_ Hana-chan? – assusta-se Tora ao ver os olhos da amiga brilharem em rosa intenso.

_ Humana idiota, sua amiga se foi, quem está diante de nós é a grande e temida Shákti-sama. – fala Brahma a sorrir.

_ Não pode ser, Hana-chan... – lamentava a jovem de cabelos azuis a começar a chorar.

_ Tsc, essas lágrimas não fazem seu estilo. – fala Akaho. _ Shákti-sama ainda está fraca, há chances de trazermos sua amiga de volta. – diz o sacerdote, mas é ouvido por Brahma.

_ Humanos são tão engraçados, acham que podem deter a nós, deuses. – sorria o velho.

_ Nós? – pergunta Hana com uma voz ecoada e profunda, mas ainda a trazer o tom meigo e doce de sempre. _ Você apenas roubou parte do meu poder e se acha um deus? Realmente humanos são tão engraçados. – diz a anja enquanto levitava com seus cabelos flutuando como se estivessem debaixo d’água.

_ Shákti-sama... – assusta-se Brahma.

_ Você pecou ao tentar roubar minha alma, age como um deus e ainda utiliza meus poderes inconsequentemente. – diz a loira a se aproximar de Brahma.

_ Shákti-sama, estou só a te representar aqui na terra. – fala Brahma visivelmente com medo.

_ Humano pecador, receba sua punição. – e Shákti estende a mão a tocar na testa do velho, em um instante uma forte luz emana e Brahma desaparece. Shákti agora tem sua atenção voltada para Tora e Akaho.

_ Tora, vá embora rápido. – diz o ninja a pegar vários papeis.

_ Não, quero ajudar a trazer minha amiga de volta. – fala a garota a sacar o grande leque.

_ Baka. – murmura Akaho com um pequeno sorriso no rosto e então cola um ofuuda em Tora que a faz cair em profundo sono. _ Você não precisa ver isso... – diz ele em voz baixa.

_ Você carrega o sangue daquele clã... – fala Shákti com sua voz doce, porém imponente.

_ Isso aí, e aqui estou para te deter. – brada Akaho a fazer pose de herói.

_ Deter? Por que preciso ser detida? Eu amo os humanos mais do que qualquer um no céu. Passei minha existência amando e cuidando de todos vocês, mesmo com toda minha sabedoria não consigo compreender porque continuam a me selar. – diz Shákti.

_ Você diz amar os humanos, mas nos trata como insetos, como animais de estimação. Quando fazemos qualquer coisa errada você pune com a morte. – falava Akaho, mas é interrompido pela anja.

_ Não é o que vocês fazem? Quando alguém mata, ele é preso, torturado e muitas vezes morto. Quando alguém rouba também recebe as punições. Tudo gira em torno da justiça, aqui se faz, aqui se paga. – diz a anja sem demonstrar nenhuma emoção.

_ Assuntos humanos deixe para humanos resolverem. – finaliza Akaho a lançar vários papeis ao alto, a formar um pentágono.

_ Entendo... – fala Shákti a criar uma barreira que a protege de um grande raio disparado pelos papeis., mas algo não parecia normal. _ O que tem nesse ataque? – pergunta ela a demonstrar dificuldade em manter a barreira diante dos sucessivos ataques.

_ Não é quase uma deusa? Deveria saber. – sorriu Akaho a continuar com o selo do tigre que disparava mais e mais raios.

_ Estás a abrir mão de sua vida para me selar novamente? Se continuar gastando sua alma nesses ataques não vais resistir, e sabes bem que não me deterá por muito tempo. – diz Shákti a ser empurrada para trás com tantos ataques.

_ Minha missão era vigiar Brahma-sama e proteger Hana-sama acima de qualquer coisa. Vou trazer a garota de volta de qualquer forma. – fala Akaho a ficar pálido.

_ Não entendo... acabar com sua vida assim, algo tão precioso jogado fora de forma inconsequente. Humanos são tão interessantes. – diz Shákti e nesse momento o raio perfura seu escudo e atinge o centro do peito. Várias correntes são criadas a cobrir todo o corpo de Hana e então são absorvidas. A garota desmaia.

_ Missão cumprida. – sorri Akaho a cair de joelhos no chão, nesse momento o jutsu do sono não pode mais se manter e Tora desperta.

_ Ahn? Akaho? – fala Tora ainda tonta, mas percebe que o jovem estava muito branco e seus olhos não mais brilhavam. _ O que houve? – perguntava ela a correr e ter Akaho em seus braços.

_ Sua amiga está bem, ao menos por enquanto. – fala ele em voz baixa enquanto olhava para o céu. _ Uma pena que não pudemos nos divertir juntos. - sorri ele e se silencia.

_ Akaho! Akaho!!! – grita Tora a perceber que o coração dele não mais batia. _ Idiota! Temos muito para divertir, quero conhecer você, não se vá, Akaho... - gritava Tora em vão.

_ Tora...-san... – murmurava Hana que se levantava vagarosamente e percebe a amiga em desespero. _ Tora-san, o que houve? – pergunta já mais desperta e corre até a amiga.

_ Hana-chan...eu quero ir embora para Konoha, não quero ter que passar novamente pela sensação de te perder, nem ter que sacrificar outras pessoas para minha sobrevivência. – chorava Tora de uma forma que Hana nunca havia visto.

_ Tora-san... – sorri a Yamanaka a dar um forte abraço em sua amiga.

(Alguns dias depois)

_ Era mesmo aqui que marcou de se encontrar com Jow? – pergunta Tora nas primeiras horas da manhã.

_ Sim, desculpe por não poder ir para Konoha, já havia marcado com Yagami-san há semanas, não teria como cancelar. – responde Hana.

_ Bem, ao menos saber que voltaremos para casa amanhã já me deixa tranquila. – comenta Tora.

