Primeiro capítulo: aqui!
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- Percebe, rapaz da pala, que a Red Raven Company não é um grupo de
Nukenins oprimidos, muito menos uma casa de acolhimento. Nós somos assassinos, ladrões, espiões. Não olhamos a meios para chegar aos nossos objectivos, desde que os atinjamos com toda a eficácia e o máximo de discrição. – Explico Walter. – O nosso chefe e primeiro carrasco está em missão de espionagem com o nosso melhor espião. Depois de te fazer algumas provas, vou considerar apresentar-te à irmã do chefe e segunda na nossa hierarquia, a imponente e insaciável cobra Mary Augur. Obviamente, que não te vou dizer o nome verdadeiro dela, pelo menos por enquanto.
William ouviu atentamente a cada uma das suas palavras e fez apontamentos mentais. Julga que todas as informações que pode receber são fulcrais para o futuro, como facto de o primeiro carrasco estar, provavelmente, em treino com o maior espião da companhia. Ficou satisfeito que lhe tenha sido exigido o cumprimento de provas; considerou que a Red Raven Company estava disposta a deixá-lo entrar e a levá-lo a sério. Com a emoção de participar numa luta, o jovem candidato à organização de assassinos segurou na sua guilhotina, preparado para o que viesse.
- Guarda a arma, William. Temo que ainda não estejas preparado. – Desaprovou Walter. – A estrutura da tua arma cria todo um manuseamento complicado, que requer alto nível de
Kenjutsu. Por ter um peso considerável, também o teu nível de Força deve ser testado. Possuis outras armas?
- Tenho algumas
Kunais Invertidas em stock. – Respondeu, mantendo a calma. – A que provas me vou submeter?
- As minhas capacidades batalha e raciocínio estratégico estão muito para além das tuas capacidades, certamente. – Introduziu o quarto carrasco. – Porém, eu considero-me um bom tutor e sei controlar-me em batalha. Quero que te foques especialmente nas tuas habilidades com as Kunais e na tua força física. Não te proíbo, obviamente, de usar técnicas tuas, nomeadamente
Ninjutsus. A chave para o sucesso numa luta contra mim reside numa contenção movimentada. Assim que estiveres pronto, podes começar. Mostra-me o que tens.
William começou por analisar o seu campo de batalha. Apercebeu-se que estava num planalto ligeiramente verde, com ocasionais árvores e arbustos. No fundo, podia-se ver uma casa de termas, tão famosas no país das fontes termais. Do lado oposto – em frente ao planalto – estava uma entrada da vila principal daquele país. Inspirando e observando, absorveu todo o cenário envolvente, para poder utilizá-lo da melhor forma possível. Reparou que o seu adversário tinha uma bolsa de armas no lado esquerdo das calças, o que o levou a pensar que as probabilidades de Walter ser destro eram reduzidas; num combate corpo-a-corpo, atacar o lado direito e, provavelmente, destreinado do seu oponente podia ser uma jogada inteligente – uma defesa dessa natureza implica uma abertura no seu arsenal de técnicas de protecção.
William tira uma Kunai Invertida da sua bolsa e gira-a com o dedo indicador da mão direita. Agarra-a com o punho, querendo iniciar a batalha.
Mantendo uma posição firme, faz pontaria para o peito de Walter e arremessa a Kunai. Concentrando o seu
chakra no peito, garganta e boca e fazendo os selos necessários, William executa uma técnica do elemento vento –
Fuuton – Toppa. Assim, a Kunai lançada aumenta de velocidade.
Alarmado e surpreendido com o aumento da velocidade da arma, Walter apressa-se e retira uma Kunai ele próprio. Bloqueando a arma rapidamente e com um sorriso sádico nos lábios, comenta. – Tens noção que essas Kunais não são armas de arremesso?
Quando deu por si a falar, Walter repara que o seu jovem adversário corria na sua direcção. Começou a correr assim que lançou a arma, mas o ninja mais experiente não notou. Ficou, no entanto, a pensar se o arremessar da arma por parte de William tinha sido um golpe motivado por uma estratégia de distracção ou inexperiência. Aproximando-se a largos passos do seu adversário e em poucos segundos, o rapaz loiro salta de punho fechado, atirando-se contra Walter.
O golpe foi certamente rápido, tendo em consideração que era o início da batalha. No entanto, o perspicaz Walter conseguiu defender-se com o braço. Contudo, William continuou de punho fechado, tentando usar o máximo que pode de si. O braço esquerdo do seu adversário, porém, ofereceu imensa resistência.
- É assim que pensas entrar na Red Raven Company, pombo? Com o uso errado de armas e golpes rápidos? – Troçou Walter.
- Não é a essência de um assassino agir segundo golpes rápidos, esquerdino? – Respondeu William, dando a entender ao ninja mais forte as suas análises.
Frente a frente, continuaram a medir forças. Enquanto William estendia o punho fechado contra o braço esquerdo do seu oponente, Walter empurrava o adversário com o braço, contra a extremidade do membro superior de quem se lhe opunha. Era um autêntico braço-de-ferro.
