- Spoiler:
Só por fofura, decidi fazer um filler propicio à época do dia dos namorados :3
Espero que gostem, não é nada com muita ação, nem muito meloso, mas ainda assim kkkkk.
Queria só sublinhar que a história é da
IVY para o
ZEHEL. Por isso, please, não inventem
Espero que gostem
Apesar do Inverno frio e chuvoso que estavam a passar, aquele dia começou com sol. Não havia uma única nuvem no céu. Tudo parecia mais luminoso. Todos na mansão Tsumi estavam felizes, bem dispostos e apaixonados. Bem... todos menos uma...
Ivy começou muito mal o dia, durante as semanas anteriores que os dois irmãos mais velhos a estiveram a chatear durante horas para que ela ficasse nesse dia a tomar conta dos sobrinhos. Ivy sempre ficou sem reclamar, mas agora tinha o trabalho em Valéria e o irmão Mishio de cama, a última coisa que lhe apetecia fazer era ficar a tomar coisa dos ranhosos dos sobrinhos, 3 rapazes, uma raparigas de idades entre os dois e os 11 anos. Tanto lhe pediram, tantas promessas lhe fizeram que acabou por aceitar sem reclamar muito.
E lá estava ela, com a sobrinha Hanaye ao colo para ver a conseguia convencer a dormir e a não ir chatear os pais, e a negociar com Saburo para que parasse de chorar e não fizesse o mesmo. Nessas alturas ela perguntava-se para que serviam os avós? Se os pais de Ivy se prestassem a tomar conta dos netos, então ela teria muito mais tempo para se dedicar aos trabalhos que eles mesmo se queixam que ela demora a fazer.
Naquela casa tudo era amoroso. Ivy tentou descartar os miúdos nalguns familiares das casas secundarias, mas toda a gente tinha planos, ou de cuidar de outras crianças para encobrir esses planos. Cansada, acabou por desistir e restringir-se ao destino de tomar conta das quatro crianças que a enchiam de perguntas. Como é que antes ela tinha tempo para tomar conta deles e fazer tudo o que tem para fazer?
Mishio, Mishio era quem ajudava os irmãos mais velhos com os filhos, mas agora ele estava confinado àquele quarto...sem reagir minimamente a qualquer estímulo...
Passava pouco depois de terem almoçado quando Kazuma vem ter com ela, a dizer que precisa de ajuda para fazer uns recados que a mãe lhe encomendou. Muito bem disposto, sorriso rasgado no rosto. Tudo o que não era natural nele quando lhe era pedido para fazer alguma coisa. O terceiro filho da casa Tsumi nunca gostou de ter tarefas, nunca gostou de as fazer, e nunca as fazia sem reclamar ou tentar passar isso para um dos irmãos, então Ivy sentiu-se curiosa para ver o que o irmão andava a tramar, mas não podia largar as crianças por aí, e levar as quarto para a vila.... era definitivamente um NÃO.
-Tenho que tomar conta deles, o Hiro e o Daiki andam muito ocupados. - explicou ao irmão. Tudo era melhor do que estar ali sem fazer nada, mas não podia mesmo deixar os sobrinhos sozinhos.
-Claro que andam. - disse ele num sorriso trocista. - Que eu saiba nesta casa, só duas pessoas é que não têm planos, és tu e o Mishio de cama.
-Tu ás vezes és tão idiota, Kazu. - disse com peso na voz, sabia que ele tentava brincar com a situação para não sofrer tanto com ela, mas isso só a enervava.
-Eu não tenho planos! - interrompeu Reiji, de 6 anos, que estava a prestar muita atenção à conversa deles. - Que planos têm a mãe e o pai? Foram passear sem nós?
-Calma... calma.. - Kazuma começava a perder a postura, não sabia lidar com crianças, e custava-lhe muito saber o que dizer-lhes.
A enchente de perguntas começou a aumentar, apenas Nao, o mais velho, estava calado, ele já entendia o que o 14 de Fevereiro significava.
-Sim, Kazuma, explica-lhes lá onde foram o Hiro e a Fuji, e o Daiki e a Akemi. - agora era a vez de Ivy se rir. O embaraço e o pouco à vontade do irmão mais velho com os sobrinhos era algo que ela sempre gostou de apreciar.
-Foram tratar de assuntos importantes. - aí Nao, falou para alivio de Kazuma. - negócios que não são para vocês entenderem ainda.
-Isso mesmo, Nao. - Disse Kazuma mais à vontade. - mas bem, consegui que o Hama ficasse a tomar conta deles, só acho melhor levarmos o Nao, porque vamos trazer muita coisa mesmo.
Ivy levantou o sobreolho. Algo estava errado ali.. O Kazuma, a fazer tarefas e a arranjar alguém para ficar com os sobrinhos? De livre e espontânea vontade? Ainda por cima pedir para trazer um dos miudos, mesmo sendo o mais velho.... Trazia água no bico... Mas o Hama lá chegou e foram os três a pé até à vila. Kazuma não falou muito do que era o tão importante recado que a mãe tinha pedido para eles fazerem até a Ivy perguntar.
-Oh, é só fazer as compras do mês. Trazer alguns materiais para arranjar um dos telhados que caiu. E alguma lenha. Está aqui a lista. - A lista em si não era muito grande. Eles os dois conseguiriam tratar do recado, não era preciso trazer o miudo.
-Está bem... Mas nós os dois tratavamos do assunto, porque é que tivemos que trazer o Nao?
-Porque o pai embirrou que eu tinha que ficar a treinar hoje, e eu tenho mais que fazer. Por favor Ivy, já viste que dia é? Eu também tenho compromissos.
-E o que é que nós temos a ver com isso? - O pequeno Nao também não estava muito afim de ir para a vila fazer recados por estupidez do tio.
