Loucura desmedida

Mais uma vez, Otogakure. Katsu nem conseguia acreditar que havia voltado para a terra onde os Imagawa o haviam adotado como seu filho. Aquelas florestas onde caçavam, aqueles rios onde pescavam, cada passo que dava trazia uma intensa nostalgia que lhe arrebatava o coração e o fazia sorrir estupidamente. Todavia, não estava ali para uma simples caminhada para relembrar-se do passado, mas para capturar um criminoso altamente valioso. Não era uma missão dada pela Akatsuki, o que justifica o facto de ele não ter trazido o manto consigo, apenas uma pequena distração que ele vira sobre a forma de um cartaz de procurados na parede de um bar que costumava visitar. Ninguém pegava no cartaz porque o criminoso era conhecido e extremamente perigoso, exceto o Imagawa que não conseguia parar de pensar na recompensa choruda que a cabeça do indivíduo custava. Seria suficiente para um pequeno presente para a sua filha visto que passava grande parte do tempo longe dela.
- Noriko Asagi... – Pensava o Akatsuki, usufruindo-se de sucessivos Sunshin para uma rápida travessia da floresta, evitando com agilidade chocar com a folhagem que se atrevia a obstruir o seu caminho – Dizem que ele tem algum problema, pelo que não podia continuar a fugir e se viu obrigado a refugiar-se por esta floresta – Recordava o que ouvira no mesmo bar em que retirara o cartaz – Não deve ser muito difícil de encontrar, o que me perturba é esse “problema” dele...
Parou de avançar quando percebera que chegara ao fim da floresta e o que caminho pela frente seguia por uma longa clareira com destino ao País do Fogo, área que o Nukkenin preferia evitar. Percebendo que ainda não havia descoberto o esconderijo do seu alvo no meio de todas aquelas árvores, deixou chakra fluir pelo corpo enquanto realizava alguns selos.
- Ukojizai no Jutsu! – Murmurou, espalhando a energia concentrada para a atmosfera e criando umas nuvens que prontamente derramaram para toda a floresta a chuva infundida com o chakra de Katsu. As gotas desta chuva permitiram-lhe descobrir cada fonte de chakra que perambulava pelo bosque – Três juntas a uns metros daqui, uma sozinha a dois quilómetros para Oeste. Presumo que a sozinha seja o Noriko... Agora, quem são estes três?
A resposta depressa lhe foi dada quando entrou numa pequeno enquadramento de quatro árvores, cada uma delas a revelar um pequeno papel explosivo que começou a arder automaticamente aquando a entrada daquela pequena área. Com reflexos bem treinados, Katsu saltou a tempo de evitar a explosão inicial, vendo-se seguidamente ameaçada pelo fogo consequente. Num rápido e hábil molde de chakra, criou água à sua volta que depressa formou uma pequena barreira entre ele e o fogo, protegendo-o com eficácia. Satisfeito por ter escapado da súbita armadilha, espantou-se quando sentiu um forte pontapé nas costelas, queobrigou o seu corpo a retornar para área queimada da explosão, embatendo contra a relva dolorosamente. A chuva continuava a bater, incessantemente, e com ela o Akatsuki percebeu que as três manchas de chakra de à pouco estavam mesmo por cima dele.
- Nem acredito que alguém descobriu o esconderijo de Noriko-sama! – Grunhiu uma voz esganiçada e feminina por entre as folhagens das árvores – Finalmente alguém que descobriu o esconderijo de Noriko-sama! – A sua contradição fez com que o Imagawa achasse que ouvia mal devido às tonturas da queda, pelo que se ergueu e abanou com a cabeça, numa tentativa infantil de perceber se o cérebro estava no sítio.
Ninguém respondeu à voz feminina, pelo que se sucedeu um momento de silêncio constrangedor no qual nada acontecia. Já de pé, Katsu sabia as posições de cada um dos seus inimigos graças à sua chuva, que estes não deviam saber que revelava constantemente as suas posições, mas preferia não agir. Apesar de estar em desvantagem numérica, o seu inimigo formava um triângulo com ele no centro, talvez alguma tática para o derrotar sem grandes forças. Apostariam no trabalho em equipa ou em ataques individuais?
Uma singela kunai apareceu por entre as folhagens em alta velocidade, visando trespassar o crânio de Katsu se este não tivesse invocado uma shuriken para a rebater. Outras duas se arremessaram, mas a habilidade do Akatsuki continuava a ser superior enquanto rebatia cada projétil arremessado com um dos seus. Parecia haver um impasse um tanto ilógico, considerando que o inimigo, além de não se mover, tentava ataques demasiado fracos.
