Uma fina névoa esverdeada pairava a favor do vento através da floresta. Ao longe, Daisuke ainda conseguiu ouvir poucos sons de luta quando finalmente o silêncio retornou ao local. Dando de ombros, mesmo sem saber o que tinha acontecido, a marionete-viva ajeitou o saco do tamanho de um corpo sobre o ombro e recomeçou a caminhar pela trilha que coincidentemente levava para a origem de onde o combate se passava. Só espero que o contratante esteja vivo. – Torcia, esperando ser pago por mais um assassinato encomendado. Os setecentos ryos da missão serviriam para recuperar uma ou outra marionete danificada pela luta e com toda certeza o levariam a outros contratos mais lucrativos, já que o contratante era influente nas terras das tempestades. - Falando nisso, até agora ainda não vi alguma. – Perguntava-se, curioso por estar há alguns dias no País e percebido apenas uma ou outra garoa.

Mas essa conclusão logo ruiu quando começou a ouvir o estridente som do trovão. Esse ruído logo foi acompanhado por ventos fortes que começavam a balançar a vegetação rasteira e folhagens das árvores durante todo o caminho até que enfim chegou ao ponto de encontro. – Mas que porra... – Sussurrou ao ver que o no local de um acampamento existia apenas rastros finos que rasgavam o solo e alguns pedaços de corpos que ainda caíam do céu como se tivessem sido jogados por uma forte rajada de vento. Certamente aquilo era trabalho de um ninja... Mas onde estaria seu contratante? Nesse momento uma bela kunoichi de cabelos vermelhos como fogo saiu do limite da floresta num salto, do lado oposto da clareira de onde Daisuke estava. Segurando uma cabeça cujo proprietário lhe era conhecido, o nukenin suspiraria decepcionado se ainda tivesse pulmões. – Você me deve 700 ryos.- Reclamou sua recompensa.

Nesse momento, algumas gotículas da tempestade vindoura começaram a cair. Inclinando a cabeça sem esboçar emoção, a ninja deixava a chuva limpar seu rosto ensanguentado enquanto arregalava os olhos para averiguar o tamanho daquele homem. – Não lhe devo nada. – Sussurrou, arremessando a cabeça do contratante contra o boneco que com grande agilidade recuou e girou em seu eixo para se esquivar do bizarro objeto quando percebeu que a ninja já cuspia um rápido projétil de ar contra seu peito. O jutsu estalou contra o metal, vibrando toda a sua armadura para lhe causar dor enquanto seus pés se arrastavam com a projeção que o impacto lhe causara. – Tudo bem. Vejo que terei que tirar o dinheiro de você. – Acenou a máquina, com um sorriso assassino. A mulher não se intimidou e quando viu Daisuke disparar contra ela num veloz shunshin, ela recuou num salto acrobático, atirando-lhe vários shurikens de flor.

Como resposta, rapidamente o nuke levou chakra para duas marcas de invocação em seus pulsos, invocando e arremessando com toda força três shurikens na direção dos projéteis para se defender do ataque. O choque dos objetos criou várias faíscas rápidas, desviando as trajetórias para deixar o imenso corpo passar incólume pelas pétalas. Ele é rápido. – Pensou a kunoichi, vendo-se obrigada a esquivar-se do giro da perna de Daisuke que arqueou o corpo para girar e elevar a segunda perna num fortíssimo chute lateral embebido com chakra. – Perna do Céu Dolorosa! – Gritou a marionete, tentando atingir a ninja que saltou em tempo de sair da frente, deixando um pedaço de madeira em seu lugar. Sem aguardar, a ofegante ninja percebeu que o oponente era muito mais perigoso do que esperava e isso a obrigou a levantar as mangas de seu uniforme de onde saíram centenas de pétalas embebidas com veneno. Rapidamente o nuke foi envolvido pelas flores, fazendo-o perder de vista a kunoichi.

– Você não vai fugir! – Reclamou ao levar as mãos a uma cadência de selos ao mesmo tempo em que convertia seu chakra para a natureza fuuton. Rapidamente um bolsão de ar alterou a velocidade do vento, expelindo as pétalas para o céu já escuro pelas pesadas nuvens que traziam a tempestade. Onde ela está! Olhando em volta, ele já não conseguia vê-la nos arredores, muito menos via a cabeça do seu antigo contratante. Maldita. Então, como uma manobra desesperada, o Hiroshi juntou as mãos em mais uma cadência de selos, espalhando seu chakra doton assim que suas mãos tocaram o solo. E não demorou muito até que percebeu uma movimentação ao norte de onde estava. – Ali! – Exclamou ao disparar com toda velocidade na direção da garota, ziguezagueando entre as pedras e árvores, o nukenin logo viu a ninja saltando lateralmente momentos antes que seu punho se atirou sobre ela com toda força num poderoso soco de esquerda.

