Conselheiro | Outras Vilas
Sexo : Idade : 26 Localização : Terra Número de Mensagens : 1017
Registo Ninja Nome: Hayato Isao Ryo (dinheiro): 1000 Total de Habilitações: 34 | Assunto: [Filler 35] - Epílogo Qui 11 Set 2014 - 2:32 | |
| Epílogo ♦ ♦ ♦ " Nada é verdade, tudo é permitido. " ♦ ♦ ♦ - Anteriormente...:
— Digamos que já os avisei, e fui convincente... — falou enigmaticamente.
— Certo, e onde me esconderei? — perguntei, ignorando seu tom enigmático que sempre sustentava na voz.
— Vá para a sucursal que temos aqui no País do Ferro, tome. — Akio entregou-me um papel com algumas coordenadas e em seguida um scroll, onde meus itens recuperados da prisão estavam selados.
— Obrigado, de novo, Akio. — agradeci com um sorriso simpático, pegando o scroll e as coordenadas, ele agarrou meu pulso com firmeza, e seus olhos encontraram os meus e senti um calafrio subir em minha espinha.
— Conversamos depois sobre este espiríto, certo? — falou seriamente, dando um ar completamente tenso a situação.
— C-Claro... — retruquei, me desvencilhando de sua mão e lendo as coordenadas, utilizei de um shunshin para acelerar minha corrida e sair rapidamente de perto de Akio, e consequentemente, da situação tensa, pois algo me dizia que ele sabia algo sobre a entidade que me aconselhara tanto nos últimos tempos. Agora, estava a caminho da sucursal dos Assassinos, no País do Ferro, e creio que, minha equipe estava indo "resgatar" o conspirador.
OST Passaram-se três dias desde minha conversa com Akio, e no dia seguinte após aquela troca de palavras e suspeitas camufladas, havia chegado a sucursal que se localizava numa instalação subterrânea no meio de uma floresta do País do Ferro (que nevava constantemente). Era um local consideravelmente vasto, considerando meu pensamento tendo como base a sucursal do País da Lua Crescente que era muito pequena se comparada a esta. Chegando lá, a primeira coisa que fiz foi identificar-me, e devo dizer que os assassinos estabelecidos naquela sucursal tinham uma natural apatia e desconfiança para comigo, especialmente depois de descobrirem que meu nome era Hiroshi, digo, sobrenome.
Eles tinham até uma biblioteca, uma sala de guerra, espaço de treinamento e um refeitório e a sala do líder da sucursal, a qual (diferente dos outros) conquistei uma amizade natural. Passando o dia entre a biblioteca, sim, algo que me surpreendeu. Desde pequeno, quando era educado por Katsumoto, nunca gostei de ler ou refletir sobre o que lia, embora fosse obrigado, mas não sei... Após tudo que fiz e vi a leitura me parecia algo necessário, tão vital quanto manter uma espada afiada e limpa, pronta para a carnificina. Minha leitura não era tão afiada, custava-me tempo demasiado nas reflexões e mesmo assim sentia que aquele não era o entendimento total, o estado de Iluminado, como até o próprio espírito que encontrei disse.
E quando não estava na biblioteca, sentava-me junto ao líder da sucursal, que a propósito seria uma mulher, e vim a descobrir que era a assassina que junto de Akio me salvara e me curara em minha pequena odisséia no País da Lua Crescente, seu nome era Chang.
— Espera, lembro-me de você, não era homem? — perguntou um pouco constrangido com a situação.
— Existe um jutsu revolucionário, que muda a aparência, chama-se Henge no Jutsu. Então é suposto Chang ser um engodo? — falou ela, rindo amigavelmente ao ver minha tolice... Éerrr, desculpe-me.
