_ Pelo visto aquela velha não te contou nada... – dizia Brahma para Hana.
_ Quem? Contou o que? – perguntava a garota sem entender.
Hana e Tora haviam partido para o País do Céu sem pensar duas vezes, lá encontram o velho Brahma e o jovem Akaho que outrora encontraram na Vila dos Artesãos.
_ Sente-se, vou te contar a história do seu poder. – falou ele a criar com seu doton duas cadeiras de pedra saídas do chão.
_ Tora-san, venha aqui. – pediu Hana para que a amiga a acompanhasse, mas uma enorme barreira rosa é criada em frente à garota Nara, impedindo-a de se aproximar.
_ Deixe essa humana de fora da conversa. Akaho-kun, cuide dela. – falou Brahma com seriedade.
_ Com todo prazer... – respondeu o jovem com um olhar safado.
_ Droga, esse é exatamente igual ao escudo de Hana-chan. – sussurrou a Nara enquanto tocava a barreira.
_ Exatamente, Brahma-sama e Hana-sama compartilham o mesmo poder, são praticamente partes iguais de um todo. – comentou Akaho com um olhar sagaz. _ Enquanto esperamos talvez possamos nadar em uma cachoeira aqui perto, nus de preferência. – terminou ele a mudar totalmente a feição, a sorrir para a garota.
_ BAKA! – gritou Tora a pegar seu leque e mandar fortes ondas de vento cortantes.
_ Haha, kawaii. – sorriu Akaho a se desviar facilmente. _ Não se preocupe com sua amiga, Brahma –sama nunca faria nada que pudesse machuca-la, na verdade tenho mais medo do que possa acontecer à nós dois que à ela. – falou ele a assumir novamente um rosto sério.
_ Vamos começar há muitos anos, da época em que a terra foi criada. – dizia o velho a se acomodar em sua cadeira.
_ O que será que eles estão a conversar? – pergunta Tora à si mesma, mas é escutada pelo inimigo.
_ Queres mesmo saber, minha querida? – indaga Akaho a sorrir enquanto tirava um papel com alguns desenhos do bolso. _ Se olhares bem há outro papel desses próximo à eles, agora só ativar e pronto, o som é transmitido, vamos escutar o que falam. – sorri o jovem que parecia entender bastante de fuuinjutsus, Akaho e Tora ouvem atentos ao que os outros dois falavam.
_ Havia um deus superior e seus anjos, todos viviam em paz no universo, mas nosso foco é em uma dessas anjas chamada de Shákti. Ela tinha algo de diferente dos outros anjos, o tempo se passava e Shákti evoluía acima do normal, seu poder aumentava e ela ascendia de nível, porém algo incomodava essa anja: ela nunca havia visto seu deus. Ela recebia ordens dos três anjos mais elevados, conhecidos como Seraphim, Cherubim e Ophanim, mas nunca diretamente de seu deus, foi aí que resolveu tomar uma decisão. – contava o velho quando interrompido.
_ Anjos? Deus? Onde queres chegar? – pergunta Hana visivelmente nervosa com aquilo.
_ Calma... não se deixe dominar pela ansiedade, sentimento tão humano esse. – falava o velho com arrogância.
_ Ele falou sobre três anjos superiores, mas serafins, querubins e ofanins segundo lendas não são classes com vários anjos? – pergunta Tora para Akaho.
_ São somente três, mas eles estão presentes em todo lugar, sabem de tudo, mandam em tudo... logo muitos dizem se tratar de vários, mas estão enganados. – comenta o jovem.
_ Continuando, Shákti havia se elevado até o segundo mais alto nível dos anjos e já demonstrava poder muito superior se comparada aos seus irmãos. Cansada de ter uma existência baseada em um deus que sequer sabia se existia, ela decide assumir o cargo de deusa e dominar os céus. Por muitas centenas de anos ela era tida como a Deusa do Amor, da Pureza e da Justiça, comandava outros anjos com grande eficácia, tomava conta da Terra com todo carinho possível. – dizia Brahma quando interrompido por Hana.
_ Mas e os outros três anjos mais próximos de deus? Não fizeram nada? – pergunta a loira concentrada na história.