- Maldito insistente! Se for assim, então vou enfrentá-lo! – Provocou a kunoichi, vendo a besta de metal mudar sua direção e saltar contra ela. Punho serrado mais uma vez, Daisuke desferiu um soco lateral de esquerda obrigando a ninja se abaixar, quando girou com agilidade para elevar a perna na direção da cabeça. Mais uma vez a mulher efetuou a troca, deixando no lugar uma pedra que fora esmagada pela força descomunal do gigante. – Pare de fugir! – Reclamou o nuke, quando se surpreendeu com um nevoeiro denso que rapidamente tomou o local trazendo memórias dolorosas de todos aqueles que ele gostava. Lembrou-se do orfanato queimado, da imagem dos corpos carbonizados... Aquilo o descontrolou. Genjutsu! – Pensou, juntando as mãos num rápido selo para juntar chakra suficiente para escapar da ilusão com um KAI emergencial. Imediatamente o nevoeiro sumiu, deixando apenas a agonia de ter seu corpo perfurado por dezenas de senbous arremessadas pela ninja sorrateira.

Por sorte, nenhuma delas atingiu seu centro nervoso. Contudo, alguns de seus braços começavam a apresentar defeitos, tendo algumas engrenagens danificadas com a perfuração. – Não vou mais subestimá-la. – Sussurrou enquanto levava chakra ao punho direito, desferindo um soco com toda força contra o chão. A explosão descomunal fez a ninja recuar para se esquivar das rochas que caíam do chão, quando percebeu Daisuke suspender uma dessas rochas usando toda força para arremessa-la contra ela enquanto ainda estava no ar. – Droga! – Reclamou, tendo que criar um clone de pétalas que a protegeu contra o impacto, estourando em rapidamente. Sem perder tempo, o nukenin analisou a situação e rapidamente criou um plano para vencê-la rapidamente. Juntando as mãos para perfazer alguns selos, ele usou seu chakra fuuton para criar um bolsão de ar logo abaixo dela antes que esta caísse. A kunoichi logo se surpreendeu ao se jogada mais uma vez para o alto pela violência do ar, quando viu de relance o nukenin invocar suas linhas ninja para arremessa-las contra ela.

Graças ao plano do nuke, a kunoichi não tinha como se esquivar. Então, rapidamente a mulher retirou sua katana, levando a lâmina a frente assim que fora agarrada pelas linhas. – Agora você me paga! – Exclamou Daisuke ao usar seus poderosos braços embebidos com chakra para puxar a ninja de volta ao chão com o “Caída dos Céus”. Contudo, sua força só ajudou a kunoichi que conseguiu cortar a linha antes de atingir ao chão, terminando por arremessar várias granadas de gás venenoso contra a marionete. – Tola! Não sou afetado por veneno! – Gargalhou tardiamente ao perceber que na verdade tudo aquilo era uma distração para que uma grande onda de ar ajudasse os shurikens da ninja a ganharem grande velocidade para atingi-lo em cheio. O barulho dos projéteis atravessando sua armadura era agonizante. Daisuke sentia suas terminações nervosas vibrarem com ferocidade enquanto tentava controlar-se para contra-atacar, disparando com toda velocidade contra a adversária.

- Vou matar você! – Dizia a máquina em fúria, enquanto arremessava uma kunai com selo hiraishin contra a mulher que sem perceber apenas bloqueou o arremesso. Nesse momento ela percebeu uma movimentação às suas costas e quando se virou, viu a marionete furiosa vindo em sua direção com o braço levantado. – Mas como ele chegou até ali? – Exclamou tardiamente, pois o verdadeiro Daisuke já usava seu chakra para ressurgir na outra extremidade. Braço elevado para então ele e sua cópia atingirem a mulher num fortíssimo Lariat duplo. O estrondo elevou a mulher no alto, quase sem consciência. – O que foi isso? Um... clone? – Sussurrou antes de ser agarrada pela máquina. Daisuke sorriu e olhou diretamente para a mulher... Ele preferiu deixa-la na ignorância, pois aquela rocha que jogara anteriormente não era realmente uma rocha e sim um clone dele que surgiu no momento certo para atrapalhar suas defesas. Sua estratégia destruidora terminara por matar a moça.

- Espero que ela valha algum dinheiro no bingo-book. – Comentou, na esperança de recuperar o prejuízo pela missão anterior sem pagamento.

Bump

Bump x2.

Atualizado.