Uma nova era começava agora que Kagami se tinha formado e tornado um Gennin da vila de Sunagakure, mas era apenas o começo para alcançar seu objetivo: ser o melhor ninja de sempre. Mas tinha que entender que não se alcança nada sem muito esforço e paciência.
Kagami acordava com os raios de sol que eram imitidos na direção da sua cara através da janela que causavam algum "desconforto" em si.
- Primeiro dia como Gennin, parabéns sobrinho! - disse seu tio que se apercebeu de Kagami ter acordado.
- Obrigado tio, quero aproveitar ao máximo este dia. - disse, enquanto se levantava da cama para ir treinar.
- Aproveita pois! Agora tenho que ir trabalhar, volto mais logo. - disse o tio que ia na direção da porta com sua mochila às costas.
Kagami que se estava a vestir, apenas acenou para se despedir do tio.
Abriu o armário do seu quarto e retirou de lá uma mochila cinzenta um pouco velha mas adequada para ser utilizada. Abriu a mochila e colocou lá dentro um copo médio de ramen caso lhe desse a fome, uma garrafa de água, algumas kunais e estava pronto para um dia de treino. Foi à varanda de sua casa, agachou-se, acumulou força em ambas as pernas e saltou para cima do telhado da casa à frente.
- Um aquecimento até lá não era mau. - pensou.
Iniciou um conjunto de saltos e corridas entre os telhados das várias casas da vila num ritmo leve, apenas para aquecer os músculos de suas pernas e evitar algum tipo de lesão a meio do treino que ainda não tinha começado a sério. A meio da corrida, acumulou força na sua perna mais adiantada e saltou por cima de uma barreira, que ia dar ao local de treino, caindo com ambos os pés na areia comum e famosa que deu o nome à Vila da Areia.
Amarrou com mais força a bandana que estava presa à volta de seu pescoço fino e branco.
- Estou pronto! - gritou.
Kagami caminhou em direção à parede branca de uma casa que ali estava, parou, e permaneceu imóvel a olhar para a parede, tentando concentrar-se no queria fazer: andar na parede usando o Kinobiri no Jutsu.
Refletiu um pouco as pernas e as afastou. Fechou os olhos para ter um controlo máximo daquilo que ia efetuar, porque mais ou menos chakra acumulado poderia dar maus problemas. Executou um selo de mão e começou a concentrar chakra na sola de seus sapatos. Esticou a sua perna direta e encostou o pé do mesmo lado à parede, ficando "colado" com a sola do sapato. Fez o mesmo com o seu pé esquerdo e começou a dar passos muito curtos pela parede, não tendo muita presa com o medo de cair.
- Acho que podia passar aqui o dia todo. Mas...vou até ao telhado e chega. - dizia enquanto caminhava lentamente pela parede.
Eis que Kagami chegou a uma janela daquela casa e olhou pela mesma que estava aberta. Tinha avistado ao fundo do corredor um homem a bater numa mulher que tinha deixado cair o seu bébé pela força da pancada. Kagami inclinou-se para a frente e saltou para dentro da casa através da janela. Começou a correr na direção do homem e executou um soco com sua mão direita no lado da cara do homem que estava virado para Kagami. A mulher mandou-se para o chão a chorar e agarrou o bébé que chorava também. O homem deu alguns passos para trás e disse para Kagami:
- Como te atreves, pirralho?!
Kagami não respondeu, apenas se meteu em posição de combate com ambas as mãos à frente de seu rosto e suas pernas um pouco separadas.
- Queres lutar? Vou te deixar pior que esta vadia! - gritou o homem que também se meteu em posição de combate.
Kagami apenas sorriu, não por estar feliz, mas sim pelo entusiasmo de ter uma luta a sério.
- Fuja, senhora. Eu trato deste...nem sei um nome para isto, mas para bater em uma mulher, homem não é. - disse Kagami à mulher que se levantou ainda com as lágrimas no seu rosto branco.
- Essa vagabunda não vai a lado nenhum! - gritou o homem que levantou o seu braço destro pronto para dar uma chapada à mulher que tentava sair daquele local.
Kagami aproveitou a distração e executou um pontapé no abdómen do homem que logo se curvou. Sem dó, Kagami elevou o joelho direito e deu uma joelhada na face do homem que caiu sentado no chão a sangrar um pouco do nariz.
- Estou furioso! - gritava ele que logo se levantou e foi na direção da Kagami com uma faca que tinha tirado da cintura.
Kagami correu para trás e reparou que tinha pouco espaço para se movimentar naquele corredor, mas algo tinha que fazer para não ser ferido. O homem disferiu um golpe na diagonal do peito de Kagami que apenas se afastou, agarrou no pulso do homem com força com a sua mão canhota, tentando parar por algum tempo os golpes da faca. O homem reagiu com a mão que estava livre, executando um soco no lado direito da cara de Kagami que caiu pela bastante diferença de força entre os dois. O homem curvou-se tentando acertar um golpe com a faca no abdómen de Kagami, que reagiu levantando seu pé, dando com a bica do mesmo na face do homem que foi para trás atordoado. Kagami aproveitou com a outra sua perna e executou uma rasteira nas pernas do homem que caía pelo seu mau equilíbrio. Isto deu tempo a Kagami para se levantar e "acabar" com o homem.
O homem estava completamente esticado no chão, com a mão que segurava a faca a apontar para Kagami. Kagami executou um pontapé na mão do homem que fez com a faca saísse de sua mão.
- Vais pedir desculpa ou é preciso levar-te ao Kazekage? - perguntou Kagami com o seu pé direito em cima do pescoço do homem.
- Nada! - gritou.
O homem tentou agarrar o pé de Kagami. O homem poderia ter mais força que Kagami, mas não era mais rápido. Kagami apenas recuou o pé, evitando o agarro e avançou disferindo um pontapé na cara que o deixaria atordoado.
- Também! Desculpa. - disse o homem meio zonzo.
Kagami poderia o ter levado ao Kazekage mas tinha muita preguiça para fazer isso. Apenas saltou pela janela de onde tinha entrado e caiu ao pé de sua mochila, agarrou-a, retirou a garrafa de água, bebeu, guardou-a e pôs a mochila às costas. Já era tarde, o dia estava a acabar e a noite a surgir. Foi rumo a casa, não estava muito cansado, mas a fome estava a tomá-lo.
- Mais vale a pena guardar o copo de ramen para outra altura.
Chegou a casa e deitou-se na cama. Passado dez minutos já estava a dormir, foi um dia bom e mau para o jovem que estaria a começar a sua jornada.