— Tudo bem (riso), de fato. Mas sabe, é bom voltar a ser mulher novamente, ao que eu sou, e não andar por ai com Henge para todos os lados. Quando você se infiltra e não pode ser você mesmo, acaba esquecendo aos poucos como é de verdade, acaba duvidando de si, se questionando sobre suas ações e se está fazendo o certo. — disse ela, tirando uma jarra pequena com um líquido, que julguei ser sakê, ela pegou dois copos e despejou neles, me oferecendo um e aceitei por educação (não era de meu feitio beber), mas o fiz e tombei o pequeno copo todo de uma vez tendo uma sensação de queimação pela garganta que se espalhou pelo corpo, deixando-me elétrico.
" De quem ela está falando? Isso é algum tipo de conselho implícito? " — pensei comigo mesmo, avaliando sua fala, sua expressão (que não era rígida e formal como a dos outros assassinos, era mais semelhante, parecia o Akio, mas bem menos tenso).
— É isso que somos não? Meros agentes mesclados na paisagem, agindo como os que nos cercam até termos a oportunidade de erradicar nossos inimigos... — falei pensativamente, me lembrando da filosofia da facção, dos livros que li naquela biblioteca (e que ainda tinham uma grande parcela de névoa, ao que consta os raciocínios humanos e filosóficos), ela me examinou com certo olhar de sagacidade.
— Mesclados, pouco a pouco tornando "a" paisagem. — completou, concordei com a cabeça levemente e gentilmente, pedindo outra rodada (devo dizer que já não mais lembro o motivo de beber, não era por educação, parecia que a cada segundo que aquele líquido tocava meus lábios e energizava meu corpo eu precisa de mais e mais, embora soubesse que deveria manter o controle, e o faria, sim o faria!).
— Sabe... — comecei, com uma pausa para dar uma pequena golada e retomar o raciocínio, que libertava-se de minha consciência, fluindo como um rio, calmamente e lentamente. — Vocês não se sentem mal, digo, todos os esforços que vocês fazem, agindo sempre escondidos, ajudando a sociedade a se manter livre (e fracassando às vezes, tantas vezes como a La Hermandad, pelo menos foi o que li em um dos registros que encontrei), e nunca serem reconhecidos? Serem encarados por eles como escórias quando capturados? Não devo deixar de dizer que me questiono se tenho tal convicção em meu âmago, ajudar pessoas que me matariam pelo mínimo benefício, que se entregariam as trevas (não no sentido de poder) para obter algo "maior" que elas. — terminei, notando que Chang me olhava ainda mais concentrada, com um sorriso de canto de boca, como de satisfação, como se algo que ela suspeitava fosse provado, como se ela sentisse prazer em estar certa.
— O ser humano é um ser caótico, quando nasce, chora porque sente o inferno que é este mundo, e porque sente que até a felicidade por ser baseado em mentiras, sabe... Agimos assim para não alarmá-los, agora, considere: uma jovem, a flor da juventude, alcançando sua ascensão e consequentemente seu auge, tem uma doença incurável que a matará em um mês, impedindo todos seus planos, aspirações e desejos. O que você faria? — perguntou-me, dando-me a vez.
— Contaria a verdade é claro, ela necessita saber, a vida é dela, não é justo esconder esse fato e quando ela morrer, ela descobrir que eu soube e não a contei, que não fui verdadeiramente sincero com ela. — disse, recusando a rodada com a tentativa de manter-me sóbrio e capacitado ao máximo para aquele discurso filosófico.
— Se você contasse ela cairia em tristeza profunda, afundaria-se em seus próprios desejos, sonhos e aspirações, abandonando toda sua felicidade, vitalidade e a própria vida... Provavelmente penderia para as trevas, mas não que ela seria má, mas sim que seria imerso nele e lá ficaria, inerte e conformada. — retrucou, fazendo-me pensar profundamente.
" A verdade nem sempre é a melhor opção, a mentira deve existir. " — pensei.
— Mas a vida é dela, a alma, o corpo, a mente é dela. Não é egoísmo esconder isso dela? Simplesmente para vermos ela feliz? — inquiri, tentando complementar sua tese, apresentando uma "contra-proposta".