_ Claro que essa revolução não iria passar despercebida. A Primeira Tríade, também chamada de Primeira Ordem, na qual fazem parte Seraphim, Cherubim e Ophanim, assistiu por anos Shákti governar o céu e toda a existência, até que os três únicos que dizem ter se aproximado do deus supremo surgem para tirar a anja de seu posto. Shákti embora fosse uma anja tinha o poder equiparável ao de um deus, o conflito entre ela e os outros três anjos durou anos, mas claro, três contra um é um tanto quanto injusto e os vitoriosos selam Shákti na Terra, lugar que ela amou e dedicou grande parte de sua existência. – e o velho faz uma pausa para respirar. _ De tempos em tempos o selo precisa ser refeito e uma sacerdotisa deve ser dada como sacrifício para mante-lo, nesse século sua avó deveria ser o sacrifício, porém a urna em que estava selada Shákti foi roubada. Como o selo estava enfraquecido, o ninja que roubou conseguiu libertar a anja-deusa para tentar absorver seu poder, porém ela é um ser divino e um corpo impuro não podia servir de recipiente para ela. – falava o velho a pegar um cantil para tomar água.
_ Avó de Hana-chan é uma sacerdotisa? – perguntava Tora a aproveitar a pausa do velho.
_ Sim, a avó de Hana-sama é uma das maiores sacerdotisas, ela foi a mestra de Shion, do País do Demônio. – falou Akaho e logo ambos voltam a atenção em Brahma que voltava a falar.
_ Sua mãe Misaki queria ficar ao lado da mãe durante a gestação, então alguns meses antes do seu nascimento ela viajou para o templo de Shion, onde sua avó estava a treinar a atual sacerdotisa do País do Demônio. - falava Brahma quando interrompido.
_ Estás a dizer que minha avó foi a mestra da grande Shion-sama? E como minha mãe foi para o País do Demônio se eu nasci no País do Fogo? – pergunta Hana um pouco incrédula.
_ Ai ai, aquela velha está me dando um trabalho me fazendo ter que explicar tudo. – reclamou Brahma. _ Você nasceu no País do Demônio, assim como sua mãe, sua avó, sua bisavó e todas as mulheres da sua família por parte de mãe. Sua avó é irmã gêmea da falecida avó de Shion, logo ela é tia-avó da atual sacerdotisa do País do Demônio. Sua avó conheceu um Yamanaka e se mudou para Konoha, casando-se logo em seguida. Deixando essa história de lado, voltemos a parte importante. Um mês depois do seu nascimento acontece esse incidente e Shákti é libertada, o homem que havia tentado absorver o poder da ‘deusa’ morreu e a anja estava solta, porém ainda fraca. Imediatamente sua avó mandou chamar outras duas sacerdotisas do País da Pedra que, juntamente com Shion e sua avó, iriam selar a deusa antes que esta recobrasse toda a força, mas para que isso acontecesse precisavam da criatura mais pura que existisse... – conversava Brahma quando interrompido por Hana que tinha os olhos cheios de lágrimas.
_ Espere, estás a dizer que eu não nasci em Konoha? Que minha avó treinou a sacerdotisa do País do Demônio? E que... – falava ela em pânico diante de tantas descobertas, mas sente a mão de Brahma sobre a sua, fazendo-a sentir um calor confortante.
_ Deixe para resolver isso depois com sua família e me deixe finalizar a história. – e o velho dá uma tossida para continuar. _ Quando sua avó falou que era preciso a criatura mais pura para receber a alma de Shákti, Shion logo falou que pôde sentir seu coração gentil e bom ao nascer e que tinha certeza que você era o recipiente perfeito para a deusa. – dizia o velho quando interrompido por Hana novamente.
_ Mas por que não selaram a anja novamente na urna? – pergunta a loira.
_ Tens noção do quanto é difícil selar uma anja, ou melhor, uma deusa? Ela só foi selada graças aos poderes da Primeira Tríade, tudo que humanos conseguiam fazer era manter o selo através de sacrifícios. Colocar uma deusa em uma urna para aprisiona-la é uma coisa, agora coloca-la em um corpo puro para ser apenas um recipiente vivo é outra. Sela-la em um corpo puro é algo confortante à ela, foi como se um presente tivesse sido dado à ela já que ela ainda estaria de certa forma livre. Shákti, deusa do amor, da pureza e da justiça com certeza não recusaria a luz que você tem. As quatro grandes sacerdotisas então se unem para selar a deusa em seu corpo, obtendo sucesso graças às duas possuidoras do Mangekyougan e ao chakra especial das outras duas. - contava o velho Brahma.
_ Minha avó era uma dessas sacerdotisas que selaram Shákti em Hana-sama. – se gabava Akaho para Tora.
_ Calado, vamos ouvir. – falou Tora chocada com tanta informação nova.
