Estava a caminhar por uma rua qualquer da vila, com o livro que peguei de Katsumoto naquele forte e bem, aquele livro se mostrou na verdade ser uma diário, um diário bem detalhado e já de certa idade mas que estava atualizado até aos pensamentos antes da morte do velho samurai. Mergulhado nas palavras mais recentes do homem, inesperadamente choquei-me contra um civil qualquer recebendo olhares e caretas de insatisfação, me desculpei e guardei o artigo dentro da camisola preta que estava a vestir.
— Cheguei... — disse abrindo a porta do hospital e entrando rapidamente no local que estava bem pouco movimentado. Fui até a recepção e anunciei minha visita ao quarto de Inoue, não demorou até que eu caminhasse até a porta e entrasse no quarto. Ao entrar encontrei ela deitada, dormindo, com a luz do sol a iluminar os cabelos e dando-lhe uma beleza quase divina para meus olhos. Retirei um punhado de flores que estava trazendo na mão de ferro, retirei as velhas que eu trouxera para ela e coloquei no vaso, dando-lhe um beijo na testa e sentando ao seu lado, lendo o diário enquanto dava breves pausas para olhar Inoue.
- Citação :
- " Negligenciei este diário por semanas, mas tenho meus motivos. Meu pelotão tem estado sob minha supervisão constante durante longos treinos para combater os malditos ninjas que tentam invadir o país pelo sul, utilizando a baía de Gaikotsu e Aisu. O general tem colocado tanta pressão sobre os soldados que duvido que consigamos repelir novamente um próximo assalto. Eles surgem em escunas ou brigues na calada, atacam usando o gelo e neve existentes e somem num piscar de olhos, esta aldeia de Yuki só tem nos causado problemas e mais problemas, tentando nos dominar graças ao território temperado que temos.
Mas, mudando os assuntos, minhas pesquisas e buscas pelo Kobushi no Tsumeato tem dado resultados, estou usando prisioneiros de guerra como cobaias em colaboração com um membro do clã Hiroshi, ele é bastante esperto e parece ter uma sede insaciável por poder. Investigando-o, descobri que ele era um patrocinador do projeto no País do Ferro até ser arquivado e fechado, mas ele tem conduzido seus estudos de forma magistral, obtendo resultados positivos, porém também perigosos... "
— Kobushi no Tsumeato? O que é isso? Hiroshi... Ele tem o mesmo nome que eu... Arghhh. — perguntei-me completamente frustrado e com a mente enevoada pelo diário de Katsumoto. Já tinha ouvido falar dos ditos ninjas de Yukigakure, na sua destreza em manipular gelo e também no seu alto nível de desenvolvimento tecnológico, mas nunca tinha ouvido falar dessa guerra, pelo menos não de Katsumoto.
Inoue acordou, cortando imediatamente meus pensamentos. Seus olhos cansados e turvados tentavam me enxergar, pronunciei meu nome gentilmente e dei-lhe um beijo na testa, ela se assustou e se encolheu para dentro da coberta após tentar me dar um soco na face. A janela estava aberta, realizando um selo de concentração de chakra utilizei o shunshin saindo pela janela com uma rápida corrida deixando apenas uma fumaça para trás, esta que foi facilmente engolida pela brisa que surgia da janela do quarto.
Caminhando pela rua, meus pensamentos agora eram outros, estavam centrados na situação de Inoue. Ela se recuperaria como o médico me dissera? Ou ela simplesmente não conseguiria lutar contra sua mente para relembrar de tudo que passamos juntos, não apenas comigo é claro, mas com Chikako, com Emi e com os amigos que ela tinham – que sinceramente não eram meus amigos, talvez pela minha arrogância, talvez pela minha frieza ou talvez por minha aversão a multi amizades -, trombei em meio a uma multidão que reclamava comigo e me dirigiam olhares de fuzilamento, ignorei todos. Se eu fosse o mesmo de antes, provavelmente já compraria uma briga desnecessária mas eu não era o mesmo de antes, tinha evoluído... Sim, não só como ninja, como pessoa, meu espírito digasse de passagem era outro, no fim, todo o sofrimento valeu a pena de certo modo.
" Não se pode aprender nada de uma lição que não venha acompanhada da dor.Já que não se pode conseguir nada sem um sacrifico.Mas quando se aguenta essa dor e a supera , as pessoas conseguem um coração que não perde para nada . Sim, um coração como aço. " — esta era uma das frases reflexivas e filosóficas que Katsumoto tanto me pronunciava e que eu tanto ignorava e insistia em ignorar, dia após dia, mergulhando-me cada vez mais na ignorância enquanto que ele tentava moldar o melhor de mim. Não que eu goste dele após tudo que aconteceu, mas para mim, agora, é inegável que aquele homem foi o mais sábio que conheci e também, aquele que mais admirei embora no final, ele tenha se corrompido ou talvez, já o fosse desde o princípio mas isto quem me dirá será ele, seu diário!
Perdido em meus pensamentos, senti uma movimentação extremamente rápida pairar a minha frente. Guardando o diário em meu bolso da calça, ergui os olhos para encarar o sujeito que chegara de forma tão abrupta, infelizmente, vi apenas um rapaz, provavelmente mais velho que eu e também mais alto, sacando uma enorme espada branca com detalhes em azul gelo, ele estava prestes a balançar contra meu dorso e me cortar ao meio. Enviando um impulso de chakra para o escudo retrátil localizado em meu automail, fiz o mesmo se desdobrar no exato momento do corte, gerando um impacto estrondoso (Escudo E-1).
— Quem é você? Arghhh, seu bastardo! — os instrumentos se chocaram rapidamente, criando uma onda de chakra que se espalhou tendo como núcleo o local exato do impacto. Meu automail se esforçava ao máximo para impedir qualquer avanço adicional daquela espada, estava ganhando, porém, observei algo curioso e também perigoso. O mecanismo do escudo interno da prótese começava a congelar a cada segundo que entrava em contato com a espada.
Sem outra alternativa, acumulei toda a força que conseguia no braço mecânico e o pressionei sobre a lâmina a empurrando para longe enquanto me lançava para trás, em direção ao solo. Realizando alguns selos, concentrei meu chakra doton e tocando o solo enquanto realizava um mortal para trás conjurei espigões de dois metros que se projetavam a partir do solo sobre os pés de meu atacante, impalando-o imediatamente.
— Tch. — resmunguei em desdém, subitamente, a lâmina se posicionou em meu pescoço e meu braço mecânico foi congelado rapidamente, impedindo sua movimentação, e atrás de mim pude sentir a respiração do agressor em meio a um risinho completamente sádico e cínico.
— Não és isso tudo que dizem... Não sei como sobreviveu. — proferiu de maneira diabólica enquanto continha meus movimentos de maneira hábil.
Continua...
Considerações: Para maior relevância e entendimento, melhor consultarem o mapa das nações para entenderem a parte da carta melhor. Continuando os fillers já que a vontade voltou junto com o desejo em ser chuunin