-Foi a desculpa que arranjei para vir à vila. Se a Ivyzinha vier, ninguém vai embirrar, não é? - ele disse isso num tom de gozo enquanto apertava as bochechas da irmã. Ela afasta o braço dele e prepara-se para voltar para casa.
-POR AMOR DE DEUS! Tu tens 23 anos! Ainda precisas de autorização do pai para ir à vila? Melhor! Precisas que a tua irmã mais nova te vá controlar?!
-Vá lá! Iam ficar em casa a engonhar. Ao menos assim sempre saiem. Eu vou lá, vocês tratam dos recados, damos mais uma volta os três e ao fim do dia voltamos para casa com o recado feito e fazemos toda a gente feliz.
-Menos o Hama que ficou com os miudos. - Murmurou vencida. É verdade que não queria voltar para casa ouvir as perguntas a toda a hora, entre o resto.
Seguiram o caminho até à vila. Nao não parecia muito satisfeito por não ter qualquer voto na matéria mas não se manifestou, foram para a parte da vila onde tinham as lojas, era lá que Kazuma se ia encontrar com quem quer que fosse que ele se fosse encontrar. Mal se despediu deles e não se deu ao trabalho de apresentar a companhia dele, mas se bem que o conheciam, essa companhia iria acompanhá-lo muito pouco tempo, por isso nem se deram ao trabalho de perguntar.
Indagaram um pouco pela vila sem saber muito bem que fazer primeiro. O sobrinho olhava para a tia com impaciência. Definitivamente ele preferia estar em casa. Entraram na lojas de ferramentas para ver se encontravam lá alguma coisa útil, mas Ivy deixou que fosse Nao a tratar da compra, para os 12 anos, ele parecia ser bom a regatear. Ela não gostava muito de ter que manter conversas com os lojistas.
Surpreendentemente para o trabalho simples de fazer as compras e acartar com elas, Ivy e Nao eram uma boa equipa. Trataram de tudo em menos de 2 horas, e agora teriam que esperar que Kazuma se dignasse a aparecer. Sentaram-se num banco à espera. 20 minutos. Meia hora. Uma hora. Uma hora e um quarto. E nem sabiam quando ele teriam intenção de voltar. Quase toda a gente que se passeava por ali parecia estar nalguma especie de encontro ou à procura de algum presente de última hora para oferecer. Este dia era bastante irritante, pensavam Ivy e Nao.
Fartos de esperar, Ivy decidiu levar Nao para comer alguma coisa. Foram a um restaurantezinho que lhes permitia ver a praça. Caso Kazuma aparecesse, iriam vê-lo. Entraram, sentaram-se e pediram. Tudo normalmente, mas então Ivy levanta a cabeça e vê alguém familiar. Aquela atitude arrogante, aquela postura, aquele sorriso trocista, e aquele cabelo negro, ela reconheceria em qualquer lado. - Zehel Matsuri.
Revirou os olhos e fingiu não o ver, a principio, mas depois repara o motivo de ele estar ali. Como quase toda a gente naquela vila, ele estava num encontrozinho todo fofo a comer com a namorada, à Ivy isso só dava vómitos. Sentiu-se ficar sem fome. O sobrinho pareceu notar, mas só pediu para acabar o prato dela. Acabaram de comer pouco depois e Ivy levantou-se para ir pagar seguida pelo sobrinho, aí o Matsuri levantou a cabeça e viu-a. Pediu licença à rapariga com quem estava e aproximou-se da herdeira dos Tsumi ao balcão com um sorriso trocista.
-Epah, mas tu sais de Valéria? Então tu também andas em jantares romanticos? É um bocado novinho para ti, não? - Depois de dizer esta enorme idiotice larga a gargalhada mais irritante que Ivy já tinha ouvido na sua vida.
-É o meu sobrinho. E mesmo que não fosse, não tens nada com isso. -Tentou responder educadamente, mas não escondeu a rispidez na voz. - Não estás ocupado, tu? - Perguntou levantando a cabeça para olhar a rapariga que os olhava da mesa.
-Ah, fui eu tirar um tempo para cumprimentar uma amiga. - Ele continuava com aquele sorrisinho de canto da boca. - A Ykarus não se importa.
Se ao menos conseguisse apagar aquela cara de gozo do rapaz de cabelos negros. Por uma vez conseguisse ser ela a gozar com ele... Levantou mais uma vez a cabeça e viu a cara de chateiada da rapariga, voltou a encarar o Zetsubuo e viu a cara de gozo dele. Num impulso segurou a cara do shinobi e espetou-lhe um beijo, não muito longo, mas ele não ofereceu muita resistência. Ouviu a rapariga a levantar-se e a chamar pelo rapaz.
-Assim se calhar já se importa. - Disse com o sorriso trocista que costumava ser ele a mostrar. - Bom resto de dia dos namorados. Anda Nao.
Ela e o sobrinho sairam então do restaurante. Não quis olhar para ver o que se ia passar a seguir. Andaram mais um pouco à volta da vila mas não encontraram o Kazuma, então voltaram para casa. O Kazuma já lá estava, e estava com cara de quem tinha levado um grande ralhete.
Arrumou as coisas que tinham trazido da vila e foi tratar do irmão que estava de cama. Mas não conseguia concentrar-se em nada. "Foi só para o chatear!". Repetia para ela mesma, tentando convencer-se. Mas o coração que ficava acelerado que cada vez que se lembrava não ajudava em nada, e não dava para enganar. "Não me posso estar a apaixonar por aquele idiota!"
Precisava de desabafar com alguém, mas ali ninguém a ouvia, ou não a levavam a sério. Tentou então falar com a única pessoa que naquele momento não a iria julgar.
-Mishio, fiz algo que não devia...