- Enmakugire! – Gritou uma voz masculina e grossa, oposta em todos os aspetos à feminina que o Imagawa ouvira anteriormente. Antes que o Akatsuki percebesse, o clarão n oqual era rodeado em triângulo enchera-se subitamente de uma densa cortina de fumo, impossibilitando-lhe a visão e ainda obstruindo tenuemente as vias respiratórias e visão. Enquanto tossia e tentava que a sua vista não se irritasse muito com o fumo, a sua chuva detetou movimento – Agora, ataquem!
Um vulto movimentou-se nas suas costas, preparando-se para um ataque. Quando Katsu deu meia-volta e planeou uma rápida defesa, na medida do possível considerando a sua visão limitada, depressa perdeu o apoio quando uma rasteira vinda de nenhures o fez colidir de costas com o solo. Soltando uma arfada de ar pela colisão, que depressa se transformou em tosse por ter respirado muito do fumo, viu queo vulto anterior continuava com o seu ataque, revelando a sombra de uma katana que rodopiou nas suas mãos, apressando-se a baixá-lo no golpe mortal. O Imagawa teve a agilidade suficiente para invocar uma rápida Fuuma Shuriken que foi arremessada contra o oponente, que se viu obrigado a cancelar o ataque para defender-se da força do projétil, suficiente para o fazer recuar alguns passos. Com espaço suficiente, Katsu ergueu-se, para depressa sentir outro vulto a aproximar-se nas suas costas. Virou-se a tempo de evitar um punho fechado que visava a sua cara. O seu adversário, que era a mulher anterior por ter soltado um “Oh!” estupefacto ao falhar o seu ataque, foi reprimido pelo seu erro quando Katsu o atingiu com diversos socos no abdómen, finalizando com uma patada violenta na cara que o afastou de si. Grunhindo de dores, a mulher desapareceu por entre o denso fumo.
- Ele é mais habilidoso do que pensavamos! – Ouviu-se outra vez a voz grossa, suficientemente alta para que Katsu identificasse a sua posição, mesmo que a chuva já lha desse – Põe mais fumo, Yuio!
Com a ordem dada, a densidade da cortina de fumo que rodeava o Imagawa intensificou-se consideravelmente, impedindo-o de manter os olhos abertos por mais de meio segundo e fazendo-o tossir compulsivamente. Nesse estado vulnerável, conseguiu evitar diversos golpes fatais de aleatórias katana`s e golpes físicos, enquanto que outros, felizmente nunca mortais, passaram pelas suas defesas e o deixaram com hematomas no dorso e cara. Vendo que nem conseguia atacar, o Akatsuki desviou mais a lâmina de uma katana e recuou com um salto, analisando a sua situação.
- Estão a usar fumo para cobrir qualquer abertura que deixem, para que eu assim não aproveite e acabe logo com eles. Pelo que vejo dos golpes das espadas e físicos, eles não são assim tão habilidosos a curta distância como querem dar a entender, é por isso que cobrem a fraqueza com esta porcaria toda à minha volta – Raciocinou Katsu, sentindo que um dos seus oponentes se aproximou com um Sunshin, tentando rasteira-lo novamente. O Imagawa desviou-se com um salto, não conseguindo evitar que um segundo adversário aparecesse nas suas costas e as pontapeasse com grande vigor, arremessando-o de barriga contra a relva. Contorcendo-se de dores, Katsu chegou no limite da sua paciência – Vou acabar logo com este fumo todo! – Levantou-se e aglomeroualtas quantidades de chakra Fuuton pelos braços, esticando ambas as palmas da mão à sua frente – Zankūkyokuha! – Gritou enquanto intensas rajadas de vento surgiam dos seus membros e afastavam todo o fumo à sua volta, revelando os seus três oponentes perplexos, tendo ainda força suficiente para os danificar e empurrar contra algumas árvores – Acabou a brincadeira!
Entre resmungos de dor e irritação, os três oponentes, todos eles com idades aparentes de trinta anos, pouco mais pouco menos, recuperaram as suas posições, fitando o Imagawa intensamente.
