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Estava perto do edifício que guardava o gabinete do segundo homem mais importante do país, uma sensação de raiva chegava em minha mente e meu coração ao lembrar desse fato. Lembrar também do fato de que eu dediquei meus serviços e minha lealdade a um homem que desiste de procurar por uma garota desaparecida. Meus olhos começaram a ficar pesados e cambaleei quase perdendo a consciência, o cansaço e fome estavam me alvejando.

Olhei em volta e rapidamente notei algumas barracas de comerciantes ambulantes ali, gritavam e usavam todos os artifícios que conheciam para atrair clientes. Embora o comércio não fosse tão forte como na área comercial aqui ainda era presente. Caminhei até a barraca e me encostei para afastar a fome, em vão. Olhei para a barraca e vi maçãs dispostas, o pensamento criminoso me veio a mente na hora e acompanhado dele o pensamento de raiva de mim mesmo por ter de fazê-lo. Não tive escolhe. Coloquei a karana em pé apoiada na barraca e deslizei a mão que me restara sobre as frutas e retirei uma. Me agaichei e comecei a devorar aquela fruta que estava deliciosa.

" Depois de comer aquela comida sem gosto daquele hospital isso é delicioso. "

Minha mão estava um pouco grudenta, não liguei, tinha pouco tempo. Agarrei a katana e fui até a entrada do edifício, me joguei em cima dos ninjas gritando com uma expressão fingida de terror.

- Me ajude! Me ajude! Tem um homem querendo me pegar! Ele vem me perseguindo desde o hospital, consegui roubar essa arma dele. Me ajude! Ele está ali naquela barraca tentando se disfarçar!_ Gritei em súplica aos dois ninjas que guardavam a porta para minha audiência.

Os dois saíram de sua posição e rapidamente entenderam, cambaleei e me joguei no chão numa cena digna de prêmio. O primeiro guarda acenou com a cabeça para ele ir pegar o suposto infrator, o segundo ficou ao meu lado tentando me levantar. Estava segurando a katana com tanta força que minha mão chegava a arder. Desci a katana contra as genitálias do ninja e ele caiu em dores, o fiz novamente por via das dúvidas. O homem olhou para mim me amaldiçoando o quanto podia, felizmente a dor sugava toda a vontade do homem de falar e ele so pensava em gemer.

Rapidamente subi as várias escadas até o topo da montanha. Por Amaterasu! Quantas escadas tinha no interior daquela maldita montanha. Já tinha subido diversas vezes para receber missões mais nunca tinha notado. Talvez fosse o efeito do cansaço ludibriando minha mente. Após alguns minutos cheguei ao andar mais alto. Parei diante a porta, coloquei a katana em baixo do braço e repousei a mão que me restava sobre a maçaneta. Era fria. Parei um momento escutando duas vozes.

- Raikage-sama por favor continue com as buscas, pelo bem da nossa filha._ Filha. Essa palavra soou como um golpe surpresa em mim, golpe suficiente para me conceder a entrada ao reino de meu criador. Olhei para o chão. Como encararia a mãe de Inoue? Lágrimas começaram a surgir de meus olhos e pingar sobre o chão escuro dando-lhe uma tonalidade mais escura ainda. Esfreguei os olhos na roupa do hospital e girei a maçaneta.

- Katsuo..._ Falou serenamente o Raikage. Sempre aquela expressão despreocupada. Agora percebo como esta expressão me irrita. Soltei a katana no chão enquanto retirava a lâmina da bainha. Apontei para ele num misto de raiva e tristeza, raiva pelos acontecimentos e tristeza por encarar a mãe da raposa... Era assim que eu a chamava devido ao seus cabelos. - O que veio fazer aqui?_ Falou novamente já com um tom sério.

- Acho que já sabes seus bastardo, afinal, duvido que a notícia de minha fuga do hospital não tenha sido noticiada a você._ Proferi rangendo os dentes em raiva, lutando dentro de mim para não encarar a mãe dela nos olhos e também para não chorar.

- Tem que entender... Os dois. Já se passaram uma semana, ele pode estar em outro país agora._ Disse apontando para um mapa em cima de sua mesa.

- Cale a boca seu maldito, sabe muito bem que isso é mentira! Lutei com ela contra ele e ferimos ele o suficiente para fazer aquele merda procurar cuidados médicos! Ele partiu sem suprimentos, ferido e sem um mapa. Acreditas mesmo nisso?_ Vociferei balançando a lâmina para os lados.

- F-Foi você então..._ Ecoou a voz feminina porém velha, passava experiência de vida e ao mesmo tempo, profunda tristeza. Dirigi meus olhos para a mulher, sua expressão era de ódio assim como a minha, chorava.

