Apenas passos ecoando no deserto, apenas uma respiração ofegante junto de gritos irados de incentivo. Por cima de um cavalo, invocado, um homem estava. Uma capa negra lhe cobria todo o corpo e a cabeça deixando apenas suas mãos pálidas reveladas. O animal trabalhava vorazmente, avançando na noite banhada pela lua e as estrelas.


Um silvo, o cavalo tombou e sumiu numa névoa de fumo derrubando o homem violentamente no solo. Um segundo depois e um vulto avançou, brandindo uma katana contra sua cabeça num pulo ágil. O pálido não vacilou e bloqueou o golpe com uma kunai, executou um chute giratório e recuando atirou uma saraivada veloz de oito shurikens.

O algoz rebateu o chute, executou um mortal inverso, dois, três e por fim escapou. Uma tempestade de areia iniciava-se de forma gradual, porém seu surgimento havia sido súbito. “Não avistei nenhum indício…” Pensou o pálido. No mesmo instante o agressor retornou com uma sequência de golpes bem aplicados e firmes, corte horizontais, diagonais e um chute ascendente contra o queixo do homem.

Todos acertaram. Num segundo de abertura o sicário misterioso avançou para ceifar a vida do pálido, todavia, uma segunda sombra surgiu entre ambos brandindo uma espada numa mão e uma serra?! em outra. O golpe foi bloqueado com a direita e a serra da esquerda entrou em ação, despedaçando a arma do oponente. A cabeça da nova figura pendeu para trás, sua boca abriu-se de forma mecânica e tosca, atirando enfim uma saraivada de agulhas. O agressor tinha sido pego de surpresa e esquivou-se de modo falho para o lado, sendo atingido no ombro direito por três.

- Desista! Não conseguirá cumprir sua missão. - Exclamou o pálido. Retirou um pequeno makimono de suas vestes para revelar outra figura em forma de aracnídeo, continha um metro e meio, seis pernas em cada lado e uma cabeça com múltiplos olhos que acompanhava uma boca igualmente macabra.

- Kugutsu… - Respondeu o algoz que não portava nenhum hitaite. - Katon: Gokakyu no Jutsu! - De repente uma esfera flamejante enorme surgiu na frente das duas marionetes e do homem pálido e em um nanosegundo as chamas se alastraram por toda a atmosfera incendiando a tudo e gerando um tornado de fogo sem igual.

“Ele causou essa tempestade de vento? Maldi… to…” O fogo se espalhou por dez longos segundos criando um ponto de iluminação que poderia ser visto do outro lado do oceano e quando as chamas assentaram, apenas a marionete aracnídea havia sobrado, inanimada.

- Não foi assim tão difícil… - Comentou o homem misterioso que agora sacava uma kunai atada à um kibaku fuuda. A arma voou em direção a marioneta, pronta para explodir a mesma e apagar qualquer resquício do ninja então morto, entretanto, o boneco tornou a ter vida e uma série de kunais com explosivos se projetaram da cabeça do aracnídeo mecânico, perseguindo o alvo com uma mira invejável.

- Maldito… - Praguejou, desviando-se de um, dois, três, quatro… A situação parecia complicada quando um selo explosivo eclodiu ao lado da sombra e a atirou contra a areia com queimaduras de segundo grau na parte esquerda do dorso.

As costas do aracnídeo se abriram com um estalido e dela se projetou o marionetista que agitou seu dedos enquanto saltava para trás e fazendo a fera mecânica avançar sobre o alvo chamuscado de forma rápida. Tic tic tic tic. As pernas do boneco se moviam rápidas e vorazes. Num instante a marionete já se projetava acima do vulto, pronto para atacá-lo, uma portinhola ameaçou abrir para projetar milhares de senbons contra o alvo todavia não conseguiu.

O sicário soube utilizar uma kunai para travar o mecanismo revelador do atirador de senbons colocado na barriga da aranha, conseguindo assim evitar uma morte dolorosa e investindo contra o objeto inanimado, esmigalhou o compartimento e o destroçou outra kunai.

Após concluir a incapacitação do boneco o homem viu um brilho interno surgir dentro do boneco na medida em que o mecanismo destruído se soltava de seu suporte com um clic. Num segundo instante a marioneta aracnídea teve toda sua parte inferior desacoplada revelando todo seu mecanismo interno - que eram poucos - e deixando amostra somente uma casca oca. O pálido realizou um selo de mão e no mesmo instante a marioneta abaixou-se e fixou-se no solo prendendo a presa no interior da mesma, uma corrente de kanjis brilhou na parte externa da marioneta e se projetou no solo como uma espécie de selo enquanto que o interior brilhava com fagulhas.

- Warida... - Exclamou o marionetista, realizando outro selo que fez o boneco explodir numa coluna de fogo e fumaça.

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