Kyo e seus amigos estavam sentados em uma mesa reservada a eles, e posicionada num belo local, no segundo andar da mansão e que dava vista para todo o salão onde as pessoas nobres, importantes ou simplesmente que estavam com algum convidado importante, interagiam. Bebiam, dançavam e tagarelavam, seja negócios, futilidades, fofocas e etc. Um desgosto aparente se delineava na mente do rapaz, que observava aqueles seres "nobres" enquanto se questionava sobre o que o Assassino estaria fazendo ali, e porque, ele o convidara.

" Bem, dada a situação, não seria de surpreender se ele tivesse me chamado para marcar presença neste evento e assim ajudar a fazer alguns clãs, aliados. Mas, ele disse que queria que eu viesse por outro motivo... Mas qual? " — perguntou-se o herdeiro do clã do Sol, distanciando-se da conversa do trio e divagando em pensamentos enquanto bebia uma champagne casualmente.

Varrendo a multidão com seus olhos, não tão afiados naquele momento, notou Konan saindo por uma porta de elegantes e lindos vitrais que dava acesso a cobertura. O homem andou um pouco, cumprimentando alguns convidados e trocando algumas palavras à mais com outros, sempre demostrando uma postura elegante e aparência jovial.

— Hey... Kusanagi-kun... — disse Hana, batendo uma palma na frente do rosto do rapaz, chamando-lhe assim a atenção por meio de um susto. O moreno a encarou, mudando de expressão, para algo alegre e brincalhão como era antes e abandonando o olhar repulsivo e "maduro" que tinha sobre aqueles seres.

— Desculpe, não escutei, o que foi? — falou Kyo, olhando de soslaio para seu mentor e observando suas ações, não com desconfiança, mas por "precaução". Tora lhe deu um belisco no ante braço, causando uma dor aguda e passageira e chamando completamente a atenção do rapaz.

— Não concorda? Kyo-kun? — disse a pequena smurf, explicando em seguida do que se tratava o assunto e a concordância – da qual não era muito produtiva -, e concordando com algumas palavras, risos e bons olhares, terminou, quando Haytan chegou na base da escada e dirigiu um olhar sério ao rapaz. Ambos entenderam, e o Kusanagi se retirou da mesa com a desculpa de ir cumprimentar alguns aristocratas e mercadores de elite e depois ir ao lavabo.

A orquestra iniciou outra de suas músicas, todas lindas e bem elaboradas. O mestre do iwanin tocou-lhe o ombro e dirigiu um rápido sorriso, fazendo-lhe um sinal com a cabeça para irem ao bar onde eram servidos desde champagnes à bebidas mais ousadas, e petiscos também. Konan se certificou de sentar-se na ponta do bar, isolado com seu aprendiz.

— Então, diga-me o que está pensando. — proferiu Jounin, tomando um gole da taça de champagne e dirigindo olhadelas para os convidados, e sorrisos encenados.

— Vê aquele rapaz no bar? — indicou com um sinal de cabeça e um olhar bem dirigido. Kyo girou o pescoço calmamente, observando a ponta oposta do bar e achando seu alvo. Localizou um rapaz, perto dos dezessete anos, loiro, estatura proeminente e vestido em um terno preto, sapatos pretos escovados, e luvas de couro negras.

— O loiro todo de preto? O que tem ele? — retrucou o Jounin, curioso em meio a outro gole do champagne.

— Este é seu próximo alvo, tens uma reunião com ele hoje. É um possível aliado, e precisa tê-lo ao seu lado, ele é a ponte para os Fujishima. Um poderoso clã de Kumo. — proferiu friamente, ficando de costas para o tal alvo e observando seu aluno nos olhos.

— Eu tenho um ou dois amigos em Kumo, eles poderiam me ajudar, e são shinobis... — falou, tentando evitar falar com outro nobre almofadinha e egocêntrico que provavelmente pediria-lhe diversos favores, e  não por uma aliança com o dito clã, mas uma possível oportunidade de audiência com os Fujishima.

— Ele é um ninja também, e atualmente ele é o único atuando na sucursal da Liga das Sombras, localizada em Kumo. — disse lentamente, dirigindo sorrisos a mais alguns convidados e tomando alguns petiscos.

— Então, por que preciso convencer ele? Ele é da Liga, tem o dever de nos ajudar. E que história é essa de o "único" atuando em Kumo? Achei que tínhamos diversos Assassinos espalhados por quase todos os países e vilas. — retrucou, incrédulo e impaciente. Tomou um pouco do líquido enquanto analisava o rapaz loiro de longe.

— Bem, ele não sabe quem você é, ou quem eu sou. Ele é um pouco, instável e temperamental. Gênio difícil. Mas um bom soldado, já fez alguns trabalhos de relevância para a Liga. — proferiu seriamente, olhando no fundo dos olhos de seus aprendiz e tentando transparecer confiança.

— Sim, mas isso é um empecilho mínimo. Por que do mistério? — perguntou, impaciente.

— O Mestre dele pediu-me um favor em troca da "ponte" para os Fujishima, ele quer que você o ajude a reconstruir a sucursal, retirar a influência da La Hermandad ainda existente, embora enfraquecida fortemente pelo rapaz. Sem falar que o rapaz é uma promessa da vila, e conhece o Raikage pessoalmente, o que seria de valia para você e para nós. — terminou, indicando o caminho para Kyo, que dirigiu um olhar para o bar onde o rapaz estava, mas este tinha sumido. Os dois logo levantaram-se de seus respectivos lugares, e Konan indicou o caminho, indo a frente e cumprimentando mais alguns aristocratas e burgueses.

— Certo, vamos logo com isto, já estou com o estômago embrulhado com toda essa falsidade e encenação. — respondeu o rapaz, secamente, seguindo o homem até a porta de vitrais, que estava entre aberta. Os dois entraram e deram de cara com o loiro e seu mestre, eram Akio e... — Katsuo? Você? — perguntou, completamente chocado e perplexo, embora seu tom não transparecia suficientemente o que voava pela mente do Kusanagi.

— Kyo... Prazer em vê-lo. — respondeu o loiro, estendendo-lhe sua mão de metal e dando um aperto firme na de seu amigo, para o mestre do moreno, fez uma reverência respeitosa.

— Que bom que já se conhecem, agora, tratemos dos negócios. — falou Akio, com seu tom descontraído e teatral, indicando dois assentos para Kyo e seu Mestre se sentarem.

Continua...