Fui surpreendido por um pássaro; enquanto andava assoviando corriqueiramente pelos arredores da aldeia. Afaguei seu pequenino crânio ao pousar sobre meu ombro, fazendo-o grunhir obsequioso. Notei a pequena folha de papel em forma de pergaminho em sua "perna" e de cara vi que aquilo era algo importante. Coletando as informações sobre a missão, todas descritas grotescamente no papel, enfatizando a velocidade com que a missão deveria ser feita, me movimentei até o portão da vila. A folha recitava algo sobre outra pessoa que provinha de Konoha. Hana. Por sorte, meu material bélico andava sempre comigo, poupara-me o tempo de voltar para casa e ter de o prepará-lo.

De longe á vi, estática ao lado de um mercante, sua pele cintilava com fulgor, parecia não estar acostumada com o clima que suna detinha. O que era normal, na verdade. Até mesmo eu retorquia com o ambiente que era criado ali. Seus olhos eram obscuros a ponto de ficarem opacos; e seus cabelos eram negros como a escuridão da noite. Me aproximei

- Oi - Falei, olhando-a, fizera uma pequena pausa, mas ela não respondera. - Você deve ser Hanna! - Exclamei.

- Oi. Sim, sou eu. - Disse, enquanto virava-se para mim. - Você deve ser Ishidate, suas informações também foram passadas para mim. - Falara, enquanto mostrara-me uma folha de papel que segurava em mãos. 

- Claro, claro. - Sussurrei, afável. E, depois disso, um curto diálogo que envolvia a missão. 

Partimos do portão leste da vila, região onde alegavam o avistamento de arqueólogos em maior número. Se existisse realmente algo, provavelmente viria de lá, calculamos. Deserto à dentro, era possível se observar vórtices e tempestades de areia, de longe. Se fossemos atingidos por quaisquer evento natural do local seria um imenso empecilho. Depois de alguns minutos, a Kunoichi observara majestosamente centenas de pisadas, que denunciavam a ação de pessoas por ali. Seguimos numa espécie de trilha que as pegadas formavam, até que de longe avistamos um grupo de pessoas. 

- São quantos? - Inquiriu, enquanto fixava os olhos as silhuetas que caminhavam devagar. 

- Cinco ou seis. - Proclamei, visando-os. 

- Bem, se são realmente arqueólogos devem ser fracos. - Estimou, a garota. - Vamos lá. - 

- Espere! - Brandei, pigarreando. - Se esses caras forem inteligentes, contratariam no mínimo um ninja para cobri-los. - Cessei brevemente. - Vamos fazer um ataque sorrateiro, e identificar quem é quem. - 

- Certo. Mas como? - Questionou, a Kunoichi. Demorei a respondê-la. 

- Escute, eu irei atacar um deles aleatoriamente, enquanto tu, observa de um lugar privilegiado quem irá se manifestar para proteger a pessoa em que irei atacar. Vou fazer uma espécie de movimento suicida, para que tu saiba quem é o nosso verdadeiro oponente. Só assim saberemos. - Planeei, e sem delongas a garota concordara. Até que era um plano bom, mas eu sabia que ia acabar me ferrando. 

- Tome cuidado. - Avisou-me. 

Afirmei com a cabeça, enquanto percorri o trajeto que nos separavam com toda velocidade. Fazendo a areia elevar-se e sendo facilmente visto pelo grupo. A confiança depositada na sensação que o medo me trazia já deturpava minha mente sóbria, corroendo cada sentimento que viria a aflorar-se. Minuciosamente, escolhi um dos homens para atacar, dando-o diretamente um soco no estomago, embaçando-o, e fazendo-o cair ao meu lado. De esguelha, vi o movimento de um dos homens vindo até mim. Logo, concentrava meu chakra natural, fazendo selos habilidosos e perspicazes ao mesmo momento que absorvia a maior quantidade de ar aos pulmões; mesclando-os juntamente ao meu elemento natural. Virei-me com toda velocidade em sua direção, expectorando uma bola de fogo enorme, que consumia seu corpo por completo. Todavia, outra pessoa me golpeava pelas costas, atingido-me com uma joelhada e empurrando com abruptamente meu corpo para frente. Cai no chão de joelhos, e novamente fui golpeado na cabeça, num chute diagonal que me jogou longe. Cuspindo areia, levantei-me irresoluto. 

- Dois ninjas, porra. - Trovejei, enquanto ficava ereto novamente. 
- Errado, Bunshins. - Resmungou, sorrindo sarcasticamente. 
- Oquê? - Inquiri, indignado. 
- Os arqueólogos estão mais a frente. Mas como você vai morrer não tem mal nenhum saber. - Desgraçado. Calculei que ele fosse um perigoso, afinal, pudia criar Bunshins verdadeiros. Mas sua idade era pouco mais avançada do que a nossa. 

Sorrindo ele avançou em minha direção, foi quando Hanna apareceu golpeando-o com uma lâmina em sua perna. E sucessivamente lhe acertando um chute duplo no peito, afastando-o. O poder que circundava suas entranhas era notável mesmo para uma genin pouco experiente. 

- Droga, errei! - Resmoneou a garota. - Era pra ter sido um ataque fatal com a Katana. Me desculpe. - 
- Não precisa se desculpar, você salvou a minha vida. Obrigado. - Era estranho falar isso para uma mulher, sem ser machista, mas me senti estranho por aquilo. Levantei-me. 
- Os arqueólogos estão mais a frente, vamos acabar com ele e depois iremos atrás deles. -
- Malditos, deixaram um escondido. - Protestou o homem, bravo.