— De fato o são, mas se ela nunca soubesse, talvez ela teria se realizado, teria feito sua vida valer a pena, não teria pendido para as trevas. E também, por que egoísmo sempre é retratado como um sinônimo de mau caráter, de maldade?, afinal, quando você ama uma pessoa e quer ficar com ela para sempre, você não quer dividir ela, não quer que ela ame uma outra pessoa tanto quando ela te amou ou você amou, não? Se ela sentir que sua missão de vida pode ser cumprida, e feita, por que não? — seu discurso era altamente reflexivo, e cada vez mais, pude perceber que o ponto principal geralmente sempre era o por que. Por que isto? Por que aquilo? Essa era a essência. — Contarei o que eu acho Katsuo, por que eu acho que devemos agir nas sombras, nós, tanto a La Hermandad como a Liga das Sombras, são uma escória, eu sou escória, Akio é escória, todos nós. Preferimos o aço, as palavras, convencidos de que somos os únicos capazes de mudar o mundo, sacrificando pessoas, causando guerras e conflitos para um bem maior, tudo é uma constante batalha interna, e não só externa, e o que acha que aconteceria se a sociedade descobrisse de nossa existência? Eles devorariam a nós, se sentiriam seguros, e aí chegaria o momento que sua fé seria abalada e eles desejariam que estivéssemos ali, e no fim, devorariam a si mesmos, culpando um ao outro. O homem é o lobo do homem. — agora começava a compreender não só a filosofia deles, mas também, um pouco daquilo que os motivava, que os empurrava. Suas motivações, entendimentos e esperanças que eram usadas como combustíveis.
— Mesmo assim, eles não hesitariam em nos matar se nos descobrissem, mesmo que o salvemos, se o salvarmos, quando eles descobrissem o preço daquilo, eles nos devorariam sem hesitar. Por que se importar então? — posicionei-me, colocando uma perna sobre a outra e analisando Chang, que fez uma pausa reflexiva, organizando suas ideias.
— Todos querem mudar o mundo rapaz, mas poucos tem a coragem e a determinação para fazer o necessário, para fazer o certo, para tomar as dores do mundo sobre suas costas e erguê-las, para não deixar que elas os esmaguem. Nem sempre o mais nobre caminho é o certo, e também, todos temos luz e trevas dentro de nós. Cada um com sua relativa parcela, alguns equilibrados outros desequilibrados, é por isso que o mundo não divide-se entre bem vs. Mal. Ele é bem mais complexo que isto. É um princípio básico, duas forças opostas colaborando para algo maior, um homem e uma mulher por exemplo, são necessários para gerar outra vida. É um exemplo... — falou, respondendo todas as questões que levantei para ela, e você se engana se acredita que aceitei tudo de cara, me perguntou se aceitei algo, somente pensamentos fluíam por minha mente, fazendo-me refletir cada vez mais sobre as questões e os assuntos a qual pertenciam, foram levantadas.
— Entendo. Nada é verdade, tudo é permitido. — falei, relacionando às filosofias que discutimos com o mantra da ordem.
— Exato. Sabe... Katsuo, ele confia em você, tem uma fé inabalável em ti e entregaria a própria vida para te salvar. Sei que ele não é do tipo que passa total confiança, mas acredite quando falo que, ele realmente confia e acredita em você, diria até que... Admira você, lá no fundo. Ele vê em você algo que ele tinha perdido a muito tempo. — falou ela, recolhendo os copos e a jarra de sakê, guardando no armário novamente.
— Não sei, ele sempre pareceu-me frio, desconfiado e até suspeito. — retruquei.
— Ele reconhece em você aquilo de mais precioso que já teve uma vez, esperança. Por anos ele tinha agido com desesperança pela nossa causa, vagando e cumprindo missões sempre com excelência, mas também, nunca pondo seu coração na causa, mas quando você ele te achou, a um ano atrás, ele retornou a ser o que era. Ele retornou a acreditar, a ter esperança e também a por seu coração, inteiramente, na ordem. Ele é um bom homem. — falou ela, levantando-se e tocando meu ombro gentilmente, e tocando minhas bochechas (que estavam queimando num misto de embriaguez parcial e vergonha).
