O bar estava barulhento e cheio de desonestos, mas era nesse ambiente que fazia o nukenin se sentir em casa. Sentando-se no banquinho logo à frente do balcão, ele esperava o saquê pedido ao barman que, de costas, tateava na penumbra atrás da última garrafa. Parecia que os meliantes estavam com sede naquela noite e ele sabia que precisava tomar sua bebida o quanto antes porque: Bandidos e muita bebida equivalem à uma grande confusão. –
Vamos lá, por favor. – Inquietava-se para sair dali... Ele tivera uma missão difícil e uma briga naquele momento era o que ele menos queria. Sua impaciência logo foi apaziguada quando o barman finalmente encontrou a garrafa. –
Aqui está. – Despejou no pequeno copo.
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Opa, esse é meu. – Falou o homem corpulento que estava ao se lado, tentando pegar o copo do nukenin. Olhos cerrados em fúria fitaram a mão do estranho prepotente e com a mão agarrou com rapidez o pulso do intruso. –
Não. É minha. – Retrucou num tom ameaçador. Com sorriso malicioso, o ladrão de bebida ainda tentou resistir à força que o loiro usava contra ele, mas não conseguiu, terminando por usar todo poder de seu grande braço esquerdo para empurrar o desafeto de volta ao lugar dele.
Não foi uma atitude muito legal. Nesse momento, todo o bar ficou em silêncio e o barman começou a recuar apavorado com o que acabara de ver. –
Você sabe quem eu sou?! – Gritou o ofendido.
Olhando para o grandão Daisuke finalmente conseguiu se lembrar quem era ele... Daisho, o chefe da máfia daquela região.
Merda. Nesse momento, um grande ruído de arrastar de cadeiras revelou que agora qualquer formalidade seria em vão. –
Agora terei que matar você. – Gritou em chacota, afastando-se para dar lugar aos seus capangas. Daisuke permaneceu de costas, mas foi esperto o suficiente para olhar os adversários pelo reflexo das dezenas de garrafas expostas na parede de trás do balcão. Numa contagem rápida, o nukenin percebeu cerca de seis ou sete capangas que teria que enfrentar antes de pegar o tal mafioso e enquanto bolava qualquer tática para evitar destruir muito o local.
Mas enquanto os outros bêbados começavam a fugir sem pagar a conta, o loiro percebeu o brilho de uma lâmina vindo na direção de seus rins. Desviando lateralmente pelo balcão, o Akatsuki inclinou o corpo o suficiente para se esquivar com rapidez da arma que espetou a madeira sem causar muito efeito.
Se não sair desse aperto, certamente serei ferido. Já sei... – Pensou rapidamente ao convergir chakra na tatuagem do pulso direito para invocar duas granadas de fumaça, atirando-as no chão com força suficiente para espalhar a cortina de fumaça ao máximo. Isso porque o grupo já o pressionava contra o balcão, e antes que pudessem ataca-lo de uma vez, o susto da fumaça deu-lhe espaço para manobrar.
Tenho que abrir uma passagem. – Raciocinou no meio da fumaça.
Prendendo a respiração como um ser humano novamente, Daisuke efetuou um rápido selo com as mãos para enviar chakra aos dois punhos que se acenderam com uma fraca fosforescência arroxeada, impulsionando-os com toda força diretamente aos dois capangas desnorteados à direita. E enquanto os outros quatro tossiam com intensidade, os dois alvos do “punho que altera a mente” injetavam chakra doloroso no sistema, fazendo-os gritar de dor e cair inconscientes no chão, deixando a ala totalmente exposta para sua fuga.
Saída pela direita. – Pensou ao saltar para a mesa mais próxima numa manobra acrobática em direção da saída quando Daisho chutou a mesa onde ele acabara de aterrissar, desequilibrando-o.
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Essa não! - Balbuciou dolorosamente ao cair no chão com grande ruído. Cacos de vidro das garrafas logo riscaram sua pele, fazendo eclodir diversos veios de sangue nos braços e barriga.
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Você não vai escapar! – O mafioso se animou, utilizando a abertura na defesa do caído para chutar seu estômago com força.
Kapow! E Daisuke foi arremessado com muita dor de volta aos capangas que começavam a escapar da fumaça. Direto ao covil dos leões. Contudo, mesmo tendo certeza de que havia trincado as costelas na última pancada, o ninja conseguiu apoiar as mãos no assoalho do bar, e numa manobra acrobática, começou a fazer um passo de “break dance” ao rodopiar com toda força as pernas num poderoso giro a fim de derrubar alguns dos capangas e... –
Assim, quem ficasse de pé, teria dificuldade em alcança-lo sem antes pisar nos colegas. – Concluiu o estratego.
Dito e feito. Derrubando dois dos quatro asseclas, Daisuke invocou duas kunais, abrindo os braços com muita força para golpear os dois inimigos de uma vez só. As lâminas se aprofundaram no peito dos dois alvos que gritaram brevemente até que desfaleceram. –
Acabem com ele! – Comandou o mafioso ao ver seus homens serem mortos um-a-um. Nesse meio, os dois últimos tomaram coragem e saltaram sobre ele com garrafas quebradas nas mãos. O primeiro visou o abdome de Daisuke que ainda lutava para se levantar. Sem espaço para fugir, o loiro elevou a perna para receber um corte profundo na panturrilha enquanto tateava atrás de si a faca do primeiro ataque que se prendera no balcão. ]
Achei! – Comemorou o loiro, apesar do dano na perna. Usando toda força para retirá-la de sua prisão, ele puxou a faca e se inclinou para frente para responder a agressão enterrando a faca no peito do capanga que acabara de lhe cortar. O alvo fez uma careta e perdeu logo a consciência, caindo por cima do Hiroshi que o jogou para o lado na expectativa de se levantar. Então, manipulando chakra após um breve conjunto de selos, Daisuke enviou chakra para o cérebro do último segurança, que agora começava a ver as imagens de maneira contrária. Aquela manobra fez com que o homem atacasse o lado oposto ao que o loiro se encontrava, dando-lhe tempo para se levantar numa pirueta rápida.
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Agora te quebrarei inteiro! – Condenou o Akatsuki, acabando por dividir seu chakra igualmente para formar um clone entre ele e o inimigo. O capanga ainda tentava atingir o vazio por causa do genjutsu quando a cópia rodopiou em seu próprio eixo para chicotear a perna com toda força contra o rosto do elemento. A pancada fora tão forte que o segurança foi jogado contra a vidraça do local, caindo pesadamente na sarjeta da parte externa.
Acabei por aqui. – Pensou a cópia, já vendo o original a perseguir Daisho que assim que viu seu última capanga ser derrotado, resolveu fugir covardemente pelas vielas daquele subúrbio. Agora era uma questão pessoal que o Akatsuki original tomaria a devida providência mortal.
FIM