https://www.youtube.com/watch?v=GIufkLyJuMM
Cheguei ao campo de treino mais cedo do que o habitual. O dia ainda mal tinha começado e havia um pouco de névoa no ar. Despi o meu colete de cor roxa e comecei a fazer aquecimento leve. Um pouco de meditação em movimento e depois uma corrida entre os obstáculos colocados no meio do campo, desviava-me velozmente dos obstáculos uma e outra vez, para a esquerda e para a direita, saltando por cima de alguns e repetindo o exercício por dez minutos. Enquanto corria fazia os selos de mão e ia efectuando vários sushins que me ajudavam a aprender a controlar o equilíbrio em corrida. Parei, ofegante, mas cheio de energia, desembainhei a katana que à qual trabalhara o fio da lâmina no dia anterior e, de vagar, comecei a ensaiar alguns golpes que cortavam o nevoeiro e o silêncio das 6:30 da manhã. Dançava como um samurai ancestral, coordenando todos os movimentos do meu corpo, um após o outro.
Agora estava pronto para começar a despedaçar os bonecos de treino de madeira com um pouco de kenjutsu, iniciei uma corrida rápida com alguns shushins pelo meio e voltei a dançar, mas desta vez entre os bonecos, inspirava e expirava e movia-me de forma graciosa enquanto se podia ouvir o barulho de madeira a ser despedaçada ao meio pela minha lâmina. Corri para os próximos bonecos e preparei os se do enden, combinado as bolas de fogo que queimavam os bonecos com alguns golpes de ken e taijutsu. Voltei a repetir o processo por mais três vezes, cada vais mais rápido. O cheiro a madeira queimada misturou-se com o nevoeiro e a humidade matinal.
Depois de um descanço nas ervas húmidas o campo de treinos, meditei de olhos fechados sobre as águas do pequeno riacho, usando o kinobari e tendendo equilibrar-me o mais possível, cedendo à preção exercida pelas leis da gravidade de quando em quando, mas mesmo assim resisti. Concentrei-me, abstraindo-me do mundo e que o chakra fluísse livremente dentro de mim, como o vento daquela manhã de Outono.
Enrolei uma ligadura espeça nas minhas mãos e treinei taijutsu contra uma grande árvore, socos e pontapés que tentava aumentar de velocidade e intensidade à medida que avançava, sentia os meus músculos começarem a enrijecer . Logo depois foi buscar alguns pesos que trouxera de casa, um saco cheio de pedras pesadas que debrucei sobre as minhas costas. Comecei a correr em volta do campo e só parei quando o conteúdo me obrigou a ceder ao chão. Descansei mais um pouco, ali deitado. A carga requeria-me um esforço enorme, mas voltei a repetir o exercício.
Resolvi também treinar o meu ninjútsu, que estava um pouco mais fraco. Coloquei-me em posição, novamente frente aos bonecos de madeira e invoquei dois clones depois de efectuar os selos correctos. Voltei a usar o enden, múltiplas vezes depois dos selos e os clones imitaram-me. Ainda não estava perfeito, um dia haveria de conseguir aperfeiçoar a técnica – torna-la uma chama mais viva. Tentei uma e outra vez, e outra e outra, e o cheiro a madeira queimada ia voltando a ganhar força no ar da madrugada nevoenta.
Depois de um pequeno descanso, terminei o treino com alguns abdominais e flexões. A aldeia voltara a acordar, era hora do almoço e mais uma rotina de treino fora concluída com sucesso.
Estava cansado, mas um pouco mais forte.