T1 - Ninja sensorial
- Hitsu, quero-te ensinar uma coisa...
- Sim...
- É algo muito tipico e útil do nosso clã
- Então diga, pai...
Aquele vellho ainda não me tinha ensinado tudo, e provavelmente vou sentir falta dele no futuro quando eu partir para dar a volta ao mundo, ou então ele partir para nunca mais voltar.
- Segue-me.
Chegamos a um jardim do nosso clã, cheio de flores e cheiros. Ele sentou-se e começou a falar no seu tom superior e sábio:
- Os Yamanaka há muito que percebem mais que os outros clãs... Nós conseguimos ler a mente, ver as suas memórias. Nós tambem conseguimos senti-los. A maior parte dos clãs não tem estas capacidades de perceção... Agora quero que te sentes como eu e te concentres, e sintas o teu chakra.
Depois de ter dito isto sentou-se, e eu tambem, em posição de meditação, cruzamos olhares, olhamos para baixo e fechamos finalmente os olhos.
Depois de alguns segundos concentrado, senti algo que não consigo bem explicar o que é ou como é... mas é chakra, assim fui ensinado. Corria livremente pelo meu corpo, sem se desviar do seu caminho. Quase como um fio de água corre no verão, quase como quem ouve o zumbido de um inseto, ou bebe água e saboreia o seu travo a terra. É suave...
- Agora, quero que sintas o meu! – disse meu pai. Pensei que estava a brincar, mas seus olhos refletiam bem uma obrigação.
Fechei novamente os olhos e comecei... Demorei algum tempo e como quem ouve um zumbido ao longe senti algo. Era o seu chakra, só podia ser. Cada vez mais forte, tinha a certeza, conseguia “ver” o meu pai de olhos fechados, senti-lo ao longe. Incrivel, e ainda assim natural. De repente esta nuvem azul que eu via de olhos fechados afastou-se ligeiramente. Abri os olhos e meu pai disparava uma bala de água sobre mim, consegui desviar-me rapidamente saltando para trás num mortal acrobático.
- Percebes a importância desta técnica? Tu podes sentir o teu adversário como o músico toca a guitarra!
Ele estava claramente excitado e eu ia abrir a boca. Mas levei um murro na cara com imensa força. Quando me levantei percebi que era um clone dele.
- Vá lá Hitsu, mantem-te concentrado, tens de sentir.
Passei a mão na cara enquanto ele me dizia aquilo. Sabia a sangue claramente. Mas tive de me manter no jogo. Olhava para ele e agora paranóico tentando evitar outro golpe silencioso como aquele. Ele olhou para mim e depois colocou a bandana na frente dos seus olhos, tapando a sua visão. Depois mandou vários shurikens contra mim. Eu estava pronto e controlando o meu chakra usei-o para formar uma espada de água na minha mão direita(já que não tinha trazido a minha) e com ela bloqueei os sete objetos pontiagudos arremeçados. Pensei que tinha passado, mas levei novamente com um murro na boca de outro clone. Não consigo perceber como aquilo aconteceu outra vez. Ainda assim levantei-me e ele disse:
- Hitso, estás um alvo facil!
Ele mandou novamente shurikens, mas eu desta vez estava pronto. Mais uma vez usei a espada de água para evitar os ataques, mas desta vez concetrei-me, novamente um clone vinha na minha direção pela direita. Eu sentia-o, eu tinha a certeza! Defendi o seu punho com a palma da minha mão. Ele era claramente mais forte. Olhei-o nos olhos daquele “meu pai” mas pelo canto do olho vi que o seu verdadeiro eu estava a fazer o jutso para explodir um kibaku fuda. Então usei um movimento rápido do fogo para trás dele e vi a uns metros o clone que me tentou golpear explodir. Com a minha espada improvisada disse:
- Acabou pai!
Aquele corpo a minha frente derreteu-se em água. E ele disse ao longe:
- Acabou o treino por hoje Hitsu, lembra-te disto, pode ser muito importante!
Aquele confronto não tinha sido entre mim e meu pai, mas sim entre mim e uns clones deles. Quando usei a técnica para sentir o chakra do meu pai senti um volume muito maior que o dos clones. Impressionante!
- Spoiler:
Um treino pequeno que explica como Hitsu se torna um ninja sensorial, ensinado pelo seu pai.