Início da Jornada
♦ ♦ ♦
" Conhece-te a ti próprio! "
♦ ♦ ♦
- Anteriormente...:
— Tenho uma missão Rank A. O irmão mais novo do daimyo do País do Arroz virá para o País do Trovão tratar de negócios econômicos com o daimyo de nosso país, para tanto ele precisa de escolta, mesmo não sendo o daimyo ele representa alguma parcela de poder e dinheiro, mesmo que quase minúscula, e como está reprensentado seu irmão mais velho que governa o país ele exigiu shinobis de nossa vila para acompanhá-lo até aqui e reforçar a escolta dos ninjas do som que também o acompanharão. Vocês partem imediatamente. — finalizou Darui, entregando um pergaminho a Emi e dispensando a nós.
— Nos agruparemos no portão norte, preparem suas coisas com tudo essencial. Encontro vocês lá após o almoço. — disse Emi, a me encarar o tempo todo com sua carranca de raiva e seriedade. O que ela estava pensando? Eu ia ceder? Após ela dizer isto, virei-me e atolei as mãos nos bolsos das calças indo até o hospital para me despedir de Inoue.
OST
https://www.youtube.com/watch?v=nmcWe2SrkuY&list=PL1tFM4hAoC6X7SFGasRWx_RxDGnN6BTTT
Já estava preparado e o horário atual já me cobrava a devida pressa quanto a nos agruparmos no portão norte, feito isto, estoquei alguns pergaminhos Sögu na mochila, barras energéticas e dois cantis de couro cheios d'água, terminando por colocar uma muda de roupa limpa e alguns outros poucos acessórios e assim terminei a arrumação, fechando o zíper da mochila e colocando-a nas costas. Pegando o diário de Katsumoto fechei a última página lida por mim e o depositei no bolso de minha calça preta, e após ajeitar o coturno, parti.
As ruas estavam um pouco movimentadas, pessoas andando para lá e para cá com seus filhos, com seus parceiros ou amigos. Chegando ao local, notei nenhum integrante de minha equipe presente e nem mesmo Osamu, me restando sentar num banco de madeira próximo enquanto analisava a multidão e refletia sobre aquele sonho.
" Conhece-te a ti mesmo? O que isso quer dizer? Eu sei quem eu sou, não preciso que uma alucinação qualquer durante um sonho me diga que desconheço a mim mesmo. " — toda essa cadeia de pensamentos foi quebrada com a chegada de um ser quase imperceptível por mim, olhando para o mesmo notei que era Osamu, com um pequeno livro em mãos enquanto tinha os olhos a correr rapidamente pelo mesmo ao que parecia ser uma velocidade incrível de leitura que chegava a fazer eu duvidar se este estava lendo mesmo ou se estava apenas fingindo para mim com a intenção de me espionar.
— O que está fazendo? — perguntei friamente, minha intenção não era socializar ou conhecê-lo, simplesmente queria desconcentrá-lo e saber se realmente estava lendo ou se estava a encenar com intenções de espionagem para comigo.
— Ahh, cumprimentar é educado sabia? Oi! Ah, isto?! Só estou lendo uma história, bem interessante... — começou com aquele seu tom sarcástico e zombeteiro que me enojava cada vez mais por ter este ser em minha equipe.
— Que baboseira estás a ler? — retribui o tom provocador e zombeteiro sub entendido, com clara intenção de iniciar um atrito que justificasse minhas investidas contra ele com minha kusanagi.
— Apenas um cara numa caverna, onde vê umas imagens numa caverna geradas pelas pessoas de fora e pela fogueira bruxuleante, ele sai da caverna e começa a duvidar de si mesmo, achando que não conhece a si mesmo e no fim enlouquece e se mata. — que tipo de história é esta? Algo tão idiota e sem profundidade como isto não merecia ser chamado de obra literária, mas, analisando quem estava a ler isto, em minha mente, é justificável.
