****** EMBOSCADA NO RESORT ******
Era uma manhã normal naquela praia. Os coqueiros balançavam suavemente com a brisa que empurrava fracas ondas para banhar as areias brancas do litoral. Seria uma paisagem bonita se não fosse por um monstro de metal gigante que caminhava decidido na direção de algumas construções abandonadas ao longe. Aquelas eram ruínas de um grande resort que após constantes ataques de piratas, acabaram por fecharem suas portas para darem lugar a um local de negociação ilegal. O resort se transformara no próprio “mercado negro”. Com uma mochila nas costas, Daisuke estava com pressa. Ansioso para retornar à sua mesa de projetos em seu esconderijo, ele precisava comprar algumas peças após entregar mais um cadáver do bingo book. Segundo as estatísticas, aquele alvo lhe renderia dinheiro suficiente para comprar as peças que queria. –
Mas onde está todo mundo? – Perguntou-se ao apertar os olhos e estranhar que não conseguia enxergar uma vivalma na entrada do complexo. Seu instinto logo se fez presente, e ele geralmente acertava.
Havia algo estranho por ali. Assim, decidido a investigar, Daisuke largou o corpo e juntou as mãos num rápido selo para ajudar a moldar seu chakra.
Vamos ver o que acontece por aqui. – Pensou ao se agachar e encostar as mãos juntas à areia. Espalhando seu chakra, a marionete-viva usou seu jutsu doton para averiguar se havia alguém naquele hotel aparentemente vazio. Enviando sua energia em ondas através do solo, a marionete pressentiu cerca de sete pessoas espalhadas pelo complexo. Paradas no mesmo lugar após algum tempo, aquelas pessoas pareciam que aguardavam alguma coisa. –
Uma cilada? – Raciocinou. –
Bom, veremos se é isso mesmo. – Concluiu. Como ainda estava há alguma distância, e como não houve movimento dos alvos, Daisuke decidiu por uma aproximação mais discreta. De repente estaria enganado. Era o que torcia.
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Atenção... Vem vindo alguém. – Sussurrou o ninja através do rádio. Aquelas duas equipes de kumonins acabaram de assassinar aqueles responsáveis pelo comércio do local e tinham decidido aguardar por bandidos desavisados para acabar com a raça deles. Pelo menos esse era o plano. –
Uma pessoa apenas. – Completou o que parecia ser o comandante. Protegendo-se numa das varandas voltadas para o mar, o ninja usava a cobertura do sol nas suas costas para evitar ser descoberto. Olhos atentos, ele acompanhava o estranho trazendo um saco preto às costas. Parecia um homem aparentando trinta anos e não muito forte. Um comerciante talvez... –
Equipe Hisoka, avançar. – Comandou o olheiro. Nesse momento, saindo pelas laterais, saltando por cima de grandes cercas-vivas, três kumonins arremeteram contra o homem que parou e levantou as mãos, derrubando o saco preto.
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Sem misericórdia para contrabandistas! – Gritou um deles, passando rapidamente com sua katana sobre o peito do homem. Num ruído seco, a vítima arregalou os olhos e caiu de bruços no chão.
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Alvo eliminado. – Disse o segundo ninja, aproximando-se do saco preto derrubado. –
Vamos ver o que temos aqui. – Completou, agachando-se para abrir o zíper do objeto misterioso sob os olhos curiosos dos outros dois.
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Deve ser um alvo abatid... – Conjecturava quando percebeu seu erro fatal. Foi quando o zíper atingiu a metade do saco, revelando uma grande quantidade de kunais com selos explosivos agarrados à elas.
BOOM!As lâminas impulsionadas pela força das explosões cortaram o ar como navalhas, despedaçando os três ninjas instantaneamente, atravessando suas carnes num espetáculo sanguinário para terminarem suas trajetórias enfiadas em várias paredes do resort. –
Essa não! – Gritou o comandante, desesperado pela perda dos três ninjas. Mas quando levantou a mão para buscar o rádio, um grande punho metálico atravessou o solo sem muito alarde e o agarrou, empurrando-o com força contra a parede. O ninja iria gritar de susto, mas logo foi estocado brutalmente no peito. A kunai retirou todo o ar de um de seus pulmões e enquanto ele lutava e se afogava em seu próprio sangue, o ninja ouviu - aterrorizado - a marionete-viva revelar seu plano. –
Não adianta... Você é o último. – Sussurrou, saindo por completo do chão.
Com um sorriso violento no rosto artificial, a máquina comentava que havia utilizado seu chakra para invocar uma de suas marionetes, transformando-a num homem comum com um simples henge no jutsu. O próximo passo seria substituir o volume do saco por várias kunais com papeis explosivos que também invocara. Comandando a marionete, Daisuke a fez caminhar até o local e enquanto isso, ele moldava seu chakra doton para deslizar para debaixo da areia, dirigindo-se para um ponto cego até que os três atacassem a marionete disfarçada. Um plano perfeito. Assim que os três iniciaram o ataque, atrás ressurgia atrás da segunda equipe que nem tinha percebido sua presença enquanto ele atacava. O primeiro ninja morreu com um único golpe de seu punho diretamente na sua têmpora, e quando este caía, a marionete rodopiava com agilidade e juntava chakra para atravessar a fina parede do hotel, chegando ao segundo ninja que observava seus amigos da varanda.
Disparando num silencioso shushin, o nuke arremessou uma linha shinobi contra o pescoço do distraído, não lhe dando tempo para gritar. Logo a linha fechou sua traqueia e quando Daisuke usou toda sua força para puxá-la, a cabeça do ninja voou para dentro do quarto.
Agora só faltava um. – Pensava. Logo os três descobririam a armadilha. Então, quando usou mais chakra para atravessar a segunda parede, por azar, encontrou o terceiro ninja de frente para ele. O rapaz parecia o menos experiente de todos. Olhos esbugalhados quando o gigante atravessou a estante que ele revirava. Sacando a espada com grande velocidade, o ninja riscou profundamente o peito da marionete, fazendo Daisuke tremer com o incômodo, mas não fora forte suficiente para impedir seu avanço. Elevando o joelho com toda força, o nuke disse que atingira o garoto diretamente no nariz, rodopiando com agilidade para cair sobre ele com todo o peso. As costelas se quebraram e o rapaz perdeu a consciência.
BOOM! -
A explosão aconteceu, e enquanto você se recuperava, eu avancei sob a areia até mata-lo aqui neste lugar. – Terminou a sádica marionete.
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Maldito... – Praguejou o comandante, levando a mão à perna para rasgar um papel explosivo que carregava preso ao corpo. Não houve tempo para esquivar-se. Logo a explosão do suicida jogou o corpo mecânico para longe, quebrando algumas paredes até parar finalmente com muitas avarias e dores em sua parte orgânica.
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Mas que desgraçado! – Reclamou de si mesmo, enquanto se levantava todo avariado e esfumaçado. –
Agora terei que gastar ainda mais! Poooorraaaaa!!!FIM