- Yuio, o adversário parece ser tão forte! O adversário é tão fraco, nem vale a pena lutar a sério... – A contrariedade que ouvira à pouco não fora mesmo a sua tontura... Aquela mulher devia ter algum problema mental. Esta era loira e o seu cabelo curto com dois rabos-de-cavalo muito mal penteados. A sua face revelava mesmo alguém com deficiências mentais, os olhos grandes e um sorriso doentio sempre presente. As suas vestimentas eram algo parcas, consistindo unicamente numa camisola amarrotada amarela, na qual se denotavam os largos seios, e uma saia curta toda rasgada.
- Sim, não podemos deixá-lo chegar perto de Noriko-sama... – Falou o homem do centro, o portador da katana. As suas vestimentas eram tão pobres quanto as da sua parceira, uma camisola amarrotada amarela e umas calças todas rasgadas azuis. As únicas diferenças entre os dois eram a calvez do homem e a sua máscara de gás.
Havia um terceiro homem, o lógico responsável pela voz grossa que Katsu ouvira anteriormente, que agora não falava. Tinha apenas um olho, estando o outro fechado e com uma larga cicatriz por cima, talvez uma ferida de guerra que o deixou inutilizável, e o seu semblante assemelhava-se tão insano quanto os dos seus parceiros. A indumentária era totalmente igual à de Yuio, tal como a calvez.
O Akatsuki não tinha muita vontade de ter qualquer tipo de conversa com os três malucos, sendo a sua única vontade a de encontrar o seu suposto líder e dar por finda a missão. Quando se preparava para investir numa luta na qual estava em desvantagem numérica, o homem com apenas um olho pronunciou duas palavras.
- Houkou Urufu!
Um súbito uivo espantou Katsu,que quase não conseguiu escapar da repentina rajada de som que prometia feri-lo gravemente. Todavia, a segunda foi tão rápida quanto a primeira, não dando chance de escapa ao Akatsuki que a sentiu a colidir contra o seu peito, magoando-o seriamente e obrigando-o a ajoelhar-se.
- Agora, Yuio... – Disse o responsável pela técnica anterior, olhando de esguelha para o seu companheiro calvo, que já preparava alguns selos.
- Enmaku Rō! – Vociferou, manipulando fumo nos seus braços para este rodeasse em torno do vulnerável Katsu, restringindo-o fortemente num abraço que lhe garantia nenhuma chance de escapar – Capturamos com sucesso o intruso.
A mulher começou a rir freneticamente, não tendo feito nada até agora, o que irritou mais Katsu que até então tentava manter-se calmo face a três pessoas que pareciam vinda de um manicómio. Aglomerando chakra pelo corpo, criou e manipulou água (sem qualquer uso dos seus braços presos, o que requeria ainda mais concentração) para formar variadas lâminas que apressaram-se a cortar e libertar o seu criador. Com o inimigo perplexo pela mudança de eventos, o Akatsuki descarregou chakra subitamente, emergindo-os a todos num feixe de luz com o seu Raigen Raikochu. Perplexos e agora momentaneamente cegos, a mulher não pode evitar o Sunshin e o Lariat de Katsu que a derrotaram num único golpe, o seu corpo a embater violentamente contra uma das árvores. Os companheiros da mulher sentiram o estrondo, chamando pelo nome dela em vão. Quando recuperaram a visão, viram um Katsu Imagawa visivelmente irritado a invocar duas Fuuma Shuriken, uma para cada mão, e a arremessá-las com ímpeto, sem qualquer misericórdia. O maluco sem olho teve a agilidade suficiente para colocar-se à frente de Yuio, cuspindo uma grande quantidade de barro prontamente se solidificou numa alta parede, resistente o suficiente para aguentar os fortes projéteis sem fraquejar.
- Doton: Doryūheki!
Todavia, Katsu estava seriamente farto daqueles tipos que tanto o incomodaram aquando aquela cortina de fumo. Sem intenção de deixá-los impunes, escondidos atrás daquela imensa parede de barro, focalizou chakra no braço direito e esticou-o em frente.
- Jūha Reppū Shō! – Vociferou enquanto do seu braço surgia uma larga mão demoníaca composta de ventos infudidos, que avançou ante a barreira de barro. Num grande estrondo, a defesa foi desfeita sem qualquer represália para a garra demoníaca, atirando-se contra os dois homens sem lhes dar hipótese de fuga. No meio de grunhidos de dor, o Imagawa ergueu a garra, trazendo consigo ambos os seus adversários por entre os dedos da mesma. Estavam ambos seriamente feridos, cortados em diversas partes do corpo devido aos ventos, Yuio demonstrando estar quase morto enquanto que o seu companheiro apresentava maior resistência – Então vocês são amigos do Noriko? – Yuio não estava em condições de responder, sangrando compulsivamente por diversas áreas do seu frágil corpo e o seu amigo zarolho, embora consciente, não demonstrava qualquer vontade de conversar – Não se preocupem, o vosso mestre não tarda a encontrar-vos... – Dito isto, apertou a mão da garra demoníaca. Os grunhidos de dor foram intensos e perturbadores para a alma humana de Katsu, mas felizmente depressa desaparecerem, sobrando apenas duas carcaças de sangue, roupa e carne...