_ Quinze anos se passaram e o selo foi enfraquecido, seu pai se aproveita disso e te sequestra durante aquele torneio, então libera uma parte do poder de Shákti e cria um novo selo, aquela tatuagem que você tinha no peito era o selo que Akaho-kun colocou em você. – Tora ao ouvir isso olha assustada para o jovem ao seu lado, Akaho tinha um imenso sorriso no rosto. _ Sua avó ao saber que uma mínima parcela do seu poder foi libertada, imediatamente se muda para Konoha a fim de tomar conta de você. – e o velho dava outra pausa para se acomodar melhor.
_ Então por isso minha avó depois de tantos anos apareceu... e Akaho-san estava no dia que fui sequestrada... e o que houve com minha tatuagem? Mas e você? Por que posso sentir algo diferente em você? – questiona a Yamanaka.
_ Calma, deixe-me terminar. Akaho-kun é de uma família de sacerdotes muito fortes, ele era o único ao nosso alcance que conhecia o modo de selar Shákti mesmo que temporariamente, embora ele seja novo é muito poderoso e inteligente. Naquele nosso encontro na Vila dos Artesãos eu somente liberei o selo que Akaho fez, embora habilidoso não era tão forte para deter Shákti, e eu apenas dei uma ajuda pra libera-lo. – nesse momento Akaho a escutar muda a feição.
_ Então ele liberou o selo... O que ele planeja? – dizia Akaho cada vez mais concentrado.
_ Liberado o selo agora só resta Shákti acordar e tomar controle da sua consciência para assim podermos dominar o mundo juntos. – sorriu o velho a ter os olhos a brilharem no mais puro rosa claro.
_ Brahma-sama! Quer dizer que você liberou o selo que fiz... então esse era seu plano todo o tempo. – fala Akaho a jogar um papel na barreira rosa de Brahma e ela se desfazer.
_ Ele desfez a barreira tão facilmente... – assustou-se Tora sem entender o que estava a acontecer.
_ Yashin-san me colocou para vigia-lo porque suspeitava de seus interesses, então todo o tempo você usou a Nikko somente para se aproximar de Hana-sama? – pergunta Akaho a preparar mais e mais papeis.
_ Haha, jovem tolo, achas mesmo que um humano pode contra o poder de um deus? – diz Brahma a criar vários projéteis rosa e lança-los em Akaho.
_ Cuidado! – gritou o jovem a entrar na frente de Tora e ativar um dos ofuudas e criar um escudo que protege a garota. _ Se um desses projéteis te acertar sua existência será rejeitada. – diz Akaho.
_ Minha existência re-rejeitada? – gaguejou Tora.
_ Sim, Shákti tinha o poder de decidir o que podia e o que não podia existir, ela pode rejeitar ou negar qualquer coisa. – falou ele a ativar mais ofuudas que criavam correntes que tentavam prender Brahma, mas o velho criava vários escudos e embora as correntes quebrassem alguns, eram barradas em outros.
_ Quem... é você...? – perguntou Hana para Brahma.
_ Eu sou aquele que tentou roubar o poder de Shákti, aquele que não aguentou o poder da luz. – sorriu ele a criar uma esfera luminosa e lança-la no chão, iluminando todo o ambiente, cegando todos temporariamente. Com isso ele se aproxima de Hana.
_ Mas o homem que roubou não estava morto? – pergunta ela.
_ Sim, porém Kabuto e Orochimaru enquanto saqueavam túmulos encontraram o meu corpo com resquícios do poder de Shákti, após algumas experiências fui trazido de volta à vida. Mas claro que o chakra de Shákti que ainda residia em mim colaborou para isso, com o poder da rejeição foi como se minha morte tivesse sido rejeitada, algo que somente nós deuses podemos entender. – sorria o velho. _ Venha, Shákti-sama, renasça! – gritou ele a encostar a mão no peito de Hana e colocar um pouco de seu chakra na garota a utilizar da ressonância, o impacto foi tanto que ela foi arremessada a vários metros inconsciente.
Akaho e Tora recobravam a visão, o silêncio dominava toda a área. A água a correr no rio foi silenciada, o vento que balançava as árvores se calou, sequer o cantar dos pássaros era ouvido, tudo que restara foi o silêncio. De repente Hana recobre a consciência e se levanta, ao abrir os olhos mostra um forte brilho rosa emanado de cada globo ocular.
- Spoiler:
Desculpem o modo como foi escrito, eu havia feito esse filler há 2 meses o.O Hoje o editei, cortei muitas partes, então ficou um pouco corrido - estava muito muito muito grande antes. Sei que está algo chato, corrido e com muita informação, mas infelizmente foi o que deu pra fazer e é muito necessário na minha história. Peço desculpas e já agradeço quem leu^^