Treino Quarto (e um meio)
~ Quando a fome ataca ~
Ayame acordou relativamente cedo para o seu habitual. Sentia aquele nervoso miudinho que antecipava a 3ª fase do Exame Chuunin. Não tinha medo de lutar, mas nunca gostara de entrar em torneios ou duelos preparados com o intuito de ser avaliada. Preferia as suas missões, onde tinha que simplesmente dar uma solução a um problema e o seu método ficava ao seu critério. Ser avaliada através de um duelo era um método de avaliação que considerava injusto. Muita coisa podia correr mal e podia nada reflectir a qualidade da pessoa enquanto ninja.
Esforçou-se para esquecer o que a preocupava e levantou-se. Vestiu-se rapidamente, lavou os dentes e escovou o cabelo. Equipou-se com o necessário para um treino simples e saiu do quarto do hotel que alugara, deixando simplesmente um bilhete a avisar Hikaru (que estaria ainda a dormir) que ir sair. Ia tomar o pequeno-almoço na rua. Tinha que aproveitar para conhecer a gastronomia de um país diferente do seu.
Aproveitou que um mercado estava já aberto e a abastecer-se com produtos frescos para o dia para comprar alguns pães de diferentes tipos (alguns nem conhecia, pois deveriam ser típicos da área), dois bolos que tinham bom aspecto, algumas peças de fruta e uma garrafa de água de 2 litros. Não iria comer aquilo tudo numa refeição, mas estava prevenida com comida para todo o dia.
Como não conhecia muito da vila, pediu direcções para o campo de treinos e a pessoa não só a direcionou, como a levou até junto da entrada. A kunoichi agradeceu prontamente pela ajuda. Ainda existiam boas pessoas. Falou com o responsável pelo campo de treinos e acabou por requisitar um dos espaços mais isolados para ter algum sossego e tentar também manter-se longe do olhar curioso daqueles que não a conheciam. Uma kekkei genkai como a sua era bastante vistosa num ambiente montanhoso e não queria ser o centro das atenções enquanto treinava.
Estava uma árvore perto da vedação que rodeava todo o campo de treinos, com porte suficiente para esconder a comida entre os seus ramos. A konohanin saltou e guardou o saco com a comida. Tirou apenas uma maçã para energia rápida e desceu da árvore enquanto a comia. Não era capaz de desperdiçar o caroço da maçã, por isso abriu um pequeno buraco no chão e enterrou-o. Haveria de dar uma macieira um dia e talvez fizesse as delícias de quem treinasse naquele espaço.
Respirou fundo e fechou os olhos. O seu braço esquerdo adquiriu uma textura folhosa enquanto activava a sua kekkei genkai no segundo nível. Assim conseguia ter o braço direito disponível para utilizar a sua katana ou wakizashi. Abriu os olhos e, com alguns selos, utilizou o Hyakkaryōran para fazer surgir uma cortina de pétalas. Num movimento rápido, sacou da sua wakizashi, presa na perna direita, e deu um salto para a frente em direcção à cortina. Aproveitando o lanço, empurrou-se para o ar com a mão livre, fazendo assim um arco de quase 180º no ar em volta de um adversário imaginário, e golpeou o ar com a wakizashi. Guardou a arma e utilizou o Keibara para formar um chicote. Logo de seguida, fez os selos para utilizar o Tanpopo no Gensou. Um dente de leão surgiu na sua mão e ela soprou-o. Cada dente transformou-se numa cópia de Ayame, com um chicote ilusório nas mãos. Começou a mover-se em círculo, sendo acompanhada pelas suas ilusões, que se moviam em espelho. Rodeou a árvore e, utilizando o chicote como corda e como impulsionador, lançou-o à volta da árvore para se aproximar e utilizou as pétalas do seu braço esquerdo como o Hikarakuyō. As pétalas espalharam-se e atingiram o tronco da árvore como se fossem shurikens de metal. A kunoichi afastou-se num rápido Konoha Shunshin no Jutsu.
A kunoichi respirou fundo novamente. Estava a tentar fazer combos que lhe pudessem ser úteis em batalha. Sabia que possivelmente de pouco lhe valeria, mas não custava tentar. Devia ter alguma coisa dentro do seu leque de jutsus que pudesse surpreender.
