos de todos os anos, que serão sorteados daqui a uns dias, aqui mesmo no pátio. O tema é livre, as inscrições deverão ser feitas em até três dias, lá na sala do Conselho Estudantil ou com o Mo do 1º C, caso encontrem-no pelos corredores. Bem, é tudo, boa sorte a todos! – finalizava, descendo do palco e soltando outra piscadela para a mesma garota de antes, que virava-lhe o rosto com ar de desdém.
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*: No Brasil, 1º,2º e 3º anos equivalem respectivamente aos 10º, 11º e 12º anos de Portugal