Citação :

-- Estou muito impressionada com vocês meus pequenos! – Elogiava a Tora Sensei, ao se revelar no cimo da árvore onde estava encostado, o jovem Shiraishi com os seus dois companheiro ao lado.
-- Huh? – Clamavam os três Genins ao olhar para cima das cabeças deles.
-- Mesmo que tenham lutado toda esta hora contra um Kage Bunshin! Hahaha – Afirmava a mulher rindo-se. – Mas merecem os meus parabéns! Como recompensa vamos todos almoçar ao restaurante do meu irmão.
 
Os jovens não sabiam se deviam sentir-se troçados ou contentes. Mesmo assim não deixaram de acompanhar a sua Sensei nas gargalhadas. Saizou levantava-se com alguma dificuldade apoiando-se no Loki. Ele infelizmente não poderia seguir a sua equipa para o almoço já que as suas dores eram muito. Teria de ir para casa onde esperava a sua mãe que o vai matar quando ver o belo estado em que esta.

 
 
Tinham se passado dois dias desde do teste de habilidades, que Saizou e os outros seus dois colegas, realizaram e passaram com êxito. O jovem Shiraishi tinha estado em casa aqueles dias todos em repouso absoluto, devido ás muitas feridas e mazelas que lhe tinha inundando corpo todo. De facto aquele teste tinha sido muito duro com ele fisicamente. Durante o tempo em que esteve em casa recebeu visitas da sua Sensei, da Naomi e do Loki. Parecia que um lanço de amizade e companheirismo tinha nascido e juntado a equipa numa só, o que era bastante positivo.

Saizou já se encontrava quase recuperado mas por precaução, mantinha uma ligadura à volta da barriga e alguns pensos na cara. Ele caminhava tranquilamente pelas ruas de Kumogakure. O tempo estava calmo com o sol a reinar no imenso céu azul.
O jovem estava muito entusiasmado pois naquele mesmo dia, ia iniciar a sua primeira missão como Genin. Só faltava saber o que se tratava e o que teria de fazer.
 
Subitamente um grande alarido era se ouvido um pouco mais à frente do Saizou. Este podia ver um homem de estrutura alta, de cabelos caracolados e brancos a correr em grande velocidade, enquanto olhava para trás frequentemente. Sem olhar para frente o homem de cabelos brancos, chocava fortemente contra Saizou, caindo os dois desamparados no chão. O indivíduo parecia meio nervoso com o sucedido. Lançava mais um olhar para a sua retaguarda onde pude constatar que os seus perseguidores, um grupo de cerca de dez civis, bem armados e com ar nefasto, estavam a se aproximar cada vez mais. Depois de se pôr em pé, ajudava o jovem a levantar-se também.
 
-- Zé, vêm comigo! – Pedia o sujeito com um ar sério. Sem esperar pela resposta puxava a mão do rapaz levando consigo.
 
Saizou era completamente arrastado pelo desconhecido para o desconhecido literalmente. Era levado até um beco sem saída como forma de despiste aos perseguidores, que acabou por dar bom resultado a ideia.
 
-- Zé, esta foi por pouco! – Dizia o indivíduo soltado um riso de alivio. Limpava a transpiração da sua testa com a manga do seu quimono de cor branca. 
-- Mas desculpe, quem é você e já agora quem eram aquelas pessoas todas atrás de si? – Era todo um grupo de perguntas que o jovem Genin questionava.
-- Deixa cá ver… – Fazia uma pequena pausa enquanto coçava o seu queixo. – O meu nome Kanji e sou o melhor cozinheiro em Kumo e em arredores! – Era possível perceber o seu tom de grande orgulho. – Aqueles homens são todos um bando de malfeitores, sem requinte algum que não sabem apreciar a verdadeira comida! – Concluía com um ar sério.
-- Mas espere lá! – Dizia Saizou, tentado digerir tudo o que o homem lhe tinha contado. – Compreendo isso tudo mas porquê que me trouxe para aqui? Eu não tenho nada haver com isso!
-- Zé, por favor! – Enquanto se joelhada no chão, juntado a duas mãos como se tivesse a razar. – Tu deves ser um Shinobi muito forte! – Elogiava, enquanto fintava a bandana atada no braço direito do rapaz. – Preciso que me protejas contra aqueles malditos sem classe!
 
Saizou olhava apreensivo para o homem. Afinal de contas ele tinha o arrastado para aquela confusão toda com segundas intenções. Para além disso ele ainda não sabia os verdadeiros motivos daquela perseguição. Mas como um ninja também deve proteger as pessoas, aceitou o pedido.
 
-- Também, eu ajudo! – Dizia enquanto suspirava. – Mas preciso de saber a verdadeira razão por detrás disto tudo!
-- Isso… – Mostrava um ar de comprometido. – Quando eles tiveram no meu restaurante pediriam Ramen, uma especialidade da casa. Maldita a hora que me deu para inventar.
-- O que quer dizer com isso? – Perguntava curioso.
-- Adicionai nos temperos picante. – Expunha Kanji um pouco sem jeito. – Achei que fosse bom inovar de vez em quando mas eles não gostarem da minha ideia. – Rindo-se nervosamente.
     
