Filler 2 – Procura

Yuu encostou a porta de entrada atrás de si, respirando pela segunda vez nesse dia o ar enregelado de Kumogakure. Apertou mais firmemente a longa capa de cor beje que colocara sobre os ombros antes de sair de casa, procurando abrigar-se da atmosfera húmida e fresca da vila. Observou a sua respiração soltar-se para o ar em longos e finos tufos de vapor de água, dissolvendo-se no ar em seguida com movimentos retorcidos e abstractos. Duvidava que alguma vez se conseguisse habituar ao ambiente de Kumogakure.
Observou o ambiente à sua volta antes de prosseguir, perguntando-se para onde se deveria dirigir em seguida. Não havia muito em frente de sua casa, à parte de um caminho estreito mais à esquerda e a parte traseira de várias outras casas. Uma visão bastante agradável logo de manhã, sem dúvida.
Yuu ultrapassou a cerca que circundava a casa em que agora vivia, olhando em volta em seguida. Que fazer agora, para onde ir? Segundo o seu pai, deveria encontrar-se com o Raikage. Mas onde raio ficava o escritório do homem?
Ainda hesitante, enveredou pelo caminho à esquerda que vira há pouco. De qualquer das formas, parecia ser o único caminho por aqueles lados. Apertou a capa contra o seu rosto mais uma vez, escondendo as suas feições e procurando proteger-se contra o frio. Bolas, será mesmo possível existir terra mais gelada que esta?Começava a arrepender-se por ter escolhido aquele caminho. Apesar de a manhã ter despontado há pouquíssimo tempo, aquele caminho em particular parecia muito escuro. Demasiado escuro.
-Anda perdida, menina?
Yuu sobressaltou-se quando uma voz rouca quebrou o silêncio que a envolvera até ali e uma mão, vinda do nada, se pousou sobre o seu ombro. Com um salto aterrorizado voltou-se, deparando-se com uma mulher já idosa. A visão não a reconfortou em nada: a mulher tinha um aspecto algo rude, mesmo pitoresco e, levando a descrição um pouco longe demais, grotesco e horrendo. Mas se o seu rosto apenas chegaria para ter chocado Yuu, que dizer da restante imagem. A cobrir o seu corpo, a velha usava roupas velhas e sujas, cobertas de poeira, lama e algumas ervas secas presas nas bainhas rasgadas. A sua corcunda era encoberta por um xaile desgastado, também ele roto. Os seus olhos, baços e cinzentos, perfuravam Yuu com uma intensidade cruel. Quase sem pensar, Yuu deu um passo à retaguarda e abanou negativamente a cabeça. No fundo, tinha esperança de que, se dissesse à mulher que sabia exactamente onde estava e não precisava de ajuda, ela a deixaria em paz.
-Não te acanhes pequena… Para onde precisas de ir? – Continuou a velha, voltando a tentar tocar-lhe o ombro.
-Ah… Eu… - Yuu não sabia bem o que dizer. Não estava acostumada a lidar com pessoas deste tipo. – Eu… Deixe estar, não a quero incomodar.
-Filha, não te deixes enganar pela minha aparência. – Descansou-a a velha, unindo as mãos em frente do estômago e encolhendo-se levemente. – Não te quero magoar. Diz-me só para onde queres ir, posso-te ajudar. Conheço a vila melhor que ninguém.
-Não é necessário. – Disse Yuu, lentamente a recuperar do choque que o aparecimento súbito da velha lhe causara. – Estou só a dar uma voltinha, não preciso de ir para local nenhum em particular. Mas obrigada pela ajuda, de qualquer das formas.
Yuu agradeceu atrapalhada e apressadamente à mulher idosa, rezando para que a sua mentira soasse real. Começou a afastar-se aos poucos, como quem tinha pressa de chegar a algum local. Apenas viu a velha a acenar-lhe com a cabeça em resposta, e tomou isso como a aceitação da sua desculpa esfarrapada. Sem pensar duas vezes, continuou o seu caminho num passo mais apressado. Receava que se começasse a correr se denunciaria.
A jovem kunoichi ainda teve de percorrer uns bons 15 minutos de caminho antes de encontrar uma área da vila mais aberta e povoada. Silenciosamente começava a amaldiçoar o seu pai. O lado sarcástico de Yuu levava-a a perguntar-se se o seu pai não teria conseguido encontrar uma habitação mais distante do centro da vila. Olhou em volta atentamente, procurando por um sinal que lhe indicasse a localização do escritório do Raikage. Não esperava ver tabuletas a apontarem para o local, duvidava que fosse assim tão óbvio: mas certamente haveriam por ali outro tipo de sinais que poderia seguir. Certo?
Infelizmente Yuu estava enganada, e apenas conseguiu chegar ao escritório do Raikage após abordar mais de 10 pessoas em busca de direcções. E mesmo com todas essas informações havia sido bastante complicado encontrar o local: o escritório em que ele se encontrava de momento encontrava-se quase na outra ponta da vila, embutido numa montanha. Quando o avistou, Yuu ficou abismada: a construção era enorme, constituída por vários andares, e construída de tal forma que parecia ser constituída por várias esferas fundidas umas nas outras. A jovem começava a perguntar-se como não dera conta de um edifício tão colossal mais cedo.
Quando finalmente entrou no edifício, nem deu conta do vulto curvado que a seguia num passo lento.
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Para esclarecimento de dúvida: quanto à localização exacta do escritório do Raikage não faço ideia (não tive tempo de procurar mapas de kumogakure, e duvido que existam), mas a descrição do edifício foi baseada em imagens do mangà (capítulo 417 para mais informações).
A~hem, e a velha... >'D
Posteriormente tentarei arranjar um título melhor para o filler, mas de momento estou sem ideias... T-T

Pronts, penso que é tudo… Have fun