O grupo de fãs

Começou a chover no pequeno treino de luta entre Sekima, Takeshi e Ayame, mas nenhum pareceu incomodado com isso.
Nesse instante, a observadora Ayame começou a perceber um pequeno problema na forma de lutar de Sekima. Aguardando a confirmação da sua teoria, manteve-se escondida no arbusto, analisando a luta entre a sua adversária e Takeshi. Numa rápida concentração de chakra, a Imagawa criou um chicote de água com recurso ao Suiton: Suiben, sorrindo e projetando-o para cima do Uchiha. Este esquivou-se agilmente tentando aproximar-se dela com uma veloz corrida, mas arrependendo-se imediatamente ao perceber o movimento de braço dela que conduziu o chicote a atingir Takeshi nos seus calcanhares, dolorosamente. Agachando-se e colocando as mãos sobre a ferida, viu que a pequena parecia um pouco preocupada com o que fizera, mas que não a impediu de retrair o chicote e prepará-lo para uma nova investida.
- Se tiver certa, a Sekima parece ter problemas em lutar contra inimigos múltiplos... - Raciocinava Ayame, fazendo alguns selos e reunindo algum do seu chakra - Percebi a cada vez que eu e o Takeshi lutávamos individualmente. Quando um de nós o fazia, o outro retirava-se da cena e a Sekima deixava de lhe prestar qualquer atenção. Tenho de tomar vantagem disso!
O chicote esticou-se, mas Takeshi rebolou para o lado e ergueu-se na mesma velocidade, olhando à sua volta. Unindo alguns selos e concentrando chakra nos pulmões, inspirou profundamente.
- Katon: Gōkakyū no Jutsu! - Vociferou, expelindo todo o ar concentrado numa vasta bola de fogo que se projetou na direção da pequena, que mais uma vez parecia incapaz de a evitar.
A Midori percebeu, nessa altura, que seria o momento perfeito para testar a sua teoria. Enquanto via que a Imagawa voltava a criar uma barreira de água para se defender do Ninjutsu de fogo, correu por um dos seus flancos, aproveitando-se do largo lado cego, e pousou as mãos no solo, espalhando nele o chakra até agora reunido.
- Kāsudo Aivi! - Pronunciou a adolescente, remoendo-se por dentro se esta técnica não seria demasiado perigosa para a criança. Acabou por tentar não pensar demasiado no assunto quando viu uma hera crescer do subsolo à sua frente e disparar-se a grande velocidade.
Sekima reparou no segundo Ninjutsu que se aproximava dela pelo seu flanco, surpreendendo-se quando viu que era uma longa hera, que se iniciara desde a posição de Ayame, que rastejava contra si com alguns arbustos ao longo do seu caule. Assustada, arremessou algumas kunai para impedir que a planta se aproximasse demasiado, conseguindo apenas cortar alguns dos arbustos por acidente. Nesse exato momento, a hera estendeu-se, enrodilhando-se em torno de Sekima e esticando a sua ponta como se tratasse de uma mão, circundando o pescoço à criança e começando a apertá-lo. Depressa a pequena se sentiu incomodada com o aperto, agarrando no caule e tentando afastá-lo de si com muita força. Takeshi e Ayame assistiam à cena, algo perturbados com o que viam, confusos se deviam ou não agir. Quando a Imagawa começava a ficar roxa pela falta de ar, a Midori não aguentou mais a pressão que sentia no coração e preparou-se para cancelar a técnica o mais rapidamente possível. Todavia, nessa altura, o corpo da criança desapareceu numa nuvem de fumo, aparecendo um dos arbustos que ela própria havia cortado com as kunai. Os seus dois oponentes olharam, aparvalhados, para a situação, nem se apercebendo que atrás de si, duas Sekima, uma para cada, os atingia com uma patada nas costas, atirando-os para o chão.
- Ainda não é que chegue para que o meu pai vos deixe lutar contra ele! - Avisou a pequena com uma pequena gargalhada infantil, avisando logo Ayame e Takeshi de qual das duas era a verdade, aproximando-se do seu clone com um sorriso que lhe foi devolvido - Agora é dois contra dois, mais justo, não é?