O jovem Shiraishi estava espantado com o que ouvira. Quem era o locou que ia pôr picante em Ramen? Não admira que aqueles clientes tivessem ficado nervosos e irritados com o sucedido. Só faltava saber a quantidade de piri piri que o Kanji tinha adicionado à comida. Provavelmente não tinha sido pouco.
 
-- Eu ainda não me apresentei, o meu nome é Saizou, Saizou Shiraishi! – Expunha o rapaz.
-- Obrigado por me ajudares, Zé! – Retorquía o homem de cabelos brancos, com um acenar de cabeça.
-- Não deve ter me ouvido bem... o meu nome é Saizou Shiraishi! – Repetia mas desta vez num tom mais elevado.
-- Eu percebi Zé! – Respondia com um riso.
-- Então se percebeu porquê que continua a chamar-me de "Zé"? - Perguntava.
-- Ah isso...! Eu trato toda gente por "Zé"! Sabes como é... – Fazendo uma pequena pausa. – É para facilitar!  
 
De facto aquele cozinheiro louco não parava de surpreender o jovem Genin. Saiam calmamente do beco olhado para todos os lados. Nunca se sabe quando aquele grupo de homens podia voltar à carga. Todo o cuidado era pouco. Kanji retirava de um dos seus bolsos uma mascara parecida com aquelas que os membros da ANBU usam em missões. Punha cuidadosamente na sua cara com a ideia de esconder a sua verdadeira identidade.
 
-- Diga-me Kanji-sama para onde quer ir? – Perguntava o rapaz.
-- Hum… Zé, gostava que me levasses até ao casino! – Pedia. – Já algum tempo que não vou lá. Preciso de relaxar um bocado! – Soltando um pequeno riso.  
 
Saizou não esperava tal pedido. Um casino?! O Genin pensava que o homem ia lhe pedir para o levar até casa ou então até ao seu restaurante. Não teve outra alternativa senão acompanhar o cozinheiro até ao local, sobre pena que se não o fizesse, o homem podia ser atacado, novamente, durante o caminho.
 
O casino ficava a sul de Kumogakure anexado a uma grande montanha. Todo ele era feito de luzes amarelas e vermelhas, com um enorme placa branco com letras pretas, anunciando a sua presença, aos muitos jogadores que por ali iam todos os dias. Kanji parecia ganhar fogo no olhar, enquanto fintava o edifício infestado de luzes.
 
-- Yosh!!! Zé, tenho a certeza que hoje vai ser o meu dia sorte!!! – Gritava cheio e confiança. Algumas pessoas que por ali passavam olhavam estupefactas para gritaria do homem. O pensamento geral era que devia ser era doido, coitado.
 
Experimentou de tudo. Roletas, Slot Machines entre muitos outros jogos. Tinha afirmado há momentos atrás, que aquele mesmo dia, seria de muita, muita sorte. Na verdade saiu sem nada do edifício.
 
-- Sigh! – Suspirava profundamente. – Perdi o dinheiro todo que tinha, Zé! – Dizia Kanji, enquanto mostrava o interior da sua carteira castanha, ao seu “guarda costas”. Estava completamente vazia.
-- Ninguém o ordenou que gastasse tudo no jogo! – Ralhava seriamente. Aquele cozinheiro era mesmo um irresponsável aos olhos do jovem Genin.
-- Zé, tens razão! – Acenava com a cabeça. – A maldita da minha irmã consegue ter mais sorte ao jogo que eu. Sempre quis saber o seu segredo para tanto sucesso. – Dizia curioso. – Bem, vamos Zé que ainda temos muito que caminhar!
-- Onde vamos agora? – Perguntava zangado.
-- Zé, vamos para o meu restaurante que fica a sul da aldeia! Ehehe – Rindo-se. – Visto que não ganhei nada tenho agora de afogar as mágoas no meu querido Saké!
 
Saizou já nem dizia nada, simplesmente acompanhava o seu protegido até ao seu restaurante. Só queria que aquilo acabasse rápido.
 
O dia chegava rapidamente ao fim e o jovem ninja estava visivelmente irritado com tudo aquilo que se tinha passado. Devido aquele episódio não pude realizar a missão que tinha planeado desde do início.
 
Depois de muito caminharem finalmente chegavam ao restaurante. Era um local de pouca luz, com uma fachada tipicamente japonesa. Não era nada de muito luxuoso, pelo contraio era bem modesto. Podia se ler o seu nome num placar, em umas letras avermelhadas: “Saké Restaurant”. O seu interior era tão modesto quanto a parte de fora, com algumas cadeiras e mesas feitas de madeira, localizadas em diferentes pontos do sítio. As paredes eram decoradas com quadros de flores e algumas fotografias de Kanji na companhia do que seria amigos e familiares. Uma das fotos captava as atenções do Saizou de certo modo. Nela estava o cozinheiro, ainda numa tenra idade, ao lado de uma moça de cabelos curtos com traços ainda juvenis. Não sabia porquê mas fazia-lhe lembrar alguém.
 
