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Droga. - Suspirou Kimura ao ver o tamanho da sacola de compras que teria que carregar até a cabana de Junchei. Levando os braços até o grande objeto, ele gemeu quando o levantou, despejando-o em cima de sua cabeça para ter melhor equilíbrio. Suas pernas tremeram e suas costas ganharam os contornos dos músculos com o esforço, até que o ANBU decidiu iniciar a caminhada. A pequena Vila não era muito distante de onde estava. E poucos moradores e transeuntes caminhavam por aquelas paragens naquele fim de tarde. -
Ótimo, tenho que me apressar. - Sussurrou quando sujou suas sandálias no chão enlameado, enquanto cambaleava para manter as compras acima da cabeça. Distraído em pensamentos, ele mal percebeu que à sua frente algum velho implorava para passar. Dobrando uma curva fechada, Kimura viu cerca de dez homens com espadas a ameaçar um velho que trazia uma pequena carroça. -
Pague o pedágio, velho! - Gritava um deles, chutando a carrocinha. O idoso parecia apavorado, mas logo que o jovem surgiu na estrada, já foi inquirido a também pagar o pedágio. Usando a força de seus braços, o chuunin repousou suas compras de volta no chão e institivamente procurou a sua espada presa às costas. Contudo, percebeu logo que deixara o pouco de seu equipamento ninja na cabana, justamente para não assustar os moradores.
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Não pago! - Desdenhou com arrogância.
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Acabem com ele! - Gritou o que parecia ser o chefe.
Kimura focalizou chakra nas pernas e avançaria num rápido shunshin, se os bandidos não tivessem feito o mesmo em sua direção. Surpreso em enfrentar nukenins, o jovem preferiu efetuar o shunshin num veloz recuo para então jogar suas pernas para trás e atingir uma árvore que estava em seu caminho. Suas pernas dobraram com bastante energia cinética e logo o kashikogan trilhou o caminho mais danoso para os inimigos. O tronco estalou com a força do baunsubaunsu que efetuara em direção aos nove homens que o viram se aproximar em grande velocidade e cruzar os braços para convergir chakra nas tatuagens e invocar uma kunai e uma tanto. Sem esperar, os mais experientes conseguiram sair da trajetória de Kimura, mas dois deles não. Jogando a kunai lateralmente num forte golpe, o ninja rasgou a lateral da barriga do primeiro sujeito, enquanto inclinava a lâmina da tanto contra o peito do segundo elemento que arqueou o corpo e caiu. Os gritos começaram assim que o sangue vermelho espirrou. -
Peguem-no! - Gritava o chefe para os outros sete. Mas Kimura já se perdia na outra margem e saltava por entre as folhagens com grande velocidade. -
Estou aqui! - Gritou num frenesi assassino. Os bandidos então retiraram alguns projéteis e os arremessaram na sua direção.
Como havia perdido a tanto no peito do segundo, Kimura jogou a kunai para frente e bloqueou quase todos os projéteis com repetidos golpes no ar, ficando ferido de raspão pelo último shurikens. Um estalo surdo ecoou na floresta quando o ninja caiu no meio dos sete, onde matança começou realmente. Jogando a perna numa forte rasteira, Kimura derrubou dois homens do grupo enquanto inclinava o corpo para esquivar-se dos golpes dos outros que zanzavam as lâminas com imprecisão. Assim, efetuando um rolamento lateral, o ANBU inclinou a kunai e desferiu um forte golpe ascendente que resvalou na espada do terceiro bandido e tocou sua jugular. O sangue espirrou nos olhos de Kimura, obrigando-o a recuar enquanto era acertado por uma espada na altura do peito, que lhe rasgara o quimono e um pouco de sua carne. Surgindo próximo às suas compras, ele retirou rapidamente uma garrafa d’água e a cortou ao meio com um golpe de sua kunai. A água escorreu em seus olhos e limpou o suficiente para verificar que ainda restavam quatro. Eles aguardavam com receio do ninja louco que se pôs na frente deles. -
Isso! Sintam medo! - Gritou o garoto, deixando a língua alongada para fora da boca num sorriso maldoso. Um dos quatro recuou e começou a correr, mas logo foi alvejado por um shuriken que o chefe arremessara.
Vendo o que aconteceu com seu colega, os outros três avançaram desordenadamente tentando acertá-lo. Kimura inclinou o corpo e girou para escapar do primeiro golpe, quando elevou a perna num forte chute ascendente no queixo do segundo, para então rolar e chutar a mão do terceiro para abrir sua guarda quando jogou sua kunai para o alto com toda força, cortando-o da virilha ao pescoço. As vísceras se esparramaram no chão para o horror de quem assistia, até que o chefe saltou e se juntou ao os últimos dois que o cercaram. Gingando para um lado e outro, o chuunin fez um rápido selo ao enviar chakra para o cérebro dos três que o perseguiam brandindo as lâminas. -
Pronto! - Gritou Kimura, satisfeito em definir a luta. Contudo, ao esquivar do último golpe, o chefe arremessou uma kunai na direção do velho que juntava suas coisas. Focalizando chakra nas pernas Kimura esqueceu sua defesa e caiu por cima do velho, sendo alvejado pelo projétil. -
Fuja! - Gritou mais uma vez, mandando a vítima embora. Os outros três avançavam novamente. Kimura girou o corpo e acertou um chute na têmpora do primeiro, para então agarrar a mão do segundo e enfiar sua kunai nos tendões. Mas quando partiu para cima do chefe, este se esquivou do soco que levaria e saltou para longe se perdendo nas folhagens da floresta.
Enquanto isso, o único que ainda estava em combate, mesmo após ter levado um chute na têmpora, cambaleava até ele ameaçadoramente. Esquivar-se não seria problema, pois o homem ainda estava zonzo. Então, inclinando o corpo lateralmente, Kimura viu a lâmina passar rente ao seu rosto para então agarrar suas costas. Enviando chakra para os membros, Kimura se enroscou como uma cobra constritora no corpo do homem que lutava para escapar, quando mais uma vez o chuunin focalizou chakra nas extremidades e logo seus braços e pernas ganharam força descomunal. Os gritos do homem abafaram o som de seus ossos quebrando com o aperto da serpente. Deixando o corpo do bandido cair suavemente, Kimura voltou-se para suas compras e usou a força de seus braços para levantar toda a mercadoria e se dirigiu calmamente para a cabana.
Fim... Mas continua.