Largas horas passaram desde que o grupo saiu da pequena vila em direção ao massacre que em breve iria acontecer. O Deus da Morte estava sentando no seu trono enquanto mirava o horizonte. Era estranho ele estar ali, em carne e osso, à minha frente. O corpo do pobre Uchiha estava a ser usado como hospedeiro:
-O que temos aqui? – perguntou o Deus olhando para mim
Um guarda aproximou-se e falou-lhe ao ouvido. Ele sorriu:
-Foste tu que me deste aquele sangue?
Eu não respondi. De repente um forte lampejo de luz atinge-me. Tudo fica desfocado e eu caío no chão. Um som agudo e contínuo invade a minha cabeça e tudo à minah volta parecia estar em “pausa”. O som parou e tudo voltou ao normal. Uma voz na minah mente gritava para eu correr pela vida, não largá-la custe o que custasse.
“Corre...”
-Não falas? O gato comeu-te a língua? – Riu-se
Olhei para o enorme arco que formava a entrada da vila.
“Corre...”
Caminhei lentamente, nunca perdendo o olhar do Deus da Morte.
“Corre...”
Virei-me de repente e comecei a correr em direção ao arco. Ninguém me tentou impedir. Assim que estava quase a sair vou contra uma parede invísivel e sou atirada para trás, aterrando aos pés do Deus. Ele levantou o pé colocou-mo no pescoço:
-Onde pensavas que ias? Hum? Embora? Vais ficar aqui a ver o espetáculo. – Riu-se
“Corre...”
A voz repetia-se sem parar. Um calafrio percorreu a minha espinha ao olhar os olhos rubis do Deus da Morte:
-Eu vou-me embora daqui! E não vai ser um Deus de meia-tigela que me vai parar. Tirei o pé de cima de mim e levantei-me.
“Corre...”
Iniciei a passada rápida. Concentrei chakra nos pés e saltei para um muro. Quando saltei para fora da muralha a barrei eleva-se e sou de novo atirada. Voltei a correr e, aproveitei o chakra concentrado, saltei para o muro. Atirei-me para fora, mas sou ripostada para trás, aterrando no memso sitío:
-Não vais sair... – disse o Deus
Guardas começaram a aparecer de nenhures e uma dezena foi para frente do arco:
-Não vais sair sem matares aqueles guardas.
O Deus esticou a mão e uma katana apareceu. Era bela e extremamente polida. A lâmina era cristalizada e o seu cabo era branco e vermelho. Agarrei na espada e mirei-a hipnotizada. Dei alguns passos para trás e olhei o Deus:
-Ou não...
Ao dizer isto giro a espada, pronta a rasgar o pescoço dele. O Deus simplesmente levanta a mão. A lâmina assim que lhe toca parte-se, ficando em metade. Depois de passar a mão, a lâmina volta ao normal:
-Não vais sair sem matares aqueles guardas. – repetiu
Eu não tinha escolha. Virei-me para eles. Semicerrei os olhos e iniciei a corrida. Os guardas responderam. Aquela espada mudara-me. Aquela beleza, aquele poder que emanava, tudo nela alterara a pessoa que eu era. Uma sede de vingança atingira o meu coração e era isso que eu via à frente. Dois guardas atreveram-se a enfrentar-me. Dei um salto e girei o corpo, fazendo uma rotação de 360º na vertical. Senti uma ligeira pressão duas vezes. Era o sinal dos corpos trespassados pela gélida lâmina de cristal. Os corpos caíram no chão, decapitados, e o sangue ornamentou aquela terra escura com um tom vivo do vermelho. Mais quatros decidiram deixar o seu destino nas minhas mãos.
“Mata...”
A luz voltou. O mundo parou. O zumbido voltou. Caí no chão e a espada caiu aos meus pés. Ouvi algo a carregar seguido de uma forte dor no peito. Um flash mergulhou aquele mundo parado.
Abri os olhos. Estava num espaço totalmente branco onde não era possível saber o seu fim nem início. O meu coração mudara. Estava novamente normal. Comecei a caminhar naquele novo espaço. Tentei abrir os braços para sentir paredes, mas nada:
-Está aqui alguém?
Apercebi-me de uma esquina. Corri para lá. Ao virar fiquei surpresa com o que vi. Os meus avós estavam sentados debaixo de uma Árvore de Cerejeira. Vestiam uma longa túnica branca e uma leve aura dourada e prateada rodeava o seu corpo:
-Avó? Avô?