Kanji pedia ao Genin que se sentasse numa das mesas vazias. Queria lhe oferecer um jantar grátis para pagar o seu favor. O rapaz estava um pouco assustado com o tipo de refeição que poderia ser.
 
Enquanto o cozinheiro se entretinha na cozinha a fazer o cozinhado, um homem, com um certo ar hostil, entrava no restaurante, sentando-se numa das mesas vagas. Não parava de fintar com o olhar o jovem Saizou, que começava a se sentir incomodado. Mais um entrava com o mesmo ar hostil, colocando-se na mesma mesa do primeiro. De um passaram a ser dois a olhar fixamente para o Genin. Este começava a ficar preocupado com a situação e mais ficou quando, repetidamente, entravam mais homens. Quando já não sabia, tinha cerca de vinte homens a olharam para si dentro do estabelecimento. Não havia duvidas, eles eram os perseguidores do Kanji e estavam ali todos para se vingarem.
  
-- Calma! Vamos conversar! – Pedia o jovem ao se levantar da sua cadeira, calmamente.
-- “Calma”, o carago!!! – Gritou um dos homens. Era visível o seu ar autoritário e de malvadez na sua face. Provavelmente era o chefe do grupo. – Fomos enganados pelo Kanji e por isso queremos o nosso dinheiro de volta!!!
 
Quando Saizou já estava convicto que ia haver luta o cozinheiro entrava pela sala adentro, com um carrinho de rodas, com diversas prateleiras de ferro. Era possível ver vários pratos sobre as prateleiras, com um pouco de carne, arroz e uns molhos de cor vermelha e negra.
 
-- Chegaram mesmo a tempo! – Dizia ao pousar os pratos nas mesas, à medida que passava por elas. – Sentem-se à vontades pois é por conta da casa.
 
Os homens olhavam uns para os outros com um ar desconfiado. Sentavam-se calmamente nos seus respectivos lugares. Uns mexiam, com os pauzinhos, o bocado de carne de forma curiosa, outros apenas fintavam o que tinham à frente comentado com o vizinho do lado.
 
-- Não sejam tímidos e comem à vontade! – Pedia Kanji rindo-se.
-- Se tiveres a enganarmos, nós acabamos contigo Kanji! – Dizia o que parecia ser o líder do grupo, com ar ameaçador.
 
Ao terminar a sua ameaça, molhava o bocado de carne nos molhos negro e vermelho e levava à boca. Enquanto mastigava o seu ar furioso mudava radicalmente para um mais ameno, mais calmo. Curiosos com o sucedido, o resto do batalhão começava a comer e logo clamaram todos ao mesmo tempo:
 
-- SUGO (INCRÍVEL)!!!
 
Saizou estava interessado em saber o que aquela comida preparada continha, para deixar o grupo de perseguidores ficar tão calmo de um momento para o outro. Após molhar a carne nos molhos punha logo na boca, começado a mastigar lentamente. Enquanto tentava apreciar o petisco um dos homens perguntava que comida era aquela ao Kanji. De facto tinham ficado todos fans e queriam, sem sombra de dúvida, repetir.
 
-- Dai-lhe o nome de “Bolas Doces”! – Explicava. – Os molhos são segredo de família mas posso dizer que o vermelho leva tomate e o negro soja.
-- Interessante! E a carne? – Perguntava o chefe do bando.
-- Testículos de Boi! – Retorquiu com ar mais simples do mundo.
 
O silêncio instalava-se no sítio. Ninguém queria acreditar no que ouvira. “Testículos de Boi” disse ele? Aquela refeição que tanto tinham gostado e elogiado eram “Testículos de Boi”? Uma coisa é certa, Kanji teve de voltar a fugir do grupo de indignados, e desta vez não pude contar com ajuda do Saizou já que este era agora um dos perseguidores.

Nota: "Zé" é uma alcunha que se pode atribuir ás pessoas chamadas "José". Mas também pode ser aplicado em termos de brincadeira. 

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Cantinho do Escritor: Tenho esperanças que quem ler este Filler, solte alguns risos durante a sua leitora.

Nossa, gostei bastante da parte que ele chama toda a gente de "Zé" para facilitar-lhe o trabalho de decorar nomes ahah. O cozinheiro é uma pessoa carismática e bastante única.

Sim, foi um Filler com uma boa introdução de humor. É bom ver que a vida do teu personagem é mais "calma" e igualmente interessante. Continua ^^

Muito boa historia "Zé", simples e muito bem contada. Gostei do fator "Zé" na historia como o Tsu falou e ainda do final. O cara realmente merece ser perseguido depois de oferecer aquela "refeição" e não avisar o que era  .

Força na Historia Irmão