Desfazendo a sua técnica, Katsu virou-se para Oeste, na direção onde o seu alvo ainda residia, pelo que podia comprovar com a sua chuva ainda ativa. Arrependia-se ligeiramente de ter de matar aquelas três pessoas pelo seu aspeto deturpado significar que passavam por dificuldades, mas então lembrou-se de algo que ler no pergaminho de Noriko Asagi: “Experiências não autorizadas em humanos”. Yuio e os seus companheiros deviam ser apenas mais de muitos infelizes das atrocidades cometidas por Noriko, pelo que matá-los fora o melhor para eles. Era com esta mentalidade que o Imagawa se aproximava velozmente do seu verdadeiro alvo, tentando justificar a morte de inocentes às suas mãos.
Quando chegou ao local, observou um homem ajoelhado no meio da relva e à chuva, com ambas as mãos encostadas uma à outra numa pose de reza. Os seus cabelos loiros, nos quais se denotava o aparecimento da cor acinzentada, pendia-lhe na frente da cara, a sua barba espigada gritava por aparo e as suas roupas amarrotadas, apesar de estarem em melhor estado do que as dos seus subordinados, davam-lhe uma imagem de um sem-abrigo sem esperança.
- Noriko Asagi... – Limitou-se o Imagawa a dizer ante a imagem deplorável que assistia. Contava que a sua caça fosse um pouco mais digna e ameaçadora do que aquilo que via. Este homem valia mesmo a alta recompensa que ofereciam pela sua cabeça? – Venho aqui para te capturar!
O homem continuou a sua reza por mais alguns segundos e, quando a finalizou, deixou que a água da chuva molhasse as suas mãos, para depois as passar pela sua cara como a tentasse lavar. Após esses atos dignos de um louco, os seus olhos grandes e azuis perceberam finalmente a presença do Akatsuki.
- Irmão, quem é aquele? – Perguntou, apesar de não estar mais ninguém presente. Katsu chegou até a achar que mais alguém estava no local, mas a chuva garantia-lhe o contrário. Devia ser outro com deficiência mental... – Vieram capturar-me, tal como tu disseste! Mas não, não senhor! Não vou ser capturado, pelo teu bem! Precisas de mim! Sim... Eu sei! – O seu monólogo era constrangedor a Katsu que nunca na sua vida vira algo assim parecido. O estado de um humano totalmente descabido de razão e bom-senso, entregue aos seus pensamentos primitivos que beiravam a loucura, podia mesmo castigar aquele homem pelo que fez? Vê-lo ali, a discutir com alguém que não estava presente, gesticulando em movimentos bruscos e aleatórios, não era o criminoso que ambicionava capturar... – Sim, vou já matá-lo!
A última frase despertou Katsu do seu transe contemplativo da loucura do seu adversário. Viu que Noriko realizava selos a uma velocidade estonteante, superior até à do Imagawa (algo que até à data nunca vira) para cuspir múltiplas bolas de fogo na sua direção. Como era fogo, o Imagawa não teve dificuldade em espalhar chakra nos braços para criar e manipular água na formação de uma bolha de água ágil o suficiente para absorver todos os projéteis. Todavia, isso não foi suficiente para dar Noriko como satisfeito, que se aproximou de Katsu num rápido Sunshin com duas katanas em riste, que o Akatsuki jurava não ter visto anteriormente, que se apressaram a realizar um corte cruzado. O Imagawa teve apenas tempo de dar um salto a retaguarda do ágil ataque adversário, observando-o a recuperar-se rapidamente e acompanhar o seu salto com uma veloz passada, atingindo-o violentamente com uma patada no abdómen. Grunhindo de dor, Katsu ajoelhou-se, com a mão sobre a barriga que naquela missão já levara com muitos golpes, vendo que Noriko se aproximara e voltara a erguer ambas as katanas, preparando outro golpe cruzado.