_ Estás com saudade do Shikamaru-san? Hein? Hein? Danadinha. – provocava Hana a fazer um rosto que deixava Tora sem graça.

_ Não sejas boba, só quero que você fique em segurança, essa viagem está a ser muito perigosa. – diz Tora com o rosto avermelhado de vergonha a tentar tirar o foco de Shikamaru.

_ A propósito Tora-san, não havia nenhuma caixa com os nossos clones, nem com Brahma-san e Akaho-san. – fala Hana. As garotas se encontravam próximas à fontes termais, sentadas em uma pedra.

_ Verdade, acho que ficamos tão abaladas depois de enfrentarmos nossos clones que não pudemos perceber isso. Realmente quero saber o que tem nessas caixas... – diz Tora, mas logo muda o tom de voz. _ Hana-chan... quer conversar sobre aquele dia? – pergunta a Nara um pouco sem jeito.

_ Diz de quando Shákti tomou meu corpo? – e Tora responde com um sinal positivo de cabeça. _ Não me lembro bem... só sei que sinto algo diferente, sinto como se proteger os que amo se tornasse ainda mais importante para mim. – Hana dá uma pausa e continua dizendo em voz baixa. _ Sinto até que eu seria capaz de... – diz um pouco entristecida.

_ Entendo... – fala Tora, mas logo percebe algo estranho.

_ Também notou? – pergunta Hana, e ambas sacam suas armas e entram em posição de combate.

_ Nee-chan, essa calcinha não é pequena demais para você?  – grita um garotinho que tinha a calcinha de Tora em mãos.

_ Nee-chan, por que você tem sutiãs de dois tamanhos diferentes? – pergunta uma garotinha a mexer na bolsa de Hana.

_AAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH! – gritam as duas ao verem suas peças íntimas nas mãos de crianças.

(...)

_ Não precisavam ter batido tão forte... – dizia o garotinho a passar a mão na cabeça.

_ Onee-chan também é má, pensei que fosse mais boazinha. – falava a garotinha também a passar a mão na cabeça.

_ Quem são vocês? – pergunta Tora.

_ Somos os irmãos Luhrmann. – fala o menino.

_ Sou Julliet Luhrmann e esse é meu irmão Alphonse Luhrmann. – completa a garotinha e ambos sorriam.

_ Luhrmann? E o que vocês – perguntava Tora cheia de suspeitas, mas percebe que Hana abraçava as crianças. _ HANA-CHAN!!!!!! – grita ela.

_ Gomenasai, é que eles são tão fofinhos. – sorria ela com as duas crianças agarradas em seu pescoço.

Os irmãos Luhrmann são gêmeos de 7 anos, cabelos loiros e olhos azuis. São pequenos e energéticos, a garota ama flores e animais, o garoto ama fortes emoções e lutas.

_ Jully-chan, onde estão os pais de vocês? – pergunta Hana deitada com uma criança de cada lado.

”Hana-chan não tem jeito mesmo, fica confiando em qualquer um.”, pensava Tora.

_ Nossos pais morreram, nós vivíamos em um orfanato aqui perto. – dizia a garotinha.

_ Nós fugimos ontem, não gostamos de ficar presos, lá é muito triste. – completou Alphonse.

_ O que acham de ir conosco até Konoha? – pergunta Hana.

_ AAAAAAHHHHH! – assustou-se Tora. _ Hana-chan, essas crianças tem que voltar para o orfanato, não podemos carregar crianças fugitivas por aí. – diz a garota Nara a esbanjar racionalidade.

_ Adoraríamos ir com você, Hana nee-chan. – falam as duas crianças em uníssono.

_ Kawaii, tem um monte de lugares que podemos brincar e nos finais de semana podíamos ir para minha mansão fora da vila, há um rio próximo e algumas cachoeiras, será tão divertido. – dizia Hana cheia de animação.

_ Acho que fui completamente ignorada. – reclamava Tora a murmurar.

_ Nós te amamos, Hana nee-chan. – sorriam as crianças a abraçarem a loira. _ Pena que a outra não é tão legal assim. – cochichou Alphonse.

_ A OUTRA??? E quem aqui não é legal, seu pirralho. – gritou Tora a agarrar o garoto e fazer cafuné na cabeça dele e enche-lo de cócegas.

_ Parece que estão a se divertir bastante. – diz uma voz conhecida em meio à risadas e gritos.

_ YAGAMI-SAN!!! – gritou Hana a correr para abraçar seu namorado.

_ Não vais ficar feliz em me ver também, Tora? – pergunta Kyo de braços abertos.

_ Sem chances! – diz a Nara friamente.

(...)

_ Entendo... mas vocês não podem levar essas crianças assim para outro país, deve ter gente preocupada com o desaparecimento deles. – fala Jow para sua namorada.

_ Eu falei com ela, mas ela não me escuta. – gritou Tora de longe com Julliet em seus ombros.

_ Mas se eles disseram que não eram felizes no orfanato seria melhor levar para um lugar em que possam ser. – dizia Kyo a correr com Alphonse nos ombros.

_ Foi o que pensei, não há nada mais triste que ver uma criança infeliz. Estou até a pensar em adota-los. – fala Hana com calma.

_ AAAAAAAAAHHHHHHHH! – gritou Jow.

_ Acho que alguém vai ter que arrumar um outro emprego. – provocava Kyo a rir junto de Tora.

_ Podemos falar disso depois? Vamos aproveitar o dia. – sugere Jow com medo de pensar sobre adoção, casamento, emprego, dinheiro etc.

_ O que acham de relaxarmos nas fontes? – pergunta Hana com animação a se levantar.

_ HAAAAAAAI! – gritaram as crianças que sorriam sobre os ombros de Kyo e Tora.