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— Refere-se a... Inoue? — perguntou o loiro, com um tom misto de tristeza e curiosidade. Olhou para Osamu enquanto caminhavam, esperando a resposta que queria ouvir sair de seus lábios. O rapaz parou e sorriu, tocando-lhe o ombro, examinou-o de cima a baixo como se procurasse algum vestígio de algo, e pareceu achar, e por fim falou.

— Na sua ausência, ela tem feito terapia e tem se recuperado. Tem lembrado de algumas coisas do passado, tudo em flash. Como você, Emi, Chikako. O primeiro treino, a vez em que se conheceram. — nesse momento Hiroshi corou, lembrou-se que a primeira vez que se viram foi numa cachoeira longe de Kumogakure, e o rapaz a tinha pego banhando-se nela com as vergonhas de fora, mal sabia ele que ela seria sua companheira.

— Então ela já teve alta? — proferiu, mirando o céu nebuloso que escondia a lua.

— Já sim, ela tem se recuperado rapidamente, creio que se for falar com ela, Inoue há de lembrar de tudo, para falar a verdade, o doutor até recomendava isto. Mas você andou desaparecido após a missão. — falou com um tom julgador, que o loiro viu-se obrigado a ignorar.

— Agora retornei, e não pretendo desaparecer novamente. Agora, seme dá licença, tenho que vê-la. — retrucou um pouco emotivo. Osamu o olhou novamente, e se aproximou tocando-lhe o ombro e dando um tapinha motivador.

— Passe depois na sede da Kuroy Kumo, preciso falar com você, algo importante. Certo? — falou, encarando-o nos olhos.

— Certo, irei assim que puder. — respondeu, finalizando a conversa. Os dois se cumprimentaram e por fim, Katsuo sumiu num shunshin, rumo a casa de Inoue. Será que depois de tanto tempo, depois de tudo que sofrera na guerra entre as duas organizações, será que após tudo isso, sua amada teria se recuperado psicológicamente? E será que se lembraria dele? Todos esses pensamentos corriam por sua mente a uma velocidade estonteante. Ver Inoue significava para ele relembrar também de todo o passado, tudo que acontecera a ela e ele, e também, quem fizera isso com eles, o que avivava a presença de Katsumoto.

Mesmo com todas as inseguranças, tomou forças para ir encontrá-la. Saltou do telhado de uma casa e pousou diante da porta da casa da ruiva, hesitou por um momento bater na porta, mas toda esta sensação se desvaneceu de sua mente ao ouvir sua voz no interior, conversando com seus pais, e parecia alegre, ou pelo menos, normal e não sem vida como estava no hospital. Bateu na porta, com medo, ansioso e feliz. Um silêncio se fez, e a garota gritou.

— Eu atendo, okasan. — falou, Hiroshi aguçou os sentidos e pode escutar os passos da garota sob o assoalho de madeira da casa, ela continuava bruta e durona, até na maneira de andar, sorriu sozinho e olhou para o chão ao perceber que a maçaneta estava sendo girada, e a porta se abriu, revelando a garota.

— I-Ino...I... — gaguejou, ao vê-la, completamente diferente, mas ainda sim, conservava o ar e o modo de antes, podia sentir isso ao ver ela.  A garota olhou surpresa e também confusa, um segundo de silêncio instaurou-se entre os dois, os pais delas perguntaram o que estava acontecendo e começavam a se aproximar, e a garota colocou a mão na cabeça e caiu para frente. Hiroshi a pegou nos braços, olhando-a nos olhos, de repente ela os arregalou, surpresa, mas nem tanto confusa agora.

— K-Katsuo? — disse a ruiva, segurando-se nele a abraçando-o com grande força. Colocou a cabeça no peito do loiro e começou a chorar levemente, Katsuo afagou-lhe os cabelos e fechou os olhos, controlando-se internamente para não derramar alguma lágrima ou qualquer coisa do tipo.

— S-Sim... Eu voltei. — proferiu, apertando a garota e soltando algumas lágrimas enquanto esfregava seu cabelo, neste momento, a mãe da garota surgiu junto de seu pai, e ela a agarrou pelo braço retirando-a dos braços do kumonin.

— Você aqui! Saia! Não volte mais, se afaste de nossa filha! Você! Você é o culpado! Você a colocou em risco e deixou ser sequestrada! Saia! — gritou a mulher, puxando Inoue para si e trazendo-a para dentro de casa.

— Espere, não faça isso droga! Ela, ela lembrou de mim! Ela quer falar comigo! Não vê? Por favor! — retrucou, implorando para que a mãe de Inoue lhe dessem algum tempo para conversarem, mas recebeu ainda mais gritos como resposta. A ruiva colocou as mãos na cabeça e desabou nas próprias pernas, começando a chorar e a gritar, embora não saísse som algum, parecia que não tinha voz, mas estava simplesmente em choque e apavorada com a situação.

O pai da garota avançou, tentando um soco na face do rapaz, mas este recuou e agarrou o seu punho com seu automail de ferro, revelando seu braço mecânico para os três, que ao encararem, se espantaram. Katsuo recuou para a escuridão da rua, e observou sua raposa chorar, escandalizada, olhou-a nos olhos e sussurrou algumas palavras para ela, e saltou para um beco, sumindo seguidamente com um shunshin, deixando para trás aquela experiência desagradável.

" Me encontre na sede da Kuroy Kumo... " — lembrou das palavras de Osamu, e assim, partiu para lá, para ocupar a mente com algo diferente e tentar esquecer a situação que presenciara.

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— O que? Mas eu acabei de retornar, e já querem que eu saia novamente? Outra missão? — gritou o loiro, batendo na mesa de madeira onde Osamu encontrava-se sentado e olhando alguns papéis.

— Katsuo, não o requisitaríamos, mas você retornou, é forte, tem experiência nesse tipo de evento e é a promessa dentre a nova geração. O Raikage já soube de seu retorno, e ele requisitou você para ir para Cha no Kuni disputar o torneio, junto com algumas outras promessas de Kumo, é uma grande oportunidade, sem falar que podes ser promovido a Chuunin e Jounin até! — retrucou Osamu, usando seu poder de persuasão para atingir as ambições do gennin.

— Mas tem Inoue, eu não posso deixá-la de novo, não agora. — disse, insistindo em recusar o convite para o Torneio de Todos os Ranks que aconteceria em Cha no Kuni e seria um evento de escala internacional.

— O Torneio não durará mais do que um mês, e como ninja de Kumogakure, tens o dever, honrar a vila neste torneio. Não há honra melhor do que esta que o kage está lhe oferecendo. — falou, usando de sua lábia para manipular o rapaz, este, encontrou-se pensativo de repente, e a voz da entidade que o ajudara em sua fuga surgira em sua mente novamente.

" Deve trilhar o caminho do guerreiro, deve deixar o passado para trás e seguir em frente. Só assim, conseguirá o que deseja e só assim, se tornará um guerreiro completo. " — cambaleou, com tonturas ao ouvir a voz da mulher, e nesta hora, as tatuagens da Cicatriz do Guerreiro tornaram-se visíveis, deixando-as à vista para Osamu, que as analisou com seus olhos misteriosos.

— Certo, eu faço. Me mande as informações e estarei lá. — proferiu Katsuo, saindo do recinto e evitando mais olhares de Osamu.

Continua...