Fiquei calado. Ela ia me culpar? Será que... Tudo isso seria minha culpa? Jogar tudo sobre meus ombros, digo, ombro. Olhei para o chão não conseguia olhar-la nos olhos.

- S-Sim... Eu que deixei ele levá-la...foi culpa minha._ Declarei-me culpado, não era como se eu dissesse aquilo para aliviar a mulher, não, eu tinha culpa mesmo. Deveria ter recuado no momento assim eu evitaria o rapto dela.

- Maldito seja tu garoto! Condenas-te minha filhinha...minha filha, preciosa, preciosa...[/b
]_ Esbravejou se aproximando de mim e me dirigindo um tapa no rosto, era incrivelmente forte, o tapa foi suficiente para me jogar no chão e ter de me apoiar com o que me restava. Então ela correu, pude perceber pelo barulho de seus passos ecoando cada vez mais longe até atingir as escadas.

- Raikage! Por favor, deixa-me... dei..._ O maldito pegou a espada e a levantou descendo rapidamente o cabo contra minha nuca. Apaguei na hora. O cansaço e fome não ajudaram.

Estava tudo preto agora. Tinha uma visão panorâmica de toda a vila, ou pelo menos do que restou dela. Tinha uma pessoa pendurada numa corda pelo pescoço sobre a sacada do gabinete do kage. Melhor, duas, minha visão estava turva. Ouvi gritos de pessoas lá embaixo apontando para os corpo enforcados. Tentei me aproximar, estava como um espírito ali. A visão foi de revirar o estômago e também a minha mente. O Raikage e a mãe de Inoue estavam naquela forca. Seus pés se debatendo freneticamente tentando viverem de alguma forma. Na sacada estava Katsumoto aquele maldito. Com a mão esticada e sobre ela o pescoço de minha...minha amada. Ela se debatia tentando se livrar das mãos dele mais seus chutes apenas acertavam o vazio. Ele ria em escárnio se deliciando enquanto olhava para o meu corpo sem vida atrás dele.

- Não! Não!_ Gritava tentando me comunicar de alguma forma. Senti meu corpo balançar, um maldito bipe de equipamento de hospital, o som da minha respiração, duas vozes. A de minha sensei que parecia estar nervosa e a do Kage a soar muito mais calma e grave do que a primeira.

- Katsuo! Katsuo!_ Gritava.

- O que porra?!_ Vociferei segurando uma das mãos delas com meu braço que faltava... espera. O que? Me sentei sobre a maca olhando o novo braço que eu tinha. Foi tudo um sonho? Não... O Kage estava ali. Abri minha mão e fechei admirando-a. Como eu poderia ter um braço se eu não sentia nada vindo dali. Só sentia um fluxo de chakra sendo puxado e devolvido periodicamente, seria um braço de marionete?

- O-O-Oque é isso? Braço de marionete?_ Questionei olhando para os dois.

- Quase... É um modelo feito em Kumo, ele está em fase de teste de irá substituir membros como mãos, braços. É pesado demais para marionetes._ Respondeu Emi.

O Kage retirou uma carta lacrada e colocou na mesa ao lado da maca e olhou no fundo dos meus olhos e abriu um sorriso de canto de boca, disse segurando a maçaneta do quarto.

- Tua amiga precisa da tua ajuda!_ Falou girando a maçaneta e saindo do quarto.

- O que?_ Nada fazia sentido naquela hora.

- Abra a carta Katsuo-san._ Proferiu Emi.

Peguei a carta e rasguei o selo do kage, abri ela tão rapidamente que até mesmo eu temi pelo conteúdo do envelope.

Citação :

Eu o Raikage, autorizo a missão de Rank B de procura e salvamento da shinobi de Kumo, Inoue. Não será considerado nukkenin e tem permissão de ir a outro país caso seja necessário para o resgate de tal.

Assinado: Raikage Darui, de Kumogakure no Sato.

- Vamos poder ir atrás dela!_ Gritei em alegria.

- Não Katsuo, só você pode ir. O Raikage autorizou esta missão para ti por causa de você...Nem sei o motivo. Apenas tu pode ir, ele não pode arriscar perder shinobis e recursos nessa caçada. Não confunda a bondade dele com esperança. Ele não acredita que a garota esteja viva esse é o motivo da missão ser Rank B. Estás sozinho nessa._ Declarou com um semblante de tristeza.

- Hmm, então devo treinar e ficar mais forte! Por que esta a cara? Vou voltar com ela, nossa equipe vai ser completa novamente._ Falei com uma empolgação que nunca expressei antes.

Continua...