Eu treinei, e treinei e novamente, treinei até a exaustão mental e também corporal muito embora eu planejasse abdicar de ambos para salvá-la. Eu iria atrás dela como um todo e como um todo eu retornaria, se fosse preciso abdicar de minha mente eu o faria, se fosse preciso abdicar de meu corpo o faria embora o receio da morte escurecesse minha mente de tal modo que fez toda a esperança inicial se transformar em medo, então eu vi, que eu, não estava inteiramente preparado.
Já era noite, era o que dizia meu relógio interno. Estava já deitado na minha casa que fora queimada em partes. O grilo cantava no jardim à fora, como era irritante aquele barulho. Minha visão permanecia focada no teto, porém, em nenhum ponto particular. O silêncio enevoava o local e minha mente sumia dali sendo consumida por diversas lembranças e pensamentos.
" Nada é verdade, tudo é permitido. Por que estou lembrando disso? Afinal, essa tal de ordem deve ter me esquecido, já não temos contatos a meses. "_ Pensava calmamente, muito embora, algo dentro de mim lutasse para me convencer do contrário, algo como um instinto como algo que nasceu comigo e me dizia o contrário.
— Como vai garoto?_ Ecoou uma voz grave, experiente e também com tom teatral, algo eloquente. Já tinha ouvido esta voz, a muito tempo atrás. Me preveni e pulei para cima recuando para trás o mais rápido que pude, afinal, aparecer assim na calada da noite denotava no mínimo ações suspeitas ou até um desejo de homicídio.
— Você...O que quer aqui?_ Perguntei tentando parecer firme muito embora não o conseguisse, sua presença era aterradora e tranquilizante ao mesmo tempo. Tranquilizante talvez para minha mente e aterradora para meus instintos. Olhei para a janela aberta onde ele estava sentado, seus olhos permaneciam nos meus, muito embora eu pudesse os ver devido a escuridão uma sensação o denunciava.
— Bem, você lutou, perdeu, deixou o alvo escapar e esqueceu sua missão no final não?_ Disse agora totalmente sério, aquele seu tom teatral sumira repentinamente. Estava me dando uma sentença de morte por falhar?
— Idaí? Sempre a uma segunda chance._ Retruquei olhando cada vez mais para ele tentando examiná-lo.
— Raramente. Porém não estou aqui para lamentar seu fracasso. Vim aqui para saber o que irá fazer._ Proferiu sério esperando sua resposta, embora na minha mente parecesse que ele já sabia a resposta de tal pergunta.
— Vou atrás dele, matá-lo, recuperar Inoue e voltar para a vila. Final feliz suponho, huh?_ Falei irônico.
— Deves trabalhar conosco e derrotarmos com nós. Sabes que ele não é o conspirador maior, ele é um canal que o levará ao mestre dele._ Falou saindo das sombras e tocando-me o ombro numa maneira de tentar me sensibilizar.
— Me recuso. Matarei ele, se conseguir partiremos para o mentor dele, mas, se eu tiver que escolher entre salvar ela e matar o mentor dele eu a salvarei. Sei que não sou tão sábio quanto você, mais é essa minha decisão. Perdoe-me se for egoísta, se quiser me retire do seu grupo._ Falei convicto de meus objetivos retirando sua mão de meu ombro, como um gesto de recusa.
— Não há nada que eu possa fazer para dissuadi-lo de seu objetivo?_ Perguntou-me o homem.
— Não._ Respondi secamente.
— Entendo. Antes de partir, quero lhe dar isto._ Falou o homem a mim retirando de dentro de um pergaminho dois braçais de um aço que nunca vi, neles entalhados um desenho de uma águia com preciosos detalhes. Sobre os braçais um mecanismo de lâmina escondida e também algo que parecia ser um lançador de senbons com reservatório para envenena-las.
— Elas lhe serão úteis. É um presente demonstrando nossa fé em você e também, um presente de aniversário atrasado, pelos quinze anos._ Falou o homem.
Agarrei aquelas armas rapidamente e colocando-os nos ante braços as admirei por segundos, seu design, sua beleza e também seu material. Junto com elas acompanhava o mecanismo de soltura das lâminas que seria um anel em cada dedo anelar, bem pequeno, onde quando era acionado saltava as lâminas para fora. Essas por sua vez também eram trabalhadas artisticamente.
— Obrigado._ Proferi agradecido enquanto admirava a peça.
— Agora tenho que ir. Katsuo... Sua jornada vai mudar muito em você, em nós. Apenas peço que quando o fizer, não o faça com vingança em mente, mais com justiça. Tens as habilidades, o alvo e a nossa fé. Que os deuses abençoem sua causa e que a liberdade triunfe sobre a tirania._ Disse o homem pulando a janela e deixando uma carta, assim ele desapareceu na noite.
- Citação :
- Nossos espiões tem informações e provas convincentes de que o agente da La Hermandad que se estabeleceu na Vila Oculta da Nuvem buscou refugio no País da Lua Crescente, nossos espiões o avistaram nos portos da costa oeste do País do Trovão por alguns dias carregando uma cativa e abordo de um navio comercial destinado a tal localidade, fugiu.
Agindo rapidamente enviamos nossos espiões para o país para vigiá-lo e descobrir informações que possibilitem sua eliminação.
Nada é verdade, tudo é permitido.
" País da Lua Crescente? Maldito, eu vou te encontrar e vou te matar. Devo partir de imediato para o porto e ir para esse tal país. "_ Pensei.
Indo até meu guarda roupa separei três mudas de trajes limpos, pegando todos meus equipamentos ninjas e indo até a dispensa consegui pegar alguns enlatados e comidas de longa vida, que não estragavam facilmente com a ação do tempo. Reunindo-a na mochila junto das roupas e pegando dois cantis cheios de água me dirigi ao portão oeste da vila.
— Aonde vai shinobi?_ Perguntou-me o chuunin que patrulhava o local.
— Tenho uma missão e preciso partir agora._ Falei mostrando os documentos me dados pelo Raikage. Guardando-os rapidamente por entre os bolsos das vestes e puxando o capuz vermelho de minha capa, também vermelha, com um símbolo de uma cruz e uma cobra em volta dela sumi num shunshin.
O sol nascia no horizonte, usurpando a luz de Vênus e iluminando a terra e meu caminho com sua luz.
" Estou indo! "_ Ecoou em minha mente.
Considerações: Estava esperando ter os jutsus e também a arma necessária antes de escrever o filler. Desculpa a demora e enjoy!