Utilizou o seu Bane no Homunkurusu para chamar a sua pequena Lif. Com selos rápidos, activou o Hijou Kaihi e deixou que a sua homunculus o lançasse sobre ela. Uma vez com a velocidade aumentada, impulsionou-se em direcção à àrvore e, ainda no ar, puxou o seu cabelo para a frente e usou o Harisenbon. Várias agulhas de cabelo espetaram-se na árvore enquanto a kunoichi pousava no chão com a pele ligeiramente quente do esforço.
Teve outra ideia para um possível combo e resolveu experimentar. Verificou a quantidade de chakra que ainda tinha disponível e ficou descansada ao perceber que ainda estava bem. Não tinha feito tantos jutsus quanto pensava. Murmurou simplesmente “Ha no Kata”, seguido de “tessen” para criar um grande leque. Tentou então combinar um ataque de vento com algum ataque de pétalas. Formou os selos e rapidamente utilizou o Sakura no Shigure. Enquanto as pétalas ainda caíam, voltou a fazer selos e soltou o seu Kamaitachi no Jutsu para tentar arrastar as pétalas e os esporos com o vento. O combo não resultou bem como ela pretendia, uma vez que a força do vento era demasiada para espalhar as pétalas. Seria necessária apenas uma ligeira brisa. No entanto, era capaz de funcionar em combate.
"Já chega." Pensava Ayame. Não se podia cansar demais antes dos duelos, e acreditava já ter bastante para a ajudar nas suas futuras lutas. Sentou-se, e tirou um dos pães que havia comprando anteriormente. Mal ia a comer a sua primeira parte do seu lanche, uma kunai atada a uma corda atravessa o seu lanche.
Ainda chocada olha para a direita apenas para encontrar Itari, um gennin de kumo com que havia participado numa missão no passado.
-"Isso era o meu lanche."- Dizia Ayame, tentando manter a calma.
Itari reduz o tamanho da corda com "Rōpu no saihen", agarrando no pão e dando uma trinca nele.
-"Era, passado. Agora é meu. Estava a apreciar o teu pequeno treino aqui e tenho de te dizer... Nada mau. Talvez não te magoes muito no próximo duelo."- dizia Itari, com uma sorriso que Ayame não reconhecia. "Ele está arrogante? Ele não era assim."
-"Se quisesses era só pedir, sabes?"
- "E qual era a piada nisso?"- Comentava Itari enquanto comia o resto do pão. - "Tenho uma proposta para ti, minha cara?"
-"Eu não estou interessada em nada
físico"- Dizia Ayame, pois lembrava-se da confusão que a ultima missão havia sido.
-"Eu? Contigo? Estás com muita auto-estima tu só pode. Eu ia desafiar-te para um mini-duelo de preparação, mas como és uma rapariga e tal, duvido que queiras sujar as mãos.
-"Que se passa contigo? Tu não eras assim que me lembre." - Dizia Ayame enquanto se levantava para se preparar para o confronto inevitável.
-"Não fazes a mínima ideia. "Rōpu no gurabu" "- Dizia Itari enquanto metia uma corda debaixo de terra. - "Vamos começar?"- Sem esperar, Itari atirava uma cápsula de fumaça aos seus pés.
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Dentro do fumo da cápsula
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Um espírito com o aspecto de Itari aparecia ao pé do mesmo.
-"Estás doido, Kentai? Ela é mais forte que nós. Qual foi a razão para a desafiares uns dias antes da 3ª fase do exame? Queres perder forças?"
-"Eu? Desafiar? Eu não fiz nada. Tu, pelo contrário..."
-"NEM TE ATREVAS KEN-"
O espirito entrava no corpo de Itari, enquanto outro em forma de corvo se formava no ombro do mesmo
-"Como estava a dizer, foi muito irresponsável da tua parte fazeres isto, Itari-kun... Ainda por cima uns dias antes da 3º fase do exame!"
Itari olhava para Kentai, que se ria da partida que havia pegado ao seu companheiro. Entretanto o fumo havia-se evaporado, apenas para revelar uma Ayame irritada e confusa.
-"Isso foi para que exactamente?"-Dizia Ayame.
-"Não...ligues por favor. Vamos despachar isto." -Dizia Itari, enquanto mordia o seu polegar. Pondo um dos seus pergaminhos no chão, tirava uma corda lá de dentro com a Técnica de Selamento Genérica.
-"Tu é que sabes".
- Spoiler:
A primeira parte foi escrita por mim, a outra pelo Jacob. No próximo treino, invertermos a ordem de escrita. Ele hoje deve colocar a próxima parte do treino em conjunto que resolvemos fazer