Treino 2
1 minuto de avanço. A tua tarefa é simples: encontrar-me e derrubar o que quer que seja que esteja na minha cabeça.Naho inspirou profundamente, contando o tempo. Faltavam poucos segundos para se poder lançar em perseguição atrás do irmão. Antes que esse tempo se esgotasse a rapariga tentou magicar um plano para tentar tornar esta tarefa um pouco mais simples. Sabia que Nidorai era muito mais ágil, rápido e experiente do que ela. Não tinha qualquer hipótese de ser bem sucedida aqui. Nenhuma.
Calma. Pensa. Podia não estar rodeada de árvores, mas os edifícios da vila de Konoha poderiam dar-lhe a cobertura e vantagem de que necessitava. Naho concluiu que, pelo menos para já, se deveria manter pelos telhados. Teria a vantagem táctica dessa forma, e tornaria mais rápida e eficaz a sua procura.
O minuto finalmente passou. Naho olhou para a rua lá em baixo, cobrindo todo o espaço que os seus olhos conseguiam alcançar.
Nada Os telhados dos edifícios em frente encontravam-se longe demais para ela conseguir alcançá-los simplesmente saltando, concluiu ela. A jovem concentrou-se, sentindo o chakra movimentar-se pelo seu corpo. De seguida realizou os selos necessários para um Shunshin (movimento rápido), desaparecendo numa torrente de folhas e aterrando no telhado do edifício em frente. Continuava a não conseguir ver o irmão - ou o ridículo e extravagante chapéu de penas que ele decidira usar. Inspirando profundamente Naho lançou-se em corrida, pretendendo saltar os próximos telhados. O primeiro foi fácil: impulso da corrida, flectir as pernas, aplicar força nelas para se impulsionar em frente e saltar. E ter o cuidado de, ao aterrar, não exercer demasiada força sobre os seus músculos para não se lesionar. Naho continuou a correr agilmente sem se deter por um segundo, realizando o mesmo processo nos dois telhados seguintes. Ao terceiro já sentiu alguma resistência. Sentia os músculos reclamarem um pouco pela insistência de se continuar a mover sem parar. Ainda assim não se deteve a caminho do terceiro telhado, impingindo força nos músculos das pernas para realizar mais um salto. A aterragem não foi tão suave quanto as anteriores, e numa decisão por impulso Naho lançou-se em frente, realizando uma àgil cambalhota para evitar magoar-se com o impacto da aterragem. Numa situação normal este salto teria sido simples, mas o peso do seu arco e flechas tornavam-na um pouco mais lenta que o costume.
Tenho mesmo de melhorar a minha resistência.Naho deteve-se no topo do telhado ao ver, ao longe, o chapéu que o irmão segurara nas suas mãos há pouco.
Afinal é aqui que tu estás. Empunhou o seu arco e retirou da aljava uma única flecha. A rapariga deteve-se por momentos ao observar a rua e verificar que havia mais gente do que há pouco. Pesou as suas opções. Sabia que era arriscado atirar quando tinha tantos obstáculos e tanta gente entre si e o seu alvo. Mas por outro lado nunca antes falhara um tiro destes, e deveria certamente capitalizar esta oportunidade (já que o irmão ainda não dera pela sua presença). Naho decidiu que a melhor opção seria atirar. Pousou um joelho no telhado, ficando agachada. Segurando o arco com a mão esquerda e a flecha com a esquerda, fixou o chapéu em que tinha de acertar. A partir daquele momento não o perdeu mais de vista. Segurando firmemente o arco, encaixou a traseira da seta na corda e puxou-a para trás, preparando os músculos dos seus braços para a força que teria de exercer e aguentar para não disparar imediatamente. Apontou para o seu alvo, esperando pelo momento certo em que não teria mais obstáculos a obstruir o caminho da seta... E soltou a flecha.
A flecha viajou rapidamente graças ao quanto Naho conseguira esticar a corda. Não só viajou rápido como bateu certeira no chapéu, arrastando-o para fora da cabeça do irmão e prendendo-o firmemente contra uma parede. Apenas aí Naho se apercebeu do seu erro.
Rápida e agilmente pousou ambas as mãos no chão, fazendo força para impulsionar as suas pernas para trás e ficar estendida no topo do telhado, escondendo-se. O chapéu era o certo, mas quem o usava não era o seu irmão: era uma pobre senhora de meia idade, que com o susto ficou pregada á parede. Várias pessoas olhavam também em volta e para cima, em busca do malfeitor que praticara tal maldade. Teria sido mais fácil sair dali a correr, mas Naho concluíu que muito facilmente seria reconhecida e apanhada. Em vez de fugir arrastou o seu corpo até o outro lado do telhado, até ficar longe dos olhos daquela rua. Arrastava-se fazendo força primeiramente nos braços, usando-os para puxar o resto do seu corpo em frente. Isto durante metro e meio. Assim que terminou Naho teve de parar por um pouco, tanto para deixar os seus braços descansar como para se acalmar um pouco.
Quando finalmente se sentiu mais calma concentrou-se, realizando alguns selos e acumulando o chakra que achava ser necessário para realizar mais um Shunshin, voltando a desaparecer entre folhas e reaparecendo no telhado seguinte. Agora que pensava nisso, o irmão nunca lhe dissera que tinha de acertar no chapéu. Dissera-lhe que teria de "derrubar o que quer que seja que eu tiver na cabeça". Sacana enganara-a bem. Mas Naho não cairia no mesmo truque duas vezes. Naho voltou a concentrar o seu chakra, realizando rapidamente os selos necessários para um henge e mudando a sua aparência. Depois disso agarrou-se com ambas as mãos na borda do telhado, deixando o seu corpo cair. Apoiou-se com os pés contra a parece por momentos, exercendo força nos seus braços para não cair imediatamente. Uns segundos depois deixou-se cair, aterrando suavemente na rua de um beco. Quase de imediato deteve-se.
Não conheço muita gente que ande por aí de arco e flecha. De que raio me vale um aspecto diferente se ando com isto atrás? De imediato desfez a ilusão, sentindo-se algo parva por ter desperdiçado chakra com um erro tão básico.