" Conhece-te a ti mesmo garoto. " — soou em minha mente a mesma voz de antes, a voz do sonho louco que tive. Aproximei-me de Osamu e olhei para seu livreto e não constei sequer uma única letra nele o que me despertou ainda mais desconfiança e foi nesta hora que apaguei.
Agora estava na cena de modo introspectivo, meramente como um observador, não tinha corpo e nem nada, apenas a visão da cena. Era uma caverna, grande e escura; Barulhos de grilhões ecoavam pelo espaço cavernoso reverberando o som torturante que era produzido pelos grilhões. Julguei estar no meio da caverna porque de um lado havia uma saída para a superfície, do outro apenas escuridão. No lado escuro estava uma pessoa acorrentada a observar uma parede que continham cenas projetadas pela luz solar que batia nas pessoas que transitavam do lado de fora e que era "desenhadas" na parede. O homem gemia em agonia e foi então que notei uma raposa vermelha a comer-lhe a carne, arrancando seus suspiros fúnebres.
A visão era perturbadora para meus olhos e tentei fechá-los, entretanto não consegui, a raposa parou seu banquete olhando diretamente para mim com seus olhos astutos e misteriosos, me surpreendi, afinal, como ela sabia que eu estava ali? Estava meramente como um espectador extra corpóreo. Voltando a se deliciar com seu banquete, arrancou o coração do homem com suas presas devorando-o em minutos de mastigação sem interrupções. Virando o rosto, olhei para a saída da caverna que naquele exato momento estava alinhado com o sol e no céu presente, uma águia a voar por entre as pessoas e por entre as nuvens, a águia executou o seu imponente barulho que ecoou até mesmo dentro da caverna fazendo com que a raposa parece de devorar o homem e neste instante, fui atraído para a superfície como uma força gravitacional.
— O que é isso? Não! Isto não está certo! Onde estou? O que é isso? Por que estou assim? Quem sou eu? — vociferava um homem, completamente aterrorizado. Seu olhar transmitia somente o medo e nada mais, seus cabelos eram brancos e sua barba era longa demais, suas vestes brancas semi destruídas e seus pés descalços. O homem repetia estar perguntas freneticamente para qualquer transitante que passava pelo local, até desistir e pegar a espada de alguém que parecia ser um guarda e enfiá-la no abdômen, se sacrificando e derramando seu sangue escarlate pelo solo.
Todos os civis pararam sua caminhada e se aproximaram do corpo, proferindo algumas palavras para o homem que perdia o fio da vida a cada segundo e a cada tosse de sangue que sofria.
— Não conheces o mundo homem, por isto não reconheces nada aqui. Não conheces a si mesmo e por isto dúvida de si mesmo a ponto de achar que você está louco. Antes de sair da caverna, deveria conhecer-te a ti próprio. — proferiu um velho vestido numa túnica branca adornada com fios de ouro. No mesmo instante, a águia retornou a executar o seu estrondoso piar e assim se virou na direção do horizonte após me lançar o olhar mais profundo que eu já sentira em minha vida, e então tudo desmoronou e desapareceu.
— Alô? Ei? Está ai? — dizia Osamu repetidamente a estalar os dedos a alguns centímetros de minhas vistas. Rebati sua mão e me dei conta de que estava em pé, olhando o livro dele que agora tinham letras que se revelavam pouco a pouco.
— Deixa-me em paz! — gritei para ele, me afastando alguns metros e mergulhando em meus pensamentos, até ser interrompido.
— Prontos? Vamos! — quem se manifestou desta vez foi Emi, com uma mochila nas costas e com Chikako ao seu lado, como sempre calado, tímido e introspectivo.
— Está atrasada. — falei num tom acusatório para a jounnin.
— Estava me despedindo de Inoue. — retrucou num tom seco forçado, virando suas costas e saindo pelo portão da vila, seguido por Chikako e Osamu.
Continua...
Considerações: Nenhuma eu acho, as mesmas do filler anterior quanto aos "fatos" do filler. Enjoy!