O acampamento estava montado bem no centro de um estreito vale arenoso por onde o vento uivava ameaçadoramente. –
Não esperava nada do Estancia de La Muerte. – Brincou a marionete, juntando o resto dos arbustos para então efetuar alguns selos e criar uma corrente elétrica nos dedos o suficiente para acender a fogueira. Não era grande coisa. Um colchonete para evitar o contato com a areia, uma mochila com seu pergaminho com peças de reposição e fogueira que estalava ao começar a acender. Daisuke sabia que não precisava daquele calor. Já deixara as fraquezas da carne há algum tempo. Contudo, por sua experiência, as peças de seu corpo poderiam ser danificadas com a diferença de calor entre a manhã no deserto e o frio congelante da noite. Física comum. Expansão e retração da matéria. A máquina sorriu em seus pensamentos enquanto assistia o sol se por trás do paredão esquerdo.
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Bom, já que não tenho nada para fazer até o amanhecer, acho que treinarei um pouco. – Disse ao se levantar, esticando os seis braços de metal. Juntando as mãos num rápido selo, Daisuke concentrou chakra pelo corpo artificial e logo conseguiu trazer uma cópia sua para conseguir treinar. –
Ok, vamos lá! – Animou a dupla de gigantes. Usando seu chakra para adiantar-se numa grande velocidade, a cópia circundou a beirada do vale enquanto direcionava sua energia para os pés, grudando-se no paredão de rocha que os cercava como uma arena natural. Parado no lugar, o verdadeiro nukenin cadenciava mais alguns selos e transformava sua energia em chakra fuuton para disparar uma esfera de ar comprimido que começou a despedaçar a rocha na trajetória do clone, acreditando que assim pudesse forçá-lo a parar. Raciocinou certo. Vendo o caminho esburacado, a cópia se jogou até o chão e num deslizar de pés pela areia, moldou sua energia para trazer alguns shurikens de suas marcas, os quais ele arremessou com toda força contra o original.
Surpreso ao ver os projéteis, o loiro fez os símbolos indicados com as duas mãos e rapidamente usou seu chakra raiton para criar uma redoma de energia que foi capaz de parar os shurikens que resvalaram na redoma de plasma. –
Minha vez! - Gritou o original, desativando a redoma para perfazer outro conjunto de selos e moldar chakra raiton para as seis mãos, tocando-as no solo com grande energia. A cópia percebeu rapidamente que a eletricidade iria se espalhar na sua direção e antes que pudesse receber a descarga ele invocou seu bastão, utilizando-o como apoio para jogar-se no ar contra o original que ainda se levantava do jutsu.
Assim escapo do jutsu rasteiro e ainda ataco num só movimento. – Raciocinou a cópia, arremessando o bastão num giro descendente com toda a força que seus músculos artificiais podiam. Sem alternativas, Daisuke cruzou os braços e gritou ao bloquear o bastão metálico com os antebraços.
O impacto foi tão forte que amassou quase que completamente sua armadura de titânio. –
Merda! – Praguejou, mas enquanto um par de braços avançava para agarrar a arma, o outro par usava a cobertura já efetuando alguns selos para moldar chakra suficiente e manipular o cérebro da cópia numa ilusão que só revelaria no momento certo. Numa ação imediata, o original agarrou o bastão com grande agilidade, girando a cintura para buscar toda força que tinha e puxar o objeto das mãos do clone que sabiamente cancelou a invocação, desequilibrando o principal e abrir sua guarda para usar as mãos em mais um jutsu raiton, moldando seu chakra numa descarga elétrica para atingir Daisuke pelas costas. A máquina urrou dor e caiu de joelhos. –
Agora você é meu! - Alegrou-se a cópia, ao invocar uma kunai e golpear lateralmente uma madeira que acabara de surgir no lugar do alvo.
