Voando abaixo da luz branca e eterna do luar, Zetsu Borges vai percorrendo o céu estrelado do deserto rumo a Sunagakure, o local onde todos os infortúnios e desavenças começaram será também o local onde tudo irá terminar.
“Suna, minha vila... Amaldiçoado seja o dia que meu pai me convenceu a voltar para este buraco. Mas tudo bem, tudo sempre piora muito antes melhorar e já chegou a hora dessa vila ascender.” _ diz o poderoso Borges, enquanto fica flutuando no ar a mais de cem metros de altura, observando sua vila com olhos rancorosos.
Estando a uma distância aproximada de quinhentos metros de sua vila, o Borges começa a sentir uma poderosa fonte de chakra se aproximando dele, uma fonte bastante familiar.
“Hm, eu conheço este chakra. É muito superior ao chakra de Gaara e ao mesmo tempo mais sereno e pacífico. Hehehehehehehe, as coisas estão a ficar mais interessantes!” _ pensa Zetsu, como se já soubesse quem era o portador da elevada quantidade de chakra.
A alguns metros de distância do Borges, o misterioso detentor do poderoso chakra surge dos confins de Suna. É um homem alto, de pele morena, com uma grande barba e um cabelo totalmente grisalhos, que está em pé sobre uma nuvem voadora de areia, se mostrando estar bem insatisfeito.
-Olá pai, sentiu saudades? _ pergunta Zetsu, mostrando um largo sorriso de escárnio.
-Zetsu! Não posso dizer que estou feliz em vê-lo, não no seu estado atual. _ diz Sengoku Borges, mostrando um olhar bastante sério e intimidador.
-Isso é jeito de tratar seu único filho? Eu fui para o inferno na terra e o senhor não me da nem um abraço?_ diz o anjo, enquanto solta uma leve risada irônica.
-Já basta! Eu não estou disposto a entrar neste seu joguinho infame. Seja breve, o que pretende fazer aqui, usando a vergonha da nossa família?_ pergunta Sengoku, se referindo a essência de Jashin, o hijutsu maligno da família Borges.
-Ora, eu apenas vim clamar aqui que é nosso por direito, o controle total sobre Sunagakure, para que assim eu possa reconstruí-la do zero. _ diz o espadachim, enquanto olha bem no fundo nos olhos de seu pai, mostrando que não está blefando.
-Você perdeu completamente a sua sanidade mental, como você pode ameaçar destruir o local que você jurou proteger e também o lugar onde você conheceu Márcia?_ fala Sengoku, se referindo a falecida mulher de seu filho, a mãe de Brian.
-CALE-SE! Você não entende? Esta vila de merda, que tanto cobrou de nós, não conseguiu proteger minha amada nem um simples punhado de nukenins de baixo nível._ diz Zetsu de forma raivosa. -Eu não lhe entendo pai, você estava aqui quando construiram Suna, sendo um dos responsáveis por sua criação você poderia ter sido o líder. Responda-me, porque abdicar deste reino e entrega-lo na mão desses Kages de merda?_ pergunta o Borges, como se esperasse para fazer esta pergunta a vários anos.
-Porque nós não éramos dignos de liderá-la! Seu avô, Bartholomew Borges, nosso fundador, ficou tão cego com o poder que quase destruiu Suna nos seus primórdios. Então, quando ele foi finalmente morto, eu fui embora de Suna coberto de vergonha e lamentação. –Então, entende isto de uma vez, nós fomos uma das maiores calamidades que se abateu no país do vento, não temos o direito de governar esta vila e nenhuma outra. _ diz o sábio Sengoku.
-Se você não está ao meu favor então você está contra mim. Desculpe-me pai, mas nada irá me impedir de retomar o que é nosso por direito. _ diz Zetsu, para em seguida segurar sua colossal katana com as duas mãos e aponta-la na direção de seu pai.
-Eu temia que você dissesse isto! _ fala o sábio Borges, para depois colocar seu braço esquerdo na parte de baixo das costas enquanto deixa seu braço direito levantado rente ao corpo, numa clara posição de combate.
Ao ver que seu pai não iria mudar sua decisão, Zetsu começa a concentrar sua energia negativa na palma da mão direita, criando uma esfera de trevas que, embora pequena, possui um grande poder de destruição.
-Adeus pai, Odama Hachurigan! _ grita Zetsu enquanto lança a poderosa esfera sombria na direção de seu pai, que vai voando numa velocidade estonteante.
Mesmo vendo a esfera sombria se aproximar, Sengoku se mantém estático, como se estivesse aguardando o momento certo para contra-atacar. Então, quando a pequena esfera entra no seu raio de ação, ele agilmente move sua nuvem de areia alguns metros para a direita, de forma a escapar do golpe no último momento.
-Tolo!_ fala Zetsu, que neste momento fecha seu punho direito, fazendo a esfera crescer mais de dez metros instantaneamente, engolindo Sengoku, e depois entrar em combustão, destruindo tudo que havia tocado e deixando uma grande cortina de fumaça negra no local da explosão.
Com o problema neutralizado, e sem demonstrar qualquer sinal de arrependimento por ter matado seu pai, Zetsu volta sua atenção para Suna, seu verdadeiro alvo. Contudo, parece que destruir suna não será uma tarefa tão fácil como ele pensava.
A alguns metros na frente do espadachim, um grande amontoado de areia começa a se juntar, criando aos poucos uma forma humanóide. Por fim, o grande amontoado de areia se transforma em Sengoku, que parece não ter sofrido nenhum dano advindo da técnica sombria de seu filho.
-Hunf, não foi a toa terem lhe dado o título de Borges imortal. _ fala Zetsu, que só neste momento se lembrou desse pequeno “detalhe” sobre seu pai.
-Sim, eu fui agraciado com a imortalidade para impedir que a chacina ocasionada pelos Borges acontecesse uma vez mais. Agora, é minha vez de atacar! _ diz Sengoku, se mostrando estar bem decidido.
Continua...