- Kokuangyo no Jutsu! – Gritou o Imagawa após a concentração de chakra e a realização de selos, limitados pela constante dor abdominal, submergindo o seu adversário num mundo de completas trevas, o suficiente para o fazer hesitar e dar espaço para que o Akatsuki se afastasse da situação com um Sunshin – Ele pode ser louco, mas é muito forte...
Pensando que tinha tempo para descansar, espantou-se quando Norki voltou a surgir à sua frente noutro Sunshin, ostentando novamente ambas as espadas que cortaram carne na perna direita de Katsu. Este rosnou de dor, tentando perceber como é que o seu adversário escapara com tanta felicidade ao seu Genjutsu, ignorando o sangue que jorrava vivamente da sua nova ferida para retirar a Fuuma Shuriken das suas costas e investir com uma das suas lâminas. O criminoso bloqueou o intento com grande habilidade, aproveitando-se de ter duas armas para usar a livre como contra-ataque, visando trespassar a face do Imagawa. Contudo, não contava que Katsu aglomerasse chakra e criasse um pequeno chicote de água que desceu pelas suas pernas e se agarrou às do Asagi, retirando-lhe imediatamente o balanço do chão. Tendo o seu adversário indefeso no solo, o Akatsuki rodopiou com a sua arma, fazendo-a a descer contra o peito desprotegido do adversário, num golpe letal que lhe renderia muito dinheiro.
Todavia, Noriko era igualmente habilidoso, fazendo alguns selos rapidamente para de seguida transformar o solo debaixo de ambos num escorregadio rio de lama com o seu Doton: Doryū Taiga. Surpreso pela súbita modificação do terreno, Katsu não conseguiu evitar escorregar e colidir violentamente no solo. Por sua vez, Noriko parecia bastante confortável no rio de lama por ele criado, movendo-se agilmente e ainda portando ambas as katanas, que mais uma vez visavam matar Katsu. Este levantou-se desajeitadamente e arremessou fortemente a sua Fuuma Shuriken, na qual tivera de fazer grande força para não largar quando escorregara na lama. Enquanto que o seu adversário se mantinha ocupado a ter de usar ambas as espadas para bloquear o projétil, o Imagawa saiu da área do rio de lama com um Sunshin, devido a ser um terreno no qual estava em desvantagem. Noriko depressa voltou à ofensiva, cuspindo uma enorme bola de fogo que avançou ante o seu adversário, aproveitando para se aproximar caso o seu Ninjutsu não fosse suficiente. Num hábil molde de chakra, o Imagawa manipulou a água do local para criar uma lâmina que desfez a bola de chamas a meio, nulificando-o por completo. Por entre o vapor criado surge Noriko, rindo loucamente e bramindo as suas duas espadas. Já à espera dos ataques frontais e desenfreados do seu adversário, o Akatsuki realiza alguns selos, focalizando chakra nos seus pulmões.
- Fuuton: Shinkūgyoku! – Gritou enquanto descarregava o chakra em algumas esferas de vento que se dispararam na direção de Noriko com velocidade e poder de verdadeiras balas. O maluco nem tentou desviar-se de todas, evitando apenas a grande parte e deixando uma delas trespassar a carne do seu braço, criando um buraco no qual brotou muito sangue. Este acabou por grunhir de dor, deixando cair a espada segurada pelo braço – No que raios estava ele a pensar? Nunca conseguiria desviar elas todas...
O homem começou um novo cântico no qual se desculpava pelo que havia feito e jurava ao irmão que obteria vingança. Apesar da luta renhida, Noriko parecia desistir já da sua causa, deixando então cair a outra katana mesmo que o seu outro braço ainda estivesse utilizável. Ajoelhou-se posteriormente, colocando a mão utilizável sobre a horrenda ferida da técnica de vento, não conseguindo controlar o sangue que insistia em cair sobre a relva molhada. A chuva cessou, finda a sua utilidade, mas as nuvens escuras não desapareceram, deixando um ambiente molhado e mórbido enquanto um perplexo Katsu observava o seu adversário na sua incessante reza.
Incerto sobre o que fazer, o Imagawa aproximou-se num veloz Sunshin, atingindo a cabeça do louco com uma impiedosa patada, arremessando o seu corpo inconsciente contra a relva. Transportar o seu corpo para o homem que lhe pagaria a recompensa pela captura seria fácil. No entanto, o Akatsuki não conseguiu impedir que Noriko morresse por perda de sangue na ferida fatal do braço...