Levantando a cabeça, o clone sequer viu de onde o ataque veio, pois o original já ressurgia na sua lateral, efetuando alguns selos ao usar seu chakra fuuton para criar um bolsão de ar que expulsou o clone numa altura suficiente para que ele pudesse continuar com a cadência de selos e disparar mais uma certeira esfera de ar no peito do outro, fazendo-o desaparecer e deixar outra madeira no lugar. -
Onde ele está?! – Perguntava-se quando a cópia utilizou o selo hiraishin preso ao seu corpo para chegar numa descarga de taijutsu, elevando o braço com toda força num poderoso lariat! A pesada máquina original se projetou para o alto quando a cópia saltou e elevou a perna com um boost de chakra para efetuar a guilhotina... Seria um golpe perfeito se não tivesse errado. Finalmente percebera que estava sob o efeito de genjutsu. Tarde demais, pois o original aproveitava a proximidade para agarrar a cópia, virando-o num arco acrobático para descer com toda força contra o chão. –
Liger Bomb! – Gritou num estrondo que fez uma pequena cratera na areia, assustando animais e apagando um pouco a fogueira. –
Droga, terei que acender novamente. – Reclamou já tendo ciência do sumiço de sua cópia.
*****
Na manhã seguinte, logo antes do sol nascer, a marionete se levantou de sua meditação solitária e começou a escalar o paredão para ter uma visão melhor do carregamento. Rastejando para não ter seu metal refletido com os primeiros raios do sol, a máquina já conseguia ver a carroça puxada por dois cavalos que levantava poeira pela trilha que levava até ele. –
Perfeito. Um assalto básico. – Comemorou ao buscar seu pergaminho, desenrolando-o com calma para enviar chakra aos selos de onde seus vingadores surgiram. Comandando através de sinais de energia, Daisuke os fazia sacar as espadas e só então autorizou que saltassem pelo platô na direção do alvo. Suas armaduras reluzentes faiscavam com a luz do sol avermelhado, aproximando-se mais e mais do objetivo quando, faltando poucos metros para chegarem, dezenas de papeis explosivos estouraram a carroça em mil pedaços.
! A explosão pareceu despedaçar todos os seus bonecos com o deslocamento de ar, deixando seu comandante sem entender o que tinha acontecido. –
Você não vai mais roubar minhas mercadorias. – Sussurrou o estranho, que surgia através do solo logo atrás dele. A máquina baixou a cabeça e acenou negativamente. Enfim fora descoberto. Levantando-se para tentar intimidar o estranho, Daisuke viu um homem de estatura mediana, careca e com uma grande cicatriz no pescoço. -
Ninguém rouba de Gorgon! – Enfureceu-se ao retirar a lâmina de seu bojo preso às costas. Decepcionado por não ter tido sucesso na intimidação, a máquina respondeu rapidamente. Enviando chakra para as tatuagens, ele invocou algumas kunais, atirando-as com toda força contra o sujeito que ripostou os projéteis com grande habilidade quando o Hiroshi utilizou o hiraishin preso numa das kunais para se aproximar com grande surpresa.
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Mas como!? – Exclamou o dono da mercadoria, que ainda tentou elevar a lâmina ao ser atingido por um forte soco na face esquerda. O homem foi jogado pelo vale até cair no fundo, mas logo ressurgiu saltando sobre a marionete. Seu corpo estava enegrecido como se houvesse uma carapaça de metal.
Por isso ele resistiu ao impacto. – Concluiu Dasuke, percebendo que seu adversário não era um qualquer. Assim, saltando lateralmente com grande agilidade, a marionete-viva arremessou uma bomba de fumaça no chão, esperando que aquilo pudesse distrair o estranho que gingava a lâmina e já tirava lascas de sua armadura. O estouro espalhou a fumaça, quando o homem recuou num ágil salto esperando a fumaça baixar. –
não pode se esconder para sempre! – Provocou.
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Quem disse que estava me escondendo? – Respondeu ao sair da fumaça, terminando de efetuar uma cadência de selo para enviar o chakra manipulado ao cérebro do inimigo. –
Você está cercado. – Terminou, criando a ilusão de que o homem estava cercado por dezenas de kibakus fuuda. O adversário arregalou os olhos e tentou escapar da ilusão misturando-se ao solo, mas Daisuke já esperava por isso. Concentrando chakra doton, a marionete enviou sua energia até o estranho, expulsando-o com violência do esconderijo. O negociante voou no ar, dando oportunidade para que o nuke pudesse enrolá-lo com suas linhas shinobi, puxando-o com toda força contra o chão. O estrondo fez a pedra rachar, deixando o adversário abatido em meio a grande cratera. –
Parece que você é que não negociará mais. – Brincou, caminhando até a corpo, revistando-o para encontrar sua recompensa.
FIM