O Uchiha levantou-se, cada vez mais irritado por estar a apanhar de uma criança, e aproximou-se dela com um Shunshin, ativando o Sharingan e retirando uma kunai do bolso, usando-a para um ataque ofensivo. Ambas as Sekima escaparam com um salto à retaguarda, quando a Midori também se ergueu e, unindo alguns selos e aglomerando chakra, usou o Ha no Kata para reunir folhas nas suas mãos, moldando-as até formar um leque. A Imagawa percebeu que os adversários estavam a começar a ficar mais sérios, olhando para o seu clone e incitando-o para um combate mais frontal. A original aproximou-se do ruivo e atingiu-o com um potente soco no seu dorso. Este agachou-se com a dor, mas depressa sorriu ao perceber que afinal o seu plano tinha resultado. Como Sekima era pequena, era fácil abaixar-se e captar o seu contacto visual.
- Sharingan! - Murmurou, espalhando chakra nos olhos e capturando-a num rápido Genjutsu, paralisando-a - Afinal nem és assim grande coisa, pirralhita!
- Daikamaitachi no Jutsu! - Vociferou Ayame após aglomerar chakra na sua arma criada por folhas, sacudindo-a à sua frente para criar uma bolsa de ar de razoável poder, suficiente para atingir o clone e desfazê-lo numa poça de água - Parece que conseguimos...
O Uchiha gargalhou, agachando-se e olhando nos olhos da petrificada Sekima, esticando a sua mão e afagando-lhe os cabelos grisalhos. A adolescente, logo ao lado, sorriu ao ver o momento, esticando um pouco o corpo por senti-lo dolorido devido aos imprevisíveis ataques da criança.
- O meu pai sempre disse que um duelo nunca se deve ganhar com Genjutsu! - Citou a pequena, apanhando Takeshi de surpresa que se assustou com a súbita fala, dando um passo atrás e quase caindo por falta de equilíbrio - Ele diz que devemos sempre garantir a incon... incon.. "inconscicência" do nosso oponente!
Os seus dois adversários estavam demasiado surpresas com a súbita reação da sua adversária, pelo que foram incapazes de sequer perceber o erro engraçado que ela dera. Para piorar a situação, Sekima atirou-se para o braço de Takeshi, esticado por ter estado a afagar os seus cabelos, abraçando-se a ele e caindo pesadamente no solo. Devido ao movimento, o Uchiha também se deitou, queixando-se da dor de sentir o seu braço a ser esmagado pela criança. No entanto, essa dor não era nada quando a pequena colocou os braços no peito de Takeshi, espremendo-se e, consequentemente, o braço dele também. Urrando de dor, o Nukenin sentia que o seu braço estava prestes a sair, tentando usar toda a sua força para o manter no sítio, algo complicado pela agonia que sentia. Mais afastada da situação, Ayame ainda se encontrava abismada com o desenrolar dos eventos...

Suspirando pelos fáceis confrontos que tivera para proteger a pureza da sua filha, Katsu encostou-se de costas contra um tronco de uma árvore. Com o desejo de descansar um pouco e aproveitar a sua folga, a chuva por si criada depressa denunciou outras fontes de chakra próximas a si. Ativando o Sharingan, viu que cinco homens estacaram à sua frente. Todos eles de aparências diferentes, o único que partilhavam em comum eram uns binóculos a penderem-lhe no pescoço.
- Ainda tem mais?! - Rosnou o Imagawa, desencostando-se do seu conforto e voltando a bramir a Gunbai.
- Foi ele que atacou o nosso grupo, dêem cabo dele! - Grunhiu um dos pervertidos, bramindo uma espada e atirando-se contra o Akatsuki.
Irritado pela insistência daqueles idiotas, a Gunbai desenhou um corte frontal, sendo parada pela espada do primeiro homem a mover-se. Descontente por ter sido bloqueado, Katsu assobiou-lhe, fazendo-o olhar nos olhos. Nesse instante concentrou chakra nos mesmos, paralisando-o com o seu Genjutsu. Afastando-se do paralisado, sentiu um segundo adversário a aproximar-se de si com um livro na mão e a recitar bem alto palavras estranhas. O Imagawa só conseguiu perceber a situação quando sentiu que pelo seu flanco se aproximou um terceiro, que usou o segundo como distração para ocultar a sua ofensiva, conseguindo penetrar pelas defesas do Akatsuki e acertar-lhe com um soco na cara, fazendo-o cambalear para trás. Surpreso pelo trabalho de grupo dos pervertidos, Katsu cuspiu um pouco de sangue para o chão, para de seguida bramir a Gunbai no ar e tentar uma estocada no adversário que o atingiu com os punhos. Este esquivou-se, olhando para o lado e obrigando o criminoso a fazer o mesmo, vendo que um livro voava contra si em grande velocidade. Agachando-se para se esquivar, deu um largo salto à retaguarda para criar alguma distância. Era um contra quatro, o último deles ainda estava paralisado, pelo que se obrigou a ser ligeiramente mais agressivo.
