A silhueta de manto preto movia-se rapidamente entre a mata obscura, iluminada precariamente pela brumosa lua nova. Seu sobretudo esvoaçava conforme percorria a imensidão de flora que sediava-se naquela região; uma floresta densa, e perigosa. Atravessara uma pequena meseta e parara abruptamente ao ver que havia chego em seu destino, uma pedra erguia-se às custas de um cômoro rochoso, que se estendia outrora próximo à um pequeno riacho que gorgolejava serenamente juntamente ao canto dos diferentes tipos de insetos, que já se preparavam para o rigoroso inverno que tombaria sob aquele inóspito lugar. Um tag estampava-se sobre a superfície da pedra, nele era possível observar o desenho de um kanji. Gijutsu Tekina Shōheki Pensara, enquanto num único selo focara-se a romper a barreira sobre a rocha. Em segundos, ela se abriu, e uma relevante abertura se revelou. Certificou-se de que não haviam lhe seguido; e trespassou a gruta, caminhando vagarosamente. A luz era quase nula, não fosse por tênues chamas que despojavam-se aleatoriamente, um crepitar leviano quebrava a barreira do silêncio. A pedra tapou-se num estrépido único.

— Está atrasado. — Outra sombra projetou-se, curta e definida, seus olhos escarlates cintilaram naquele breu. — Desculpe, tive problemas com minha última missão. — Murmurou, enquanto reverenciava a nova figura. — Seja sucinto, preciso regressar a Konohagakure, Yoru. — Eles então se aproximaram, Yoru retirou o capuz que lhe cobria o crânio, evidenciando a típica aparência Uchiha, um renegado ostentando seus vinte e poucos anos, o recém chegado fez o mesmo, mas permaneceu na escuridão. — Como andam os porquinhos? — Desdenhou Yoru, no mesmo momento em que gargalhadas destacaram à escuridão; haviam mais pessoas ali, escondidas. Mas o viajante provavelmente já sabia disso.

— O clã está os instruindo a criar laços desde cedo, o de sempre. Logo, logo, o escolhido despertará, é uma questão de tempo. — Pigarreara, no fundo temia aquela escolha. Temia que fosse seu amado filho. — Quando acontecer, será o primeiro a saber. — Nisto uma voz suave feminina entrometera-se, moveu-se minimamente. — Está demorando demais, você está dizendo isso há anos, mas ainda nada. — O viajante não deixara transparecer o seu nervosismo, sendo um Jounin do país do fogo experiente, respondeu em tom profissional. — Sinto muito, senhorita Setsuna, não é tão fácil quanto parece. O próprio Madara teve problemas com isso. — O nome Madara ecoou sobre a "sala", uma lenda que sem dúvida alguma, servira como exemplo à todos presentes. Seus olhos rutilaram com fulgor.

Setsuna calou-se, sua oposição contrastou com o olhar deleitoso de Yoru. Silêncio.

— Não se preocupe, Setsuna, o nosso momento de glória chegará. E eu estarei pronto para guiar o nosso salvador. — Ele sorriu, não um sorriso agradável e límpido, mas um riso de escárnio e ironia. — Entregue os papéis, e está liberado. — O viajante entregou-lhe uma papelada, não deixou de notar os olhos de Yoru de soslaio, Mangekyou Sharingan. Invejara.

A grande pedra se abriu, antes de sair, olhara novamente de esguelha para trás e retirou-se em alta velocidade, desembocando novamente à floresta.

A rocha se fechou novamente. Os presentes ali então revelaram-se, vestidos como hereges do século passado ante a luz trêmula das tochas, formaram um circulo.

— Meu amigos — Começara Yoru, pausando para passar os olhos sobre todos. — O momento está chegando, em breve encontraremos o nosso caminho para o poder.