As lágrimas vieram-me aos olhos. Eles reconheceram-me e olharam para mim com o seu olhar ternurento. Senti atravessar algo e logo as minhas roupas foram alteradas para umas iguais às deles:
-Tenho tantas saudades vossas.
Abracei-os. Eles retribuíram o sentimento:
-Onde estou? -perguntei
A minha avó olhou para o seu companheiro e a sua expressão mudou:
-Querida, bem... tu... tu estás no céu.
-No céu? Mas como é que isso é possível? Eu estava mesmo agora na Vila da Morte e....
A minha mente limpou-se. Eu não fui parar àquela vila por nada:
-Mas como? Eu morri? Quando? E... e o Tsubaki?
-Tu estás em coma à alguns meses. Ao que parece partiste numa expedição com um grupo de shinobis de Konoha e tiveste um acidente. Caíste de uma falésia e ficaste presa numa rocha, submersa nas fortes correntes. Eles salvaram-te a vida, mas não conseguiste escapar ilesa. Desde então estás em coma. Alguns dias atrás o teu coração não aguentou e começou a falhar e aí ficaste em risco de vida. Hoje pioraste. O coração parou a 1ª vez e reanimaram-te, mas à 2ª não aguentaste e morreste.
-Não.... i-isso não é possível. E o Tsubaki? E os meus pais? Minha irmã? Os meus amigos? Tudo? Eu perdi tudo?
Caminhei para trás. As lágrimas escorriam loucamente pela face, caindo no chão como pequenos cristais. Cai sobre os joelhos e chorei:
-Porquê? Porquê eu?....
Tudo. O Saynjo. O casamento. A traição. A vila da Morte. Fora tudo inventado na minha cabeça mediante a situação (coma).
Os meus avós levantaram-se e sorriram. Olhei para eles:
-O-o que se passa? Porque se riem? Digam-me!
Eles apontaram para trás de mim:
-Parece que as tuas preces foram ouvidas. Tens mais uma chance meu amor.
-Que luz é aquela? – perguntei
Tapei os olhos com tal intensidade que era emitida:
- É a Terra. É a tua vida. “Corre...” – disse a minha avó na sua voz doce e amável
Levantei-me. Um leve sorriso rasgou os meus lábios. Limpei as lágrimas e funguei. Olhei para eles enquanto caminhava para a luz.
Quando a alcancei olhei uma última vez antes de ir embora. Eles mandaram-me um beijo com as mãos. Limpei uma lágrima e entrei na luz. Senti cabeça às voltas e vários feixes de luz invadiram os meus olhos. Senti uma dor no peito extremamente forte e abri os olhos. Lentamente fui me habituado à vida. À nova chance que me fora dada. Vi Tsubaki, os meus pais e a minha irmã. Olhei bem e sentado numa poltrona estava Naito com um sorriso nos lábios. Olhou para mim e falou:
-Sê feliz...
Depois disso desapareceu. Toda a gente me felicitava por ter acordado daquele longo pesadelo. Eu sentia-me fraca, mas ao mesmo tempo pronta para voltar a ser a mesma Hiroshi. Dei um beijo a Tsubaki e disse:
-Aceito casar contigo Tsu.
Fim - Citação :
- E assim termina a história de Yamanaka Hiroshi...por agora. Espero que tenham gostado destes 12 curtos fillers e prometo que farei um esforço para aumentar cada história. Graças a ela aprendi vários aspetos (críticas...) que irei tentar utilizar ao máximo nas próximas histórias. A nova personagem está a chegar e conto com a vossa presença para lhe dar as boas-vindas. Foi para mim um prazer ter a oportunidade de criar esta menina especial dos cabelos roxos e espero também que ela tenha conquistado os vossos corações. Quero agradecer ao BigBoss por me ter dado umas dicas de como fazer um treino que valha a pena (quando fizemos em conjunto e eu fui comparar e...[no coments]). Não achem lamechas este mini-discurso, mas acho que cada personagem merece respeito e é isso que vou dar à minha Yamanaka, o devido respeito e uma saída de cena digna. Uma salva de palmas para Yamanaka Hiroshi. Obrigado e continuação de boa noite.
PS: Backup plz