Num movimento ágil, o pequeno da pala tirou outra Kunai Invertida da sua bolsa. Desta vez não a arremessou. Num movimento rápido, tencionava espetá-la no abdómen, cortando o casaco da Red Raven Company. Como era de esperar de um ninja do nível de um carrasco da Red Raven Company, o golpe de William foi bloqueado. Com a mão direita, Walter agarrou-o pelo pulso, impedindo que continuasse o ataque e lhe acertasse com uma arma afiada. Decidindo seguir por uma abordagem mais ofensiva, agarrou também o outro pulso e puxou o projecto de assassino para baixo, acertando-lhe na cara com um golpe de joelho. O pequeno rapaz caiu para trás devido à força do golpe e tossiu um pouco de sangue. Não sentindo qualquer tipo de dor nas pernas e nos membros, escolheu levantar-se rápido e não deixar a guarda baixa. No entanto, Walter não esperou e acertou em cheio no peito de William com o peito do pé, voltando a empurrar o jovem mais baixo para trás.
Apercebendo-se que tinha que tomar uma posição, não permaneceu muito tempo no chão. De facto, levantou-se ainda mais rápido do que a primeira vez e recuou alguns metros para se concentrar e arranjar alguma estratégia.
“
Devo jogar aos seus pontos fracos. Mas quais? Ele é mais forte que eu em todas as áreas ninja. Pensa, pensa, pensa William. Quando ele começar a usar as suas espadas e as suas correntes, fico tramado e vejo-me num meio de um filme bondage… filme bondage! És um génio, joga pelas fraquezas da mente, não pelas fraquezas do corpo!" pensou William para os seus botões.
Para espanto de Walter, o jovem pensador começou a atirar boa parte do seu stock de Kunais para nenhures, como se as estivesse a espalhar por todo o terreno. De seguida, desprendeu a bolsa de armas e deixou-a no chão. No entanto, o rapaz do cabelo vermelho e preto ficou completamente confuso quando William se descalçou e arrumou os sapatos no chão, ao lado da bolsa das armas. Num momento que deixou Walter embaraçado, o rapaz da pala retirou a sua camisola azul escura, mostrando um corpo magro, donde surgiam peitorais e abdominais ligeiramente trabalhados. Sem hesitar, retirou de seguida as calças e a roupa interior, ficando completamente despido.
Ajoelhou-se. Passou a mão pelo peito, pelos lábios, de volta ao peito e por fim nas partes íntimas. Walter, pasmado, respirava fundo e olhava fixamente para todo o corpo de William.
Num repente, o olhar de William passou de sedutor a sério. Agarrou duas Kunais que tinha deixado no chão perto de si e atirou-as na direcção de Walter. Voltou a usar a mesma técnica que antes: concentrou o chakra no peito, garganta e boca, acelerando as Kunais com um Fuuton: Toppa, e correu no sentido das Kunais. Walter, que estava ligeiramente distraído, foi apenas a tempo de bloquear uma Kunai, deixando outra raspar-lhe o braço direito, deixando um corte superficial. Quando chegou ao adversário, William pretendeu atacar o braço ferido. Inclinando-se para proteger a sua ferida, expôs o ombro esquerdo, facilitando a vida do rapaz que ia nu e que lhe desferiu um golpe pesado na clavícula. Caindo em si, Walter empurra o miúdo e disfere-lhe um soco forte no peito, fazendo com que fosse atirado para trás e que tossisse uma quantidade considerável de sangue.
Com um sorriso maléfico na cara, sorriso de quem está farto de brincadeiras, Walter executou alguns selos. Apesar de um pouco atordoado, William percebeu a palavra “
Kuchiyose”. Também lhe soou que ia usar uma técnica do elemento terra.
Nisto, um caixão negro sai, na vertical, do interior da terra – era onde Walter guardava a maioria das suas armas, a maioria das vezes. Abrindo o caixão ao seu lado, retirou umas correntes que ligavam algumas espadas em forma de cruz. Com a sua perícia e experiência com estas armas, começou a usar árvores, arbustos e as Kunais para esticar ao máximo as correntes, cruzando-as em caminhos como uma teia.
William levantou-se e sentiu-se uma mosca numa teia de aranha com tantas correntes à sua volta, tecidas por qual aracnídeo, o artistas das armas.
- Acabou. – Disse Walter, com uma espada fina, em forma de cruz e presa a uma corrente, na mão.
Walter atirou a espada no sentido de William, fazendo com que todas as outras correntes se mexessem. William facilmente se desviou da espada, mas quando esta se espetou com força no chão, o rapaz loiro via-se despido e amarrado por correntes. A pressão que as correntes exerciam nele era tamanha que não conseguiu evitar tossir mais sangue e gritar.
- Explica a tua estratégia e eu solto-te.
- Como já te disse antes, constatei que és homossexual. Consultando todas as minhas informações sobre ti, essa foi a mais fácil com que jogar. Decidi mexer com as tuas perversões. – Disse William. – É-me óbvio que as tuas fraquezas físicas são mais fortes que eu na mesma. A forma mais fácil que tinha de te atingir era atingir-te psicologicamente, distrair-te.
Walter soltou uma espada daquelas pequenas espadas arremessáveis do chão e todo o sistema de correntes caiu, para alívio de William.
- Veste-te. Vou-te apresentar à segunda chefe da companhia, Mary Augur. Ela logo vê o que faz contigo. – Disse Walter. Ficando com os seus botões, Walter criou a ideia que William tinha que ser treinado ou ia ser destruído, mas que a sua perspicácia, seriedade e entrega às tarefas podiam ser uma mais valia para a Red Raven Company.