Após derrotarmos o suposto ninja seguimos à frente. O cansaço corroía meu corpo que já parecia ter o dobro do peso, forçava evidentemente as pernas para poder executar uma corrida sofrida. Apesar de que, minha velocidade se mantinha vertiginosa.

- Agora vai ser fácil, é só acabar com os arqueólogos. - Disse, a garota que tinha postura mais descansada.
- Sim, eu espero. - Confirmara, acenando discretamente com a cabeça, apesar de passar despercebido.

A alguns metros distantes, viu-se uma espécie de entrada para um beco sem saída, e, ofuscadas pela areia um grupo de pessoas. Conferi de longe, a altura e até mesmo; forçava a vista numa tentativa frustrante à procurar quaisquer diferença perceptível e notória neles. Calculei que não fossem clones, pelo menos, não era o que dizia a altura dissemelhante.

- Muito bem, vai ser bem mais fácil dessa vez - Aleguei. - Vou colocar todos num Genjutsu, e assim matamos todos sem dar-lhes chances de escapar. Eles estão em maioria, e essa areia pode favorecer a fuga de até mesmo um homem, que como agora sabe a localização poderá voltar futuramente com mais reforço e até mesmo sem que ninguém saiba, então, não deixe que ninguém fuja. - Terminara, tossindo.
- Não se preocupe, aquilo é um beco, basta ficarmos na entrada e resguardá-la. - Acrescentou.
- Exato, mas a missão dizia algo sobre uma mina, então acho que ela provavelmente está naquele beco. Isso explica o fato de ninguém encontrá-la definitivamente a tanto tempo. Então temos de sermos rápidos e não deixá-los adentrá-lo. - A aproximação continuava sorrateira.
- Tudo bem. -  Respondeu, movimentando-se. 

Numa distância ampla, porém eficiente para a execução do plano, comecei-o. Concentrei totalmente meu chakra, fazendo-o fluir através de minhas entranhas, dimanando-o intangivelmente para fora. Teria de afetar todos, sem exceções; e para mim, era um pouco complexo concentrar uma quantidade de chakra tão insigne assim, afinal, sou um mero Genin. Então com um pouco de dificuldade consegui essa, para mim, sagaz façanha. 

De repente os homens cessavam, então a garota tomou a frente, tornando-se visível a eles, que já corriam desesperadamente à outra direção. 

- O fato de vários clones meus distraírem eles, vai dar a oportunidade dela atacá-los ainda mais facilmente. - Calculei, observando-a. Quando chegou neles, ela desferira um chute rotatório no homem mais próximo, enquanto ele voava; ela já tinha socado outro, com um murro reto na face, fazendo-o cair de costas na areia. 

Julgando ser muitos homens resolvi ajudar, mesmo estando exausto. Me aproximei, e ataquei o primeiro que vi, acertando-o um pontapé com força no queixo, arremessando-o para cima, concentrando meu chakra nos pés usara um rápido shunshin, saltando para trás dele, que ainda rodopiava no ar, e acertava-o novamente, entretanto, desta vez na região da barriga. O homem caíra, enquanto vi que todos pareciam recuar. 

Caí no chão de pé, imponente, foi quando observei a grande abertura na rocha que delineava a extremidade do beco, era simplesmente notável que aquilo era uma obra natural. 

- Eles estão entrando lá. - Gritei, avisando a garota. - Irei bloquear a passagem. - Foquei o chakra nas solas dos pés, e novamente em poucos segundos adiantei-me à frente dos arqueólogos, bloqueando-os. - Daqui ninguém passa! - Exclamei, sorrindo. 

Os homens pareciam confusos, às vezes olhavam para uma direção aleatória e pareciam não saber onde eu estava. Na verdade, não sabiam, era o efeito costumeiro daquela técnica ilusória. Fiz uma sequencia de selos, observando Hanna atrás dos homens, vi que ela também os faziam. Eles estavam cercados, ou não, tendo duas pessoas como contorno. Usara novamente minha técnica de fogo, e expeli a corriqueira esfera de chakra Katon. Hanna sucessivamente cuspira outra atrás deles, foi uma espécie de ataque em conjunto, em que os homens ficaram sem saída. O fogo consumiu até o último arqueólogo, e quando se dissipou, era possível ver seus corpos que jaziam ao solo. Alguns mortos, e outros gravemente feridos. 

- Essa foi por pouco! - Disse a voz feminina. 
- Impedimos eles encima da hora, quase falhamos. - Continuei. - Vamos tirar esses corpos daqui. - Enunciei, colocando de súbito dois corpos em cada ombro, aqueles caras eram realmente pesados, pude sentir meu ombro amolecer; e abruptamente tornar-se rijo forçando-o para não debilitá-lo. Saí da espécie de beco, e larguei-os não tão longe. O suficiente para se perderem sem qualquer objeto que dava noção de posicionamento. A garota vinha com dois também, sua força de vontade contrastava a sua força física, apesar de que, mesmo com dificuldades ela conseguia. Voltamos e novamente fizemos o processo com mais dois cada um. Parei em certos momentos com as pernas trêmulas e os músculos condensados e doloridos. Mas no fim, ambos saímos bem. 

- Vamos voltar para a vila. - Falei, enquanto muito cansado percorria o caminho de volta para Suna junto com a garota.