— E-Eu... N-Não sabia... — respondi sem jeito, sentindo o calor das mãos dela atingirem minha pele, dando-me uma sensação de conforto. Dois batuques na porta fizeram com que ela retirasse as mãos de mim, sentando-se na cadeira novamente e respondendo para o visitante entrar. E era Akio... ♠ ♠ ♠ Passei horas conversando com Akio, e com Chang também. Discutindo meus esforços, e ações contra o inimigo e pela primeira vez Akio contou-me sobre os seus também, e revelou pergaminhos de suas missões que tinha feito e investigações desde que me conhecera, e pela primeira vez senti que agora ele confiava em mim, que agora éramos camaradas, e sentindo reconhecido como tal, sentindo que ele confiava em mim tanto quanto eu confiava nele e assim revelei meus segredos, todas minhas experiências e também a existência do diário de Katsumoto, que agora, encontrava-se perdido.
No dia seguinte havia feito uma decisão, ficaria na sucursal do País do Ferro para me dedicar mais a mim, a ordem e também a descobrir sobre minha família naquele país. Me dedicaria a erudição, treinamento ninja, investigações e agiria sobre o comando de Chang , dedicando-me mais a causa e, na hora certa e após tudo estar favorável, retornaria a Kumogakure.
Após anunciar minha decisão, no dia seguinte houve uma cerimônia; Parecia um altar, com tochas nas paredes, diversos assassinos na frente (à esquerda e à direita) do corredor com o tapete vermelho, e Akio e Chang um ao lado do outro, no meio de uma bacia quente com carvão crepitando e um marcador de metal a queimar. E assim começamos a trocar palavras e votos, como se fosse um casamento.
— Quando os outros homens seguirem cegamente a verdade, lembre-se... — disse Akio.
— Nada é verdade. — respondi, e assim os outros membros disseram o mesmo após mim, todos em posição retilínea, com as mãos direitas no coração.
— Quando os outros homens forem limitados pela moralidade ou lei, lembre-se... — disse Chang.
— Tudo é permitido. — respondi seriamente, e novamente, os outros membros repetiram o que eu disse, ainda na mesma posição. Chang pegou o marcador de aço que tinha uma marca de um triângulo (a insígnia dos assassinos), entalhada em relevo nela, e de tão quente estava laranja e não preto, estendi minha mão direita e este abriu (como se fosse uma tesoura), e pousando sobre meu dedo anelar (onde se bota a aliança), fechou, pressionando sobre meu dedo firmemente, e assim, aguentei a dor rangendo os dentes.
— Agora, deve saber as três regras que temos aqui na ordem. Primeira, e mais importante, mantenha sua lâmina longe de um inocente; Segunda, mantenha-se escondido na multidão; Terceira, nunca comprometa a Irmandade. — disse Akio.
— Nós agimos nas sombras, para servir à luz... — disse todos, Akio, Chang, e os outros assassinos. Após me marcar, deixando o símbolo da ordem em meu dedo anelar.
— Nós somos Assassinos. — e todos repetiram o que disse. FIM
Considerações: Eeeeee... Terminei poarr \o/ Estou realmente feliz com isto, agora, não por ter despachado, mas por ter conseguido dar um final digno para esta saga, um final agridoce diria, um final que contribuiu e contribuirá para os personagens que criei, um final que foi mais que prazeroso escrever, um final simplesmente, memorável (ao meu ver). Espero que gostem, que divirtam-se, que leiam e releiam e sobretudo, que apreciem e entendam! Enjoy! PS: Pra mim foi melhor esse final do que o Katsuo matando o cara, com o sangue nas mãos e sem nenhuma lição ou filosofia pra evoluir ele. |
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