- Katon: Onidōrō... - Murmurou após concentrar o chakra e realizar os selos necessários, criando à sua volta quatro pequenas bolas de fogo que depressa tomaram a forma de pequenas caveiras, dirigindo-se para os humanos com intenções de magoar.
- Agora que os pervertidos estão demasiado ocupados com o meu Katon, o melhor é começar a abater cada um deles individualmente. Já percebi que se os enfrentar em equipa vou acabar por perder... - Raciocinou, olhando para os cinco à procura de uma presa. Não demorou muito a fixar-se no alvo paralisado que ainda não fora concretamente derrotado.
Aproximando-se do alvo com um Shunshin, puxou a Gunbai atrás e atingiu o seu corpo com uma das suas laterais numa forte pancada, colocando o homem imediatamente inconsciente. Os seus companheiros, que o viram a ser "abatido" de forma tão cruel, gritaram de raiva, ganhando forças para conseguirem livrar-se das bolas de fogo (uns conseguiram desfazer-se delas, outros apenas se deixaram atingir, aguentando as intensas queimaduras). Os quatro uniram-se, correndo na direção do Akatsuki com um grito de guerra.
- Tenho vontade de usar Suiton neles, mas isso afastaria-os demasiado do local e depois perderia-os de vista. Vou usar Fuuton para tirar-lhes a vontade de lutar! - Planeou, pousando a Gunbai contra o seu corpo e espalhando chakra pelos braços, esticando-os na direção dos oponentes - Zankūkyokuha!
O campo de rajadas de ar que criou foi suficiente para parar todos os inimigos além de os danificar razoavelmente. Enquanto que os pervertidos tentavam lutar contra a corrente de ar, gritando palavras encorajadoras, o Akatsuki aproveitou para os abater, retraindo os braços e cancelando o Fuuton, deixando-os ainda algo atordoados. Aproximando-se com um Shunshin, esticou o cotovelo e atingiu um deles com um impiedoso Erubo, fazendo-o contrair-se para a frente sem falta de ar, sendo atacado na cara com um soco do Imagawa, derrotando-o nesse instante. Menos um, Katsu virou-se para o lado e, aglomerando chakra nos braços para criar dois feixes de água, cortou o oponente à sua frente com a sua mestria em Suiton, arrumando também esse que caiu para trás, inconsciente. Os outros dois reagiram depressa às perdas do seu grupo, atingindo o Akatsuki com dois encontrões que o atiraram para a frente, embatendo de cara contra o solo e fazendo-o grunhir com a dor.
- Vamos dar cabo dele agora! Pelo bem da Ayame! - Incentivaram-se, enchendo-se de energia e dando um passo à frente para terminarem depressa com aquele intrometido e assim voltarem a dar uso aos seus binóculos.
Quando pensaram que tinham tudo ganho, o Akatsuki virou-se de rompante para trás, concentrando chakra na terra que eles pisavam. Erguendo ambos os braços, criou dois pequenos pilares por debaixo de um pé de cada um deles, desequilibrando-os e fazendo-os embaterem com as costas na relva molhada pela chuva. Erguendo-se de um salto, agarrou em ambos pelos colarinhos, unindo toda a força que tinha para os levantar no ar. Estes estrebucharam imediatamente por não se sentirem confortáveis em tal posição, mas depressa perderam a vonta de moverem-se quando olharam nos olhos do Imagawa e foram presos no Genjutsu do seu Sharingan.
Suspirando, o Akatsuki deixou ambos os corpos paralisados tombarem no solo, perguntando-se se haveria mais alguém que queria espiar a Sekima... Ou a Ayame pelo que eles falavam...